sábado, 26 de março de 2022

DIA DO LIVRO PORTUGUÊS - 26 DE MARÇO DE 2022

 Língua portuguesa

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Disambig grey.svg Nota: Para outros significados, veja Língua portuguesa (desambiguação).

Português

Falado em: Ver geografia da língua portuguesa

Total de falantes: Nativa: 250 milhões

Total: 273 milhões

Posição: 5.ª como língua nativa[1][2]

6.ª como língua nativa e segunda língua

Família: Indo-europeia

 Itálica

  Românica

   Ítalo-ocidental

    Românica ocidental

     Galo-ibérica

      Ibero-românica

       Ibero-ocidental

        Galaico-portuguesa

         Português

Escrita: Alfabeto latino

Estatuto oficial

Língua oficial de:

9 países[Expandir]


1 entidade dependente[Expandir]


Língua minoritária[Expandir]


Várias organizações internacionais

Regulado por:

Quatro instituições:[Expandir]

Códigos de língua

ISO 639-1: pt

ISO 639-2: por

ISO 639-3: por

Map of the portuguese language in the world.svg

  Língua materna

  Língua oficial e administrativa

  Língua cultural ou de importância secundária

  Comunidades de minorias lusófonas

  Crioulo de base portuguesa

A língua portuguesa, também designada português, é uma língua indo-europeia românica flexiva ocidental originada no galego-português falado no Reino da Galiza e no norte de Portugal. Com a criação do Reino de Portugal em 1139 e a expansão para o sul na sequência da Reconquista, deu-se a difusão da língua pelas terras conquistadas e mais tarde, com as descobertas portuguesas, para o Brasil, África e outras partes do mundo.[3] O português foi usado, naquela época, não somente nas cidades conquistadas pelos portugueses, mas também por muitos governantes locais nos seus contatos com outros estrangeiros poderosos. Especialmente nessa altura a língua portuguesa também influenciou várias línguas.[4]


Durante a Era dos Descobrimentos, marinheiros portugueses levaram o seu idioma para lugares distantes. A exploração foi seguida por tentativas de colonizar novas terras para o Império Português e, como resultado, o português dispersou-se pelo mundo. Brasil e Portugal são os dois únicos países cuja língua primária é o português. É língua oficial em antigas colônias portuguesas, nomeadamente, Moçambique, Angola, Cabo Verde, Guiné Equatorial,[5][6][7] Guiné-Bissau e São Tomé e Príncipe, todas na África.[8] Além disso, por razões históricas, falantes do português, ou de crioulos portugueses, são encontrados também em Macau (China), Timor-Leste, em Damão e Diu e no estado de Goa (Índia), Malaca (Malásia), em enclaves na ilha das Flores (Indonésia), Baticaloa no (Sri Lanka) e nas ilhas ABC no Caribe.[9][10]


É uma das línguas oficiais da União Europeia, do Mercosul, da União de Nações Sul-Americanas, da Organização dos Estados Americanos, da União Africana e dos Países Lusófonos. Com aproximadamente 280 milhões de falantes, o português é a 5.ª língua mais falada no mundo, a 3.ª mais falada no hemisfério ocidental e a mais falada no hemisfério sul do planeta.[11] O português é conhecido como "a língua de Camões" (em homenagem a uma das mais conhecidas figuras literárias de Portugal, Luís Vaz de Camões, autor de Os Lusíadas) e "a última flor do Lácio" (expressão usada no soneto Língua Portuguesa, do escritor brasileiro Olavo Bilac).[12] Miguel de Cervantes, o célebre autor espanhol, considerava o idioma "doce e agradável".[13] Em março de 2006, o Museu da Língua Portuguesa, um museu interativo sobre o idioma, foi fundado em São Paulo, Brasil, a cidade com o maior número de falantes do português em todo o mundo.[14]


O Dia Internacional da Língua Portuguesa é comemorado em 5 de maio.[15] A data foi instituída em 2009, no âmbito da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), com o propósito de promover o sentido de comunidade e de pluralismo dos falantes do português. A comemoração propicia também a discussão de questões idiomáticas e culturais da lusofonia, promovendo a integração entre os povos desses nove países.[16]



Índice

1 História

1.1 Origens e período romano

1.2 Influência árabe, Reconquista e Império Português

2 Distribuição geográfica

2.1 Idioma oficial

2.2 Visibilidade

2.3 Língua estrangeira

3 Características

3.1 Dialetos

3.2 Léxico

3.3 Ortografia

3.4 Gramática

3.5 Fonologia

4 Ver também

5 Referências

5.1 Bibliografia

6 Ligações externas

História

Ver artigo principal: História da língua portuguesa

Origens e período romano

Ver artigos principais: Língua lusitana, Conquista romana da Península Ibérica, Roma antiga, Latim vulgar, Línguas ibero-românicas, Queda do Império Romano do Ocidente e Invasões bárbaras


Inscrição em latim em um marco miliário da Via Nova, que ligava Braga a Astorga, Terras de Bouro, Portugal

O português teve origem no que é hoje a Galiza e o norte de Portugal, derivada do latim vulgar que foi introduzido no oeste da Península Ibérica há cerca de dois mil anos. Tem um substrato céltico-lusitano,[17] resultante da língua nativa dos povos ibéricos pré-romanos que habitavam a parte ocidental da Península (Galaicos, Lusitanos, Célticos e Cónios). Surgiu no noroeste da Península Ibérica e desenvolveu-se na sua faixa ocidental, incluindo parte da antiga Lusitânia e da Bética romana. O romance galaico-português nasce do latim falado, trazido pelos soldados romanos, colonos e magistrados. O contato com o latim vulgar fez com que, após um período de bilinguismo, as línguas locais desaparecessem, levando ao aparecimento de novos dialetos. Assume-se que a língua iniciou o seu processo de diferenciação das outras línguas ibéricas através do contato das diferentes línguas nativas locais com o latim vulgar, o que levou ao possível desenvolvimento de diversos traços individuais ainda no período romano.[18][19][20]



Mapa cronológico mostrando o desenvolvimento das línguas do sudoeste da Europa entre as quais o português.

A língua iniciou a segunda fase do seu processo de diferenciação das outras línguas românicas depois da queda do Império Romano, durante a época das invasões bárbaras no século V quando surgiram as primeiras alterações fonéticas documentadas que se reflectiram no léxico. Começou a ser usada em documentos escritos pelo século IX, e no século XV tornara-se numa língua amadurecida, com uma literatura bastante rica. Chegando à Península Ibérica em 218 a.C., os romanos trouxeram com eles o latim vulgar, de que todas as línguas românicas (também conhecidas como "línguas novilatinas" ou "neolatinas") descendem. Só no fim do século I a.C. os povos que viviam a sul da Lusitânia pré-romana, os cónios e os celtas, começam o seu processo de romanização. As línguas paleo-ibéricas, como a língua lusitana ou a sul-lusitana são substituídas pelo latim.[21]


A partir de 409 d.C., enquanto o Império Romano entrava em colapso, a Península Ibérica era invadida por povos de origem germânica e iraniana ou eslava[22] (suevos, vândalos, búrios, alanos, visigodos), conhecidos pelos romanos como bárbaros que receberam terras como federados. Os bárbaros (principalmente os suevos e os visigodos) absorveram em grande escala a cultura e a língua da Península; contudo, desde que as escolas e a administração romana fecharam, a Europa entrou na Idade Média e as comunidades ficaram isoladas, o latim popular continuou a evoluir de forma diferenciada levando à formação de um proto-ibero-romance "lusitano" (ou proto-galego-português).[23]


Influência árabe, Reconquista e Império Português


Cancioneiro da Ajuda, coleção de poesias escritas em galego-português datada do final do século XIII, influenciadas pela lírica occitana

Ver artigos principais: Língua galego-portuguesa, Invasão muçulmana da Península Ibérica, Reconquista e Império Português

Desde 711, com a invasão islâmica da Península, que também introduziu um pequeno contingente de saqalibas, o árabe tornou-se a língua de administração das áreas conquistadas. Contudo, a população continuou a usar as suas falas românicas, o moçárabe nas áreas sob o domínio mouro, de tal forma que, quando os mouros foram expulsos, a influência que exerceram na língua foi relativamente pequena. O seu efeito principal foi no léxico, com a introdução de cerca oitocentas palavras através do moçárabe-lusitano.[24]


Em 1297, com a conclusão da reconquista, o rei D. Dinis I prossegue políticas em matéria de legislação e centralização do poder, adoptando o português como língua oficial em Portugal. O idioma se espalhou pelo mundo nos séculos XV e XVI quando Portugal estabeleceu um império colonial e comercial (1415-1999) que se estendeu do Brasil, na América, a Goa, na Ásia (Índia, Macau na China e Timor-Leste). Foi utilizada como língua franca exclusiva na ilha do Sri Lanka por quase 350 anos. Durante esse tempo, muitas línguas crioulas baseadas no português também apareceram em todo o mundo, especialmente na África, na Ásia e no Caribe.[25][26]


Distribuição geográfica

Ver artigos principais: Geografia da língua portuguesa e Lusofonia

Idioma oficial

Ver artigo principal: Lista de países onde o português é língua oficial

Ver também: Estados membros da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa e Lista de organizações internacionais que têm o português como língua oficial



Circle frame.svg

  Brasil (72.5%)

  Angola (11.2%)

  Moçambique (10.7%)

  Portugal (3.5%)

  Outros (2.1%)

O português é a língua da maioria da população de Portugal,[27] Brasil,[28] São Tomé e Príncipe (98,4%)[29] e, de acordo com o censo de 2014, é a língua habitual de 71,15% da população de Angola,[30] entretanto, cerca de 85% dos angolanos são capazes de falar português, segundo o Instituto Nacional de Estatística.[31] Apesar de apenas 10,7% da população de Moçambique ser de falantes nativos do português, o idioma é falado por cerca de 50,4% dos moçambicanos, de acordo com o censo de 2007.[32] A língua também é falada por cerca de 15% da população da Guiné-Bissau,[33][34] e por cerca de 25% da população de Timor-Leste.[35] Não existem dados disponíveis relativos a Cabo Verde, mas quase toda a população é bilíngue, sendo os cabo-verdianos monolíngues falantes do crioulo cabo-verdiano. Em Macau, apenas 0,7% da população usa o português como língua nativa e cerca de 4% dos macaenses falam esse idioma.[36][37]


A Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (sigla CPLP) consiste em nove países independentes que têm o português como língua oficial: Angola, Brasil, Cabo Verde, Timor-Leste, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Moçambique, Portugal e São Tomé e Príncipe.[8] A Guiné Equatorial fez um pedido formal de adesão plena à CPLP em junho de 2010, o que somente é concedido a países que têm o português como idioma oficial.[38] Em 2011, o português foi incluído como sua terceira língua oficial (ao lado do espanhol e do francês) e, em julho de 2014, o país foi aceito como membro da CPLP.[39][40]


O português é também uma das línguas oficiais da região administrativa especial chinesa de Macau (ao lado do chinês) e de várias organizações internacionais como o Mercosul,[41] a Organização dos Estados Ibero-Americanos,[42] a União de Nações Sul-Americanas,[43] a Organização dos Estados Americanos,[44] a União Africana[45] e da União Europeia.[46]



Mapa dos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP)

Poderá acrescentar-se a esse número a imensa diáspora de cidadãos de nações lusófonas espalhada pelo mundo, estimando-se que ascenda aos 10 milhões (4,5 milhões de portugueses, 3 milhões de brasileiros, meio milhão de cabo-verdianos, etc.) mas sobre a qual é difícil obter números reais oficiais, incluindo-se nisso a obtenção de dados porcentuais dessa diáspora que fala efetivamente a língua de Camões, uma vez que uma porção significativa será de cidadãos de países lusófonos nascidos fora de território lusófono descendentes de imigrantes, os quais não necessariamente falam o português. É necessário ter-se igualmente em conta que boa parte das diásporas nacionais já se encontra contabilizada nas populações dos países lusófonos, como por exemplo o grande número de cidadãos emigrantes dos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOPs) e brasileiros em Portugal, ou o grande número de cidadãos emigrantes portugueses no Brasil e nos PALOPs.[47]


A língua portuguesa, segundo dados de 2021, está no cotidiano de quase 293 milhões de pessoas, distribuídos por nove países e uma região administrativa especial. Os países com maior população falante da língua portuguesa são o Brasil (212,56 milhões); Angola (32,87 milhões); Moçambique (31,26 milhões) e Portugal (10,2 milhões).[48]



Idioma português no mundo[Expandir]

Mapa dos países lusófonos.

Esta imagem contém hiperligaçõesPaíses que têm o português como língua oficial. Clique no mapa para ver o artigo sobre a variante falada nesse país ou território.v • d • e

País População

(est. de julho de 2018)[48] Mais informações Língua

majoritária Falado por

 Brasil 208.846.892 Português do Brasil Yes Grande maioria como língua nativa

 Angola 30.355.880 Português de Angola Yes Maioria como língua nativa; grande maioria como uma segunda língua

 Moçambique 27.233.789 Português de Moçambique Não Minoria significativa como língua nativa; pequena maioria como segunda língua

 Portugal 10.355.493 Português de Portugal Yes Grande maioria como língua nativa

 Guiné-Bissau 1.833.247 Português da Guiné-Bissau Não Como uma segunda língua

 Timor-Leste 1.321.929 Português de Timor-Leste Não Pequena minoria como primeira língua; maioria como uma segunda língua

 Guiné Equatorial2 797.457 Português da Guiné Equatorial Não Como uma segunda língua

 Macau1 606.340 Português de Macau Não Pequena minoria como língua nativa

 Cabo Verde 568.373 Português de Cabo Verde Não Como uma segunda língua

 São Tomé e Príncipe 204.454 Português de São Tomé e Príncipe Yes Grande maioria como língua nativa

Total aprox. 282 milhões Comunidade de Países de Língua Portuguesa

Notas:


Macau é uma das duas Região Administrativa Especial autônoma da República Popular da China (sendo a outra anglófona Hong Kong, uma antiga colônia britânica).

A Guiné Equatorial adotou o português como uma das suas línguas oficiais em 2007, sendo admitida na CPLP em 2014. O uso da língua portuguesa neste país é limitado.

Visibilidade


Bandeira da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa


Interior do Museu da Língua Portuguesa em São Paulo, Brasil.

