quarta-feira, 6 de julho de 2022

FRIDA KAHLO - PINTORA - NASCEU EM 1907 - 6 DE JULHO DE 2022

 

Frida Kahlo

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Frida Kahlo
Frida Kahlo, by Guillermo Kahlo.jpg
Frida Kahlo em 1932
Nome completoMagdalena Carmen Frida Kahlo y Calderón
Nascimento6 de julho de 1907
CoyoacánDistrito Federal
México
Morte13 de julho de 1954 (47 anos)
CoyoacánMéxico
Nacionalidademexicana
ProgenitoresMãe: Matilde Calderón
Pai: Guillermo Kahlo
CônjugeDiego Rivera (de 1929 a 1939)(de 1940 a 1954)
OcupaçãoPintora
Movimento estéticosurrealismo
Assinatura
Frida Kahlo signature firma.svg

Magdalena Carmen Frida Kahlo y Calderón mais conhecida como Frida Kahlo(Coyoacán6 de julho de 1907 — Coyoacán13 de julho de 1954)[1] foi uma pintora mexicana conhecida pelos seus muitos retratos, autorretratos, e obras inspiradas na natureza e artefactos do México. Inspirada pela cultura popular do país, empregou um estilo de arte popular naïf para explorar questões de identidade, pós-colonialismogéneroclasse, e raça na sociedade mexicana.[2] As suas pinturas tinham frequentemente fortes elementos autobiográficos e misturavam realismo com fantasia. Para além de pertencer ao movimento Mexicayotl pós-revolucionário, que procurava definir uma identidade mexicana, Kahlo é descrita como uma surrealista ou realista mágica.[3] Ela é conhecida por pintar sobre a sua experiência de dor crónica.[4]

Nascida de pai alemão e mãe mestiça, Kahlo passou a maior parte da sua infância e vida adulta na La Casa Azul, a sua casa de família em Coyoacán — agora acessível ao público como o Museu Frida Kahlo. Embora tenha sido incapacitada pela poliomielite quando criança, Kahlo foi uma estudante promissora, rumo à escola de medicina, até sofrer um acidente de autocarro aos dezoito anos, o que lhe causou dores e problemas médicos para toda a vida. Durante a sua recuperação, ela voltou ao seu interesse de infância pela arte com a ideia de se tornar artista.

Os interesses de Kahlo na política e na arte levaram-na a aderir ao Partido Comunista Mexicano em 1927,[1] através do qual conheceu o seu colega artista mexicano Diego Rivera. O casal casou em 1929,[1][5] e passou o final dos anos vinte e início dos anos trinta a viajar juntos no México e nos Estados Unidos. Durante este período, ela desenvolveu o seu estilo artístico, inspirando-se principalmente na cultura popular mexicana, e pintou sobretudo pequenos autorretratos que misturam elementos de crenças pré-colombianas e católicas. As suas pinturas suscitaram o interesse do artista surrealista André Breton, que organizou a primeira exposição individual de Kahlo na Julien Levy Gallery em Nova Iorque em 1938; a exposição foi um sucesso, e foi seguida por outra em Paris em 1939. Apesar da exposição francesa ter sido menos bem sucedida, o Louvre adquiriu uma pintura de Kahlo, O Quadro, fazendo dela a primeira artista mexicana a ser apresentada na sua coleção.[1] Durante a década de 1940, Kahlo participou em exposições no México e nos Estados Unidos e trabalhou como professora de arte. Ensinou na Escuela Nacional de Pintura, Escultura y Grabado ("La Esmeralda") e foi membra fundadora do Seminario de Cultura Mexicana. A sempre frágil saúde de Kahlo começou a agravar-se na mesma década. Realizou a sua primeira exposição individual no México em 1953, pouco antes da sua morte, em 1954, com 47 anos.

O trabalho de Kahlo como artista permaneceu relativamente desconhecido até finais dos anos 70, quando o seu trabalho foi redescoberto por historiadores de arte e ativistas políticos. No início dos anos 90, ela tinha-se tornado não só uma figura reconhecida na história da arte, mas também considerada como um ícone para o Movimento Chicano, o movimento feminista e o movimento LGBTQ+. O trabalho de Kahlo tem sido celebrado internacionalmente como emblemático das tradições nacionais e indígenas mexicanas e por feministas pelo que é visto como a sua representação intransigente da experiência e forma feminina.[6]

