domingo, 24 de abril de 2022

VÉSPERA DA REVOLUÇÃO DE 25 DE ABRIL DE 1974 - 24 DE ABRIL DE 2022

 

Revolução de 25 de Abril de 1974

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Revolução dos Cravos
Revolução dos Cravos.jpg
Populares em festa num carro de combate, em Lisboa
Período25 abril 1974; há 47 anos
Local Portugal
Resultado
Causas
CaracterísticasGolpe de estadorevolução não violenta
Participantes do conflito
 MFA Estado Novo
Líderes
Baixas
4 civis mortos pela PIDE

Revolução de 25 de Abril, também conhecida como Revolução dos Cravos ou Revolução de Abril,[1] refere-se a um evento da história de Portugal resultante do movimento político e social, ocorrido a 25 de abril de 1974, que depôs o regime ditatorial do Estado Novo,[2] vigente desde 1933,[3] e que iniciou um processo que viria a terminar com a implantação de um regime democrático e com a entrada em vigor da nova Constituição a 25 de abril de 1976, marcada por forte orientação socialista.[4][5][6]

Esta ação foi liderada por um movimento militar, o Movimento das Forças Armadas (MFA), composto na sua maior parte por capitães[7] que tinham participado na Guerra Colonial e que tiveram o apoio de oficiais milicianos.[1][8] Este movimento surgiu por volta de 1973, baseando-se inicialmente em reivindicações corporativistas como a luta pelo prestígio das forças armadas,[9] acabando por atingir o regime político em vigor.[10] Com reduzido poderio militar e com uma adesão em massa da população ao movimento, a reação do regime foi praticamente inexistente e infrutífera, registando-se apenas quatro civis mortos e quarenta e cinco feridos em Lisboa, atingidos pelas balas da DGS.[11]

O movimento confiou a direção do país à Junta de Salvação Nacional, que assumiu os poderes dos órgãos do Estado.[12] A 15 de maio de 1974, o General António de Spínola foi nomeado Presidente da República. O cargo de primeiro-ministro seria atribuído a Adelino da Palma Carlos.[13] Seguiu-se um período de grande agitação social, política e militar conhecido como o PREC (Processo Revolucionário em Curso), marcado por manifestações, ocupações, governos provisórios, nacionalizações[14] e confrontos militares que terminaram com o 25 de novembro de 1975.[15][16]

Estabilizada a conjuntura política, prosseguiram os trabalhos da Assembleia Constituinte para a nova constituição democrática, que entrou em vigor no dia 25 de abril de 1976, o mesmo dia das primeiras eleições legislativas da nova República. Na sequência destes eventos foi instituído em Portugal um feriado nacional no dia 25 de abril, denominado como "Dia da Liberdade".

Contexto

Estado Novo

Na sequência do golpe militar de 28 de maio de 1926, foi instaurada em Portugal uma ditadura militar que culminaria na eleição presidencial de Óscar Carmona em 1928. Foi durante o mandato presidencial de Carmona, período que se designou por "Ditadura Nacional", que foi elaborada a Constituição de 1933 e instituído um novo regime autoritário-ditatorial de inspiração fascista — "o Estado Novo".[17][18] António de Oliveira Salazar passou então a controlar o país através do partido único designado por "União Nacional", ficando no poder até lhe ter sido retirado por incapacidade em 1968, na sequência de uma queda de uma cadeira em que sofreu lesões cerebrais. Foi substituído por Marcello Caetano,[19] que pôs em prática a Primavera Marcelista e dirigiu o país até ser deposto no dia 25 de abril de 1974.

Durante o Estado Novo, Portugal foi sempre considerado como um país governado por uma ditadura[20][21] pela oposição ao regime,[22] pelos observadores estrangeiros e até mesmo pelos próprios dirigentes do regime. Durante o Estado Novo existiam eleições, que não eram universais e eram consideradas fraudulentas pela oposição.

O Estado Novo tinha como polícia política a PIDE (Polícia Internacional de Defesa do Estado), versão renovada da PVDE (Polícia de Vigilância e Defesa do Estado), que mais tarde foi reconvertida na DGS (Direcção-Geral de Segurança). A polícia política do regime, que recebeu formação da Gestapo e da CIA, tinha como objectivo censurar e controlar tanto a oposição como a opinião pública em Portugal e nas colónias.[23]

Na visão histórica dos ideólogos do regime, o país teria de manter uma política de defesa, de manutenção do ultramar, numa época em que os países europeus iniciavam os seus processos de descolonização progressiva. Apesar de séria contestação nos fóruns mundiais, como na ONU, Portugal manteve a sua política irredentista, endurecendo-a a partir do início dos anos 1960, face ao alastramento dos movimentos independentistas em Angola, na Guiné e em Moçambique.[2]

Economicamente, o regime manteve uma política de condicionamento industrial que protegia certos monopólios e certos grupos industriais e financeiros (a acusação de plutocracia é frequente). O país permaneceu pobre até à década de 1960, sendo consequência disso um significativo acréscimo da emigração.[24] Contudo, é durante a década de 60 que se notam sinais de desenvolvimento económico com a adesão de Portugal à EFTA.[25]

O mito do "orgulhosamente sós"

Guerra do Ultramar, um dos precedentes para a revolução.