Existe um número crescente de pessoas que falam português, nos média e na Internet, que estão apresentando tal situação à Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) e outras organizações para a realização de um debate na comunidade lusófona, com o objetivo de apresentar uma petição para tornar o português uma das línguas oficiais da Organização das Nações Unidas (ONU). Em outubro de 2005, durante a convenção internacional do Elos Clube Internacional da Comunidade Lusíada, realizada em Tavira (Portugal), uma petição cujo texto pode ser encontrado na Internet com o título "Petição para tornar o idioma português oficial na ONU" foi redigida e aprovada por unanimidade.[49] Rômulo Alexandre Soares, presidente da Câmara Brasil - Portugal, destaca que o posicionamento do Brasil no cenário internacional como uma das potências emergentes do século XXI, pelo tamanho de sua população, e a presença da sua variante do português em todo o mundo, fornece uma justificação legítima para a petição enviada à ONU, e assim tornar o português uma das línguas oficiais da organização.[50] Esta é actualmente uma das causas do Movimento Internacional Lusófono.[51]


Em África, o português é língua oficial em Cabo Verde, São Tomé e Príncipe, Guiné-Bissau, Moçambique e Angola.[52] Finalmente, na Ásia, encontra-se Timor-Leste uma nação lusófona.[8]


Em março de 1994 foi fundado o Bosque de Portugal, na cidade sul-brasileira de Curitiba; o parque abriga o Memorial da Língua Portuguesa, que homenageia os imigrantes portugueses e os países que adotam a língua portuguesa; originalmente eram sete as nações que estavam representadas em pilares, mas com a independência de Timor-Leste, este também foi homenageado com um pilar construído em 2007.[53] Em março de 2006, fundou-se em São Paulo o Museu da Língua Portuguesa.[54]


Língua estrangeira


Placa bilíngue em Macau, China.


Placa em japonês, português e inglês em Oizumi, Japão, que tem uma grande comunidade lusófona devido à imigração de nipo-brasileiros[55]

O ensino obrigatório do português nos currículos escolares é observado no Uruguai[56] e na Argentina.[57] Outros países onde o português é ensinado em escolas, ou onde seu ensino está sendo introduzido agora, incluem Venezuela,[58] Zâmbia,[59] República do Congo,[60] Senegal,[60] Namíbia,[60] Essuatíni,[60] Costa do Marfim[60] e África do Sul.[60]


Há também significativas comunidades de imigrantes falantes do português em muitos países como África do Sul,[61] Andorra (18,6%),[62] Austrália,[63] Bermudas,[64][65] Canadá (0,87% ou 274 670 pessoas segundo o censo de 2006,[66] mas entre 400 mil e 500 mil de acordo com Nancy Gomes),[67] Curaçao, França,[68] Guernsey (2%),[69][70] Japão,[71] Jersey (4,6%),[72] Luxemburgo (15,7%),[73] Namíbia (5%),[74][75] Paraguai (10,7% ou 636 mil pessoas),[76] Suíça (3,7%),[77] Venezuela (1 a 2% ou 254 mil a 480 mil pessoas),[78] Uruguai (15%)[79] e nos Estados Unidos (0,24% da população ou 687 126 falantes de acordo com o American Community Survey de 2007),[80] principalmente em Nova Jersey,[81] Nova York[82] e Rhode Island.[83]


Em algumas partes do que era a Índia Portuguesa, como Goa[84] e Damão e Diu,[85] o português ainda é falado, embora esteja em vias de desaparecimento. Segundo estimativas da UNESCO, o português é um dos idiomas que mais crescem entre as línguas europeias após o inglês e o espanhol. O português é o idioma que tem o maior potencial de crescimento como língua internacional na África Austral e na América do Sul.[86] Espera-se que os países africanos falantes da língua portuguesa tenham uma população combinada de 83 milhões de pessoas até 2050. No total, os países de língua portuguesa terão por volta de 400 milhões de pessoas no mesmo ano.[86][87]


Desde 1991, quando o Brasil assinou no mercado econômico do Mercosul com outros países sul-americanos, como Argentina, Uruguai e Paraguai, tem havido um aumento no interesse pelo estudo do português nas nações da América do Sul. O peso demográfico do Brasil no continente continuará a reforçar a presença do idioma na região.[88][89]


Embora no início do século XXI, depois de Macau ter sido cedida à China, o uso de português estivesse em declínio na Ásia, está novamente se tornando uma língua relativamente popular por lá, principalmente por causa do aumento dos laços diplomáticos e financeiros chineses com os países de língua portuguesa.[90]


País População[91]

(est. de julho de 2017) Mais informações Ensino obrigatório Falado por

 Uruguai 3.444.006 Português no Uruguai Yes Minoria significativa como língua nativa

 Argentina 43.847.430 Português na Argentina Yes Minoria como segunda língua

 Paraguai 7.052.984 Português no Paraguai Não Minoria significativa como língua nativa

 Venezuela 31,568,179 Português na Venezuela Yes Minoria como segunda língua

 África do Sul 57.725.600 Português na África do Sul Não Pequena minoria como segunda língua

 Namíbia 2.606.971 Português na Namíbia Não Pequena minoria como segunda língua

 República do Congo 5.125.821 Português no Congo Não Pequena minoria como segunda língua

 Zâmbia 16.591.390 Português na Zâmbia Não Pequena minoria como segunda língua

 Senegal 15.411.614 Português no Senegal Não Pequena minoria como segunda língua

 Essuatíni 1.343.098 Português em Essuatíni Não Pequena minoria como segunda língua

Características

Ver artigos principais: Diferenças entre o castelhano e o português e Diferenças entre o galego e o português


Interior do Real Gabinete Português de Leitura, fundado em 1837 no Rio de Janeiro.

O português é uma língua indo-europeia, do grupo das línguas românicas (ou latinas), as quais descendem do latim, pertencente ao ramo itálico da família indo-europeia. Comparado com as outras línguas da Península Ibérica, excluindo o galego e o mirandês, considera-se ter maiores parecenças com o sistema vocálico catalão, mas também existem algumas similitudes entre o português e os falares pirenaicos centrais. Como factor decisivo para a evolução do português considera-se frequentemente a influência de um marcado substrato celta. Os fonemas vocálicos nasais estabelecem uma similitude com o ramo galo-românico (especialmente com o francês antigo).[92]


Enquanto os falantes de português têm um nível notável de compreensão do castelhano, os falantes castelhanos têm, em geral, maior dificuldade de entendimento. Isto acontece porque o português, apesar de ter sons em comum com o castelhano, também tem sons particulares. No português, por exemplo, há vogais e ditongos nasais (provavelmente herança das línguas célticas).[93][94]


Há muitas línguas de contato derivadas do ou influenciadas pelo português, como por exemplo o patuá macaense de Macau. No Brasil, destacam-se o lanc-patuá (derivado do francês), os vários dialetos quilombolas, como o cupópia do Quilombo Cafundó (de Salto de Pirapora, no estado brasileiro de São Paulo) e ainda o talian (uma mescla de português com italiano).[95]


Dialetos

Ver artigo principal: Dialetos da língua portuguesa

Ver também: Português europeu, Português brasileiro, Português angolano, Português cabo-verdiano, Português são-tomense, Português da Guiné-Bissau, Português de Macau, Português de Moçambique, Português de Timor-Leste, Português uruguaio, Português de Goa, Fala da Estremadura e Português oliventino

Dialetos regionais da língua portuguesa

Mapa da extensão geográfica dos dialetos do português europeu

Dialetos do português europeu

Mapa da extensão geográfica dos dialetos do português brasileiro

Dialetos do português brasileiro

1 - Caipira

2 - Costa norte

3 - Baiano

4 - Fluminense

5 - Gaúcho

6 - Mineiro

7 - Nordestino

8 - Nortista

9 - Paulistano

10 - Sertanejo

11 - Sulista

12 - Florianopolitano

13 - Carioca

14 - Brasiliense

15 - Serra amazônica

16 - Recifense

Assim como os outros idiomas, o português sofreu uma evolução histórica, sendo influenciado por vários idiomas e dialetos, até chegar ao estágio conhecido atualmente. Deve-se considerar, porém, que o português de hoje compreende vários dialetos e subdialetos, falares e subfalares, muitas vezes bastante distintos, além de dois padrões reconhecidos internacionalmente (o português brasileiro e o português europeu). No momento atual, o português é a única língua do mundo ocidental falada por mais de cem milhões de pessoas com duas ortografias oficiais (é notado que a língua inglesa tem diferenças de ortografia pontuais mas não ortografias oficiais divergentes). Esta situação deve ser resolvida pelo Acordo Ortográfico de 1990.[96]


Foi, entretanto, concluído pela Professora Maria Regina Rocha, que através das regras do Acordo Ortográfico de 1990, foram unificados 569 vocábulos, 2 691 palavras que apresentavam diferenças entre as ortografias portuguesa/africana/asiática e brasileira assim se mantiveram após a reforma ortográfica, 1 235 passaram a ter uma grafia diferente e, assim, 3 926 vocábulos ficam com diferenças gráficas entre ambos os lados do Atlântico.[97]


A língua portuguesa tem grande variedade de dialectos, muitos deles com uma acentuada diferença lexical em relação ao português padrão seja no Brasil ou em Portugal. Tais diferenças, entretanto, não prejudicam muito a inteligibilidade entre os locutores de diferentes dialectos.[98]


Os primeiros estudos sobre os dialectos do português europeu começaram a ser registados por Leite de Vasconcelos no começo do século XX.[99][100] Mesmo assim, todos os aspectos e sons de todos os dialectos de Portugal podem ser encontrados nalgum dialecto no Brasil. O português africano, em especial o português são-tomense, tem muitas semelhanças com o português do Brasil. Ao mesmo tempo, os dialetos do sul de Portugal (chamados "meridionais") apresentam muitas semelhanças com o falar brasileiro, especialmente, o uso intensivo do gerúndio (e. g. falando, escrevendo, etc.). Na Europa, os dialectos transmontano e alto-minhoto apresentam muitas semelhanças com o galego.[101] Um dialecto já quase desaparecido é o português oliventino ou português alentejano oliventino, falado em Olivença e em Táliga.[102]


Após a independência das antigas colônias africanas, o português padrão de Portugal tem sido o escolhido pelos países africanos de língua portuguesa. Logo, o português tem apenas dois dialetos de aprendizagem, o europeu e o brasileiro. Note-se que na língua portuguesa europeia há uma variedade prestigiada que deu origem à norma-padrão: a variedade de Lisboa.[103] No Brasil, a maior quantidade de falantes se encontra na região sudeste do país, essa região foi alvo de intensas migrações internas, graças ao seu poder econômico. O Distrito Federal apresenta um destaque devido ao seu dialeto próprio, pelas várias hordas de migração interna. Os dialectos europeus e americanos do português apresentam problemas de inteligibilidade mútua (dentro dos dois países), devido, sobretudo, a diferenças culturais, fonéticas, lexicais. Nenhum pode, no entanto, ser considerado como intrinsecamente melhor ou perfeito.[104]


Algumas comunidades cristãs falantes de português na Índia, Sri Lanka, Malásia e Indonésia preservaram a sua língua mesmo depois de terem ficado isoladas de Portugal. A língua foi muito alterada nessas comunidades e, em muitas, nasceram crioulos de base portuguesa, alguns dos quais ainda persistem, após séculos de isolamento.[105] Também é percebível uma variedade de palavras originadas do português no tétum. Palavras de origem portuguesa entraram no léxico de várias outras línguas, como o japonês, o suaíli, o indonésio e o malaio.[106]


Léxico

Ver artigo principal: Léxico da língua portuguesa

Ver também: Lista de diferenças lexicais entre versões da língua portuguesa


Biblioteca Nacional do Brasil, no Rio de Janeiro, a maior da América Latina.[107]

O Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa, com cerca de 228 500 entradas, 376 500 acepções, 415 500 sinónimos, 26 400 antónimos e 57 000 palavras arcaicas, é um exemplo da riqueza léxica da língua portuguesa. Segundo um levantamento feito pela Academia Brasileira de Letras, a língua portuguesa tem atualmente cerca de 356 mil unidades lexicais. Essas unidades estão dicionarizadas no Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa.[108]


A maior parte do léxico do português é derivado do latim, já que o português é uma língua românica. No entanto, por causa da origem celtibera,[109][110] as migrações dos povos germânicos,[111] a ocupação moura da Península Ibérica durante a Idade Média e a participação de Portugal na Era dos Descobrimentos, adotou palavras de todo o mundo. No século XIII, por exemplo, o léxico do português tinha cerca de 80% das suas palavras com origem latina e 20% com origem pré-romana, celta, germânica e árabe. Atualmente, a língua portuguesa ostenta no seu vocabulário termos provenientes de diferentes idiomas como o provençal, o holandês, o hebraico, o persa, o quíchua, o chinês, o turco, o japonês, o alemão e o russo, além de idiomas bem mais próximos, como o inglês, o francês, o espanhol e o italiano. Também houve influência de algumas línguas africanas.[112][113]


A maioria das palavras em português que podem ter sua origem rastreada até aos habitantes pré-romanos de Portugal, que incluíam os iberos, galaicos, lusitanos, célticos, túrdulos velhos, cónios e outros, é celta,[114] existindo muito pouco léxico ibérico. No século V, a Península Ibérica (a Hispânia romana) foi conquistada pelos germânicos suevos e visigodos. Esses povos contribuíram com algumas palavras ao léxico português, principalmente nas relacionadas à guerra. Entre os séculos IX e XIII, o português adquiriu cerca de 800 palavras do árabe, devido a influência moura na Iberia. No século XV, as explorações marítimas portuguesas levaram à introdução de estrangeirismos de muitas das línguas asiáticas. Do século XVI ao XIX, por causa do papel de Portugal como intermediário no comércio de escravos no Atlântico e o estabelecimento de grandes colónias portuguesas em Angola, Moçambique e Brasil, o português sofreu várias influências de idiomas africanos e ameríndios.[112][113]


Ortografia

Ver artigo principal: Ortografia da língua portuguesa


A sede da Academia Brasileira de Letras no Rio de Janeiro, Brasil.


Sede da Biblioteca Nacional de Portugal em Lisboa.