Biografia

Infância e juventude

Frida Kahlo nasceu em 6 de julho de 1907 na casa de seus pais, conhecida como La Casa Azul (A Casa Azul), em Coyoacán, na época uma pequena cidade nos arredores da Cidade do México e hoje um distrito.[7] Seu pai, Guillermo Kahlo, cujo nome oficial era Carl Wilhelm Kahlo, nasceu em Pforzheim Alemanha, filho de Henriette Kaufmann e Jakob Heinrich Kahlo. Frida afirmava que seu pai era de ascendência judaico-húngara,[8] mas pesquisadores demonstraram que os pais dele não eram judeus, mas luteranos alemães.[9] Guillermo Kahlo chegou ao México em 1891, aos 19 anos de idade, e logo mudou seu nome alemão, Wilhelm, para o equivalente em espanhol, "Guillermo".

Kahlo descreveu posteriormente que a atmosfera de sua casa durante a infância era frequentemente triste.[10] Seus pais estavam frequentemente doentes,[11] e o casamento estava desprovido de amor.[12] Seu relacionamento com sua mãe, Matilde, era extremamente tenso.[13] Kahlo descreveu sua mãe como "gentil, ativa e inteligente, mas também calculista, cruel e fanaticamente religiosa."[14] O empreendimento de fotografia de seu pai sofreu muito devido a Revolução Mexicana, já que a derrubada do governo o comissionou de trabalhos, além de que a guerra civil limitou o número de clientes particulares.[15]

A mãe de Frida, Matilde Gonzalez y Calderón, era uma católica devota de origem indígena e espanhola.[16] Os pais de Frida se casaram logo após a morte da primeira esposa de Guillermo, durante o nascimento do seu segundo filho. Embora o casamento tenha sido muito infeliz, Guillermo e Matilde tiveram quatro filhas, sendo Frida a terceira. Ela tinha duas meio-irmãs mais velhas. Frida ressaltava que cresceu em um mundo cheio de mulheres. Durante a maior parte de sua vida, no entanto, ela se manteve próxima do pai.

Em 1913, com seis anos, Frida contraiu poliomielite, a primeira de uma série de doenças, acidentes, lesões e operações que sofreu ao longo da vida. A poliomielite fez com que sua perna direita fosse menor e mais fina que a perna esquerda.[17] Passou a usar calças, depois longas e exóticas saias, que se tornaram uma de suas marcas pessoais. Embora Frida desde o início da infância tenha recebido tutoria artística de Fernando Fernández,[18] ela não estava particularmente interessada na arte como uma carreira.

Em 1922 foi aceita na Escola Nacional Preparatória do Distrito Federal do México e durante 1922 até 1925 frequentou a escola. Durante seu período acadêmico, Frida focou em disciplinas de ciências naturais com o objetivo de se tornar uma física.[19] A instituição recentemente havia começado a admitir mulheres, tendo apenas 35 alunas no total de 2000 estudantes matriculados.[20] Ela teve um bom desempenho acadêmico,[21] era uma leitora voraz e rapidamente se tornou "profundamente imersa e empenhada na cultura Mexicanaativismo político e questões de justiça social".[22] Durante esse período, Kahlo foi particularmente influenciada por 9 colegas de classe, na qual estes formaram um grupo informal que se autointitulava como "Cachuchas" - muitos indivíduos desse grupo mais tarde se tornaram figuras importantes da elite intelectual Mexicana.[23]

Acidente de ônibus

Em 17 de setembro de 1925, Frida sofre um grave acidente de ônibus causado pelo choque com um bonde. O corrimão do ônibus perfurou-lhe as costas, causando uma fratura pélvica, perfuração do abdomen e do útero, 3 fraturas em sua coluna vertebral, seu pé direito foi triturado e deslocado e teve a clavícula fraturada.[24] Frida ficou um mês no hospital e dois meses em casa se recuperando antes de voltar ao seu trabalho.[25] Tal acidente obrigou-a a usar coletes ortopédicos por três meses, ela chegou a pintar alguns deles (como o colete de gesso da tela intitulada A Coluna Partida'). O acidente acabou com seus sonhos de se tornar uma física e causou dores e doenças pelo resto de sua vida, seu amigo Andrés Henestrosa citou que Kahlo "vivia morrendo".[26] Durante a sua longa convalescença, começou a pintar, usando a caixa de tintas de seu pai e um cavalete adaptado à cama.[27]

Relacionamento com Diego Rivera

Em 1928, entrou no Partido Comunista Mexicano e conheceu o muralista Diego Rivera, com quem se casa no ano seguinte. Sob a influência da obra do marido, adotou o emprego de zonas de cor amplas e simples, num estilo propositadamente reconhecido como ingênuo. Procurou na sua arte afirmar a identidade nacional mexicana, por isso adotava com muita frequência temas do folclore e da arte popular do México.

