quinta-feira, 19 de maio de 2022

MÁRIO DE SÁ CARNEIRO - POETA - NASCEU EM1890 - 19 DE MAIO DE 2022

 

Mário de Sá-Carneiro

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Disambig grey.svg Nota: Para o político português com o mesmo sobrenome, veja Francisco Sá Carneiro.
Mário de Sá-Carneiro
Mário de Sá Carneiro
Nascimento19 de maio de 1890
LisboaPortugal
Morte26 de abril de 1916 (25 anos)
Hôtel de Nice, ParisFrança
ResidênciaLisboa: Travessa do Carmo
NacionalidadePortugal portuguesa
OcupaçãoEscritor
Gênero literárioModernismo
Magnum opusCéu em Fogo
Assinatura
AssinaturaMárioDeSáCarneiro.svg

Mário de Sá-Carneiro (Lisboa19 de Maio de 1890 — Paris26 de Abril de 1916) foi um poetacontista e ficcionista português, um dos grandes expoentes do modernismo em Portugal e um dos mais reputados membros da Geração d’Orpheu.[1]

Biografia

Edifício na Rua da Conceição, na Baixa Pombalina, onde nasceu Mário de Sá-Carneiro em 1890

Nasceu no seio de uma abastada família, sendo filho e neto de militares. O seu pai era Carlos Augusto de Sá-Carneiro e a sua mãe, Águeda Maria de Sousa Peres Marinello. Órfão de mãe com apenas dois anos (1892), ficou entregue ao cuidado dos avós, indo viver para a Quinta da Vitória, na freguesia de Camarate, às portas de Lisboa, aí passando grande parte da infância.

Começa a escrever poesia aos 12 anos, sendo que aos 15 já traduzia Victor Hugo e com 16 Goethe e Schiller. No liceu teve ainda algumas experiências episódicas como ator.

Em 1911, com 21 anos, vai para Coimbra, onde se matricula na Faculdade de Direito, mas não conclui sequer o primeiro ano.

Desiludido com a «cidade dos estudantes», segue para Paris a fim de prosseguir os estudos superiores, com o auxílio financeiro do pai. Cedo, porém, deixou de frequentar as aulas na Sorbonne, dedicando-se a uma vida boémia, deambulando pelos cafés e salas de espectáculo, chegando a passar fome e debatendo-se com os seus desesperos, situação que culminou na ligação emocional a uma prostituta, a fim de combater as suas frustrações e desesperos.

Sá-Carneiro conhecera em 1912 aquele que foi, sem dúvida, o seu melhor amigo: Fernando Pessoa. Já na capital francesa viria a conhecer Guilherme de Santa-Rita (Santa-Rita Pintor). Inadaptado socialmente e psicologicamente instável, foi neste ambiente que compôs grande parte da sua obra poética e a correspondência com o seu confidente Fernando Pessoa; é, pois, entre 1912 e 1916 (o ano da sua morte), que se inscreve a sua fugaz – e no entanto assaz profícua – carreira literária.

El-Rei
Quando chego o piano estala agoiro
E medem-se os convivas logo, inquietos;
Alargam-se as paredes, sobem tectos;
Paira um Luxo de Adaga em mão de moiro.
Meu intento porém é todo loiro
E a cor-de-rosa, insinuando afectos,
Mas ninguém se me expande...os meus dilectos
Frenesis ninguém brilha! Excesso de Oiro...
Meu Dislate a conventos longos orça.
Pra medir minha Zoina, aquém e além,
Só mítica, de alada, esguia corça.
Quem me convida mesmo não faz bem:
Intruso ainda - quando, à viva força,
A sua casa me levasse alguém...
Mário de Sá-Carneiro (Janeiro de 1916)

Entre 1913 e 1914 Mário Sá-Carneiro viaja para Lisboa com uma certa regularidade, regressando à capital, devido à deflagração do conflito entre a Sérvia e a Áustria-Hungria, o qual a breve trecho se tornou uma conflagração à escala europeia – a I Guerra Mundial.