Biblioteca do Palácio Nacional de Mafra, em Portugal.

O português padrão tem duas variantes reconhecidas internacionalmente: como em Portugal e nos restantes países do mundo lusófono à exceção do Brasil; e como no Brasil. Empregado por cerca de 85% dos falantes do português, o padrão brasileiro é hoje o mais falado, escrito, lido e estudado do mundo. É, ademais, amplamente estudado nos países da América do Sul, devido à grande importância econômica do Brasil no Mercosul. As diferenças entre as variedades do português da Europa e do Brasil estão no vocabulário, na pronúncia e na sintaxe, especialmente nas variedades vernáculas, enquanto nos textos formais essas diferenças diminuem bastante. As diferenças não são maiores que entre o inglês dos Estados Unidos e do Reino Unido ou o francês da França e de Québec.[115]


Ambas as variedades são, sem dúvida, dialectos da mesma língua e os falantes de ambas as variedades podem entender-se apenas com pequenas dificuldades pontuais. Essas diferenças entre as variantes são comuns a todas as línguas naturais, ocorrendo em maior ou menor grau, dependendo do caso. Com um oceano entre Brasil e Portugal, e ao longo de quinhentos anos, a língua evoluiu de maneira diferente em ambos os países, dando origem a dois padrões de linguagem simplesmente diferentes, não existindo um padrão que seja mais correto em relação ao outro. É importante salientar que dentro daquilo a que se convencionou chamar "português do Brasil" e "português europeu" há um grande número de variações regionais.[116]


Um dos traços mais importantes do português brasileiro é o seu conservadorismo em relação à variante europeia, sobretudo no aspecto fonético. Um português do século XVI mais facilmente reconheceria a fala de um brasileiro do século XX como sua do que a fala de um português.[117]


Europa e África pré-Acordo acção acto contacto direcção eléctrico óptimo adopção

Brasil pré e pós-Acordo ação ato contato direção elétrico ótimo adoção

Nota: no Brasil mantêm-se quando pronunciadas, como em facção, compactar, intelectual, aptidão, característica etc. Também ocorriam diferenças de acentuação devido a pronúncias diferentes. No Brasil, em palavras como acadêmico, anônimo e bidê usa-se o acento circunflexo por tratar-se de vogais fechadas, enquanto nos restantes países lusófonos estas vogais são abertas: académico, anónimo e bidé respectivamente. Nesses casos, o Acordo Ortográfico de 1990, assinado por todos os países membros da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP), instituiu duplas grafias para o mundo lusófono (Base XI, 3º).


Reformas ortográficas

Ver artigo principal: Reforma ortográfica


Cavaco Silva e Lula no Real Gabinete Português de Leitura em 2008

Durante muitos anos, Portugal (até 1975, incluía as suas colónias) e o Brasil tomaram decisões unilateralmente e não chegaram a um acordo comum, legislando sobre a língua.[118]


Existiram pelo menos cinco acordos ortográficos: Acordo Ortográfico de 1911, Acordo Ortográfico de 1943, Acordo Ortográfico de 1945, Acordo Ortográfico de 1971 e o Acordo Ortográfico de 1990. Todos eles estiveram envolvidos em polémicas e divergências entre os países signatários.[118]


Os mais significativos foram o Acordo Ortográfico de 1943 que esteve em vigor apenas no Brasil entre 12 de agosto de 1943 e 31 de dezembro de 2008 (com algumas alterações introduzidas pelo Acordo Ortográfico de 1971) e o Acordo Ortográfico de 1945, em vigor em Portugal e todas as colónias portuguesas da época, desde 8 de dezembro de 1945 até à entrada em vigor do Acordo Ortográfico de 1990, que ainda não entrou em vigor em todos os países signatários.[118]


Acordo de 1990

Ver artigo principal: Acordo ortográfico de 1990

O Acordo Ortográfico de 1990 foi proposto para criar uma norma ortográfica única, de que participaram na altura todos os países de língua oficial portuguesa, e em que esteve presente uma delegação não oficial de observadores da Galiza. Os signatários que ratificaram o acordo original foram Portugal (1991), Brasil (1995), Cabo Verde (1998) e São Tomé e Príncipe (2006).[96]


Variedades ortográficas

Países lusófonos à exceção do Brasil antes do OA1990 Mundo lusófono pós-OA1990

direcção direção

óptimo ótimo

Em julho de 2004 foi aprovado, em São Tomé e Príncipe, o Segundo Protocolo Modificativo, durante a Cúpula dos Chefes de Estado e de governo da CPLP. O Segundo Protocolo vem permitir que o acordo possa vigorar com a ratificação de apenas três países, sem a necessidade de aguardar que todos os demais membros da CPLP adotem o mesmo procedimento, e contemplava também a adesão de Timor-Leste, que ainda não era independente em 1990. Assim, tendo em vista que o Segundo Protocolo Modificativo foi ratificado pelo Brasil (2004), Cabo Verde (2005) e São Tomé e Príncipe (2006), e que o Acordo passaria automaticamente a vigorar um mês após a terceira ratificação necessária, tecnicamente, o novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa está em vigor, na ordem jurídica internacional e nos ordenamentos jurídicos dos três Estados acima indicados, desde 1º de Janeiro de 2007.[119]


Depois de muita discussão, no dia 29 de julho de 2008, o parlamento português ratificou o Segundo Protocolo Modificativo, aprovado a 25 de julho do mesmo ano,[120] estabelecendo um prazo de até seis anos para que a reforma ortográfica fosse totalmente implantada. A nova e a antiga ortografia coexistiram em Portugal[121] entre 13 de maio de 2009 e 13 de maio de 2015, data em que o Acordo Ortográfico de 1990 passou a vigorar obrigatoriamente em Portugal.[122]


No Brasil, houve a vigência desde janeiro de 2009, tendo o presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinado legislação sobre o acordo no segundo semestre de 2008. Porém, até 2012 as duas ortografias estiveram vigentes.[123]


Gramática

Ver artigo principal: Gramática da língua portuguesa


Frontispício da Grammatica da Língua Portuguesa, publicada em 1540.

A gramática, a morfologia e a sintaxe do idioma português é semelhante à gramática das demais línguas românicas, especialmente à do espanhol, língua com a qual compartilha 89% de semelhança lexical,[124] e ainda mais à do galego. O português é um idioma relativamente sintético e flexivo.[125][126]


Substantivos, adjetivos, pronomes e artigos são moderadamente flexionados: existem dois gêneros (masculino e feminino) e dois números (singular e plural). O caso gramatical da sua língua ancestral, o latim, foi perdido, mas os pronomes pessoais são ainda divididos em três tipos principais de formas: sujeito, objeto do verbo e objeto da preposição. A maioria dos substantivos e adjetivos pode levar muitos sufixos diminutivos ou aumentativos derivacionais e a maioria dos adjetivos podem ter sufixo derivacional "superlativo". Normalmente os adjetivos seguem o substantivo.[125][126]


Os verbos são altamente flexionados: existem três tempos (passado, presente e futuro), três modos (indicativo, subjuntivo, imperativo), três aspectos (perfectivo, imperfectivo e progressiva), duas vozes (ativa e passiva) e um infinitivo flexionado. Tempos mais que perfeitos e imperfeitos são sintéticos, totalizando 11 paradigmas de conjugação, enquanto todos os tempos progressivos e construções passivas são perifrásticos. Como em outras línguas românicas, existe também uma construção impessoal passiva, onde o agente substituído por um pronome indefinido. O português é basicamente uma língua SVO, embora a sintaxe SOV possa ocorrer com alguns poucos pronomes e a ordem das palavras geralmente não seja tão rígida quanto no inglês, por exemplo. É uma linguagem de sujeito nulo, com uma tendência de queda dos objetos de pronomes, bem como das variedades coloquiais. O português tem dois verbos de ligação.[125][126]


A língua portuguesa tem várias características gramaticais que a distinguem da maioria das outras línguas românicas, como um pretérito mais-que-perfeito sintético, verbo no futuro do subjuntivo, infinitivo flexionado e um presente perfeito com um sentido iterativo. Um recurso exclusivo do idioma português é a mesóclise, a infixação de pronomes clíticos em algumas formas verbais.[125][126]


Fonologia

Ver artigo principal: Fonologia da língua portuguesa

Ficheiro:WIKITONGUES- Sara speaking Portuguese.webm

Sara, uma oradora nativa do português europeu

MENU0:00

Português brasileiro falado


Plano de monotongos do Português de Lisboa.


Plano de monotongos do Português de São Paulo, Barbosa & Albano (2004):229

A língua portuguesa contém alguns sons únicos para falantes de outras línguas, tornando-se, por isso, necessário que estes lhes prestem especial atenção quando os aprendem. O português tem uma das fonologias mais ricas das línguas românicas, com vogais orais e nasais, ditongos nasais e dois ditongos nasais duplos. As vogais semifechadas /e/, /o/ e as vogais semiabertas /ɛ/, /ɔ/ são quatro fonemas separados, ao invés do espanhol, e o contraste entre elas é usado para apofonia. O português europeu também possui duas vogais centrais, uma das quais tende a ser omitida na fala como o e caduc do francês. Há, no português, um máximo de nove vogais orais e 19 consoantes, embora algumas variedades da língua tenham menos fonemas (o português brasileiro é geralmente analisado como tendo sete vogais orais). Há também cinco vogais nasais, que alguns linguistas consideram como alofones das vogais orais, dez ditongos orais e cinco ditongos nasais. No total, o português do Brasil tem 13 fonemas vogais.[127]


Vogais

Para as sete vogais do latim vulgar, o português europeu acrescentou duas vogais centrais próximas, uma das quais tende a ser elidida na fala rápida. A carga funcional destas duas vogais adicionais é muito baixa. As vogais altas /e o/ e as vogais baixas /ɛ ɔ/ são quatro fonemas distintos e eles se alternam em várias formas de apofonia. Como o catalão, o português usa qualidade da vogal para contrastar sílabas estressadas com sílabas átonas: vogais isoladas tendem a ser levantadas, e em alguns casos, centralizadas, quando átonas. Ditongos nasais ocorrem principalmente nas extremidades das palavras.[127]


Consoantes

Fonemas consonantais do português[128][129]

Bilabial Labio-

dental Dental/

Alveolar Palato-

alveolar Palatal Velar Uvular/

Glotal

Nasal m n ɲ

Oclusiva p b t d k ɡ

Fricativa f v s z ʃ ʒ ʁ

Lateral l ʎ

Vibrante ɾ

Exemplo de pronúncias diferentes

Ver artigo principal: Pronúncia do português europeu e brasileiro

Excerto do épico nacional português Os Lusíadas, de Luís de Camões (I, 33)


Original IPA (Lisboa) IPA (Rio de Janeiro) IPA (São Paulo)

Sustentava contra ele Vénus bela, suʃtẽˈtavɐ ˈkõtɾɐ ˈeɫɨ ˈvɛnuʒ ˈbɛɫɐ suʃtẽˈtavɐ ˈkõtɾɐ ˈeli ˈvẽnuʒ ˈbɛlɐ sustẽ̞ˈtavɐ ˈkõtɾɐ ˈeli ˈvẽnuz ˈbɛlɐ

Afeiçoada à gente Lusitana, ɐfɐjˈsuaðɐː ˈʒẽtɨ ɫuziˈtɐnɐ afejsuˈadaː ˈʒẽtʃi luziˈt̃ɐ̃̃nɐ afejsuˈadaː ˈʒẽtʃi luziˈt̃ɐ̃̃nɐ

Por quantas qualidades via nela puɾ ˈkw̃ɐ̃tɐʃ kwɐɫiˈðaðɨʒ ˈviɐ ˈnɛɫɐ puʀ ˈkw̃̃ɐ̃tɐʃ kwaliˈdadʒiʒ ˈviɐ ˈnɛlɐ pʊɾ ˈkw̃ɐ̃tɐs kwaliˈdadʒɪz ˈviɐ ˈnɛlɐ

Da antiga tão amada sua Romana; dãˈtiɣɐ ˈt̃ɐ̃w ɐˈmaðɐ ˈsuɐ ʁuˈmɐnɐ da ̃ɐˈtʃigɐ t̃ɐw ̃ɐ̃ˈmadɐ ˈsuɐ ʁoˈm̃ɐnɐ da ̃ɐˈtʃiɡɐ ˈt̃ɐw ̃̃ɐ̃ˈmadɐ ˈsuɐ ʁõˈm̃ɐnɐ

Nos fortes corações,

na grande estrela, nuʃ ˈfɔɾtɨʃ kuɾɐˈsõjʃ

nɐ ˈgɾ̃ɐdɨ ɨʃˈtɾeɫɐ nuʃ ˈfɔʁtʃiʃ koɾaˈsõjʃ

nɐ ˈgɾ̃ɐdʒi iʃˈtɾelɐ nus ˈfɔɾtʃis koɾaˈsõjs

nɐ ˈgɾ̃ɐdʒi isˈtɾelɐ

Que mostraram na terra Tingitana, kɨ muʃˈtɾaɾ̃ɐw nɐ ˈtɛʁɐ tĩʒiˈtɐnɐ ki moʃˈtɾaɾ̃̃ɐw na ˈtɛʁɐ tʒĩʒiˈt̃ɐnɐ ki mosˈtɾaɾ̃̃ɐw na ˈtɛʁɐ tʒĩʒiˈt̃ɐ̃nɐ

E na língua, na qual quando imagina, i nɐ ˈɫĩɡwɐ nɐ ˈkwaɫ ˈkwɐ̃du imɐˈʒinɐ i na ˈlĩgwɐ na ˈkwaw ˈkw̃ɐdu ĩmaˈʒĩnɐ i na ˈlĩɡwɐ na ˈkwaw ˈkw̃ɐdu ĩmaˈʒinɐ

Com pouca corrupção crê que é a Latina. kõ ˈpokɐ kuʁupˈs̃ɐw ˈkɾe kɨˈɛ ɐ ɫɐˈtinɐ kũ ˈpowkɐ koʁupˈs̃ɐw kɾe ˈki ɛ a laˈtʃĩnɐ kũ ˈpokɐ koʁup(i)ˈs̃ɐw ˈkɾe ˈki ɛ a laˈtʃĩnɐ[130]

Ver também

Acordo Ortográfico de 1990

Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP)

