Ofensiva russa na Ucrânia. A evolução da guerra ao minuto
Alexander Ermochenko - Reuters
Acompanhamos aqui todos os desenvolvimentos sobre a ofensiva militar desencadeada pela Rússia na Ucrânia.
O Presidente moçambicano defendeu hoje o diálogo entre Ucrânia e Rússia para acabar com a guerra, durante um telefonema com o homólogo Volodymyr Zelensky, anunciou o gabinete presidencial em Maputo.
Filipe Nyusi apelou "à Ucrânia e à Rússia, no sentido de voltarem ao diálogo direto e, com humildade, buscarem uma solução diferente da guerra", detalhou a presidência moçambicana em comunicado.
Na conversa com Zelensky, que durou mais de meia hora, Nyusi "lamentou e manifestou solidariedade pela perda de mais de dez mil vidas" e pelos "mais de doze milhões de deslocados, bem como a destruição de infraestruturas" na Ucrânia.
O chefe de Estado moçambicano justificou "a abstenção em relação à guerra entre a Rússia e a Ucrânia" nas Nações Unidas, "como uma postura decorrente da Constituição da República e da política externa que defendem a solução de diferendos por meio do diálogo".
Disse ainda que "Moçambique defende o respeito pelo Direito Internacional Humanitário, direitos humanos e proteção das vítimas de guerra e de conflitos armados", acrescentou o comunicado.
O chanceler alemão acusou hoje a AfD de ser "o partido da Rússia" em resposta ao pedido desse grupo de suspender as sanções contra aquele país como medida para combater a inflação e o aumento dos preços da energia.
"Vejo que a Alternativa para a Alemanha (AfD) não é apenas um partido populista de direita, mas também o partido da Rússia", disse Olaf Scholz ao parlamento, como parte de uma sessão de perguntas com o governo.
O governante respondia a uma pergunta do deputado da AfD Stefan Kotré, que classificou as sanções como "inúteis" e "irrealistas" e questionou o que havia contra a colocação do gasoduto Nord Stream II em operação.
Segundo Scholz, o momento é de solidariedade com a Ucrânia e isso, disse, é apoiado por muitos alemães que voluntariamente economizam energia.
A polícia russa encontrou o corpo sem vida do empresário russo Yuri Voronov, diretor-geral e fundador de uma empresa associada à Gazprom, a quinta morte de empresários russos ligados à empresa de gás desde o início do ano.
"Mais um caso de morte de um alto gerente vinculado à Gazprom. O corpo de Yuri Voronov, que dirigia uma empresa subcontratada (da Gazprom), foi encontrado em uma piscina nas proximidades de São Petersburgo. Morreu de um disparo na cabeça", informou o portal noticioso Baza, na rede social Telegram.
O cadáver do empresário de 61 anos, foi encontrado perto da sua residência, que se inclui em uma urbanização de casa de luxo, junto ao golfo da Finlândia, a flutuar na piscina.
Os polícias encontraram no local uma pistola automática, sem que se saiba quem é o proprietário.
Voronov era diretor-geral da empresa de transportes Astra Shipping, que trabalha para a Gazprom no Ártico.
A viúva do empresário informou, segundo o Baza, que Voronov tinha ido para casa em 01 de julho, depois de uma discussão com os sócios, por causa de perdas financeiras.
Esta é a quinta morte de empresários ligados ao conglomerado do gás russo.
Em janeiro de 2022, apareceu morto Leonid Shulman, chefe do serviço de transporte Gazprom Invest, seguido de Alexandr Tiukiakov, subdiretor general do Centro Único de Contas da Gazprom, os dois na mesma localidade nos arredores de São Petersburgo.
Em abril foram encontrados os cadáveres de Vladislav Aváev, ex-vice-presidente do Gazprombank, da sua esposa e da filha.
Posteriormente, em Lloret de Mar, Espanha, apareceram os cadáveres do ex-gerente da Novatek, Serguey Protoseniu, da sua esposa e filha.