Viagens ao exterior

Entre 1930 e 1933 passa a maior parte do tempo em Nova Iorque e Detroit, com Rivera. Entre 1937 e 1939, recebeu Leon Trotski em sua casa de Coyoacán. Em 1938, André Breton qualifica sua obra de surrealista em um ensaio que escreveu para a exposição de Kahlo na galeria Julien Levy de Nova Iorque. Não obstante, ela mesma declarou mais tarde: Pensavam que eu era uma surrealista, mas eu não era. Nunca pintei sonhos. Pintava a minha própria realidade. Em 1939, expõe em Paris na galeria Renón et Colle.

Volta ao México

A partir de 1943, dá aulas na escola La Esmeralda, no D.F. (México). Em 1953, a Galeria de Arte Contemporânea desta mesma cidade organiza uma importante exposição em sua honra. Alguns de seus primeiros trabalhos incluem o Auto-retrato em um vestido de veludo (1926), Retrato de Miguel N. Lira (1927), Retrato de Alicia Galant (1927) e Retrato de minha irmã Cristina (1928).

Vida pessoal

Frida e Diego Rivera se casaram duas vezes.

Casa-se aos 22 anos com Diego Rivera, em 1929, um casamento tumultuado, visto que ambos tinham temperamentos fortes e casos extraconjugais. Kahlo, que era bissexual, teve um caso com Leon Trotski depois de separar-se de Diego. Rivera aceitava abertamente os relacionamentos de Kahlo com mulheres, mesmo elas sendo casadas, mas não aceitava os casos da esposa com homens. Frida descobre que Rivera mantinha um relacionamento com sua irmã mais nova, Cristina.

Após essa outra tragédia de sua vida, separa-se dele e vive novos amores com homens e mulheres, mas em 1940 une-se novamente a Diego. O segundo casamento foi tão tempestuoso quanto o primeiro, marcado por brigas violentas. Ao voltar para o marido, Frida construiu uma casa igual à dele, ao lado da casa em que eles tinham vivido. Essa casa era ligada à outra por uma ponte, e eles viviam como marido e mulher, mas sem morar juntos. Encontravam-se na casa dela ou na dele, nas madrugadas.

Embora tenha engravidado mais de uma vez, Frida nunca teve filhos, pois o acidente que a perfurou comprometeu seu útero e deixou graves sequelas, que a impossibilitaram de levar uma gestação até o final, tendo tido três abortos (em 1929 ela sofreu o primeiro aborto, e em 1932, o segundo).

Tentou diversas vezes o suicídio com facas e martelos.

Em 13 de julho de 1954, Frida Kahlo, que havia contraído uma forte pneumonia, foi encontrada morta. Seu atestado de óbito registra embolia pulmonar como a causa da morte. Mas não se descarta a hipótese de que tenha morrido de overdose (acidental ou não), devido ao grande número de remédios que tomava. A última anotação em seu diário, que diz "Espero que minha partida seja feliz, e espero nunca mais regressar - Frida", permite a hipótese de suicídio. Seu corpo foi cremado, e suas cinzas encontram-se depositadas em uma urna em sua antiga casa, hoje Museu Frida Kahlo.[28]

Homenagens póstumas

Casa Azul, o museu

"A Casa Azul", residência de Frida e de seus familiares.

Quatro anos após a sua morte, sua casa familiar conhecida como "Casa Azul" transforma-se no Museu Frida Kahlo. Frida Kahlo, reconhecida tanto por sua obra quanto por sua vida pessoal, ganha retrospectiva de suas obras, com objetos e documentos inéditos, além de fotografias, desenhos, vestidos e livros.

Centenário

O centenário de Kahlo foi comemorado com a maior exibição já realizada de suas pinturas no Palacio de Bellas Artes, local de sua primeira exibição no México.[29] Foram reunidas pinturas vindas de DetroitLos AngelesMiamiMineápolisSan Francisco, e Nagoya. A exibição incluiu um terço de sua produção artística, assim como manuscritos e cartas que ainda não haviam sido exibidos.[29] A exposição ficou aberta entre 13 de junho e 12 de agosto de 2007, e quebrou todos os recordes de público do museu.[30]