Crioulos de base portuguesa

Diferenças entre o castelhano e o português

História da literatura em Portugal

Instituto Internacional da Língua Portuguesa

Língua galega

Lista de línguas por total de falantes

Lista de países onde o português é língua oficial

Maiores aglomerações urbanas de língua portuguesa

Museu da Língua Portuguesa

Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP)

Palavras japonesas de origem portuguesa

Relações entre Brasil e Portugal

Referências

 Schütz, Ricardo (4 de agosto de 2003). «A Presença do Inglês e do Português no Mundo». Consultado em 5 de julho de 2011

 «The 30 Most Spoken Languages of the World». KryssTal. Consultado em 5 de julho de 2011

 Vázquez Cuesta, Pilar; Mendes da Luz, Albertina (1989). Gramática da língua portuguesa. Lisboa: Edições 70. p. 180

 «Marco Ramerini, A Herança da Língua Portuguesa no Oriente (Ásia)». Consultado em 17 de maio de 2012. Arquivado do original em 29 de julho de 2012

 «Guiné-Equatorial anuncia o português como língua oficial do país». Consultado em 22 de novembro de 2011. Arquivado do original em 12 de janeiro de 2012

 «TVI24». tvi24.iol.pt. Consultado em 17 de fevereiro de 2021

 «Português entre as línguas oficiais de Guiné Equatorial». Consultado em 22 de novembro de 2011. Arquivado do original em 3 de janeiro de 2012

 «Estados-membros da CPLP». Consultado em 7 de fevereiro de 2017

 «Sri Lanka - The Portuguese in Sri Lanka (1505–1658)». Encyclopædia Britannica (em inglês). Consultado em 17 de fevereiro de 2021

 Michael Swan, Bernard Smith (2001). Learner English: a Teacher's Guide to Interference and Other Problems (em inglês). [S.l.]: Cambridge University Press. 378 páginas

 Alexandra Carita (20 de julho de 2012). «O português vai ser uma língua internacional?». Expresso. Consultado em 23 de Setembro de 2015

 «Língua Portuguesa, de Olavo Bilac» 🔗. Consultado em 24 de agosto de 2006. Arquivado do original em 7 de outubro de 2008

 «Biblioteca Virtual Miguel de Cervantes. Se reunió Cervantes a su antiguo tercio.» (em espanhol)

 «Notícias da CPLP | Noticias da Comunidade de Países de Língua Portuguesa». www.noticiaslusofonas.com. Consultado em 4 de maio de 2021

 «Dia da Língua Portuguesa e da Cultura da CPLP». Consultado em 29 de janeiro de 2011. Arquivado do original em 4 de dezembro de 2010

 Rede Brasil Cultural. Ministério das Relações Exteriores (Brasil). Divisão de Promoção da Língua Portuguesa. 5 de Maio é o Dia Internacional da Língua Portuguesa

 «csarmento.uminho.pt». Casa de Sarmento. Consultado em 17 de fevereiro de 2021

 «Origens e estruturação histórica do léxico português" (1976)» (PDF)

 «Bilinguism and the Latin language, J.N. Adams.Cambridge University Press» (PDF) (em inglês)

 «Comparative Grammar of Latin 34» (PDF) (em inglês)

 «Povos pré-romanos da Península Ibérica, Arkeotavira»

 Kottzebue, "Mas huella eslavas en espana"

 «Hermanni Contracti Chronicon». Consultado em 24 de junho de 2008. Arquivado do original em 1 de junho de 2014

 R. F. Mansur Guérios. UFPR, ed. «o romanço moçarâbico lusitano». Consultado em 25 de setembro de 2021

 Madeira, Sandra Luísa Rodrigues (2008). Towards an Annotated Bibliography of Restructured Portuguese in Africa (PDF) (Tese de Master's) (em inglês). Universidade de Coimbra

 Jacobs, Bart (2009). «The Upper Guinea Origins of Papiamentu: Linguistic and Historical Evidence» (PDF). Diachronica (em inglês). 26 (3): 319–379. ISSN 0176-4225. doi:10.1075/dia.26.3.02jac. hdl:10961/207

 «Special Eurobarometer 243 "Europeans and their Languages"» (PDF). Comissão Europeia. 2006. p. 6. Consultado em 11 de maio de 2011 (em inglês)

 Portuguese language in Brazil (em inglês)

 «Sao Tome and Principe in CIA World Factbook» (em inglês). CIA. Consultado em 16 de dezembro de 2016

 «Angola: português é falado por 71,15% de angolanos». Observatório da Língua Portuguesa. Consultado em 16 de dezembro de 2016

 «Angola vai avaliar nível de aprendizagem das línguas nacionais». África 21 online. Consultado em 23 de julho de 2015

 «Lusofonia em Moçambique» (PDF). Consultado em 30 de maio de 2016

 «A língua portuguesa: Guiné-Bissau». Consultado em 11 de março de 2015

 «Português na África». Info Escola. Consultado em 2 de março de 2018

 «língua portuguesa em timor leste, o dilema entre a memória e o problema da identidade». Jornal Nacional Diário. Consultado em 18 de dezembro de 2016

 «Português como segunda língua, tema de conferência em Macau». Parábola Editorial. Consultado em 17 de dezembro de 2016 [ligação inativa]

 «Português como língua oficial em Macau: ensino, aprendizagem e empregabilidade (introdução)». Lang-8. Consultado em 17 de dezembro de 2016

 CPLP, ed. (3 de maio de 2011). «Missão da CPLP à Guiné Equatorial». Consultado em 7 de março de 2022

 «Guiné Equatorial já é membro de pleno direito da CPLP». Jornal Expresso. Julho de 2014. Consultado em 7 de fevereiro de 2017

 El País, ed. (20 de julho de 2014). «A Guiné Equatorial entra na Comunidade de Países de Língua Portuguesa». Consultado em 7 de março de 2022

 «Official languages of Mercosur as agreed in the Protocol of Ouro Preto.». Consultado em 19 de julho de 2011. Arquivado do original em 22 de julho de 2011

 «OEI | Secretaría General». Organización de Estados Iberoamericanos (em espanhol). Consultado em 17 de fevereiro de 2021

 «Artículo 23 para língua oficiais» (PDF). Consultado em 19 de julho de 2011. Arquivado do original (PDF) em 8 de novembro de 2011

 Assembleia-geral da OEA, Alterações ao Regimento da Assembleia Geral, 5 de junho de 2000

 «Artigo 11, Protocolo de Emendas ao Ato Constitutivo da União Africana» (PDF). Consultado em 19 de julho de 2011. Arquivado do original (PDF) em 8 de dezembro de 2013

 «Languages in Europe – Official EU Languages». EUROPA web portal. Consultado em 12 de outubro de 2009

 Eunice Cristina do N. C. Seixas (Junho de 2007). Universidade de Coimbra, ed. «Discursos Pós-Coloniais sobre a Lusofonia: Comparando Agualusa e Saramago» (PDF). Consultado em 9 de junho de 2012 [ligação inativa]

 «The World Factbook – Field Listing – Population – CIA». Central Intelligence Agency. Consultado em 30 de março de 2019

 «ONU: Petição para tornar português língua oficial». Consultado em 7 de dezembro de 2008. Arquivado do original em 9 de janeiro de 2009

 «Português pode ser língua oficial na ONU». Consultado em 7 de dezembro de 2008. Arquivado do original em 10 de janeiro de 2009

 «Movimento Internacional Lusófono»

 Universidade Federal do Rio Grande do Norte (ed.). «A língua portuguesa». Consultado em 9 de junho de 2012

 «Bosque ganha pilar em homenagem ao Timor». Sítio oficial da Câmara Municipal de Curitiba. 12 de junho de 2007. Consultado em 5 de outubro de 2007

 Governo do Estado de São Paulo (ed.). «Museu da Língua Portuguesa». Consultado em 19 de fevereiro de 2015

 Carvalho, Daniela de (1 de fevereiro de 2013). Migrants and Identity in Japan and Brazil: The Nikkeijin. [S.l.: s.n.] ISBN 978-1-135-78765-3

 «Governo uruguaio torna obrigatório ensino do português». 5 de novembro de 2007. Consultado em 13 de julho de 2010

 «El portugués será materia obligatoria en la secundaria» (em Spanish). 21 de janeiro de 2009. Consultado em 13 de julho de 2010. Arquivado do original em 6 de janeiro de 2010

 «Língua portuguesa será opção no ensino oficial venezuelano». 24 de maio de 2009. Consultado em 13 de julho de 2010. Arquivado do original em 22 de maio de 2011

 «Zâmbia vai adotar a língua portuguesa no seu ensino básico.». 26 de maio de 2009. Consultado em 13 de julho de 2010. Arquivado do original em 28 de maio de 2009

 «Congo passará a ensinar português nas escolas.». 4 de junho de 2010. Consultado em 13 de julho de 2010

 Entre 300 000 e 600 000 de acordo com Pina, António (2001), «Portugueses na África do Sul», Actualidade das migrações, Janus, cópia arquivada em 18 de maio de 2013

 «Coneixements i usos lingüístics de la població d'Andorra» (PDF). Govern d'Andorra. 6 de julho de 2015. Consultado em 2 de março de 2018

 0,13% ou 25.779 pessoas falam em casa, no censo de 2006, ver «Language Spoken at Home from the 2006 census». Australian Bureau of Statistics

 «Portugueses em risco nas Bermudas». Correio da Manhã. Consultado em 17 de dezembro de 2016

 «Bermuda». World InfoZone. Consultado em 21 de abril de 2010

 «2006 Census Topic-based tabulations» (em inglês). Statistics Canada. Consultado em 17 de dezembro de 2016

 Gomes, Nancy (2001), «Os portugueses nas Américas: Venezuela, Canadá e EUA», Actualidade das migrações, Janus, cópia arquivada em 22 de dezembro de 2012

 580 mil estimados para usá-la como língua materna no censo de 1999 e 490.444 cidadãos no censo de 2007, consulte Répartition des étrangers par nationalité

 «Voices - Multilingual Nation» (em inglês). BBC. Consultado em 17 de dezembro de 2016

 «O garnisé, quem diria, veio de Guernsey». Veja. Consultado em 17 de dezembro de 2016

 Correio do Estado, ed. (2008). «Japão: imigrantes brasileiros popularizam língua portuguesa». Consultado em 9 de março de 2022

 4,6% de acordo com o censo de 2001, ver

 «N° 17 La langue principale, celle que l'on maîtrise le mieux» (em francês). Governo de Luxemburgo. 2013. Consultado em 16 de dezembro de 2016

 «Namíbia quer ser membro observador da CPLP» (em inglês). Ventos da Lusofonia. Consultado em 17 de dezembro de 2016

 Portuguese to be introduced in schools. The Namibian. Acessado em 6 de abril de 2012.

 Ethnologue (ed.). «Languages of Paraguay». Consultado em 9 de março de 2022

 «Switzerland in CIA World Factbook» (em inglês). CIA. Consultado em 17 de dezembro de 2016

 Ver «Languages of Venezuela» e Gomes, Nancy (2001), «Os portugueses nas Américas: Venezuela, Canadá e EUA», Actualidade das migrações, Janus, consultado em 13 de maio de 2011, cópia arquivada em 22 de dezembro de 2012

 «Centenas de milhares de uruguaios têm português como língua materna». Diário de Notícias. Consultado em 17 de dezembro de 2016

 Carvalho, Ana Maria (2010), «Portuguese in the USA», in: Potowski, Kim, Language Diversity in the USA, ISBN 978-0-521-74533-8, Cambridge University Press

 Hispanic Reading Room of the U.S. Library of Congress Web site, Twentieth-Century Arrivals from Portugal Settle in Newark, New Jersey,

 «Brazucas (Brazilians living in New York)». Nyu.edu. Consultado em 21 de abril de 2010

 Hispanic Reading Room of the U.S. Library of Congress Web site, Whaling, Fishing, and Industrial Employment in Southeastern New England

 «Portuguese Language in Goa». Colaco.net. Consultado em 21 de abril de 2010. Arquivado do original em 29 de maio de 2001

 «The Portuguese Experience: The Case of Goa, Daman and Diu». Rjmacau.com. Consultado em 21 de abril de 2010. Arquivado do original em 26 de agosto de 2009

 «Portuguese language gaining popularity». Anglopress Edicões e Publicidade Lda. 5 de maio de 2007. Consultado em 18 de maio de 2011

 Carolina Matos (17 de novembro de 2016). «Lisbon: Portuguese language to expand to 400 million speakers globally – Portugal». Portuguese American Journal. Consultado em 20 de novembro de 2017

 Universidade Federal Fluminense, ed. (2009). «A expansão do português na América Latina» (PDF). Consultado em 9 de junho de 2012. Arquivado do original (PDF) em 17 de outubro de 2012

 José Jorge Peralta (2009). Portal da Lusofonia, ed. «O Brasil na América do Sul». Consultado em 9 de junho de 2012

 Leach, Michael (2007), «talking Portuguese; China and East Timor», Arena Magazine, consultado em 18 de maio de 2011

 «The World Factbook – Field Listing – Population – CIA». Central Intelligence Agency. Consultado em 7 de março de 2015

 Instituto Camões, ed. (1994). «Lexikon der Romanistischen Linguistik (LRL)» (PDF). Consultado em 7 de março de 2022

 Instituto Camões (ed.). «Fonética histórica». Consultado em 7 de março de 2022

 «Povos pré-romanos da Península Ibérica (aproximadamente 200 a.C.)». arkeotavira.com. Consultado em 7 de março de 2022

 Em Cafundó, esforço para salvar identidade. São Paulo, SP: O Estado de S. Paulo, 2006 dezembro 24, p. A8.