Nestes quatro casos, os investigadores dizem ter como pista principal o suicídio, adiantando a existência de notas de despedida em dois deles.
O gabinete da procuradora-geral da Ucrânia, Irina Venediktova, revelou esta quarta-feira que mais de 21 mil crimes alegadamente cometidos pelas forças russas estão a ser investigados pelas autoridades ucranianas.
O gabinete declarou ainda receber entre 200 a 300 relatos de muitos crimes.
O petróleo está a negociar abaixo dos 100 dólares pela primeira vez em mais de dois meses. Em Londres, o barril de Brent, referência para Portugal, negociou na casa dos 99 dólares e meio.
Os preços do petróleo têm registado fortes quedas nos últimos dias, devido aos receios de uma recessão na Europa, que deverá provocar uma diminuição na procura.
Esta desvalorização do petróleo, a manter-se, deverá levar a uma forte queda nos preços dos combustíveis já na próxima semana.
Na região de Donetsk os bombardeamentos russos são cada vez mais intensos. As Forças Armadas da Ucrânia falam de uma situação muito difícil, mas garantem estar a conseguir travar o avanço do inimigo.
Os enviados da RTP, Cláudio Calhau e António Mateus, foram à cidade mais próxima da linha da frente da ofensiva. Sloviansk é agora o último reduto na região de Donetsk controlado pelas forças ucranianas.
A Comissão Europeia vai apresentar um plano de emergência para prevenir um eventual corte total do abastecimento de gás russo à Europa.
A iniciativa foi hoje apresentada, no mesmo dia em que o Parlamento Europeu considerou o gás natural e a energia nuclear amigas do ambiente.
Reportagem dos correspondentes da RTP em Bruxelas, Rui Manuel Silva e Duarte Valente.
A intensificação da ofensiva russa levou o governo de Donetsk a decretar a retirada da população civil de Sloviansk, que está sob bombardeamento crescente.
Os enviados especiais da RTP àquela região, António Mateus e Cláudio Calhau, foram à localidade ucraniana mais próxima desta frente russa reportar o impacto humano do combate ali travado.
O eurodeputado romeno Christian Busoi, que lidera a Comissão Parlamentar da Indústria, da Investigação e da Energia disse hoje que se antevê um "inverno difícil" na Europa, caso se concretize um eventual corte de fornecimento de gás da Rússia.
"Advinha-se um inverno difícil. Por isso, é importante que todos os Estados-membros tenham planos de crise e soluções para lidar com um eventual bloqueio russo, se ele ocorrer e, a médio prazo, diversificar as fontes de fornecimento de energia, aumentar a eficiência energética e, muito importante, realizar um forte investimento no hidrogénio", afirmou hoje o eurodeputado romeno.
"Com 10 milhões de toneladas de produção na União Europeia até 2030 e 10 milhões de importação estou certo que conseguiremos fazer face às necessidades criadas pelo corte do gás russo", realçou.
Busoi, que falava durante num seminário que o Parlamento Europeu está a promover com jornalistas portugueses relacionado com a situação na Ucrânia, justificou o risco com o facto de a "Rússia estar a usar o gás natural como arma política, também por já ter começado a cortar ou a reduzir o fornecimento".
"Claramente, num ato de desespero, face ao compromisso da União Europeia de não importar mais gás, a Rússia vai utilizar este inverno para criar um grande problema à União Europeia. Não há certezas, pois não podermos prever o que vai decidir. A Rússia não é como os países europeus. Não há um debate transparente e democrático que permita antever as decisões. Tal como foi difícil de prever a invasão da Ucrânia, é difícil perceber o que vai fazer, mas os sinais são muito preocupantes", alertou.
"Mesmo que não aconteça, os países europeus devem estar preparados para essa eventualidade", disse ainda Busoi.
A basquetebolista americana Brittney Griner enviou ao presidente dos Estados Unidos uma carta escrita na qual pede a Joe Biden para usar a sua influência para a trazer de regresso ao país, juntamente com outros americanos detidos na Rússia. Griner está detida e já começou o julgamento por posse de drogas.