Com Fernando Pessoa e ainda Almada Negreiros integrou o primeiro grupo modernista português (o qual, influenciado pelo cosmopolitismo e pelas vanguardas culturais europeias, pretendia escandalizar a sociedade burguesa e urbana da época), sendo responsável pela edição da revista literária Orpheu, editada por António Ferro (e que por isso mesmo ficou sendo conhecido como a Geração d’Orpheu ou Grupo d’Orpheu),[1] um verdadeiro escândalo literário à época, motivo pelo qual apenas saíram dois números (Março e Junho de 1915; o terceiro, embora impresso, não foi publicado, tendo os seus autores sido alvo da chacota social) – ainda que hoje seja, reconhecidamente, um dos marcos da história da literatura portuguesa, responsável pela agitação do meio cultural português, bem como pela introdução do Modernismo em Portugal.[1]

Também teve colaboração em diversas publicações periódicas, nomeadamente no semanário Azulejos [2] (1907-1909); na II série da revista Alma nova[3] (1915-1918) e na revista Contemporânea[4] (1915-1926), e pode ainda encontrar-se colaboração da sua autoria, publicada postumamente, na revista Pirâmide [5] (1959-1960) e Sudoeste [6] (1935).

Em Julho de 1915 regressa a Paris, escrevendo a Pessoa cartas de uma crescente angústia, das quais ressalta não apenas a imagem lancinante de um homem perdido no «labirinto de si próprio», mas também a evolução e maturidade do processo de escrita de Sá-Carneiro.

Uma vez que a vida que trazia não lhe agradava, e aquela que idealizava tardava em se concretizar, Sá-Carneiro entrou numa cada vez maior angústia, que viria a conduzi-lo ao seu suicídio prematuro, perpetrado no Hôtel de Nice, no bairro de Montmartre em Paris, com o recurso a cinco frascos de arseniato de estricnina. Embora tivesse adiado por alguns dias o dramático desfecho da sua vida, numa «carta de despedida» para Fernando Pessoa, Mário de Sá-Carneiro revela as suas razões para se suicidar:

Paris - 31 Março 1916
Meu Querido Amigo.
A menos de um milagre na próxima segunda-feira, 3 (ou mesmo na véspera), o seu Mário de Sá-Carneiro tomará uma forte dose de estricnina e desaparecerá deste mundo. É assim tal e qual – mas custa-me tanto a escrever esta carta pelo ridículo que sempre encontrei nas "cartas de despedida"... Não vale a pena lastimar-me, meu querido Fernando: afinal tenho o que quero: o que tanto sempre quis – e eu, em verdade, já não fazia nada por aqui... Já dera o que tinha a dar. Eu não me mato por coisa nenhuma: eu mato-me porque me coloquei pelas circunstâncias – ou melhor: fui colocado por elas, numa áurea temeridade – numa situação para a qual, a meus olhos, não há outra saída. Antes assim. É a única maneira de fazer o que devo fazer. Vivo há quinze dias uma vida como sempre sonhei: tive tudo durante eles: realizada a parte sexual, enfim, da minha obra – vivido o histerismo do seu ópio, as luas zebradas, os mosqueiros roxos da sua Ilusão. Podia ser feliz mais tempo, tudo me corre, psicologicamente, às mil maravilhas: mas não tenho dinheiro. [...]
Mário de Sá-Carneiro,
carta para Fernando Pessoa.[7]
Fim
Quando eu morrer batam em latas,
Rompam aos saltos e aos pinotes,
Façam estalar no ar chicotes,
Chamem palhaços e acrobatas!

Que o meu caixão vá sobre um burro
Ajaezado à andaluza...
A um morto nada se recusa,
E eu quero por força ir de burro!
Mário de Sá-Carneiro,
Paris, 1916.[8]


Contava apenas vinte e cinco anos. Extravagante tanto na morte como em vida (de que o poema Fim é um dos mais belos exemplos), convidou para presenciar a sua agonia o seu amigo José de Araújo. E apesar de o grupo modernista português ter perdido um dos seus mais significativos colaboradores, nem por isso o entusiasmo dos restantes membros esmoreceu – no segundo número da revista Athena, Pessoa dedicou-lhe um belo texto, apelidando-o de «génio não só da arte como da inovação dela», e dizendo dele, retomando um aforismo das Báquides (IV, 7, 18), de Plauto, que «Morre jovem o que os Deuses amam» (tradução literal de Quem di diligunt adulescens moritur).