 Portal da Língua Portuguesa, ed. (1990). «Acordo Ortográfico de 1990 no Portal da Língua Portuguesa, MCTES». Consultado em 9 de março de 2022

 ««A falsa unidade ortográfica» [Maria Regina Rocha, PÚBLICO, 19.01.2013] - ILC contra o Acordo Ortográfico». Consultado em 18 de fevereiro de 2021

 Maria Bernadete ABAURRE e Charlotte GALVES (1998). Universidade Estadual de Campinas, ed. «As diferenças rítmicas entre o português europeu e o português brasileiro: uma abordagem otimalista e minimalista». Consultado em 9 de junho de 2012

 José Leite de Vasconcelos. «Dialectologia.». Opúsculos. Consultado em 16 de dezembro de 2007. Arquivado do original em 11 de outubro de 2007

 José Leite de Vasconcelos. «Dialectologia (Parte II)». Opúsculos. Volume VI. Consultado em 16 de dezembro de 2007. Arquivado do original em 11 de outubro de 2007

 José Leite de Vasconcelos. «Dialecto transmontano (Parte I)» (PDF). Opúsculos. Volume VI. Consultado em 23 de dezembro de 2009. Arquivado do original (PDF) em 18 de fevereiro de 2014

 RTP, ed. (27 de fevereiro de 2009). «Olivença quer evitar a "morte" do português oliventino». Consultado em 9 de junho de 2012

 Universidade Federal de Pernambuco (ed.). «O Português no mundo». Consultado em 10 de junho de 2012

 Renata Costa. Revista Nova Escola, ed. «Como surgiram os diferentes sotaques do Brasil?». Consultado em 9 de junho de 2012. Arquivado do original em 2 de junho de 2012

 Dulce Pereira. Instituto Camões, ed. «Crioulos de base portuguesa». Consultado em 10 de junho de 2012

 Marco Ramerini. «A herança da língua portuguesa na ásia». Consultado em 9 de junho de 2012. Arquivado do original em 29 de julho de 2012

 Fundação Biblioteca Nacional (ed.). «cervantesvirtual.com». Consultado em 9 de junho de 2012

 Academia Brasileira de Letras (ed.). «Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa». Consultado em 9 de junho de 2012

 «Investigadores debatem legado celta na Península Ibérica». PÚBLICO. Consultado em 17 de fevereiro de 2021

 Varela, José Manuel Vázquez; Quintela, Marco V. García (1998). A vida cotiá na Galicia castrexa (em galego). [S.l.]: Univ Santiago de Compostela

 patrimoniocultural.gov - pdf

 CARDOSO, Wilton & CUNHA, Celso Ferreira da (2007). «Aspectos da construção do léxico português». Consultado em 9 de junho de 2012

 Joseph-Maria PIEL (1989). «"Origens e estruturação histórica do léxico português"» (PDF). Consultado em 9 de junho de 2012

 Salgado, Benigno Fernández (2000). Os rudimentos da lingüística galega: un estudio de textos lingüísticos galegos de principios do século XX (1913-1936) (em galego). [S.l.]: Univ Santiago de Compostela

 «Língua Quebequense *francês». Consultado em 12 de abril de 2008. Arquivado do original em 5 de setembro de 2008

 Adelardo A. D. Medeiros (2006). Universidade Federal do Rio Grande do Norte, ed. «A língua portuguesa - O mundo lusófono». Consultado em 26 de outubro de 2021

 «A Pronúncia do Português Europeu». Instituto Camões. Consultado em 14 de novembro de 2010

 HowStuffWorks (ed.). «Como funciona a reforma ortográfica do português». Consultado em 9 de junho de 2012. Arquivado do original em 10 de maio de 2012

 «Cf. Nota da CPLP». Consultado em 24 de junho de 2007. Arquivado do original em 6 de junho de 2007

 «DetalheIniciativa». www.parlamento.pt. Consultado em 7 de setembro de 2018

 Ciberdúvidas/ISCTE-IUL. «Acordo Ortográfico em vigor em Portugal desde 13 de maio de 2009 - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa». ciberduvidas.iscte-iul.pt. Consultado em 7 de setembro de 2018

 «Reunião Plenária». Assembleia da República. 16 de maio de 2008. Consultado em 6 de janeiro de 2010

 «Presidente promulga acordo ortográfico». MEC. Consultado em 9 de junho de 2012

 Guus Extra, e Kutlay Yaǧmur (2004). Urban Multilingualism in Europe: Immigrant Minority Languages at Home and School. [S.l.]: Multilingual Matters. 428 páginas. ISBN 9781853597787

 Pasquale Cipro Neto & Ulisses Infante. «Gramática da Língua Portuguesa» (PDF). Consultado em 9 de junho de 2012. Arquivado do original (PDF) em 25 de novembro de 2011

 FLIP (ed.). «Gramática - Introdução». Consultado em 9 de junho de 2012

 Handbook of the International Phonetic Association pg. 126–130; a referência aplica-se à toda a seção.

 Cruz-Ferreira 1995, p. 91.

 Barbosa & Albano 2004, pp. 228–229.

 White, Landeg. (1997). The Lusiads—English translation. Oxford World's Classics. Oxford University Press. ISBN 0-19-280151-1

Bibliografia

Antônio Houaiss (2000), Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa

Aurélio Buarque de Holanda Ferreira, Novo Dicionário da Língua Portuguesa

A Língua Portuguesa in Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Brazil

Barbosa, Plínio A.; Albano, Eleonora C. (2004). «Brazilian Portuguese». Journal of the International Phonetic Association. 34 (2): 227–232. doi:10.1017/S0025100304001756Acessível livremente

Bergström, Magnus & Reis, Neves Prontuário Ortográfico Editorial Notícias, 2004.

Bisol, Leda (2005), Introdução a estudos de fonologia do português brasileiro, ISBN 978-85-7430-529-5, Porto Alegre – Rio Grande do Sul: EDIPUCRS

Carta de dotação e fundação da Igreja de S. Miguel de Lardosa, a.D. 882 (o mais antigo documento latino-português original conhecido) [1] Arquivado 2019-09-10 no Wayback Machine

Cook, Manuela. Portuguese Pronouns and Other Forms of Address, from the Past into the Future – Structural, Semantic and Pragmatic Reflections, Ellipsis, vol. 11, APSA, www.portuguese-apsa.com/ellipsis, 2013

Cook, Manuela (1997). «Uma Teoria de Interpretação das Formas de Tratamento na Língua Portuguesa». Hispania. 80 (3): 451–464. JSTOR 345821. doi:10.2307/345821

Cook, Manuela. On the Portuguese Forms of Address: From Vossa Mercê to Você, Portuguese Studies Review 3.2, Durham: University of New Hampshire, 1995

Cruz-Ferreira, Madalena (1995). «European Portuguese». Journal of the International Phonetic Association. 25 (2): 90–94. doi:10.1017/S0025100300005223

Grønnum, Nina (2005), Fonetik og fonologi, Almen og Dansk, ISBN 978-87-500-3865-8 3rd ed. , Copenhagen: Akademisk Forlag

História da Lingua Portuguesa – Instituto Camões website

Lindley Cintra, Luís F. Nova Proposta de Classificação dos Dialectos Galego- Portugueses (PDF) Boletim de Filologia, Lisboa, Centro de Estudos Filológicos, 1971.

Mateus, Maria Helena; d'Andrade, Ernesto (2000), The Phonology of Portuguese, ISBN 978-0-19-823581-1, Oxford University Press

Rodrigues, Marisandra Costa (2012), Encontros Vocálicos Finais em Português: Descrição e Análise Otimalista (PDF) (thesis), Universidade Federal do Rio de Janeiro, consultado em 25 de dezembro de 2015, arquivado do original (PDF) em 11 de outubro de 2017

Thomas, Earl W. (1974), A Grammar of Spoken Brazilian Portuguese, ISBN 978-0-8265-1197-3, Nashville, TN: Vanderbilt University Press

Ligações externas

Outros projetos Wikimedia também contêm material sobre este tema:

Wikcionário Definições no Wikcionário

Wiki

Língua portuguesa

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Disambig grey.svg Nota: Para outros significados, veja Língua portuguesa (desambiguação).
Português
Falado em:Ver geografia da língua portuguesa
Total de falantes:Nativa: 250 milhões
Total: 273 milhões
Posição:5.ª como língua nativa[1][2]
6.ª como língua nativa e segunda língua
Família:Indo-europeia
 Itálica
  Românica
   Ítalo-ocidental
    Românica ocidental
     Galo-ibérica
      Ibero-românica
       Ibero-ocidental
        Galaico-portuguesa
         Português
Escrita:Alfabeto latino
Estatuto oficial
Língua oficial de:


Várias organizações internacionais
Regulado por:
Códigos de língua
ISO 639-1:pt
ISO 639-2:por
ISO 639-3:por
Map of the portuguese language in the world.svg
  Língua materna
  Língua oficial e administrativa
  Língua cultural ou de importância secundária
  Comunidades de minorias lusófonas

língua portuguesa, também designada português, é uma língua indo-europeia românica flexiva ocidental originada no galego-português falado no Reino da Galiza e no norte de Portugal. Com a criação do Reino de Portugal em 1139 e a expansão para o sul na sequência da Reconquista, deu-se a difusão da língua pelas terras conquistadas e mais tarde, com as descobertas portuguesas, para o BrasilÁfrica e outras partes do mundo.[3] O português foi usado, naquela época, não somente nas cidades conquistadas pelos portugueses, mas também por muitos governantes locais nos seus contatos com outros estrangeiros poderosos. Especialmente nessa altura a língua portuguesa também influenciou várias línguas.[4]

Durante a Era dos Descobrimentos, marinheiros portugueses levaram o seu idioma para lugares distantes. A exploração foi seguida por tentativas de colonizar novas terras para o Império Português e, como resultado, o português dispersou-se pelo mundo. Brasil e Portugal são os dois únicos países cuja língua primária é o português. É língua oficial em antigas colônias portuguesas, nomeadamente, MoçambiqueAngolaCabo VerdeGuiné Equatorial,[5][6][7] Guiné-Bissau e São Tomé e Príncipe, todas na África.[8] Além disso, por razões históricas, falantes do português, ou de crioulos portugueses, são encontrados também em Macau (China), Timor-Leste, em Damão e Diu e no estado de Goa (Índia), Malaca (Malásia), em enclaves na ilha das Flores (Indonésia), Baticaloa no (Sri Lanka) e nas ilhas ABC no Caribe.[9][10]

É uma das línguas oficiais da União Europeia, do Mercosul, da União de Nações Sul-Americanas, da Organização dos Estados Americanos, da União Africana e dos Países Lusófonos. Com aproximadamente 280 milhões de falantes, o português é a 5.ª língua mais falada no mundo, a 3.ª mais falada no hemisfério ocidental e a mais falada no hemisfério sul do planeta.[11] O português é conhecido como "a língua de Camões" (em homenagem a uma das mais conhecidas figuras literárias de Portugal, Luís Vaz de Camões, autor de Os Lusíadas) e "a última flor do Lácio" (expressão usada no soneto Língua Portuguesa, do escritor brasileiro Olavo Bilac).[12] Miguel de Cervantes, o célebre autor espanhol, considerava o idioma "doce e agradável".[13] Em março de 2006, o Museu da Língua Portuguesa, um museu interativo sobre o idioma, foi fundado em São PauloBrasil, a cidade com o maior número de falantes do português em todo o mundo.[14]

O Dia Internacional da Língua Portuguesa é comemorado em 5 de maio.[15] A data foi instituída em 2009, no âmbito da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), com o propósito de promover o sentido de comunidade e de pluralismo dos falantes do português. A comemoração propicia também a discussão de questões idiomáticas e culturais da lusofonia, promovendo a integração entre os povos desses nove países.[16]

História

Ver artigo principal: História da língua portuguesa

Origens e período romano

Inscrição em latim em um marco miliário da Via Nova, que ligava Braga a AstorgaTerras de BouroPortugal

O português teve origem no que é hoje a Galiza e o norte de Portugal, derivada do latim vulgar que foi introduzido no oeste da Península Ibérica há cerca de dois mil anos. Tem um substrato céltico-lusitano,[17] resultante da língua nativa dos povos ibéricos pré-romanos que habitavam a parte ocidental da Península (GalaicosLusitanosCélticos e Cónios). Surgiu no noroeste da Península Ibérica e desenvolveu-se na sua faixa ocidental, incluindo parte da antiga Lusitânia e da Bética romana. O romance galaico-português nasce do latim falado, trazido pelos soldados romanos, colonos e magistrados. O contato com o latim vulgar fez com que, após um período de bilinguismo, as línguas locais desaparecessem, levando ao aparecimento de novos dialetos. Assume-se que a língua iniciou o seu processo de diferenciação das outras línguas ibéricas através do contato das diferentes línguas nativas locais com o latim vulgar, o que levou ao possível desenvolvimento de diversos traços individuais ainda no período romano.[18][19][20]

Mapa cronológico mostrando o desenvolvimento das línguas do sudoeste da Europa entre as quais o português.