No início da década de setenta mantinha-se vivo o ideário salazarista.[26] Continuavam os ideólogos do regime a alimentar o mito do «orgulhosamente sós»,[27] coisa que todos entendiam, num país periférico[28][29] marcado pelo isolamento rural: estar ali e ter-se orgulho nisso eram valores, algo merecedor de respeito. Mesmo em plena Primavera MarcelistaMarcello Caetano, que sucedeu a Salazar no início da década (em 1970, ano da morte do ditador), não destoa. Sentindo o mesmo, age a seu modo, governa em isolamento, faz o que pode, mas um dia virá em que já nada pode fazer.

Qualquer tentativa de reforma política era impedida pela própria inércia do regime e pelo poder da sua polícia política (PIDE).[30] Nos finais de década de 1960, o regime exilava-se, envelhecido, num ocidente de países em plena efervescência social e intelectual. Em Portugal cultiva-se outros ideais: defender o Império pela força das armas. O contexto internacional[31] era cada vez mais desfavorável ao regime salazarista/marcelista. No auge da Guerra Fria, as nações dos blocos capitalista e comunista começavam a apoiar e financiar as guerrilhas das colónias portuguesas, numa tentativa de as atrair para a influência americana ou soviética. A intransigência do regime e mesmo o desejo de muitos colonos de continuarem sob o domínio português, atrasaram o processo de descolonização: no caso de Angola e Moçambique, um atraso forçado de quase 20 anos.

A guerra colonial

Ver artigo principal: Guerra Colonial Portuguesa

Portugal mantinha laços fortes e duradouros com as suas colónias africanas,[32][33] quer como mercado para os produtos manufaturados portugueses quer como produtoras de matérias primas para a indústria portuguesa. Muitos portugueses viam a existência de um império colonial como necessária para o país ter poder e influência contínuos. Mas o peso da guerra, o contexto político e os interesses estratégicos de certas potências estrangeiras inviabilizariam essa ideia.[34][35]

Apesar das constantes objeções em fóruns internacionais, como a ONU, Portugal mantinha as colónias[36] considerando-as parte integral de Portugal e defendendo-as militarmente. O problema surge com a ocupação unilateral e forçada dos enclaves portugueses de GoaDamão e Diu, em 1961.

Em quase todas as colónias portuguesas africanas — Moçambique, Angola, Guiné, São Tomé e Príncipe e Cabo Verde — surgiam entretanto movimentos independentistas, que acabariam por se manifestar sob a forma de guerrilhas armadas. Estas guerrilhas não foram facilmente contidas, tendo conseguido controlar uma parte importante do território, apesar da presença de um grande número de tropas portuguesas que, mais tarde, seriam em parte significativa recrutadas nas próprias colónias.

Os vários conflitos[37] forçavam Salazar e o seu sucessor Caetano a gastar uma grande parte do orçamento do Estado na administração colonial e nas despesas militares. A administração das colónias custava a Portugal um pesado aumento percentual anual no seu orçamento e tal contribuiu para o empobrecimento da economia portuguesa: o dinheiro era desviado de investimentos infra-estruturais na metrópole. Até 1960 o país continuou relativamente frágil em termos económicos, o que aumentou a emigração para países em rápido crescimento e de escassa mão-de-obra da Europa Ocidental, como França ou Alemanha. O processo iniciava-se no fim da Segunda Guerra Mundial.[24][38]

O estado do país

A economia cresceu bastante, em particular no início da década de 1950. Economicamente, o regime mantinha a sua política de Corporativismo, o que resultou na concentração da economia portuguesa nas mãos de uma elite de industriais.[25] A informação circulava e a oposição bulia.[39][40] A guerra colonial tornava-se tema forte de discussão e era assunto de eleição para as forças anti-regime. Portugal estava muito isolado do resto do Mundo. Muitos estudantes e opositores viam-se forçados a abandonar o país para escapar à guerra, à prisão e à tortura.

Anos 1970

Em fevereiro de 1974, Marcello Caetano é forçado pela velha guarda do regime a destituir o general António de Spínola e os seus apoiantes. Tentava este, com ideias de índole federalista tornadas célebres num livro publicado pelo próprio intitulado Portugal e o Futuro[41] (em cuja obra também afirmava a impossibilidade de vencer militarmente a Guerra do Ultramar), modificar o curso da política colonial portuguesa, que se revelava demasiado dispendiosa.

Conhecidas as divisões existentes no seio da elite do regime, o MFA decide levar adiante um golpe de estado. O movimento nasce secretamente em 1973. Nele estão envolvidos certos oficiais do exército que já conspiravam.[carece de fontes]

Revolução dos Cravos

Prelúdio

Monumento em Grândola.

A primeira reunião clandestina de capitães foi realizada em Bissau, em 21 de agosto de 1973. Uma nova reunião, em 9 de setembro de 1973 no Monte Sobral (Alcáçovas) dá origem ao Movimento das Forças Armadas. No dia 5 de março de 1974 é aprovado o primeiro documento do movimento: Os Militares, as Forças Armadas e a Nação.[42] Este documento é posto a circular clandestinamente. No dia 14 de março o governo demite os generais Spínola e Costa Gomes dos cargos de Vice-Chefe e Chefe de Estado-Maior General das Forças Armadas, alegadamente por estes se terem recusado a participar numa cerimónia de apoio ao regime. No entanto, a verdadeira causa da expulsão dos dois Generais foi o facto do primeiro ter escrito, com a cobertura do segundo, um livro, Portugal e o Futuro, no qual, pela primeira vez uma alta patente advogava a necessidade de uma solução política para as revoltas separatistas nas colónias e não uma solução militar.