Na cultura popular

  • Em 1986, Paul Leduc dirigiu o filme "Frida Kahlo, natureza viva", montado como colagem de recordações de Frida antes de sua morte.[31]
  • Em 1992, foi mencionada na canção "Esquadros", de Adriana Calcanhotto.
  • Em 2002, sob a direção de Julie Taymor, foi lançado o filme Frida, que narra a história da pintora, interpretada pela atriz Salma Hayek. O longa metragem conta ainda com a presença de Alfred Molina, interpretando Diego Rivera.
  • Em 2008, a banda inglesa Coldplay lançou o álbum Viva la Vida or Death and All His Friends, cujo título é inspirado em um quadro de Frida, também intitulado "Viva La Vida" e que intitula também a principal canção do disco. Segundo o vocalista Chris Martin, o título foi escolhido devido ao otimismo de Frida, mesmo com os percalços percorridos pela artista, ao exaltar a vida no referido quadro. Ela se vestia mediocremente com vestes de pobre, mesmo tendo uma quantia relativamente grande de dinheiro.
  • Em 2010 foi homenageada pelo Google com um doodle estilizado de seu auto-retrato.
  • Em 2010 foi homenageada no carro abre-alas da escola de samba Viradouro da cidade de Niterói que desfila no Rio de Janeiro.
  • Em 2011 foi citada na música "Sucrilhos" do rapper brasileiro Criolo Doido. Além dela, são citados os artistas Hélio Oiticica e Di Cavalcanti.
  • Em 2014 estreou no Teatro Raul Cortez, em São Paulo, a peça "Frida y Diego", com Leona Cavalli e José Rubens Chachá. Com texto de Maria Adelaide Amaral, a apresentação trata da conturbada história de amor entre Frida Kahlo e Diego Rivera.
  • Em 2015 ganhou livro na coleção Antiprincesas, Editora Chirimbote (Argentina).

Leilões

  • Em 2006, "Roots" foi adquirido por 5,6 milhões de dólares, numa venda da Sotheby's, em Nova Iorque.
  • "Two Nudes in the Forest (The Land Itself)", de 1939, que retrata duas mulheres nuas, foi vendida em 12 de maio de 2016 num leilão da Christie's em Nova Iorque por oito milhões de dólares, um recorde para obras da artista.[32]
  • "Diego y yo" de 1949 foi leiloada em 16 de Novembro de 2021 pela Sotheby’s por 34,9 milhões de dólares, recorde de artistas latino-americanos.[33]