A língua iniciou a segunda fase do seu processo de diferenciação das outras línguas românicas depois da queda do Império Romano, durante a época das invasões bárbaras no século V quando surgiram as primeiras alterações fonéticas documentadas que se reflectiram no léxico. Começou a ser usada em documentos escritos pelo século IX, e no século XV tornara-se numa língua amadurecida, com uma literatura bastante rica. Chegando à Península Ibérica em 218 a.C., os romanos trouxeram com eles o latim vulgar, de que todas as línguas românicas (também conhecidas como "línguas novilatinas" ou "neolatinas") descendem. Só no fim do século I a.C. os povos que viviam a sul da Lusitânia pré-romana, os cónios e os celtas, começam o seu processo de romanização. As línguas paleo-ibéricas, como a língua lusitana ou a sul-lusitana são substituídas pelo latim.[21]

A partir de 409 d.C., enquanto o Império Romano entrava em colapso, a Península Ibérica era invadida por povos de origem germânica e iraniana ou eslava[22] (suevosvândalosbúriosalanosvisigodos), conhecidos pelos romanos como bárbaros que receberam terras como federados. Os bárbaros (principalmente os suevos e os visigodos) absorveram em grande escala a cultura e a língua da Península; contudo, desde que as escolas e a administração romana fecharam, a Europa entrou na Idade Média e as comunidades ficaram isoladas, o latim popular continuou a evoluir de forma diferenciada levando à formação de um proto-ibero-romance "lusitano" (ou proto-galego-português).[23]

Influência árabe, Reconquista e Império Português

Cancioneiro da Ajuda, coleção de poesias escritas em galego-português datada do final do século XIII, influenciadas pela lírica occitana

Desde 711, com a invasão islâmica da Península, que também introduziu um pequeno contingente de saqalibas, o árabe tornou-se a língua de administração das áreas conquistadas. Contudo, a população continuou a usar as suas falas românicas, o moçárabe nas áreas sob o domínio mouro, de tal forma que, quando os mouros foram expulsos, a influência que exerceram na língua foi relativamente pequena. O seu efeito principal foi no léxico, com a introdução de cerca oitocentas palavras através do moçárabe-lusitano.[24]

Em 1297, com a conclusão da reconquista, o rei D. Dinis I prossegue políticas em matéria de legislação e centralização do poder, adoptando o português como língua oficial em Portugal. O idioma se espalhou pelo mundo nos séculos XV e XVI quando Portugal estabeleceu um império colonial e comercial (1415-1999) que se estendeu do Brasil, na América, a Goa, na Ásia (ÍndiaMacau na China e Timor-Leste). Foi utilizada como língua franca exclusiva na ilha do Sri Lanka por quase 350 anos. Durante esse tempo, muitas línguas crioulas baseadas no português também apareceram em todo o mundo, especialmente na África, na Ásia e no Caribe.[25][26]

Distribuição geográfica

Ver artigos principais: Geografia da língua portuguesa e Lusofonia

Idioma oficial



Circle frame.svg
  Brasil (72.5%)
  Angola (11.2%)
  Moçambique (10.7%)
  Portugal (3.5%)
  Outros (2.1%)

O português é a língua da maioria da população de Portugal,[27] Brasil,[28] São Tomé e Príncipe (98,4%)[29] e, de acordo com o censo de 2014, é a língua habitual de 71,15% da população de Angola,[30] entretanto, cerca de 85% dos angolanos são capazes de falar português, segundo o Instituto Nacional de Estatística.[31] Apesar de apenas 10,7% da população de Moçambique ser de falantes nativos do português, o idioma é falado por cerca de 50,4% dos moçambicanos, de acordo com o censo de 2007.[32] A língua também é falada por cerca de 15% da população da Guiné-Bissau,[33][34] e por cerca de 25% da população de Timor-Leste.[35] Não existem dados disponíveis relativos a Cabo Verde, mas quase toda a população é bilíngue, sendo os cabo-verdianos monolíngues falantes do crioulo cabo-verdiano. Em Macau, apenas 0,7% da população usa o português como língua nativa e cerca de 4% dos macaenses falam esse idioma.[36][37]

Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (sigla CPLP) consiste em nove países independentes que têm o português como língua oficialAngolaBrasilCabo VerdeTimor-LesteGuiné-BissauGuiné EquatorialMoçambiquePortugal e São Tomé e Príncipe.[8] A Guiné Equatorial fez um pedido formal de adesão plena à CPLP em junho de 2010, o que somente é concedido a países que têm o português como idioma oficial.[38] Em 2011, o português foi incluído como sua terceira língua oficial (ao lado do espanhol e do francês) e, em julho de 2014, o país foi aceito como membro da CPLP.[39][40]

O português é também uma das línguas oficiais da região administrativa especial chinesa de Macau (ao lado do chinês) e de várias organizações internacionais como o Mercosul,[41] a Organização dos Estados Ibero-Americanos,[42] a União de Nações Sul-Americanas,[43] a Organização dos Estados Americanos,[44] a União Africana[45] e da União Europeia.[46]

Poderá acrescentar-se a esse número a imensa diáspora de cidadãos de nações lusófonas espalhada pelo mundo, estimando-se que ascenda aos 10 milhões (4,5 milhões de portugueses, 3 milhões de brasileiros, meio milhão de cabo-verdianos, etc.) mas sobre a qual é difícil obter números reais oficiais, incluindo-se nisso a obtenção de dados porcentuais dessa diáspora que fala efetivamente a língua de Camões, uma vez que uma porção significativa será de cidadãos de países lusófonos nascidos fora de território lusófono descendentes de imigrantes, os quais não necessariamente falam o português. É necessário ter-se igualmente em conta que boa parte das diásporas nacionais já se encontra contabilizada nas populações dos países lusófonos, como por exemplo o grande número de cidadãos emigrantes dos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOPs) e brasileiros em Portugal, ou o grande número de cidadãos emigrantes portugueses no Brasil e nos PALOPs.[47]

A língua portuguesa, segundo dados de 2021, está no cotidiano de quase 293 milhões de pessoas, distribuídos por nove países e uma região administrativa especial. Os países com maior população falante da língua portuguesa são o Brasil (212,56 milhões); Angola (32,87 milhões); Moçambique (31,26 milhões) e Portugal (10,2 milhões).[48]

Português europeuPortuguês europeuPortuguês europeuPortuguês de AngolaPortuguês brasileiroPortuguês cabo-verdianoPortuguês da Guiné EquatorialPortuguês da Guiné-BissauPortuguês de MacauPortuguês de MoçambiquePortuguês de São Tomé e PríncipePortuguês de Timor-LesteMapa dos países lusófonos.
Esta imagem contém hiperligações
Países que têm o português como língua oficial. Clique no mapa para ver o artigo sobre a variante falada nesse país ou território.v • d • e
PaísPopulação
(est. de julho de 2018)[48]
Mais informaçõesLíngua
majoritária
Falado por
 Brasil208.846.892Português do BrasilYesGrande maioria como língua nativa
 Angola30.355.880Português de AngolaYesMaioria como língua nativa; grande maioria como uma segunda língua
 Moçambique27.233.789Português de MoçambiqueNãoMinoria significativa como língua nativa; pequena maioria como segunda língua
 Portugal10.355.493Português de PortugalYesGrande maioria como língua nativa
 Guiné-Bissau1.833.247Português da Guiné-BissauNãoComo uma segunda língua
 Timor-Leste1.321.929Português de Timor-LesteNãoPequena minoria como primeira língua; maioria como uma segunda língua
 Guiné Equatorial2797.457Português da Guiné EquatorialNãoComo uma segunda língua
 Macau1606.340Português de MacauNãoPequena minoria como língua nativa
 Cabo Verde568.373Português de Cabo VerdeNãoComo uma segunda língua
 São Tomé e Príncipe204.454Português de São Tomé e PríncipeYesGrande maioria como língua nativa
Totalaprox. 282 milhõesComunidade de Países de Língua Portuguesa

Notas:

  1. Macau é uma das duas Região Administrativa Especial autônoma da República Popular da China (sendo a outra anglófona Hong Kong, uma antiga colônia britânica).
  2. Guiné Equatorial adotou o português como uma das suas línguas oficiais em 2007, sendo admitida na CPLP em 2014. O uso da língua portuguesa neste país é limitado.

Visibilidade

Existe um número crescente de pessoas que falam português, nos média e na Internet, que estão apresentando tal situação à Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) e outras organizações para a realização de um debate na comunidade lusófona, com o objetivo de apresentar uma petição para tornar o português uma das línguas oficiais da Organização das Nações Unidas (ONU). Em outubro de 2005, durante a convenção internacional do Elos Clube Internacional da Comunidade Lusíada, realizada em Tavira (Portugal), uma petição cujo texto pode ser encontrado na Internet com o título "Petição para tornar o idioma português oficial na ONU" foi redigida e aprovada por unanimidade.[49] Rômulo Alexandre Soares, presidente da Câmara Brasil - Portugal, destaca que o posicionamento do Brasil no cenário internacional como uma das potências emergentes do século XXI, pelo tamanho de sua população, e a presença da sua variante do português em todo o mundo, fornece uma justificação legítima para a petição enviada à ONU, e assim tornar o português uma das línguas oficiais da organização.[50] Esta é actualmente uma das causas do Movimento Internacional Lusófono.[51]

Em África, o português é língua oficial em Cabo Verde, São Tomé e Príncipe, Guiné-Bissau, Moçambique e Angola.[52] Finalmente, na Ásia, encontra-se Timor-Leste uma nação lusófona.[8]

Em março de 1994 foi fundado o Bosque de Portugal, na cidade sul-brasileira de Curitiba; o parque abriga o Memorial da Língua Portuguesa, que homenageia os imigrantes portugueses e os países que adotam a língua portuguesa; originalmente eram sete as nações que estavam representadas em pilares, mas com a independência de Timor-Leste, este também foi homenageado com um pilar construído em 2007.[53] Em março de 2006, fundou-se em São Paulo o Museu da Língua Portuguesa.[54]

Língua estrangeira

Placa bilíngue em MacauChina.
Placa em japonês, português e inglês em OizumiJapão, que tem uma grande comunidade lusófona devido à imigração de nipo-brasileiros[55]

O ensino obrigatório do português nos currículos escolares é observado no Uruguai[56] e na Argentina.[57] Outros países onde o português é ensinado em escolas, ou onde seu ensino está sendo introduzido agora, incluem Venezuela,[58] Zâmbia,[59] República do Congo,[60] Senegal,[60] Namíbia,[60] Essuatíni,[60] Costa do Marfim[60] e África do Sul.[60]

Há também significativas comunidades de imigrantes falantes do português em muitos países como África do Sul,[61] Andorra (18,6%),[62] Austrália,[63] Bermudas,[64][65] Canadá (0,87% ou 274 670 pessoas segundo o censo de 2006,[66] mas entre 400 mil e 500 mil de acordo com Nancy Gomes),[67] CuraçaoFrança,[68] Guernsey (2%),[69][70] Japão,[71] Jersey (4,6%),[72] Luxemburgo (15,7%),[73] Namíbia (5%),[74][75] Paraguai (10,7% ou 636 mil pessoas),[76] Suíça (3,7%),[77] Venezuela (1 a 2% ou 254 mil a 480 mil pessoas),[78] Uruguai (15%)[79] e nos Estados Unidos (0,24% da população ou 687 126 falantes de acordo com o American Community Survey de 2007),[80] principalmente em Nova Jersey,[81] Nova York[82] e Rhode Island.[83]

Em algumas partes do que era a Índia Portuguesa, como Goa[84] e Damão e Diu,[85] o português ainda é falado, embora esteja em vias de desaparecimento. Segundo estimativas da UNESCO, o português é um dos idiomas que mais crescem entre as línguas europeias após o inglês e o espanhol. O português é o idioma que tem o maior potencial de crescimento como língua internacional na África Austral e na América do Sul.[86] Espera-se que os países africanos falantes da língua portuguesa tenham uma população combinada de 83 milhões de pessoas até 2050. No total, os países de língua portuguesa terão por volta de 400 milhões de pessoas no mesmo ano.[86][87]

Desde 1991, quando o Brasil assinou no mercado econômico do Mercosul com outros países sul-americanos, como ArgentinaUruguai e Paraguai, tem havido um aumento no interesse pelo estudo do português nas nações da América do Sul. O peso demográfico do Brasil no continente continuará a reforçar a presença do idioma na região.[88][89]

Embora no início do século XXI, depois de Macau ter sido cedida à China, o uso de português estivesse em declínio na Ásia, está novamente se tornando uma língua relativamente popular por lá, principalmente por causa do aumento dos laços diplomáticos e financeiros chineses com os países de língua portuguesa.[90]

PaísPopulação[91]
(est. de julho de 2017)
Mais informaçõesEnsino obrigatórioFalado por
 Uruguai3.444.006Português no UruguaiYesMinoria significativa como língua nativa
 Argentina43.847.430Português na ArgentinaYesMinoria como segunda língua
 Paraguai7.052.984Português no ParaguaiNãoMinoria significativa como língua nativa
 Venezuela31,568,179Português na VenezuelaYesMinoria como segunda língua
 África do Sul57.725.600Português na África do SulNãoPequena minoria como segunda língua
 Namíbia2.606.971Português na NamíbiaNãoPequena minoria como segunda língua
 República do Congo5.125.821Português no CongoNãoPequena minoria como segunda língua
 Zâmbia16.591.390Português na ZâmbiaNãoPequena minoria como segunda língua
 Senegal15.411.614Português no SenegalNãoPequena minoria como segunda língua
 Essuatíni1.343.098Português em EssuatíniNãoPequena minoria como segunda língua

Características

Interior do Real Gabinete Português de Leitura, fundado em 1837 no Rio de Janeiro.

O português é uma língua indo-europeia, do grupo das línguas românicas (ou latinas), as quais descendem do latim, pertencente ao ramo itálico da família indo-europeia. Comparado com as outras línguas da Península Ibérica, excluindo o galego e o mirandês, considera-se ter maiores parecenças com o sistema vocálico catalão, mas também existem algumas similitudes entre o português e os falares pirenaicos centrais. Como factor decisivo para a evolução do português considera-se frequentemente a influência de um marcado substrato celta. Os fonemas vocálicos nasais estabelecem uma similitude com o ramo galo-românico (especialmente com o francês antigo).[92]

Enquanto os falantes de português têm um nível notável de compreensão do castelhano, os falantes castelhanos têm, em geral, maior dificuldade de entendimento. Isto acontece porque o português, apesar de ter sons em comum com o castelhano, também tem sons particulares. No português, por exemplo, há vogais e ditongos nasais (provavelmente herança das línguas célticas).[93][94]

Há muitas línguas de contato derivadas do ou influenciadas pelo português, como por exemplo o patuá macaense de Macau. No Brasil, destacam-se o lanc-patuá (derivado do francês), os vários dialetos quilombolas, como o cupópia do Quilombo Cafundó (de Salto de Pirapora, no estado brasileiro de São Paulo) e ainda o talian (uma mescla de português com italiano).[95]

Dialetos

Ver artigo principal: Dialetos da língua portuguesa
Dialetos regionais da língua portuguesa
Mapa da extensão geográfica dos dialetos do português europeu
Dialetos do português europeu
Mapa da extensão geográfica dos dialetos do português brasileiro
Dialetos do português brasileiro
1 - Caipira
2 - Costa norte
3 - Baiano
4 - Fluminense
5 - Gaúcho
6 - Mineiro
7 - Nordestino
8 - Nortista
9 - Paulistano
10 - Sertanejo
11 - Sulista
12 - Florianopolitano
13 - Carioca
14 - Brasiliense
15 - Serra amazônica
16 - Recifense

Assim como os outros idiomas, o português sofreu uma evolução histórica, sendo influenciado por vários idiomas e dialetos, até chegar ao estágio conhecido atualmente. Deve-se considerar, porém, que o português de hoje compreende vários dialetos e subdialetos, falares e subfalares, muitas vezes bastante distintos, além de dois padrões reconhecidos internacionalmente (o português brasileiro e o português europeu). No momento atual, o português é a única língua do mundo ocidental falada por mais de cem milhões de pessoas com duas ortografias oficiais (é notado que a língua inglesa tem diferenças de ortografia pontuais mas não ortografias oficiais divergentes). Esta situação deve ser resolvida pelo Acordo Ortográfico de 1990.[96]