Génio na arte, não teve Sá-Carneiro nem alegria nem felicidade nesta vida. Só a arte, que fez ou que sentiu, por instantes o turbou de consolação. São assim os que os Deuses fadaram seus. Nem o amor os quer, nem a esperança os busca, nem a glória os acolhe. Ou morrem jovens, ou a si mesmos sobrevivem, íncolas da incompreensão ou da indiferença. Este morreu jovem, porque os Deuses lhe tiveram muito amor.
Mas para Sá-Carneiro, génio não só da arte mas da inovação nela, juntou-se, à indiferença que circunda os génios, o escárnio que persegue os inovadores, profetas, como Cassandra, de verdades que todos têm por mentira. In qua scribebat, barbara terrafuit. Mas, se a terra fora outra, não variara o destino. Hoje, mais que em outro tempo, qualquer privilégio é um castigo. Hoje, mais que nunca, se sofre a própria grandeza. As plebes de todas as classes cobrem, como uma maré morta, as ruínas do que foi grande e os alicerces desertos do que poderia sê-lo. O circo, mais que em Roma que morria, é hoje a vida de todos; porém alargou os seus muros até os confins da terra. A glória é dos gladiadores e dos mimos. Decide supremo qualquer soldado bárbaro, que a guarda impôs imperador. Nada nasce de grande que não nasça maldito, nem cresce de nobre que se não definhe, crescendo. Se assim é, assim seja! Os Deuses o quiseram assim.
Fernando Pessoa
Athena n.º 2, Lisboa, Novembro, 1924.


Placa que assinala o edifício onde Mário de Sá-Carneiro se suicidou, em 26 de abril de 1916
(Rua Victor-Massé 29, Paris).

Verdadeiro insatisfeito e inconformista (nunca se conseguiu entender com a maior parte dos que o rodeavam, nem tão pouco ajustar-se à vida prática, devido às suas dificuldades emocionais), mas também incompreendido (pelo modo com os contemporâneos olhavam o seu jeito poético), profetizou acertadamente que no futuro se faria jus à sua obra, no que não falhou.

Com efeito, reconhecido no seu tempo apenas por uma fina élite, à medida que a sua obra e correspondência foi publicada, ao longo dos anos, tornou-se acessível ao grande público, sendo atualmente considerado um dos maiores expoentes da literatura moderna em língua portuguesa.

A terra que o acolheu na infância – Camarate –, e a quem ele dedicou também algumas das suas poesias, homenageou-o, conferindo o seu nome a uma escola local. O seu poema Fim foi musicado por um grupo português no final dos anos 1980, os Trovante. Mais tarde, o seu poema O Outro foi também musicado pela cantora brasileira Adriana Calcanhotto.

As suas influências literárias são de Edgar Allan PoeOscar WildeCharles BaudelaireStéphane MallarméFiódor DostoievskiCesário Verde e António Nobre. Este escritor influenciou vários outros, entre eles Eugénio de Andrade.

Em 1949 a Câmara Municipal de Lisboa homenageou o escritor dando o seu nome a uma rua junto à Avenida da Igreja, em Alvalade.[9]


Carreira

Mário de Sá-Carneiro

Na fase inicial da sua obra, Mário de Sá-Carneiro revela influências de várias correntes literárias, como o decadentismo, o simbolismo, ou o saudosismo, então em franco declínio; posteriormente, por influência de Pessoa, viria a aderir a correntes de vanguarda, como o interseccionismo, o paulismo ou o futurismo.

Nessas pôde exprimir com vontade a sua personalidade, sendo notórios a confusão dos sentidos, o delírio, quase a raiar a alucinação; ao mesmo tempo, revela um certo narcisismo e egolatria, ao procurar exprimir o seu inconsciente e a dispersão que sentia do seu «eu» no mundo – revelando a mais profunda incapacidade de se assumir como adulto consistente.

O narcisismo, motivado certamente pelas carências emocionais (era órfão de mãe desde a mais terna puerícia), levou-o ao sentimento da solidão, do abandono e da frustração, traduzível numa poesia onde surge o retrato de um inútil e inapto. A crise de personalidade levá-lo-ia, mais tarde, a abraçar uma poesia onde se nota o frenesi de experiências sensórias, pervertendo e subvertendo a ordem lógica das coisas, demonstrando a sua incapacidade de viver aquilo que sonhava – sonhando por isso cada vez mais com a aniquilação do eu, o que acabaria por o conduzir, em última análise, ao seu suicídio. Estudos recentes evocam a influencia de Oscar Wilde na obra do autor dias antes do seu suicídio. Acredita-se que, atormentado pela leitura de De Profundis, Mário de Sá-Carneiro teria visto o ponto final de sua vida e sua carreira.