No dia 24 de março, a última reunião clandestina dos capitães revoltosos decide o derrube do regime pela força. Prossegue a movimentação secreta dos capitães até ao dia 25 de abril.[43] A mudança de regime acaba por ser feita por acção armada.[44]

25 de abril de 1974

«Viva a Liberdade», pintura mural

No dia 24 de abril de 1974, um grupo de militares comandados por Otelo Saraiva de Carvalho instala secretamente o posto de comando do movimento golpista no quartel da Pontinha, em Lisboa. Às 22h55m é transmitida a canção E depois do Adeus, de Paulo de Carvalho, pelos Emissores Associados de Lisboa, emitida por João Paulo Diniz. Este é um dos sinais previamente combinados pelos golpistas, que desencadeia a tomada de posições da primeira fase do golpe de estado. O segundo sinal é dado às 00h20m, quando a canção Grândola, Vila Morena de Zeca Afonso é transmitida pelo programa Limite, da Rádio Renascença,[45][46] que confirma o golpe e marca o início das operações. O locutor de serviço nessa emissão é Leite de Vasconcelos, jornalista e poeta moçambicano. Ao contrário de E Depois do Adeus, que era muito popular por ter vencido o Festival RTP da CançãoGrândola, Vila Morena fora ilegalizada, pois, segundo o governo, fazia alusão ao comunismo.[47]

O golpe militar do dia 25 de abril tem a colaboração de vários regimentos militares que desenvolvem uma ação concertada. No Norte, uma força do CICA 1 liderada pelo Tenente-Coronel Carlos de Azeredo toma o Quartel-General da Região Militar do Porto. Estas forças são reforçadas por forças vindas de Lamego. Forças do BC9 de Viana do Castelo tomam o Aeroporto de Pedras Rubras. Forças do CIOE tomam a RTP e o RCP no Porto. O regime reage, e o ministro da Defesa ordena a forças sediadas em Braga para avançarem sobre o Porto, no que não é obedecido, dado que estas já tinham aderido ao golpe.

À Escola Prática de Cavalaria, que parte de Santarém, cabe o papel mais importante: a ocupação do Terreiro do Paço. As forças da Escola Prática de Cavalaria são comandadas pelo então Capitão Salgueiro Maia. O Terreiro do Paço é ocupado às primeiras horas da manhã. Salgueiro Maia move, mais tarde, parte das suas forças para o Quartel do Carmo onde se encontra o chefe do governo, Marcello Caetano, que ao final do dia se rende, exigindo, contudo, que o poder seja entregue ao General António de Spínola, que não fazia parte do MFA, para que o "poder não caísse na rua". Marcello Caetano parte, depois, para a Madeira, rumo ao exílio no Brasil.

No rescaldo dos confrontos morrem quatro pessoas, quando elementos da polícia política (PIDE/DGS) disparam sobre um grupo que se manifesta à porta das suas instalações na Rua António Maria Cardoso, em Lisboa.[48]

Rescaldo

Mural na Chamusca, com uma dedicatória ao 25 de Abril.

No dia 26 de abril, forma-se a Junta de Salvação Nacional,[49][50][51] constituída por militares, que dará início a um governo de transição.[43] O essencial do programa do MFA é, em síntese, resumido no programa dos três Ds: Democratizar, Descolonizar, Desenvolver.

Entre as medidas imediatas da revolução conta-se a extinção da polícia política (PIDE/DGS) e da Censura.[52] Os sindicatos livres e os partidos são legalizados. No dia seguinte, a 26 de abril, são libertados os presos políticos da Prisão de Caxias[53] e de Peniche.[carece de fontes] Os líderes políticos da oposição no exílio voltam ao país nos dias seguintes.[54] Passada uma semana, o 1.º de maio é celebrado em plena liberdade nas ruas, pela primeira vez em muitos anos. Em Lisboa junta-se cerca de um milhão de pessoas.[carece de fontes]

Manifestação do 25 de Abril de 1983 na cidade do Porto[carece de fontes]

Portugal passará por um período conturbado de cerca de dois anos, comummente designado por Processo Revolucionário em Curso (PREC), em que se confrontam facções de esquerda e direita, por vezes com alguma violência, sobretudo em ações organizadas no Norte. São nacionalizadas grandes empresas, "saneados" quadros importantes e levadas ao exílio personalidades identificadas com o Estado Novo, gente que não partilha da visão política que a revolução prescreve. Consumam-se várias conquistas da revolução". Acabada a guerra colonial e durante o PREC, as colónias africanas e de Timor-Leste tornam-se independentes.[55]

Finalmente, no dia 25 de abril de 1975, têm lugar as primeiras eleições livres para a Assembleia Constituinte, ganhas pelo PS.[56] Na sequência dos trabalhos desta assembleia é elaborada uma nova Constituição, de forte pendor socialista, e estabelecida uma democracia parlamentar de tipo ocidental.[57] A constituição é aprovada em 1976 pela maioria dos deputados, abstendo-se apenas o CDS.[58]

Forma-se o I Governo Constitucional de Portugal,[56] chefiado por Mário Soares (23 de setembro de 1976). Ramalho Eanes, militar em Angola no 25 de Abril, o sisudo oficial que adere ao Movimento das Forças Armadas fora de horas, o extemporâneo general que na televisão se esconde por trás de uns óculos de sol, ganha as presidenciais de 27 de junho de 1976. Segue-se o fim do Processo Revolucionário em Curso e um período de estabilização política.