Ver também

Referências

  1. ↑ Ir para:a b c d Zelazko, Alicja (2019). «Frida Kahlo | Biography, Paintings, & Facts»Encyclopædia Britannica (em inglês). Consultado em 7 de abril de 2020
  2.  Weidemann, Christiane (2008). 50 women artists you should knowRegisto grátis requerido. Munich: Prestel. ISBN 978-3-7913-3956-6OCLC 195744889
  3.  Rosenthal, Mark (2015). Diego and Frida: High Drama in Detroit. [S.l.]: Detroit, MI: Detroit Institute of Arts, [2015] New Haven; London: Yale University Press, [2015]. p. 117ISBN 978-0895581778
  4.  Courtney, Carol. «Frida Kahlo's life of chronic pain»Oxford University Press's Academic Insights for the Thinking World. Oxford University Press. Consultado em 6 de dezembro de 2020
  5.  «Frida Kahlo»Biography (em inglês). Consultado em 7 de abril de 2020
  6.  Broude, Norma; Garrard, Mary D. (1992). The Expanding Discourse: Feminism and Art HistoryRegisto grátis requerido. [S.l.: s.n.] p. 399
  7.  Kahlo, Frida (2005). Frida Kahlo. Emma Dexter, Tanya Barson, Gannit Ankori, Tate Modern. London: [s.n.] p. 17. OCLC 60793219
  8.  Herrera, Hayden (1983). A Biography of Frida Kahlo. Nova York: HarperCollins. p. 5. ISBN 978-0060085896
  9.  Ronnen, Meir (20 de abril de 2006). «Frida Kahlo's father wasn't Jewish after all». The Jerusalem Post. Consultado em 2 de setembro de 2009. Arquivado do original em 13 de julho de 2011
  10.  Ankori, Gannit (2002). Imaging her selves : Frida Kahlo's poetics of identity and fragmentation. Westport, Conn.: Greenwood Press. p. 18. OCLC 46785322
  11.  Ankori, Gannit (2002). Imaging her selves : Frida Kahlo's poetics of identity and fragmentation. Westport, Conn.: Greenwood Press. p. 18. OCLC 46785322
  12.  Beck, Evelyn Torton (1 de abril de 2006). «Kahlo's World Split Open»Feminist Studies (1): 57. ISSN 0046-3663doi:10.2307/20459065. Consultado em 9 de julho de 2021
  13.  Kettenmann, Andrea (1993). Frida Kahlo, 1907-1954 : pain and passion. Frida Kahlo. Köln: Benedikt Taschen. pp. 8–10. OCLC 30799995
  14.  Kettenmann, Andrea (1993). Frida Kahlo, 1907-1954 : pain and passion. Frida Kahlo. Köln: Benedikt Taschen. pp. 8–10. OCLC 30799995
  15.  Hayden., Herrera, (2002). Frida, a biography of Frida Kahlo. [S.l.]: Perennial. pp. 10–12. OCLC 1035149296
  16.  «Frida Kahlo (1907-1954), Mexican Painter». Biography, www.fridakahlo.com. Consultado em 2 de junho de 2007
  17.  Hayden., Herrera, (2002). Frida, a biography of Frida Kahlo. [S.l.]: Perennial. pp. 10–20. OCLC 1035149296
  18.  Ankori, Gannit (2002). Imaging her selves : Frida Kahlo's poetics of identity and fragmentation. Westport, Conn.: Greenwood Press. p. 20. OCLC 46785322
  19.  Kettenmann, Andrea (1993). Frida Kahlo, 1907-1954 : pain and passion. Frida Kahlo. Köln: Benedikt Taschen. p. 11. OCLC 30799995
  20.  Kettenmann, Andrea (1993). Frida Kahlo, 1907-1954 : pain and passion. Frida Kahlo. Köln: Benedikt Taschen. p. 11. OCLC 30799995
  21.  Hayden., Herrera, (2002). Frida, a biography of Frida Kahlo. [S.l.]: Perennial. pp. 26–40. OCLC 1035149296
  22.  Ankori, Gannit (2013). Frida Kahlo. London: [s.n.] pp. 60–62. OCLC 881430630
  23.  Kahlo, Frida (2005). Frida Kahlo. Emma Dexter, Tanya Barson, Gannit Ankori, Tate Modern. London: [s.n.] p. 199. OCLC 60793219
  24.  Maranzani, Barbara (25 de janeiro de 2019). «How a Horrific Bus Accident Changed Frida Kahlo's Life»Biography. Consultado em 9 de julho de 2021
  25.  Kettenmann, Andrea (1993). Frida Kahlo, 1907-1954 : pain and passion. Frida Kahlo. Köln: Benedikt Taschen. pp. 17–18. OCLC 30799995
  26.  Ankori, Gannit (2002). Imaging her selves : Frida Kahlo's poetics of identity and fragmentation. Westport, Conn.: Greenwood Press. p. 101. OCLC 46785322
  27.  www.biography.com (ed.). «Frida Kahlo bus accident». Consultado em 16 de abril de 2019
  28.  Frida Kahlo (em inglês) no Find a Grave
  29. ↑ Ir para:a b «Largest-ever exhibit of Frida Kahlo work to open in Mexico»Agence France PresseYahoo News. 29 de maio de 2007. Consultado em 30 de maio de 2007
  30.  «Centenary show for Mexican painter Kahlo breaks attendance records». People's Daily Online. 14 de agosto de 2007. Consultado em 21 de agosto de 2007
  31.  IMDB - "Frida Kahlo, naturaleza viva"
  32.  «Pintura de Frida Kahlo arrematada por valor recorde em leilão»
  33.  «Frida Kahlo 'Diego y yo' self-portrait sells for $34.9 million»

Ligações externas

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SANTA MARIA GORETI - 6 DE JULHO DE 2022

 

Maria Goretti

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Disambig grey.svg Nota: Para outros significados, veja Santa Maria Goretti (desambiguação).
Maria Goretti
A única fotografia conhecida de Santa Maria Goretti, sobre um balde, alimentando os animais, em 1902
Virgem e Mártir
NascimentoCorinaldo 
16 de outubro de 1890
MorteNettuno 
6 de julho de 1902 (11 anos)
ProgenitoresMãe: Assunta Carlini
Pai: Luigi Goretti
Veneração porIgreja Católica
Beatificação27 de abril de 1947
Vaticano
por Papa Pio XII
Canonização24 de junho de 1950
Vaticano
por Papa Pio XII
Festa litúrgica6 de Julho
Gloriole.svg Portal dos Santos

Maria Teresa Goretti (Corinaldo16 de outubro de 1890 – Nettuno6 de julho de 1902), foi uma jovem católica italianavenerada como santa e mártir, brutalmente assassinada aos 11 anos de idade, ao recusar-se fornicar numa tentativa de estupro.