Embora não se afaste da metrificação tradicional (redondilhasdecassílabosalexandrinos), torna-se singular a sua escrita pelos seus ataques à gramática, e pelos jogos de palavras. Se numa primeira fase se nota ainda esse estilo clássico, numa segunda, claramente niilista, a sua poesia fica impregnada de uma humanidade autêntica, triste e trágica.

Por fim, as cartas que trocou com Pessoa, entre 1912 e o seu suicídio, são como que um autêntico diário onde se nota paralelamente o crescimento das suas frustrações interiores.

Obras

Amizade (1912)

Publicada em 1912Amizade, é a primeira peça que escreve. Mário de Sá-Carneiro divide a autoria desta obra com Tomás Cabreira Júnior, seu colega do Liceu Camões em Lisboa. O fato de hoje podermos ler esta peça deve-se a um acaso. Dos dois colegas e autores da peça AmizadeTomás Cabreira Júnior era o único dos dois que tinha os manuscritos. Por qualquer motivo era Sá-Carneiro quem os tinha consigo aquando do suicídio de Tomás Cabreira Júnior, que antes de cometer tal ato destruiu toda a sua obra.

Princípio (1912)

No ano de 1912, o autor dá à estampa um conjunto de novelas que reúne sob o título Princípio.

A Confissão de Lúcio (1914)

Inaugurando um estilo até então em si desconhecido, o romance, Mário de Sá-Carneiro publica, em 1914,[10] A Confissão de Lúcio. A temática desta obra gira em torno do fantástico e é um óptimo espelho da época de vanguarda que foi o modernismo português.

Dispersão (1914)

O ano de 1913 veio a revelar-se de uma pujança criativa inigualável. Não só variou dentro da prosa, como apresenta ao público a sua primeira obra de poesia: Dispersão. Esta obra é composta por doze poemas e a sua primeira edição foi revista quer pelo autor quer pelo seu grande amigo, e também poeta, Fernando Pessoa.

Céu em Fogo (1915)

Em 1915, volta a reunir novelas, mais precisamente oito, num volume a que dá o título de Céu em Fogo.[11] Estas novelas revelam igualmente as mesmas perturbações e obsessões que já a sua poesia expressava.

Obras Póstumas

Nem tudo aquilo que Sá-Carneiro produziu em vida veio a ser publicado, ainda que muitas coisas, além dos seus livros, tenha deixado espalhadas pelas publicações em que participou, como as revistas Orpheu ou Portugal Futurista.

Indícios de Oiro (1937)

Do qual Mário de Sá-Carneiro não chegou a publicar em vida Indícios de Oiro, publicada em 1937 pelas Edições Presença, é o conjunto de trabalhos seus mais significativo do conjunto da sua obra.

Correspondência

A sua correspondência com outros membros do Orpheu foi também reunida em volumes póstumos: Cartas a Fernando Pessoa (2 vols., 1958-1959), Cartas de Mário de Sá-Carneiro a Luís de Montalvor, Cândia Ramos, Alfredo Guisado e José Pacheco (1977), Correspondência Inédita de Mário de Sá-Carneiro a Fernando Pessoa (1980).

Obra poética. Poesia completa, incluindo os primeiros poemas e poemas dispersos

Edição e organização por António Quadros. Sintra: Publicações Europa-América, 1985.

Antologia poética

Edição literária de António Gonçalves. Ilustrações de Tiago Manuel. Matosinhos: Kalandraka, 2012, coleção Treze Lunas.

Correspondência com Fernando Pessoa

Edição e notas por Teresa Sobral Cunha. Lisboa: Relógio de Água, 2003, 2 vol.

Traduções

De Sá-Carneiro existe ainda uma tradução da peça Les Fossiles, de François de Curel, em parceria com António Ponce de Leão.