Legado

Em 25 de Abril de 1999, 25 anos após o 25 de Abril de 1974 é inaugurada a praça 25 de Abril em Lisboa
Pintura mural, onde se lê É preciso salvar Abril

A Revolução dos Cravos continua a dividir a sociedade portuguesa,[59][falta página] sobretudo nos estratos mais velhos da população que viveram os acontecimentos, nas facções extremas do espectro político e nas pessoas politicamente mais empenhadas. A análise que se segue refere-se apenas às divisões entre estes estratos sociais.

Extremam-se entre eles os pontos de vista dominantes na sociedade portuguesa em relação ao 25 de abril. Quase todos reconhecem, de uma forma ou de outra, que a revolução de abril representou um grande salto no desenvolvimento político-social do país.[60][61]

À esquerda, pensa-se que o espírito inicial da revolução se perdeu. O PCP lamenta que não se tenha ido mais longe[62] e que muitas das chamadas "conquistas da revolução" se tenham perdido. Os sectores mais conservadores de direita tendem a lamentar o que se passou. De uma forma geral, uns e outros lamentam a forma como a descolonização foi feita. A direita lamenta as nacionalizações[63] no período imediato ao 25 de abril de 1974, afirmando que a revolução agravou o crescimento de uma economia já então fraca.[64] A esquerda defende que a o agravamento da situação económica do país é consequente de medidas então programadas que não foram aplicadas ou que foram desfeitas[65] pelos governos posteriores a 1975.[66][67]

Cravo

cravo vermelho tornou-se o símbolo da Revolução de Abril de 1974. Segundo se conta, foi Celeste Caeiro, que trabalhava num restaurante na Rua Braamcamp de Lisboa, que iniciou a distribuição dos cravos vermelhos pelos populares que os ofereceram aos soldados. Estes colocaram-nos nos canos das espingardas. Por isso, chama-se ao 25 de abril de 1974 a "Revolução dos Cravos".[carece de fontes]

Cultura

Cinema

Documentários

Ficção

Televisão

A par do cinema, também a televisão tirou partido das novas liberdades, noticiando sem censura, registando em filme, em entrevistas e documentários, momentos históricos, fazendo de um país em ebulição retratos vivos.

A Revolução dos Cravos foi amplamente coberta, além da RTP, por várias televisões estrangeiras, logo após ter sido notícia de interesse internacional. As primeiras imagens do 25 de Abril foram divulgadas na televisão alemã (ver Cravos de Abril). As televisões que mais deram cobertura aos acontecimentos foram as cadeias alemãs (ARD e ZDF) e, no final do PREC, com o Verão Quente, a norte-americana CBS, com a qual Ricardo Costa também colaborou.

A televisão alemã, em particular a ARD, canal oficial, foi a que mais filmou, tendo reunido documentação muito completa dos principais eventos políticos e históricos da época. O correspondente estrangeiro então mais ativo nessa época, quer em Lisboa quer em Madrid (onde foi instalado um estúdio), foi o alemão Horst Hano, que algum tempo depois daria larga cobertura à agonia do regime franquista.

Uma grande parte da produção da ARD nessa época não consta em arquivo, o mesmo sucedendo com a CBS, o que leva a temer que a maior parte desse património se encontre perdido.