Biografia

Maria Teresa nasceu em Corinaldo, Província de AnconaItália, filha de um pobre casal de agricultores Luigi Goretti e Assunta Carlini. Era a terceira de sete filhos. Suas irmãs chamavam-se Teresa e Ersilia; seus irmãos eram Angelo, Sandrino, Mariano e Antônio (nascido morto).

A vida da pequena Maria, até o seu assassinato, não foi diferente da dos filhos de muitos trabalhadores rurais que tiveram que deixar suas terras para buscar sustento em outros lugares: analfabetismo, desnutrição e trabalho pesado desde a infância.

Aos 6 anos sua família foi forçada a deixar a fazenda e trabalhar para outros fazendeiros, para poder se sustentarem. Em 1899, mudaram-se para Le Ferriere, próximo da cidade de Latina, depois para Nettuno, no Lácio, onde viviam no prédio conhecido como "La Cascina Antica", partilhado com a família Serenelli, cujo filho Alessandro Serenelli viria a matá-la, três anos depois.

O pai de Maria contraiu malária e morreu quando esta tinha apenas nove anos, em 6 de maio de 1900. Enquanto seus irmãos, mãe e irmãs mais velhas trabalhavam nos campos sob condições sub-humanas, Maria cozinhava, limpava a casa e cuidava de sua irmã menor. Era uma vida extremamente difícil e miserável, mas a família estava sempre próxima, compartilhando um profundo amor por Deus e sua fé.

Morte

Em 5 de julho de 1902, Alessandro, então com 20 anos, encontrou a menina de 11 anos costurando, sozinha em casa. Ele entrou e a ameaçou de morte se ela recusasse a ter relações sexuais com ele. A intenção era estuprá-la, porém, ela não se submeteu e, mesmo após as investidas do rapaz ardente do desejo lascivo, manteve-se resoluta em não pecar contra a castidadeAgarrada à força, ajoelhou-se, protestando que seria um pecado mortal e advertiu Alessandro de que a alma dele poderia ir para o Inferno se consumasse o ato de fornicação. Como ele não cedia, ela desesperadamente lutou para evitar o estupro, e gritava "Não! É um pecado! Deus não gosta disto!". Alessandro primeiro tentou controlá-la, mas como ela insistia que preferia morrer a perder sua inocênciapureza e decência, ele a apunhalou 11 vezes. Ferida, Maria tentou alcançar a porta, mas ele a agarrou e deu mais três punhaladas, antes de fugir. O episódio é análogo ao da Beata Alexandrina.

Em 2002 o jornalista Noel Crusz[nota 1] escreveu o livro "Maria Goretti-Saint under siege" ("Maria Goretti-Santa sob assédio"),[1] baseado em entrevistas de Alessandro Serenelli e de Ersilia, uma irmã de Maria, feitas em 1952, adiciona novos detalhes: em 5 de Julho de 1902, às 15h00 horas, Serenelli que insistentemente pedia favores sexuais à menina, aproximou-se. Ela estava cuidando de sua irmã menor, na casa da família. Ele a ameaçou com uma adaga de quase 30 centímetros. Quando Maria recusou, como sempre fazia, ele a deu 14 facadas. Os ferimentos atingiram a garganta, coração, pulmões e diafragma. Os cirurgiões no hospital ficaram surpresos que ela ainda estivesse viva. Na presença do chefe de polícia, Maria disse a sua mãe que Alessandro já havia tentado estuprá-la duas vezes mas que ela não contara a ninguém porque ele a ameaçara de morte.

A irmã menor de Maria acordou com o barulho e começou a chorar. Ao acorrerem, o pai de Alessandro e Assunta viram Maria a sangrar e levaram-na para o hospital em Netuno, onde foi operada sem anestesia. Porém, os ferimentos estavam além da capacidade dos médicos. Durante a cirurgia, Maria recobrou os sentidos e insistiu que preferia ficar acordada. O farmacêutico do hospital respondeu: "Maria, quando estiveres no céu, pense em mim". Ela olhou para o homem e disse: "Mas quem sabe qual de nós chegará primeiro ao céu?". Ele respondeu: "Você, Maria". "Então ficarei feliz em pensar em você". No dia seguinte, ela perdoou seu agressor e afirmou que gostaria de encontrá-lo no Céu. Morreu vinte horas após o ataque enquanto olhava uma bela pintura da Virgem Maria. Inspirada em suas mestras Santa Cecília e Santa Inês, aceitou o martírio piedosamente.