Em outras línguas

  • «Poemes». En Poesia gallega, portuguesa i brasilera moderna. Traducció de Josep Maria Llompart. Barcelona: Edicions 62-La Caixa, 1988, pàgs. 53-57.
  • Lúcio's Confession. Translated from the Portuguese by Margaret Jull Costa and with a forword by Eugénio Lisboa. Sawtry, Cambridgeshire, UK: Lightpoint Press, 1993, col. Decadence from Dedalus, 121 p. ISBN: 1873982801.
  • Prémices. Dominique Touati (tr.). Paris: La Différence, 1994.
  • Ciel en feu. Dominique Touati (tr.). Paris: La Différence, 1987; 2e éd. 1990.
  • La Confession de Lúcio. Dominique Touati (tr.). Paris: La Différence, 2000.
  • Quasi e altre poesie. Traduzione e cura di Alessandro Ghignoli. Pistoia: Via del Vento, 2003.
  • Poésies completes. Traduit par Dominique Touati et Michel Chandeigne; préfacé par Teresa Rita Lopes, avec un texte de Fernando Pessoa et les dernières lettres à lui adressées par Mário de Sá-Carneiro. Paris: La Différence, 2007, col. Minos.
  • Lettres à Fernando Pessoa. Traduction de Jorge Sedas Nunes et Dominique Bussillet, Falaise: Impeccables, 2015.
  • Poesía completa. Traducción y prólogo de Manuel Vicente Rodríguez. Valencina de la Concepción: Renacimiento, 2016, col. Traducciones 25.
  • Великая тень / A Grande Sombra. Sel. de textos A. Chernov; int. pref. e notas M. M. Maznyak; trad. M. Kazarovich, M. Maznyak, A. Khusnutdinova, A. Chernov. Moscovo: Rudomino, 2016, col. Biblioteca Lusitana, 448 p. ISBN 978-5-00087-112-6.
  • Poesia completa. Cartes a Fernando Pessoa. Traducció i introducció de Vicent Berenguer. Gandia: Lletra Impresa, 2017, col. Rara Avis 4.

Referências

  1. ↑ Ir para:a b c «Mário de Sá-Carneiro»R7. Algo Sobre. Consultado em 2 de fevereiro de 2013
  2.  Rita Correia (3 de Novembro de 2016). «Ficha histórica: Azulejos : semanario illustrado de sciencias, lettras e artes (1907-1909)» (PDF)Hemeroteca Municipal de Lisboa. Consultado em 28 de novembro de 2016
  3.  Rita Correia (19 de julho de 2011). «Ficha histórica: Alma Nova: revista ilustrada (II Série) (1915-1918)» (PDF)Hemeroteca Municipal de Lisboa. Consultado em 13 de março de 2015
  4.  «Contemporânea». hemerotecadigital.cm-lisboa.pt; cópia digital, Hemeroteca Digital. 1915
  5.  Daniel Pires (1999). «Ficha histórica: Pirâmide : antologia (1959-1960)» (PDF)Dicionário da Imprensa Periódica Literária Portuguesa do Século XX (1941-1974) | Lisboa, Grifo, 1999 | Vol.II, 1º Tomo | pp. 46Hemeroteca Municipal de Lisboa. Consultado em 20 de março de 2015
  6.  Rita Correia (18 de maio de 2011). «Ficha histórica: Sudoeste : cadernos de Almada Negreiros (1935)» (PDF)Hemeroteca Municipal de Lisboa. Consultado em 5 de novembro de 2015
  7.  Cartas de Mário de Sá-Carneiro a Fernando Pessoa, ed. Manuela Parreira da Silva, Lisboa, Assírio & Alvim, 2006, p. 179-280, ISBN 978-989-609-534-5.
  8.  Athena n.º 2, Novembro 1924, p.46.
  9.  «Facebook»www.facebook.com. Consultado em 26 de abril de 2021
  10.  A confissão de Lúcio : narrativa.—1a ed.—Lisboa : M. Sá-Carneiro, 1914.—206, [2] p.
  11.  «Céu em Fogo»Bibliotrónica Portuguesa. Consultado em 26 de abril de 2021

Ligações externas

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SANTO IVO DE TREGUIER - 19 DE MAIO DE 2022

Ivo de Kermartin

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Ivo Hélory de Kermartin
Vitral de Santo Ivo em Huelgoat, na Bretanha
Frade Franciscano
NascimentoMinihy-Tréguier, na Bretanha, na França 
17 de outubro de 1253
MorteTrégor, na Bretanha, na França 
19 de maio de 1303 (49 anos)
Veneração porIgreja Católica
Canonização26 de junho de 1347
por Papa Clemente VI
Festa litúrgica19 de maio
Atribuiçõesuma bolsa em uma das mãos, representando todo o dinheiro que dava aos pobres e um pergaminho na outra mão, representando seu cargo de juiz eclesiástico. Também costuma ser representado entre um rico e um pobre.
Padroeirode todos os profissionais da área de Direito, especialmente dos advogados. É um dos dois santos padroeiros da Bretanha.
Gloriole.svg Portal dos Santos

Ivo Hélory de KermartinIvo de Tréguier ou Santo Ivo (Minihy-Tréguier17 de outubro de 1253 — 19 de Maio de 1303) é o santo católico padroeiro de todos os profissionais da área de Direito, especialmente dos advogados.[1] Seu nome em língua francesa é Yves Hélory de Kermartin.