Literatura

Livros

Contos infantis

Poesia

Peças de teatro

Ensaio

Músicas

Ver também

Referências

  1. ↑ Ir para:a b Cf. a entrada em BARRETO, António; MÓNICA, Maria Filomena. Dicionário de História de Portugal. Lisboa, Livraria Figueirinhas, 2000, vol 9, pg. 250 e seguintes. ISBN 972-661-167-9.
  2. ↑ Ir para:a b As eleições no Estado Novo – Resenha de Ana Sofia Ferreira na Revista da Faculdade de Letras, História, Porto, III Série, vol. 7, 2006, pp. 197-212 Centenário
  3.  Salazar e o Estado Novo Arquivado em 31 de maio de 2012, no Wayback Machine. em Agrupamento de Escolas Comandante Conceição e Silva Arquivado em 17 de setembro de 2008, no Wayback Machine.
  4.  ORIGINALIDADE E AS PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DA CONSTITUIÇÃO PORTUGUESA – Artigo de Jorge Miranda em Instituto de Investigaciones Juridicas (México)
  5.  A CONSTITUIÇÂO E A DEMOCRACIA PORTUGUESA Arquivado em 9 de maio de 2013, no Wayback Machine. - Artigo de Jorge Miranda em Associação 25 de Abril Arquivado em 19 de março de 2017, no Wayback Machine.
  6.  Da constituição do Estado Novo Português (1993) Arquivado em 22 de junho de 2012, no Wayback Machine. - de Paulo Ferreira da Cunha em História Constitucional
  7.  1974: Rebels seize control of PortugalBBC
  8.  Texto Arquivado em 11 de abril de 2015, no Wayback Machine. de José Dias em homenagem ao 25 de Abril (25 de Abril de 2014)
  9.  Movimento dos Capitães - Comunicado nº1
  10.  Comunicado: O "Movimento", as Forças Armadas e a Nação
  11.  Cronologia do 25 de Abril de 1974 - ver 20h00
  12.  Cf. Lei n.º 1/74, de 25 de abril.
  13.  Diário do Governo n.º 113, Série I de 15 de Maio de 1974, Decretos nº 203/74 e nº 204/74
  14.  O 25 de Abril e as nacionalizações Arquivado em 15 de maio de 2013, no Wayback Machine. – Artigo de Sérgio Ribeiro Jornal Avante
  15.  Jornal Expresso - nº 155 de 1 de Dezembro de 1975
  16.  25 de NOVEMBRO- QUANTOS GOLPES AFINAL? – Artigo de Maria Manuela Cruzeiro no Centro de Documentação 25 de Abril
  17.  Accornero 2012, Abstract.
  18.  Oliveira 2017, Abstract.
  19.  imagemTomás e Caetano: duas divisões da política em Centro de Investigação e Análise
  20.  Portugal Salazarista Arquivado em 23 de dezembro de 2010, no Wayback Machine. em Sapo – Ditaduras Arquivado em 29 de setembro de 2011, no Wayback Machine.
  21.  Salazar e o Estado Novo Arquivado em 31 de maio de 2012, no Wayback Machine. em Grupo de Escolas Comandante Conceição da Silva Arquivado em 17 de setembro de 2008, no Wayback Machine.
  22.  A extrema-esquerda e as eleições de 69 – Post de Miguel Cardina em Caminhos da Memória, 10 de novembro de 2009
  23.  A repressão política de Salazar e a revista de economia - artigo de Ulpiano Nascimento, Nº 1715, Primavera 2011
  24. ↑ Ir para:a b Legiões de camponeses deixaram, nos anos 60, o mundo rural e emigraram para as cidades ou para o estrangeiro – Artigo de Gouveia de Albuquerque no Diário de Notícias de 1 maio de 2004
  25. ↑ Ir para:a b O Estado, as relações salariais e o bem-estar social na semi-periferia: o caso português Arquivado em 15 de maio de 2013, no Wayback Machine. – Dissertação de Boaventura Sousa Santos no Centro de Estudos Sociais Arquivado em 14 de maio de 2011, no Wayback Machine.
  26.  Ideologia, economia e política: a questão colonial na implantação do Estado Novo - Valentim Alexandre Análise Social, vol.xxviii (123-124), 1993
  27.  "Orgulhosamente Sós"? Portugal e os Estados Unidos no início da década de 1960 Arquivado em 20 de dezembro de 2007, no Wayback Machine. em Instituto Português de Relações Internacionais
  28.  Orgulhosamente sós Arquivado em 28 de setembro de 2013, no Wayback Machine. – em Fundação Mário Soares
  29.  “Salazar e a Política Económica do Estado Novo” Arquivado em 27 de setembro de 2013, no Wayback Machine. - Revista Lusíada. História, Série II, Número 4, pp. 339-364, Lisboa, Universidade Lusíada
  30.  Como era Portugal a 24 de Abril de 1974
  31.  PORTUGAL E A NATO: A POLÍTICA COLONIAL DO ESTADO NOVO E OS ALIADOS (1961-1968) Arquivado em 13 de maio de 2013, no Wayback Machine. – Artigo de Pedro Manuel Santos em SCIELO Portugal Arquivado em 16 de setembro de 2011, no Wayback Machine.
  32.  Início do fim do império colonial começou há 50 anos – Artigo de Helena Teixeira no Jornal de Notícias, 6 de fevereiro de 2011
  33.  Império/ Colonialismo/Descolonização Arquivado em 9 de maio de 2013, no Wayback Machine. – Artigo de Fernando Piteira Santos na pág da Associação 25 de Abril Arquivado em 19 de março de 2017, no Wayback Machine.
  34.  ANÁLISE GLOBAL DE UMA GUERRA (MOÇAMBIQUE 1964-1974) – Tese de Miguel Garcia em Triplov
  35.  [1] Arquivado em 26 de dezembro de 2011, no Wayback Machine. A luta pela libertação nacional na Guiné-Bissau e a revolução em Portugal – Artigo de John Woollacott, Análise Social, vol. xix (77-78-79), 1983
  36.  Guerra Colonial Arquivado em 12 de março de 2015, no Wayback Machine. no SAPO