A jogadora dos Phoenix Mercury disse a Joe Biden que está “aterrorizada em ficar para sempre” na Rússia. Excertos da carta foram partilhados pela agente de Griner, Lindsay Kagawa Colas, que revelou que a missiva foi enviada à Casa Branca na última segunda-feira.
Na carta, Brittney Griner fez referência ao 4 de Julho (dia nacional dos Estados Unidos), explicando que o celebra sempre honrando o serviço de muitos aos Estados Unidos. No entanto, diz que “magoa lembrar-me como celebro este dia, porque liberdade representa algo muito diferente este ano”.
O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, agradeceu à Irlanda por acolher refugiados ucranianos e por ter adotado recentemente uma resolução que reconhece a invasão russa da Ucrânia como genocídio.
Numa entrevista conjunta com o primeiro-ministro irlandês, Micheál Martin, em Kiev, Zelensky disse que os dois discutiram uma resposta conjunta à ameaça à segurança alimentar, à crise energética e à preparação do sétimo pacote de sanções contra a Rússia.
Martin disse que "a Ucrânia pertence à União Europeia" e que a Irlanda estará com a Ucrânia "em cada passo do caminho".
O secretário de Estado dos Assuntos Europeus disse hoje que "está na altura de passar das palavras aos atos" nas interligações energéticas entre a Península Ibérica e o resto da União Europeia para reduzir a dependência da Rússia.
Tiago Antunes afirmou que a necessidade de reduzir a atual dependência energética em relação à Rússia dá o "ímpeto" para avançar com este processo, que tem vindo a arrastar-se.
"É altura de passar das palavras aos atos. São investimentos avultados, mas agora é o momento para dar ímpeto a este processo", afirmou.
"A Península Ibérica e, em concreto Portugal, pode ser porta de entrada alternativa de matérias-primas energéticas para a Europa e uma fonte de fornecimento, no imediato, de gás proveniente de outras origens - dos Estados Unidos, da Nigéria, entre outros", referiu.
"O porto de Sines pode ser uma fonte alternativa de entrada alternativa de gás e, futuramente, uma fonte produção e fornecimento à Europa", disse o secretário de Estado, apontando como exemplo o hidrogénio verde.
A presidente da Comissão Europeia, Ursula Von der Leyen, anunciou hoje perante o Parlamento Europeu que o seu executivo vai apresentar este mês um plano de emergência europeu para precaver um eventual corte total de fornecimento de gás russo.
(Agência Lusa)
A Ucrânia rejeitou as afirmações do Ministério da Defesa da Rússia de que as Forças Armadas de Moscovo destruíram dois sistemas avançados de rockets fabricados nos EUA e respetivos depósitos de munições.
O Estado-maior da Ucrânia escreveu no Twitter que tais afirmações são falsas e assegurou que está a usar o sistema de rockets fornecido pelos EUA para infligir “golpes devastadores” nas forças russas.
O porto ucraniano de Mariupol, atualmente sob controlo da Rússia, está a operar com capacidade total, informou a agência de notícias TASS esta quarta-feira, citando autoridades portuárias.
A Rússia capturou Mariupol em maio, após meses de luta feroz pelo controlo da cidade.
A Noruega anunciou hoje ter resolvido o litígio com a Rússia sobre o envio de mercadorias destinadas aos mineiros russos no seu arquipélago ártico de Svalbard, e que motivou um recente aumento da tensão entre os dois países.
Os contentores com os carregamentos russos, bloqueados na fronteira devido à proibição de entrada de mercadorias pesadas russas em solo norueguês, foram conduzidos por transportadores noruegueses até ao porto de Tromso, e estão atualmente a caminho de Svalbard por barco, indicou o Ministério dos Negócios Estrangeiros.
"É positivo que se tenha encontrado uma solução para este caso", comentou um dos seus porta-vozes, citado pela agência noticiosa AFP.