Foi, entretanto, concluído pela Professora Maria Regina Rocha, que através das regras do Acordo Ortográfico de 1990, foram unificados 569 vocábulos, 2 691 palavras que apresentavam diferenças entre as ortografias portuguesa/africana/asiática e brasileira assim se mantiveram após a reforma ortográfica, 1 235 passaram a ter uma grafia diferente e, assim, 3 926 vocábulos ficam com diferenças gráficas entre ambos os lados do Atlântico.[97]

A língua portuguesa tem grande variedade de dialectos, muitos deles com uma acentuada diferença lexical em relação ao português padrão seja no Brasil ou em Portugal. Tais diferenças, entretanto, não prejudicam muito a inteligibilidade entre os locutores de diferentes dialectos.[98]

Os primeiros estudos sobre os dialectos do português europeu começaram a ser registados por Leite de Vasconcelos no começo do século XX.[99][100] Mesmo assim, todos os aspectos e sons de todos os dialectos de Portugal podem ser encontrados nalgum dialecto no Brasil. O português africano, em especial o português são-tomense, tem muitas semelhanças com o português do Brasil. Ao mesmo tempo, os dialetos do sul de Portugal (chamados "meridionais") apresentam muitas semelhanças com o falar brasileiro, especialmente, o uso intensivo do gerúndio (e. g. falando, escrevendo, etc.). Na Europa, os dialectos transmontano e alto-minhoto apresentam muitas semelhanças com o galego.[101] Um dialecto já quase desaparecido é o português oliventino ou português alentejano oliventino, falado em Olivença e em Táliga.[102]

Após a independência das antigas colônias africanas, o português padrão de Portugal tem sido o escolhido pelos países africanos de língua portuguesa. Logo, o português tem apenas dois dialetos de aprendizagem, o europeu e o brasileiro. Note-se que na língua portuguesa europeia há uma variedade prestigiada que deu origem à norma-padrão: a variedade de Lisboa.[103] No Brasil, a maior quantidade de falantes se encontra na região sudeste do país, essa região foi alvo de intensas migrações internas, graças ao seu poder econômico. O Distrito Federal apresenta um destaque devido ao seu dialeto próprio, pelas várias hordas de migração interna. Os dialectos europeus e americanos do português apresentam problemas de inteligibilidade mútua (dentro dos dois países), devido, sobretudo, a diferenças culturais, fonéticas, lexicais. Nenhum pode, no entanto, ser considerado como intrinsecamente melhor ou perfeito.[104]

Algumas comunidades cristãs falantes de português na ÍndiaSri LankaMalásia e Indonésia preservaram a sua língua mesmo depois de terem ficado isoladas de Portugal. A língua foi muito alterada nessas comunidades e, em muitas, nasceram crioulos de base portuguesa, alguns dos quais ainda persistem, após séculos de isolamento.[105] Também é percebível uma variedade de palavras originadas do português no tétum. Palavras de origem portuguesa entraram no léxico de várias outras línguas, como o japonês, o suaíli, o indonésio e o malaio.[106]

Léxico

Ver artigo principal: Léxico da língua portuguesa

Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa, com cerca de 228 500 entradas, 376 500 acepções, 415 500 sinónimos, 26 400 antónimos e 57 000 palavras arcaicas, é um exemplo da riqueza léxica da língua portuguesa. Segundo um levantamento feito pela Academia Brasileira de Letras, a língua portuguesa tem atualmente cerca de 356 mil unidades lexicais. Essas unidades estão dicionarizadas no Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa.[108]

A maior parte do léxico do português é derivado do latim, já que o português é uma língua românica. No entanto, por causa da origem celtibera,[109][110] as migrações dos povos germânicos,[111] a ocupação moura da Península Ibérica durante a Idade Média e a participação de Portugal na Era dos Descobrimentosadotou palavras de todo o mundo. No século XIII, por exemplo, o léxico do português tinha cerca de 80% das suas palavras com origem latina e 20% com origem pré-romana, celtagermânica e árabe. Atualmente, a língua portuguesa ostenta no seu vocabulário termos provenientes de diferentes idiomas como o provençal, o holandês, o hebraico, o persa, o quíchua, o chinês, o turco, o japonês, o alemão e o russo, além de idiomas bem mais próximos, como o inglês, o francês, o espanhol e o italiano. Também houve influência de algumas línguas africanas.[112][113]

A maioria das palavras em português que podem ter sua origem rastreada até aos habitantes pré-romanos de Portugal, que incluíam os iberosgalaicoslusitanoscélticostúrdulos velhoscónios e outros, é celta,[114] existindo muito pouco léxico ibérico. No século V, a Península Ibérica (a Hispânia romana) foi conquistada pelos germânicos suevos e visigodos. Esses povos contribuíram com algumas palavras ao léxico português, principalmente nas relacionadas à guerra. Entre os séculos IX e XIII, o português adquiriu cerca de 800 palavras do árabe, devido a influência moura na Iberia. No século XV, as explorações marítimas portuguesas levaram à introdução de estrangeirismos de muitas das línguas asiáticas. Do século XVI ao XIX, por causa do papel de Portugal como intermediário no comércio de escravos no Atlântico e o estabelecimento de grandes colónias portuguesas em AngolaMoçambique e Brasil, o português sofreu várias influências de idiomas africanos e ameríndios.[112][113]

Ortografia

Ver artigo principal: Ortografia da língua portuguesa
Biblioteca do Palácio Nacional de Mafra, em Portugal.

O português padrão tem duas variantes reconhecidas internacionalmente: como em Portugal e nos restantes países do mundo lusófono à exceção do Brasil; e como no Brasil. Empregado por cerca de 85% dos falantes do português, o padrão brasileiro é hoje o mais falado, escrito, lido e estudado do mundo. É, ademais, amplamente estudado nos países da América do Sul, devido à grande importância econômica do Brasil no Mercosul. As diferenças entre as variedades do português da Europa e do Brasil estão no vocabulário, na pronúncia e na sintaxe, especialmente nas variedades vernáculas, enquanto nos textos formais essas diferenças diminuem bastante. As diferenças não são maiores que entre o inglês dos Estados Unidos e do Reino Unido ou o francês da França e de Québec.[115]

Ambas as variedades são, sem dúvida, dialectos da mesma língua e os falantes de ambas as variedades podem entender-se apenas com pequenas dificuldades pontuais. Essas diferenças entre as variantes são comuns a todas as línguas naturais, ocorrendo em maior ou menor grau, dependendo do caso. Com um oceano entre Brasil e Portugal, e ao longo de quinhentos anos, a língua evoluiu de maneira diferente em ambos os países, dando origem a dois padrões de linguagem simplesmente diferentes, não existindo um padrão que seja mais correto em relação ao outro. É importante salientar que dentro daquilo a que se convencionou chamar "português do Brasil" e "português europeu" há um grande número de variações regionais.[116]

Um dos traços mais importantes do português brasileiro é o seu conservadorismo em relação à variante europeia, sobretudo no aspecto fonético. Um português do século XVI mais facilmente reconheceria a fala de um brasileiro do século XX como sua do que a fala de um português.[117]

Europa e África pré-Acordoacçãoactocontactodirecçãoeléctricoóptimoadopção
Brasil pré e pós-Acordoaçãoatocontatodireçãoelétricoótimoadoção

Nota: no Brasil mantêm-se quando pronunciadas, como em facçãocompactarintelectualaptidãocaracterística etc. Também ocorriam diferenças de acentuação devido a pronúncias diferentes. No Brasil, em palavras como acadêmicoanônimo e bidê usa-se o acento circunflexo por tratar-se de vogais fechadas, enquanto nos restantes países lusófonos estas vogais são abertas: académicoanónimo e bidé respectivamente. Nesses casos, o Acordo Ortográfico de 1990, assinado por todos os países membros da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP), instituiu duplas grafias para o mundo lusófono (Base XI, 3º).

Reformas ortográficas

Ver artigo principal: Reforma ortográfica

Durante muitos anos, Portugal (até 1975, incluía as suas colónias) e o Brasil tomaram decisões unilateralmente e não chegaram a um acordo comum, legislando sobre a língua.[118]

Existiram pelo menos cinco acordos ortográficos: Acordo Ortográfico de 1911Acordo Ortográfico de 1943Acordo Ortográfico de 1945Acordo Ortográfico de 1971 e o Acordo Ortográfico de 1990. Todos eles estiveram envolvidos em polémicas e divergências entre os países signatários.[118]

Os mais significativos foram o Acordo Ortográfico de 1943 que esteve em vigor apenas no Brasil entre 12 de agosto de 1943 e 31 de dezembro de 2008 (com algumas alterações introduzidas pelo Acordo Ortográfico de 1971) e o Acordo Ortográfico de 1945, em vigor em Portugal e todas as colónias portuguesas da época, desde 8 de dezembro de 1945 até à entrada em vigor do Acordo Ortográfico de 1990, que ainda não entrou em vigor em todos os países signatários.[118]

Acordo de 1990
Ver artigo principal: Acordo ortográfico de 1990

Acordo Ortográfico de 1990 foi proposto para criar uma norma ortográfica única, de que participaram na altura todos os países de língua oficial portuguesa, e em que esteve presente uma delegação não oficial de observadores da Galiza. Os signatários que ratificaram o acordo original foram Portugal (1991), Brasil (1995), Cabo Verde (1998) e São Tomé e Príncipe (2006).[96]

Variedades ortográficas
Países lusófonos à exceção do Brasil antes do OA1990Mundo lusófono pós-OA1990
direcçãodireção
óptimoótimo

Em julho de 2004 foi aprovado, em São Tomé e Príncipe, o Segundo Protocolo Modificativo, durante a Cúpula dos Chefes de Estado e de governo da CPLP. O Segundo Protocolo vem permitir que o acordo possa vigorar com a ratificação de apenas três países, sem a necessidade de aguardar que todos os demais membros da CPLP adotem o mesmo procedimento, e contemplava também a adesão de Timor-Leste, que ainda não era independente em 1990. Assim, tendo em vista que o Segundo Protocolo Modificativo foi ratificado pelo Brasil (2004), Cabo Verde (2005) e São Tomé e Príncipe (2006), e que o Acordo passaria automaticamente a vigorar um mês após a terceira ratificação necessária, tecnicamente, o novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa está em vigor, na ordem jurídica internacional e nos ordenamentos jurídicos dos três Estados acima indicados, desde 1º de Janeiro de 2007.[119]

Depois de muita discussão, no dia 29 de julho de 2008, o parlamento português ratificou o Segundo Protocolo Modificativo, aprovado a 25 de julho do mesmo ano,[120] estabelecendo um prazo de até seis anos para que a reforma ortográfica fosse totalmente implantada. A nova e a antiga ortografia coexistiram em Portugal[121] entre 13 de maio de 2009 e 13 de maio de 2015, data em que o Acordo Ortográfico de 1990 passou a vigorar obrigatoriamente em Portugal.[122]

No Brasil, houve a vigência desde janeiro de 2009, tendo o presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinado legislação sobre o acordo no segundo semestre de 2008. Porém, até 2012 as duas ortografias estiveram vigentes.[123]

Gramática

Ver artigo principal: Gramática da língua portuguesa
Frontispício da Grammatica da Língua Portuguesa, publicada em 1540.

gramática, a morfologia e a sintaxe do idioma português é semelhante à gramática das demais línguas românicas, especialmente à do espanhol, língua com a qual compartilha 89% de semelhança lexical,[124] e ainda mais à do galego. O português é um idioma relativamente sintético e flexivo.[125][126]

Substantivosadjetivospronomes e artigos são moderadamente flexionados: existem dois gêneros (masculino e feminino) e dois números (singular e plural). O caso gramatical da sua língua ancestral, o latim, foi perdido, mas os pronomes pessoais são ainda divididos em três tipos principais de formas: sujeito, objeto do verbo e objeto da preposição. A maioria dos substantivos e adjetivos pode levar muitos sufixos diminutivos ou aumentativos derivacionais e a maioria dos adjetivos podem ter sufixo derivacional "superlativo". Normalmente os adjetivos seguem o substantivo.[125][126]

Os verbos são altamente flexionados: existem três tempos (passado, presente e futuro), três modos (indicativo, subjuntivo, imperativo), três aspectos (perfectivo, imperfectivo e progressiva), duas vozes (ativa e passiva) e um infinitivo flexionado. Tempos mais que perfeitos e imperfeitos são sintéticos, totalizando 11 paradigmas de conjugação, enquanto todos os tempos progressivos e construções passivas são perifrásticos. Como em outras línguas românicas, existe também uma construção impessoal passiva, onde o agente substituído por um pronome indefinido. O português é basicamente uma língua SVO, embora a sintaxe SOV possa ocorrer com alguns poucos pronomes e a ordem das palavras geralmente não seja tão rígida quanto no inglês, por exemplo. É uma linguagem de sujeito nulo, com uma tendência de queda dos objetos de pronomes, bem como das variedades coloquiais. O português tem dois verbos de ligação.[125][126]

A língua portuguesa tem várias características gramaticais que a distinguem da maioria das outras línguas românicas, como um pretérito mais-que-perfeito sintético, verbo no futuro do subjuntivo, infinitivo flexionado e um presente perfeito com um sentido iterativo. Um recurso exclusivo do idioma português é a mesóclise, a infixação de pronomes clíticos em algumas formas verbais.[125][126]

Fonologia

Ver artigo principal: Fonologia da língua portuguesa
Ficheiro:WIKITONGUES- Sara speaking Portuguese.webm
Sara, uma oradora nativa do português europeu
MENU
0:00
Plano de monotongos do Português de Lisboa.
Plano de monotongos do Português de São Paulo, Barbosa & Albano (2004):229