  37.  O movimento de descolonização em Angola e guerra fria Arquivado em 14 de julho de 2009, no Wayback Machine. – Artigo
  38.  Movimento Democrático para a Libertação de Portugal (1975) Arquivado em 16 de abril de 2015, no Wayback Machine. - referência ao golpe reaccionário liderado por Spínola (CEPP)
  39.  Os movimentos de libertação face à perspectiva de uma Revolução em Portugal ainda nos anos 60 – Artigo de Julião Soares Sousa em no Centro de Documentação 25 de Abril (Universidade de Coimbra)
  40.  Portugal: As comissões de trabalhadores na “Revolução dos Cravos”, 1974 Arquivado em 2 de outubro de 2013, no Wayback Machine. – em Silêncio dos Poetas
  41.  «Cavaleiro da Triste Figura» Spínola exposto e um livro famoso revisto (Douglas Wheeler)
  42.  Ernesto Melo Antunes[ligação inativa] - referência em página da Fundação Gulbenkian
  43. ↑ Ir para:a b Companhia de Caçadores 4241 - RELATÓRIO DE 25 DE ABRIL DE 1974 Arquivado em 13 de outubro de 2011, no Wayback Machine. (de 18 a 27 de abril) do capitão Luís Pessoa (em Associação 25 de Abril)
  44.  Textos jornalísticos na pág. da Universidade de Coimbra
  45.  Cronologia pulsar da revolução (Centro de Documentação 25 de Abril)
  46.  Cronologia pulsar da revolução (Centro de Documentação 25 de Abril)
  47.  25 de Abril: Uma revolução ao comando dos microfones – artigo de Marta Portocarrero, Universidade do Porto, 22 de abril, 2012
  48.  Três manifestantes mortos por elementos da PIDE-DGS - notícia do jornal República, arquivos do Instituto Camões
  49.  Junta de Salvação Nacional em A Revolução de Abril
  50.  A formação da Junta de Salvação Nacional em CITI
  51.  Junta de Salvação Nacional[ligação inativa] em Ministério da Educação e Ciência Arquivado em 18 de fevereiro de 2010, no Wayback Machine.
  52.  Os Livros e a Censura em Portugal Arquivado em 5 de março de 2007, no Wayback Machine. – Artigo de José Brandão em Vidas Lusófonas Arquivado em 11 de junho de 2004, no Wayback Machine.
  53.  A minha passagem por Caxias: como a CIA ensinou os portugueses a torturar – Artigo de Christopher Reed (jornal London Guardian) em Resistir
  54.  Regresso de Mário Soares e Álvaro Cunhal Arquivado em 17 de dezembro de 2011, no Wayback Machine. em Memórias de Telémaco A. Pissarro Arquivado em 5 de outubro de 2011, no Wayback Machine.
  55.  Descolonização portuguesa teve conivência dos EUA – Notícia na pág. da TVI a 31 de Dezembro de 2010
  56. ↑ Ir para:a b A Nova Constituição, Eleição de Eanes e o Governo PS – Artigo de José Adelino Maltez
  57.  Repercussões da Revolução dos Cravos – Resenha de Adriano de Freixas em Observatório das Nacionalidades Arquivado em 6 de julho de 2011, no Wayback Machine.
  58.  «The transition to democracy in Spain, Portugal and Greece: Thirty years after» Arquivado em 28 de março de 2012, no Wayback Machine., conferência organizada pela Konstantinos G. Karamanlis Foundation, Grécia, 22 maio de 2005
  59.  A memória do 25 de Abril nos anos do cavaquismo: o desenvolvimento do revisionismo histórico através da imprensa (1985-1995) - Dissertação de Mestrado de História Contemporânea de Luciana de Castro Soutelo no Repositório Aberto da Universidade do Porto, Setembro de 2009
  60.  Portugal: trinta Anos de Democracia, Actas do Colóquio na Faculdade de Letras da Universidade do Porto entre 30 de Setembro e 1 de Outubro de 2004 (Goggle books)
  61.  Do Estado obsoleto à nação democrática (Portugal na periferia europeia na segunda metade do século xx) Mário Murteira, Análise Social, vol. XXII, Análise Social
  62.  A Revolução de Abril 20 Anos Depois – Artigo de Álvaro Cunhal, fevereiro de 1994
  63.  Breve experiência de socialismo em Portugal: o sector das empresas estatais – Artigo de Eric N. Baklanoff na Análise Social, vol. xxxi (138), 1996 (4.°)
  64.  A Crise e a Resconstituição do Estado em Portugal (1974-1984) – Artigo de Boaventura de Sousa Santos na sua pág. pessoal
  65.  Portugal, economia, 1974-1985 Arquivado em 12 de outubro de 2011, no Wayback Machine. em Lusotopia Arquivado em 6 de outubro de 2011, no Wayback Machine.
  66.  Sobre a Revolução de Abril e a situação actual – Artigo de Vasco Gonçalves em Resistir
  67.  A Revolução dos Cravos e uma estratégia para Portugal[ligação inativa] – Artigo de Mário Soares no DN opinião Arquivado em 11 de dezembro de 2011, no Wayback Machine. de 28 Abril 2009
  68.  Setúbal, Cidade Vermelha, de Daniel Edinger e Michel Lequenne, artigo em Esquerda.net
  69.  Scenes from the Class Struggle in Portugal, artigo de Jaime Pena, Cinema Comparat/ive Cinema · Vol. III · no. 6. · 2015 · 35-38, RACO
  70.  Notícia – Destak
  71.  Notícia (portal dos programas)
  72.  A revolução para garotos: três livros infantis sobre o 25 de Abril
  73.  O 25 de Abril na Literatura para Crianças e Jovens – tese de mestrado
  74.  O 25 de Abril na Literatura para Crianças e Jovens – tese de mestrado]
  75.  Portas que Abril Abriu
  76.  Poemas de Sophia de Mello Andresen

