Soldados ucranianos conversam com morador que teve a casa atingida por bombardeio russo em Luhansk, no leste, parte da região onde a Rússia trava há semanas batalhas contra tropas ucranianas, em 3 de junho de 2022. — Foto: Serhii Nuzhnenk/ Reuters
A guerra na Ucrânia "não terá vencedor", afirmou nesta sexta-feira (3) o secretário-geral adjunto e coordenador de crises da Organização das Nações Unidas (ONU), Amin Awad, no dia em que a invasão russa completa cem dias.
"Esta guerra não tem e não terá vencedor. Precisamos de paz. A guerra deve cessar", declarou.
Também nesta sexta-feira, o ministro da Defesa da Ucrânia, Oleksii Reznikov, disse acreditar que o Kremlin está tentando levar a guerra para uma "fase prolongada" porque as tropas do país estão construindo bases de defesa nas regiões ocupadas do sul da Ucrânia.
""Em vez de avançar, as forças russas estão construindo várias camadas de defesa. O Kremlin quer encaminhar este conflito a uma fase prolongada", afirmou.
A invasão russa iniciada em 24 de fevereiro tem também "um preço elevado para os civis", destacou Awad, que citou "a destruição e a devastação de cidades e localidade" e as perdas de "vidas, casas, empregos e perspectivas".
Fumaça após bombardeio russo na cidade de Severodonetsk, na Ucrânia, em 30 de maio de 2022. — Foto: Aris Messinis / AFP
Há várias semanas, o foco dos ataques russos é a região do Donbass, no leste, onde já havia movimentos separatistas pró-russos antes da invasão, e em cidades do sul, que a Rússia tenta conquistar para criar um cinturão de dominação desde a Crimeia, região ucraniana anexada por Moscou em 2014, até a fronteira entre os dois países.
Civis que deixaram a área da siderúrgica Azovstal, em Mariupol, no sul, a primeira cidade que a Rússia conquistou completamente na Ucrânia. — Foto: Alexander Ermochenko/Reuters
O Kremlin já mencionou inclusive a possibilidade de convocar referendos nessa áreas com o objetivo de anexar os territórios ocupados.
Awad afirmou ainda que em pouco menos de três meses "quase 14 milhões de ucranianos foram obrigados a fugir de suas casas, a maioria mulheres e crianças", o que chamou de um fenômeno "sem precedentes na história".