Foi franciscano terciário (da Ordem Terceira de São Francisco).

Nascido em Minihy-Tréguier na Bretanha, na França, foi em Paris que mostrou o brilho da sua inteligência, no estudo da Filosofia, da Teologia e do Direito.

Ivo de Kermartin, ao voltar à sua terra natal, aceitou o encargo de ser juiz do tribunal eclesiástico na diocese de Rennes.[2] Com sua sabedoria, imparcialidade e espírito conciliador, desfazia as inimizades e conquistava o respeito até dos que perdiam as causas. A defesa intransigente dos injustiçados e dos necessitados deu-lhe o título de advogado dos pobres, um título que continuou merecendo ao tornar-se sacerdote e ao construir um hospital no solar de Kermatin que herdou dos pais,[3] onde cuidava dos doentes com as suas próprias mãos.

19 de maio[4] e a 23 de dezembro comemoram-se o seu dia de festa litúrgica.[5]

Em São Paulo, Brasil, existe uma igreja dedicada a Santo Ivo no Largo da Batalha com uma relíquia do santo exposta.

Cronologia

Referências

Commons possui uma categoria com imagens e outros ficheiros sobre Ivo de Kermartin


SÃO CELESTINO V - (PEDRO CELESTINO) - PAPA - 19 DE MAIO DE 2022

 

Papa Celestino V

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Celestino V
Santo da Igreja Católica
192° Papa da Igreja Católica
Atividade eclesiástica
OrdemOrdem de São Bento
DioceseDiocese de Roma
Eleição5 de julho de 1294
Entronização29 de agosto de 1294
Fim do pontificado13 de dezembro de 1294 (5 meses)
(renúncia)
PredecessorNicolau IV
SucessorBonifácio VIII
Ordenação e nomeação
Nomeação episcopal5 de julho de 1294
Ordenação episcopal29 de agosto de 1294
por Dom Hugues Cardeal Aycelin de BillomO.P.
Nomeado arcebispo5 de julho de 1294
Papado
Brasão
C o a Celestino V.svg
ConsistórioConsistórios de Celestino V
Santificação
Canonização3 de maio de 1313
Avinhão
por Papa Clemente V
Festa litúrgica19 de maio (não observada universalmente)
Dados pessoais
NascimentoMoliseItália
209/1210 ou 1215
MorteFumone
19 de maio de 1296 (81 anos)
Nacionalidadeitaliano
Nome nascimentoPietro del Murrone
SepulturaBasílica de Santa Maria de Collemaggio
dados em catholic-hierarchy.org
Categoria:Igreja Católica
Categoria:Hierarquia católica
Projeto Catolicismo
Lista de Papas

Papa São Celestino V O.S.B. (1209/1210 (ou 1215?) — 19 de maio de 1296), proveniente da ordem beneditina, papa de 29 de agosto a 13 de dezembro de 1294 (a lista oficial do Vaticano inicia este pontificado em 5 de julho, dia da eleição, mas Celestino não era bispo antes de ser consagrado bispo de Roma, em 29 de agosto).

Vida

Celestino é mais bem-conhecido por ser, constante e erroneamente, identificado como o primeiro papa a renunciar ao episcopado. Houve dois outros papas antes dele (e talvez um terceiro e um quarto) que renunciaram ao pontificado por uma razão ou outra. O primeiro foi Ponciano, preso e deportado no ano de 235 pelo imperador anticristão Maximino da Trácia, e o segundo, Silvério, forçado a abdicar em 537. Um terceiro papa, João XVIII (1003-1009), talvez tenha renunciado sob pressão. Um quarto, Bento IX, abdicou em favor do padrinho em 1045, mas foi reempossado em 1047. Um quinto papa, Gregório XII, renunciou em 1415, a fim de ajudar a solucionar o Grande Cisma Ocidental (1378-1417).