Bibliografia

Leitura adicional

  • Reis, António; Paula, Santos; Maria, Rezola (2017). Dicionário de História de Portugal: O 25 de Abril (Volume 1). Porto: Figueirinhas. 366 páginas. ISBN 9789726612223
  • Reis, António; Paula, Santos; Maria, Rezola (2017). Dicionário de História de Portugal: O 25 de Abril (Volume 2). Porto: Figueirinhas. 395 páginas. ISBN 9789726612230
  • Reis, António; Paula, Santos; Maria, Rezola (2017). Dicionário de História de Portugal: O 25 de Abril (Volume 3). Porto: Figueirinhas. 398 páginas. ISBN 9789726612247
  • Reis, António; Paula, Santos; Maria, Rezola (2017). Dicionário de História de Portugal: O 25 de Abril (Volume 4). Porto: Figueirinhas. 407 páginas. ISBN 9789726612254
  • Reis, António; Paula, Santos; Maria, Rezola (2018). Dicionário de História de Portugal: O 25 de Abril (Volume 5). Porto: Figueirinhas. 398 páginas. ISBN 9789726612261
  • Reis, António; Paula, Santos; Maria, Rezola (2018). Dicionário de História de Portugal: O 25 de Abril (Volume 6). Porto: Figueirinhas. 406 páginas. ISBN 9789726612278
  • Reis, António; Paula, Santos; Maria, Rezola (2018). Dicionário de História de Portugal: O 25 de Abril (Volume 7). Porto: Figueirinhas. 399 páginas. ISBN 9789726612285
  • Reis, António; Paula, Santos; Maria, Rezola (2018). Dicionário de História de Portugal: O 25 de Abril (Volume 8). Porto: Figueirinhas. 432 páginas. ISBN 9789726612292

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MARIA AUGUSTA BARBOSA - MUSICÓLOGA - MORREU EM 2012 - 24 DE ABRIL DE 2022

 

Maria Augusta Barbosa

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Maria Augusta Alves Barbosa (-, 18 de Abril de 1912 - Loures24 de Abril de 2012) foi uma musicóloga portuguesa, considerada a "mãe" das ciências musicais em Portugal e a primeira portuguesa a tirar um doutoramento na área. O seu doutoramento foi sobre Vicente Lusitano (m. 1561), tratadista, teórico musical e compositor do séc. XVI.[1]

Licenciou-se em ciências musicais pela Universidade de HumboldtBerlim e doutorou-se em 1970 pela Universidade de Colónia, na mesma área.

Na década de 1980 começou a dar aulas na Universidade Nova de Lisboa, tendo criado a primeira licenciatura em ciências musicais do país. Leccionou também na Universidade de CoimbraUniversidade de LisboaUniversidade Autónoma e na Universidade Lusíada.

Desde 2001, vivia na Casa de Saúde e Repouso da Amoreira, em Odivelas. No dia 24 de Abril de 2012 sofreu uma insuficiência respiratória, tendo sido transportada para o Hospital de Loures onde viria a falecer. Na semana anterior, comemorava-se o seu 100º aniversário.

Referências

  1.  Barbosa, Maria Augusta Alves (1977), Vicentius Lusitanus: ein portugiesischer Komponist und Musiktheoretiker des 16. Jahrhunderts, Lisboa, Secretaria de Estado da Cultura, Direcção Geral do Património Cultural.
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SÃO FIEL DE SIGMARINGA - 24 DE ABRIL DE 2022

 

Fiel de Sigmaringa

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Fidélis de Sigmaringa
NascimentoSigmaringaBaden-Württemberg 
1 de outubro de 1578
MorteSeewis im PrättigauSuíça 
24 de abril de 1622 (43 anos)
Nome nascimentoMarkus Rey
Nome religiosoFrei Fidélis de Sigmaringa
ProgenitoresMãe: Genoveva Rosenberger
Pai: Johannes Rey
Beatificação24 de abril de 1729
por Papa Bento XIII
Canonização29 de junho de 1746
por Papa Bento XIV
Festa litúrgica24 de abril
Gloriole.svg Portal dos Santos
Imagem de São Fidelis existente na Igreja do Convento de Habsthal (século XVIII).

Fidélis de Sigmaringa ou Fiel de Sigmaringa (Sigmaringa1 de outubro de 1578 — Seewis24 de abril de 1622) foi um jurista e sacerdote católico, frade da Ordem dos Frades Menores Capuchinhos, que levou uma vida de oração e austeridade e se notabilizou como pregador nas campanhas da Contra-Reforma contra o calvinismo no leste da actual Suíça. No contexto da Guerra dos Trinta Anos, foi morto pelos calvinistas devido à sua pregação, razão pela qual é considerado mártir da Igreja Católica, que o canonizou. A sua festa comemora-se em 24 de abril.

Biografia

Fidélis era o nome religioso de Markus Rey (algumas fontes indicam Markus Roy ou Mark Roy), nascido em Sigmaringa, filho do empresário estalajadeiro, mais tarde presidente da Câmara de Sigmaringen (Bürgermeister), Johannes Rey e de sua esposa Genoveva Rosenberger, oriunda de Tubinga. O seu avô paterno, Mathäus, era oriundo de Antuérpia, tendo-se fixado em Sigmaringen em 1529 como parte do séquito que vindo dos Países Baixos acompanhou o conde Carlos I de Hohenzollern (1512-1576) quando este veio tomar posse do governo do Condado de Zollern (mais tarde Hohenzollern-Sigmaringen). A família ganhou propriedades e prestígio na cidade, vivendo segundo as normas da pequena aristocracia urbana, o que explica a eleição de pai de Fidelis para o prestigioso cargo de Bürgermeister.