"Nunca tivemos a intenção de bloquear um carregamento (...) é importante sublinhar que existiam soluções desde o início", sublinhou.
Mais de 8,79 milhões de pessoas cruzaram a fronteira da Ucrânia desde a invasão da Rússia no final de fevereiro, informou a agência de refugiados da ONU esta quarta-feira.
A Ucrânia deve combater ativamente a corrupção face ao grande fluxo de ajudas para a reconstrução que o país vai receber, defendeu hoje o diretor do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), Achim Steiner.
Combater a corrupção, que era endémica no país mesmo antes da guerra, “impede o roubo do seu próprio povo”, afirmou o responsável, em declarações à agência francesa de notícias AFP, um dia depois da conclusão de uma conferência internacional sobre a reconstrução da Ucrânia, que se realizou na segunda e terça-feira em Lugano, na Suíça.
A conferência serviu para os líderes ucranianos e os seus aliados desenharem os contornos de uma futura reconstrução do país, devastado pelo exército russo, adotando princípios orientadores que incluíram a luta contra a corrupção.
“A corrupção é, em última análise, um roubo do desenvolvimento nacional, do erário público e, em última análise, do povo do país”, sublinhou Steiner.
O primeiro-ministro ucraniano, Denys Chmygal, estimou que a reconstrução do país agora candidato à União Europeia (UE) implicará um investimento de 750.000 milhões de dólares (cerca de 728.000 milhões de euros) num prazo de 10 anos.
(Agência Lusa)
O Parlamento da Rússia aprovou esta quarta-feira dois projetos de lei que impõem controlos rígidos sobre a economia, exigindo que as empresas forneçam bens às Forças Armadas e obrigando os funcionários de algumas empresas a trabalharem horas extra.
Assim que forem assinadas pelo presidente Vladimir Putin, as leis permitirão que o Governo introduza "medidas económicas especiais" durante o que o Kremlin chama de "operação militar especial" na Ucrânia.
"No contexto das operações realizadas pelas Forças Armadas da Federação Russa fora da Rússia, incluindo no território da Ucrânia, há necessidade de reparar armas, equipamentos militares e dotar as Forças Armadas de meios materiais e técnicos", refere uma nota do Kremlin.
De acordo com uma das minutas, o Estado poderá adquirir bens e serviços necessários à realização de operações militares especiais de um único fornecedor, sem a necessidade de licitação.
Além disso, as empresas serão obrigadas por lei a fornecer bens e serviços necessários às Forças Armadas para a realização da "operação militar especial".
Um segundo projeto de lei obriga o Governo a exigir que funcionários de certas empresas produtoras de bens e serviços necessários aos militares russos trabalhem horas extra.
O Ministério da Defesa da Rússia diz que as suas forças destruíram dois sistemas avançados de rockets fabricados nos EUA e respetivos depósitos de munições na região de Donetsk, na Ucrânia.
O chefe da administração militar de Sloviansk, Vadym Liakh, avisou hoje que a Rússia vai provavelmente avançar com uma ofensiva contra essa cidade.
Segundo o responsável, as forças ucranianas estão atualmente a conseguir manter os exércitos de Moscovo no rio Siverskyi Donets.
“Provavelmente, vão [atacar Sloviansk]. É por isso que os ataques se tornaram mais frequentes”, disse Liakh esta quarta-feira. “Acho que, assim que o inimigo for capaz de realizar operações de assalto, começará a destruir as infraestruturas e a própria cidade”.
Liakh referiu que a linha da frente está agora ao longo do rio Siverskyi Donets, um "obstáculo natural" que a Rússia já não conseguiu ainda superar. E acrescentou que muitas fortificações foram construídas perto de Sloviansk e Kramatorsk, possibilitando às tropas ucranianas "conter o inimigo durante quatro meses".
Há um mês que as forças russas estão estacionadas no rio Siverskyi Donets. “Mas, infelizmente, a população civil será bombardeada com mais e mais frequência”, aolertou Liakh.