A morte ocorreu devido a septicemia após a cirurgia. O funeral foi celebrado em 8 de julho de 1902 na capela do hospital, e o corpo da adolescente foi enterrado no cemitério municipal. O relatório da autópsia revelou: Tereza morreu aos 11 anos de idade, tinha 1,38 m de altura e aparentava estar visivelmente abaixo do peso, além de apresentar sintomas de malária avançada.

A devoção a Maria Goretti se espalhou entre as camadas mais humildes da população, especialmente as rurais, pertencente ao mesmo mundo em que a pequena mártir havia crescido. O próprio regime fascista tentou aproveitar a devoção popular para favorecer o nascimento de um ícone local caro aos camponeses dos pântanos recuperados. Mesmo após a queda do fascismo e da dinastia Sabóia, nos anos cinquenta, a imagem de Maria Goretti permaneceu popular mesmo entre os não-católicos, a tal ponto que o líder comunista Enrico Berlinguer apontou para a coragem e tenacidade da santinha como um exemplo imitar para os jovens militantes comunistas. Em 1953, o líder do Partido Comunista Italiano Palmiro Togliatti propôs Maria Goretti como modelo de vida para os jovens membros comunistas da FGCI, a Federação da Juventude Comunista Italiana.

A partir dos anos setenta, em um período de afirmação do feminismo, a figura de Maria Goretti gradualmente perdeu popularidade na Itália, porque consideram Goretti ligada à visão tradicional das mulheres, que devem ser castas, modestas e recatadas, dedicadas ao trabalho do lar.

Imagem de Santa Maria Goretti que está no altar- mor da Capela de Santa Maria Goretti, em Currais Novos-Rio Grande do Norte, no Brasil

Prisão e arrependimento de Serenelli

Alessandro Serenelli era filho de agricultores, tão miseráveis quanto a família da vítima e de todos os desgraçados agricultores daquela região pobre da Itália. Ele foi capturado logo após atacar Maria. Serenelli, no julgamento, confessou ter preparado a arma e decidiu usá-la se a menina resistisse a ele. Ele também confessou que a decisão de matar Maria foi parcialmente motivada pelo desejo de escapar da vida intolerável nos campos, na crença de que a vida na prisão era preferível ao trabalho degradante e da miséria em que vivia. É possível que o jovem Alessandro, vindo de uma família na qual numerosos membros haviam mostrado sinais de desequilíbrio mental, sendo ele filho de um pai alcoólatra, encontrasse-se realmente impotente e mortalmente preterido ante a desafortunada vítima, uma vez que ele percebeu que não poderia consumar a conjunção carnal na menina.

Inicialmente, seria condenado à prisão perpétua, mas como era menor, a sentença foi comutada para 30 anos na prisão. Ele manteve-se isolado do mundo por três anos, sem demonstrar arrependimento algum pelo ocorrido. Até o bispo local, Monsenhor Giovanni Blandini visitá-lo na cadeia. Serenelli escreveu uma nota de agradecimento ao bispo, pedindo que o incluísse em suas orações e contando sobre um sonho que tivera, onde a santa lhe alcançava flores, que se queimavam imediatamente em suas mãos.

Após sair da prisão, visitou a mãe de Maria, Assunta, e implorou seu perdão. Ela respondeu que se a filha lhe havia perdoado em seu leito de morte, ela não poderia fazer diferente. No seguinte, ambos foram juntos à Santa Missa, recebendo a Eucaristia lado a lado. Ele foi aceito na Ordem dos Frades Menores Capuchinhos, vivendo em um monastério e trabalhando como recepcionista e jardineiro até morrer tranquilamente em 1970. Referia-se a Maria como "sua pequena santa" e esteve presente na sua canonização.

Beatificação e canonização

Em 27 de abril de 1947, o Papa Pio XII celebrou a cerimonia de beatificação na Basílica de São Pedro. Ao final da celebração, o Papa caminhou até Assunta, a mãe de Maria. "Quando eu vi o Papa vindo na minha direção, eu rezei, Nossa Senhora, por favor me ajude. Ele colocou sua mão na minha cabeça e disse, abençoada mãe, feliz mãe, mãe de uma abençoada por Deus. Ambos tinham lágrimas nos olhos.