Depois de ter feito estudos preparatórios na sua cidade natal de Sigmaringen, matrculou-se na Universidade de Friburgo, na acual Suíça, onde estudou Filosofia e Direito civil e canónico vindo a formar-se em Direito no ano 1604.

Iniciou uma carreira como advogado na cidade de Colmar, na Alsácia, onde exerceu a profissão durante alguns anos. Católico fervoroso, assumia gratuitamente a defesa dos necessitados, tornando-se conhecido pelo seu espírito caritativo.

Aos 35 anos de idade fez-se frade capuchinho em Friburgo, cidade onde tinha frequentado os estudos de Direito. Adoptou então o nome religioso de Fidélis (do latim fidelis, "fiel") e impôs a si mesmo viver em obediência, pobreza, humildade, com espírito de penitência, de austeridade e de sacrificada renúncia.

Foi ordenado presbítero em 4 de Outubro de 1612, tornando-se afamado pregador. Enviado para a Suíça no contexto das lutas religiosas que se seguiram à Reforma Protestante e à expansão do calvinismo, foi eleito guardião do convento capuchinho de Weltkirchen, em Feldkirch (na actual Áustria), onde se notabilizou na luta contra o calvinismo, entregando-se fervorosamente ao apostolado católico num momento particularmente difícil da vida da Igreja Católica naquela região da Europa.

Face à expansão do calvinismo na região dos Grisões, no leste da Suíça, a Congregação para a Doutrina da Fé enviou Fidélis, juntamente com alguns frades auxiliares, com a missão de combater o que a Igreja Católica considerava a heresia calvinista que assolava aquela região.

Quando no contexto da Guerra dos Trinta Anos a disputa entre católicos e calvinistas degenerou numa sangrenta guerra civil alinhada pelas posições dos Valões e do Imperador da Áustria, como enviado da Igreja Católica com a missão específica de lutar contra o calvinismo Fidélis acabou por atrair a ira das autoridades calvinistas. Após vários incidentes, no dia 24 de abril de 1622, depois de ter sido interrompido com disparos de espingarda numa das suas pregações em Seewis, foi agredido fora da igreja em que pregara e depois ferido de morte, tendo o seu corpo sido esquartejado.

A sua morte impressionou até os seus mais acirrados inimigos, tendo contribuído para a pacificação da região. Passou a ser considerado como mártir do catolicismo e figura venerada entre os opositores ao calvinismo.

Foi canonizado pelo Papa Bento XIV em 29 de Junho de 1746. É o protomártir da Sagrada Congregação da Propaganda da Fé.

Referências

  • Christian Schweizer: Fidelis von Sigmaringen no Dicionário histórico da Suíça
  • Manoel de Azevedo: Acta canonizationis sanctorum Fidelis a Sigmaringa, Camilli de Lillis, Petri Regalati, Josephi a Leonissa, et Catharinae de Ricciis : una cum apostolicis literis sanctissimi domini nostri Benedicti XIV et Vaticanae Basilicae ornatus descriptione. Palearini, Rom 1749 (Digitalisat)
  • Friedrich Wilhelm Bautz: Fiel de Sigmaringa. Em: Biographisch-Bibliographisches Kirchenlexikon (BBKL).
  • Matthias Ilg: Der Kult des Kapuzinermärtyrers Fidelis von Sigmaringen als Ausdruck katholischer Kriegserfahrungen im Dreißigjährigen Krieg. In: Matthias Asche (Hrsg.): Das Strafgericht Gottes: Kriegserfahrungen und Religion im Heiligen Römischen Reich Deutscher Nation im Zeitalter des Dreißigjährigen Krieges. Beiträge aus dem Tübinger Sonderforschungsbereich „Kriegserfahrungen – Krieg und Gesellschaft in der Neuzeit“. Aschendorff, Münster 2001, ISBN 3-402-05910-X, S. 291–439
  • Heinrich Kellner (1877). "Fidelis von Sigmaringen". In Allgemeine Deutsche Biographie (ADB) (em alemão). 7. Leipzig: Duncker & Humblot. pp. 4–5.
  • Bonaventura von Mehr, ed. (1961). «Fidelis von Sigmaringen»Neue Deutsche Biographie (NDB) (em alemão). 5. 1961. Berlim: Duncker & Humblot. pp. 137 et seq..
  • Richard Schell: Fidelis von Sigmaringen – der Heilige in den Darstellungen der Kunst aus vier Jahrhunderten, Sigmaringen 1977
  • J.A. Zimmermann: Fidelis von Sigmaringen – sein Leben, sein glorreicher Martertod, seine Wunder und Selig- und Heiligsprechung, Innsbruck, 1863
  • Silvester von Mailand: Vita beati Fidelis a Sigmaringa Suevi Ord. Min. Divi Francisci Capuccinorum missionum apostolicarum Rhaetiae praefecti congregationis de propaganda fide protomartyris. Mailand, Malatesta 1730
  • Albert Werfer: Leben des heiligen Fidelis von Sigmaringen. - Schaffhausen : Hurter, 1860. Digitalisierte Ausgabe der Universitäts- und Landesbibliothek Düsseldorf

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