Nascido Pietro del Murrone (também Morrone), na região de Abruzzi, na Itália, décimo primeiro filho de pais camponeses, era simples eremita sob a regra de S. Bento, na ocasião em que o elegeram papa, aos 85 anos de idade, na Perugia, depois de uma vacância de 27 meses. Após a morte de Nicolau IV em 4 de abril de 1292, os doze cardeais-eleitores, divididos, por lealdade de família, entre os Orsini e os Collona, não conseguiram reunir os dois terços de votos necessários para a eleição. Duas vezes diversos deles saíram de Roma para fugir ao calor abrasador, enquanto os cardeais da poderosa família Collona ficaram para trás e tentaram realizar uma eleição sozinhos. Em outubro de 1293, o conclave tornou a se reunir em Perugia e aumentou a pressão sobre os cardeais para que elegessem alguém - pressão de Carlos II, rei da Sicília e de Nápoles, e de distúrbios em Roma e na região de Orvieto. Em 5 de julho de 1294, o decano do Colégio de Cardeais citou uma profecia do renomado eremita Pietro del Murrone segundo a qual os cardeais sofreriam o castigo divino, se não escolhessem logo um papa. O cardeal-decano também anunciou que votaria em Pietro. Gradativamente, a margem de Pietro alcançou dois terços e depois a unanimidade. Ele foi saudado como o "papa angélico", com base em um sonho do século XIII, de um papa que anunciaria a era do Espírito Santo.

Carlos II e seu filho escoltaram-no, montado em um burrico, até L'Aquila (cidade nos domínios de Carlos), onde Pietro foi consagrado bispo de Roma em sua igreja de Santa Maria di Collemaggio, em 29 de agosto. Adotou o nome Celestino V. Carlos providenciou para que o novo papa fosse residir em Nápoles, no Castel Nuovo, não em Roma, como a Cúria exigia. De Nápoles, Celestino fazia tudo que Carlos lhe ordenava: colocou homens da confiança dele em cargos importantes na Cúria e nos Estados pontifícios, nomeou doze cardeais que Carlos propôs, inclusive sete franceses, e nomeou o filho de Carlos, Luís de Toulousearcebispo de Lyon. Também reintroduziu as regras de conclave instituídas por Gregório X (1272-1276), que faziam do rei o guardião da eleição papal seguinte. Inculto (não falava latim) e, em geral, desnorteado, (às vezes nomeava duas pessoas para o mesmo beneficio), mostrou-se administrador inepto. Perto do Advento, propôs que três cardeais assumissem a responsabilidade pelo governo da Igreja enquanto ele jejuava e rezava. Quando o plano foi rejeitado, Celestino consultou o cardeal Benedetto Caetani (que lhe sucederia como Bonifácio VIII), famoso advogado canônico, sobre a possibilidade de renunciar. Caetani incentivou-o a fazê-lo e preparou todos os papéis e procedimentos necessários. Em 13 de dezembro, em consistório pleno, Celestino V leu a fórmula de abdicação que Caetani lhe preparara. Despojou-se da insígnia papal e, em um último apelo, exortou os cardeais a proceder imediatamente à eleição do seu sucessor. A renúncia provocou uma guerra de tratados pró e contra sua validade.

Quando o próprio Caetani foi eleito, providenciou para que Pietro não voltasse a seu eremitério no monte Murrone, como desejava. O novo papa temia que Pietro fizesse um ponto de reunião para um cisma. Pôs o ex-papa sob vigilância (da qual ele fugiu durante alguns meses) e acabou prendendo-o na torre de Caste Fumone, a leste de Ferentino, onde parece que Pietro não foi maltratado. Morreu de infecção causada por um abcesso, em 19 de maio de 1296. Em princípio, seu corpo foi sepultado em Ferentino, mas em 1317 foi transferido para Santa Maria di Collemaggio, em L'Aquila, onde foi coroado papa. Posteriormente, em 5 de maio de 1313, sob pressão do rei Filipe IV da França, inimigo ferrenho de Bonifácio VIII, o papa Clemente V canonizou Pietro, como confessor (isto é, alguém que sofreu pela fé, com exceção da morte), em vez de mártir, como Filipe queria.

Foi canonizado em Avinhão pelo papa Clemente V em 3 de Maio de 1313, sendo conhecido como São Pedro Celestino.

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