Três anos após, em 24 de junho de 1950, o Papa Pio XII canonizou Goretti como santa, a "Santa Agnes do século XX". Assunta estava presente na cerimónia, junto com os quatro irmãos e irmãs ainda vivos. Segundo algumas fontes, ela foi a primeira mãe a estar presente na canonização de seu filho. Mas, talvez, seja a segunda, pois a mãe de São Luiz Gonzaga talvez tenha estado presente na sua canonização. Alessandro Serenelli, o assassino, também estava presente na celebração.

A celebração foi realizada na Praça São Pedro, em frente à Basílica. Uma multidão de 500 mil pessoas assistiu à celebração, na sua maioria jovens, vindos de vários países do mundo. O Papa perguntou a eles: "Jovens, prazer ao olhos de Jesus, vocês estão determinados a resistir a todos os ataques à castidade com a ajuda da graça de Deus?". A resposta foi um grande "sim".

Os três irmãos contaram que Santa Maria Goretti interveio miraculosamente nas suas vidas. Angelo ouviu sua voz orientando-o a emigrar para a América. Sandrino recebeu uma quantia de dinheiro para pagar sua viagem aos EUA, de maneira inesperada. Faleceu em 1917, ao lado do irmão Angelo. Este, por sua vez, faleceu em 1964, quando retornou para a Itália. O terceiro irmão, Mariano, enquanto lutava na I Grande Guerra, recebeu ordens de abandonar a trincheira e atacar. Neste momento, teve uma visão de Santa Maria Goretti dizendo-lhe para desobedecer e permanecer na trincheira. De todo batalhão, ele foi o único a salvar-se.

Seu corpo é mantido em uma cripta na Basilica de Santa Maria delle Grazie e Santa Maria Goretti, em Nettuno, ao sul de Roma. Nenhuma foto de Maria Goretti era conhecida até 2017, quando a revista italina Famiglia Cristiana, depois de longos anos de meticulosa investigação, afirmou tê-la encontrado.[2]

Representações e homenagens

A Festa de Santa Goretti é celebrada em 6 de julho. Maria é a santa da castidade, vítimas de estupro, juventude, pobreza, pureza e perdão. É representada como uma menina da cabelo ondulados, em roupas simples, carregando lírios, tradicional sinal de pureza na iconografia católica. Também pode estar trajando vestes brancas.

Há várias igrejas, capelas e paróquias dedicadas à santa. Sua devoção se espalhou quase que instantaneamente após a canonização. Na América, a primeira comunidade dedicada a Santa Maria Goretti, foi em Belo Horizonte (Minas GeraisBrasil) no dia 5 de outubro de 1950 tendo a Capela criada após. Como outras igrejas dedicada a ela é a Capela de Santa Maria Goretti, em Currais Novos (Rio Grande do NorteBrasil), fundada em 1952. Como outras Capelas pelo Brasil, também foi fundada em setembro de 1992 em São José do Rio Preto SP, a Capela Santa Maria Goretti, hoje sobre a orientação espiritual do Padre Leonildo I. Pierim. Em Maringá, no Paraná, a Paróquia Santa Maria Goretti foi fundada no dia 3 de setembro de 1964 por Dom Jaime Luiz Coelho (1.º Arcebispo de Maringá-PR), sendo nomeado o Padre Raimundo Le Goff, como o primeiro Pároco. Atualmente, a Paróquia é administrada pelo Pe. Reginaldo Teruel Anselmo e congrega muitos devotos. Na cidade de Guarulhos, estado de São Paulo, no bairro dos Pimentas, comunidade Vila Any, também foi edificada uma capela em homenagem a Santa Maria Goretti. A Paróquia Santa Maria Goretti em Belém, foi erigida pelo então Arcebispo Metropolitano Dom Alberto Gaudêncio Ramos, no dia 15 de maio de 1983, quando foi desmembrada da Paróquia São Pedro e São Paulo.

A Paróquia de Santa Teresinha do Menino Jesus, na cidade de Botucatu/SP, recebeu em 2019 parte dos ossos de Santa Maria Goretti e fez o seu sepultamento lá.

Ver também

Notas

  1.  Noel Crusz foi um jornalista nascido no Sri Lanka, trabalhou na BBCRádio Vaticano e Rádio Voz da América. Morreu em 2006. Fonte: Fremantle press_Noel Crusz Arquivado em 5 de novembro de 2013, no Wayback Machine.

    Referências

    1.  «Maria Goretti - Saint under siege» (em inglês). Sunday times (Sri Lanka)
    2.  «La Foto di Maria Goretti». Famiglia Cristiana. 10 de julho de 2017. Consultado em 6 de julho de 2019

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