A língua portuguesa contém alguns sons únicos para falantes de outras línguas, tornando-se, por isso, necessário que estes lhes prestem especial atenção quando os aprendem. O português tem uma das fonologias mais ricas das línguas românicas, com vogais orais e nasais, ditongos nasais e dois ditongos nasais duplos. As vogais semifechadas /e/, /o/ e as vogais semiabertas /ɛ/, /ɔ/ são quatro fonemas separados, ao invés do espanhol, e o contraste entre elas é usado para apofonia. O português europeu também possui duas vogais centrais, uma das quais tende a ser omitida na fala como o e caduc do francês. Há, no português, um máximo de nove vogais orais e 19 consoantes, embora algumas variedades da língua tenham menos fonemas (o português brasileiro é geralmente analisado como tendo sete vogais orais). Há também cinco vogais nasais, que alguns linguistas consideram como alofones das vogais orais, dez ditongos orais e cinco ditongos nasais. No total, o português do Brasil tem 13 fonemas vogais.[127]

Vogais

Para as sete vogais do latim vulgar, o português europeu acrescentou duas vogais centrais próximas, uma das quais tende a ser elidida na fala rápida. A carga funcional destas duas vogais adicionais é muito baixa. As vogais altas /e o/ e as vogais baixas /ɛ ɔ/ são quatro fonemas distintos e eles se alternam em várias formas de apofonia. Como o catalão, o português usa qualidade da vogal para contrastar sílabas estressadas com sílabas átonas: vogais isoladas tendem a ser levantadas, e em alguns casos, centralizadas, quando átonas. Ditongos nasais ocorrem principalmente nas extremidades das palavras.[127]

Consoantes

Fonemas consonantais do português[128][129]
BilabialLabio-
dental
Dental/
Alveolar
Palato-
alveolar
PalatalVelarUvular/
Glotal
Nasalmnɲ
Oclusivapbtdkɡ
Fricativafvszʃʒʁ
Laterallʎ
Vibranteɾ

Exemplo de pronúncias diferentes

Excerto do épico nacional português Os Lusíadas, de Luís de Camões (I, 33)

OriginalIPA (Lisboa)IPA (Rio de Janeiro)IPA (São Paulo)
Sustentava contra ele Vénus bela,suʃtẽˈtavɐ ˈkõtɾɐ ˈeɫɨ ˈvɛnuʒ ˈbɛɫɐsuʃtẽˈtavɐ ˈkõtɾɐ ˈeli ˈvẽnuʒ ˈbɛlɐsustẽ̞ˈtavɐ ˈkõtɾɐ ˈeli ˈvẽnuz ˈbɛlɐ
Afeiçoada à gente Lusitana,ɐfɐjˈsuaðɐː ˈʒẽtɨ ɫuziˈtɐnɐafejsuˈadaː ˈʒẽtʃi luziˈt̃ɐ̃̃nɐafejsuˈadaː ˈʒẽtʃi luziˈt̃ɐ̃̃nɐ
Por quantas qualidades via nelapuɾ ˈkw̃ɐ̃tɐʃ kwɐɫiˈðaðɨʒ ˈviɐ ˈnɛɫɐpuʀ ˈkw̃̃ɐ̃tɐʃ kwaliˈdadʒiʒ ˈviɐ ˈnɛlɐpʊɾ ˈkw̃ɐ̃tɐs kwaliˈdadʒɪz ˈviɐ ˈnɛlɐ
Da antiga tão amada sua Romana;dãˈtiɣɐ ˈt̃ɐ̃w ɐˈmaðɐ ˈsuɐ ʁuˈmɐnɐda ̃ɐˈtʃigɐ t̃ɐw ̃ɐ̃ˈmadɐ ˈsuɐ ʁoˈm̃ɐnɐda ̃ɐˈtʃiɡɐ ˈt̃ɐw ̃̃ɐ̃ˈmadɐ ˈsuɐ ʁõˈm̃ɐnɐ
Nos fortes corações,
na grande estrela,
nuʃ ˈfɔɾtɨʃ kuɾɐˈsõjʃ
nɐ ˈgɾ̃ɐdɨ ɨʃˈtɾeɫɐ
nuʃ ˈfɔʁtʃiʃ koɾaˈsõjʃ
nɐ ˈgɾ̃ɐdʒi iʃˈtɾelɐ
nus ˈfɔɾtʃis koɾaˈsõjs
nɐ ˈgɾ̃ɐdʒi isˈtɾelɐ
Que mostraram na terra Tingitana,kɨ muʃˈtɾaɾ̃ɐw nɐ ˈtɛʁɐ tĩʒiˈtɐnɐki moʃˈtɾaɾ̃̃ɐw na ˈtɛʁɐ tʒĩʒiˈt̃ɐnɐki mosˈtɾaɾ̃̃ɐw na ˈtɛʁɐ tʒĩʒiˈt̃ɐ̃nɐ
E na língua, na qual quando imagina,i nɐ ˈɫĩɡwɐ nɐ ˈkwaɫ ˈkwɐ̃du imɐˈʒinɐi na ˈlĩgwɐ na ˈkwaw ˈkw̃ɐdu ĩmaˈʒĩnɐi na ˈlĩɡwɐ na ˈkwaw ˈkw̃ɐdu ĩmaˈʒinɐ
Com pouca corrupção crê que é a Latina.kõ ˈpokɐ kuʁupˈs̃ɐw ˈkɾe kɨˈɛ ɐ ɫɐˈtinɐkũ ˈpowkɐ koʁupˈs̃ɐw kɾe ˈki ɛ a laˈtʃĩnɐkũ ˈpokɐ koʁup(i)ˈs̃ɐw ˈkɾe ˈki ɛ a laˈtʃĩnɐ[130]

Ver também

Referências

  1.  Schütz, Ricardo (4 de agosto de 2003). «A Presença do Inglês e do Português no Mundo». Consultado em 5 de julho de 2011
  2.  «The 30 Most Spoken Languages of the World». KryssTal. Consultado em 5 de julho de 2011
  3.  Vázquez Cuesta, Pilar; Mendes da Luz, Albertina (1989). Gramática da língua portuguesa. Lisboa: Edições 70. p. 180
  4.  «Marco Ramerini, A Herança da Língua Portuguesa no Oriente (Ásia)». Consultado em 17 de maio de 2012. Arquivado do original em 29 de julho de 2012
  5.  «Guiné-Equatorial anuncia o português como língua oficial do país». Consultado em 22 de novembro de 2011. Arquivado do original em 12 de janeiro de 2012
  6.  «TVI24»tvi24.iol.pt. Consultado em 17 de fevereiro de 2021
  7.  «Português entre as línguas oficiais de Guiné Equatorial». Consultado em 22 de novembro de 2011. Arquivado do original em 3 de janeiro de 2012
  8. ↑ Ir para:a b c «Estados-membros da CPLP». Consultado em 7 de fevereiro de 2017
  9.  «Sri Lanka - The Portuguese in Sri Lanka (1505–1658)»Encyclopædia Britannica (em inglês). Consultado em 17 de fevereiro de 2021
  10.  Michael Swan, Bernard Smith (2001). Learner English: a Teacher's Guide to Interference and Other Problems (em inglês). [S.l.]: Cambridge University Press. 378 páginas
  11.  Alexandra Carita (20 de julho de 2012). «O português vai ser uma língua internacional?». Expresso. Consultado em 23 de Setembro de 2015
  12.  «Língua Portuguesa, de Olavo Bilac» 🔗. Consultado em 24 de agosto de 2006. Arquivado do original em 7 de outubro de 2008
  13.  «Biblioteca Virtual Miguel de Cervantes. Se reunió Cervantes a su antiguo tercio.» (em espanhol)
  14.  «Notícias da CPLP | Noticias da Comunidade de Países de Língua Portuguesa»www.noticiaslusofonas.com. Consultado em 4 de maio de 2021
  15.  «Dia da Língua Portuguesa e da Cultura da CPLP». Consultado em 29 de janeiro de 2011. Arquivado do original em 4 de dezembro de 2010
  16.  Rede Brasil CulturalMinistério das Relações Exteriores (Brasil). Divisão de Promoção da Língua Portuguesa. 5 de Maio é o Dia Internacional da Língua Portuguesa
  17.  «csarmento.uminho.pt»Casa de Sarmento. Consultado em 17 de fevereiro de 2021
  18.  «Origens e estruturação histórica do léxico português" (1976)» (PDF)
  19.  «Bilinguism and the Latin language, J.N. Adams.Cambridge University Press» (PDF) (em inglês)
  20.  «Comparative Grammar of Latin 34» (PDF) (em inglês)
  21.  «Povos pré-romanos da Península Ibérica, Arkeotavira»
  22.  Kottzebue, "Mas huella eslavas en espana"
  23.  «Hermanni Contracti Chronicon». Consultado em 24 de junho de 2008. Arquivado do original em 1 de junho de 2014
  24.  R. F. Mansur Guérios. UFPR, ed. «o romanço moçarâbico lusitano». Consultado em 25 de setembro de 2021
  25.  Madeira, Sandra Luísa Rodrigues (2008). Towards an Annotated Bibliography of Restructured Portuguese in Africa (PDF) (Tese de Master's) (em inglês). Universidade de Coimbra
  26.  Jacobs, Bart (2009). «The Upper Guinea Origins of Papiamentu: Linguistic and Historical Evidence» (PDF)Diachronica (em inglês). 26 (3): 319–379. ISSN 0176-4225doi:10.1075/dia.26.3.02jachdl:10961/207
  27.  «Special Eurobarometer 243 "Europeans and their Languages"» (PDF). Comissão Europeia. 2006. p. 6. Consultado em 11 de maio de 2011 (em inglês)
  28.  Portuguese language in Brazil (em inglês)
  29.  «Sao Tome and Principe in CIA World Factbook» (em inglês). CIA. Consultado em 16 de dezembro de 2016
  30.  «Angola: português é falado por 71,15% de angolanos». Observatório da Língua Portuguesa. Consultado em 16 de dezembro de 2016
  31.  «Angola vai avaliar nível de aprendizagem das línguas nacionais». África 21 online. Consultado em 23 de julho de 2015
  32.  «Lusofonia em Moçambique» (PDF). Consultado em 30 de maio de 2016
  33.  «A língua portuguesa: Guiné-Bissau». Consultado em 11 de março de 2015
  34.  «Português na África». Info Escola. Consultado em 2 de março de 2018
  35.  «língua portuguesa em timor leste, o dilema entre a memória e o problema da identidade». Jornal Nacional Diário. Consultado em 18 de dezembro de 2016
  36.  «Português como segunda língua, tema de conferência em Macau». Parábola Editorial. Consultado em 17 de dezembro de 2016 [ligação inativa]
  37.  «Português como língua oficial em Macau: ensino, aprendizagem e empregabilidade (introdução)». Lang-8. Consultado em 17 de dezembro de 2016
  38.  CPLP, ed. (3 de maio de 2011). «Missão da CPLP à Guiné Equatorial». Consultado em 7 de março de 2022
  39.  «Guiné Equatorial já é membro de pleno direito da CPLP»Jornal Expresso. Julho de 2014. Consultado em 7 de fevereiro de 2017
  40.  El País, ed. (20 de julho de 2014). «A Guiné Equatorial entra na Comunidade de Países de Língua Portuguesa». Consultado em 7 de março de 2022
  41.  «Official languages of Mercosur as agreed in the Protocol of Ouro Preto. Consultado em 19 de julho de 2011. Arquivado do original em 22 de julho de 2011
  42.  «OEI | Secretaría General»Organización de Estados Iberoamericanos (em espanhol). Consultado em 17 de fevereiro de 2021
  43.  «Artículo 23 para língua oficiais» (PDF). Consultado em 19 de julho de 2011. Arquivado do original (PDF) em 8 de novembro de 2011
  44.  Assembleia-geral da OEA, Alterações ao Regimento da Assembleia Geral, 5 de junho de 2000
  45.  «Artigo 11, Protocolo de Emendas ao Ato Constitutivo da União Africana» (PDF). Consultado em 19 de julho de 2011. Arquivado do original (PDF) em 8 de dezembro de 2013
  46.  «Languages in Europe – Official EU Languages». EUROPA web portal. Consultado em 12 de outubro de 2009
  47.  Eunice Cristina do N. C. Seixas (Junho de 2007). Universidade de Coimbra, ed. «Discursos Pós-Coloniais sobre a Lusofonia: Comparando Agualusa e Saramago» (PDF). Consultado em 9 de junho de 2012 [ligação inativa]
  48. ↑ Ir para:a b «The World Factbook – Field Listing – Population – CIA». Central Intelligence Agency. Consultado em 30 de março de 2019
  49.  «ONU: Petição para tornar português língua oficial». Consultado em 7 de dezembro de 2008. Arquivado do original em 9 de janeiro de 2009
  50.  «Português pode ser língua oficial na ONU». Consultado em 7 de dezembro de 2008. Arquivado do original em 10 de janeiro de 2009
  51.  «Movimento Internacional Lusófono»
  52.  Universidade Federal do Rio Grande do Norte (ed.). «A língua portuguesa». Consultado em 9 de junho de 2012
  53.  «Bosque ganha pilar em homenagem ao Timor». Sítio oficial da Câmara Municipal de Curitiba. 12 de junho de 2007. Consultado em 5 de outubro de 2007
  54.  Governo do Estado de São Paulo (ed.). «Museu da Língua Portuguesa». Consultado em 19 de fevereiro de 2015
  55.  Carvalho, Daniela de (1 de fevereiro de 2013). Migrants and Identity in Japan and Brazil: The Nikkeijin. [S.l.: s.n.] ISBN 978-1-135-78765-3
  56.  «Governo uruguaio torna obrigatório ensino do português». 5 de novembro de 2007. Consultado em 13 de julho de 2010
  57.  «El portugués será materia obligatoria en la secundaria» (em Spanish). 21 de janeiro de 2009. Consultado em 13 de julho de 2010. Arquivado do original em 6 de janeiro de 2010
  58.  «Língua portuguesa será opção no ensino oficial venezuelano». 24 de maio de 2009. Consultado em 13 de julho de 2010. Arquivado do original em 22 de maio de 2011
  59.  «Zâmbia vai adotar a língua portuguesa no seu ensino básico.». 26 de maio de 2009. Consultado em 13 de julho de 2010. Arquivado do original em 28 de maio de 2009
  60. ↑ Ir para:a b c d e f «Congo passará a ensinar português nas escolas.». 4 de junho de 2010. Consultado em 13 de julho de 2010
  61.  Entre 300 000 e 600 000 de acordo com Pina, António (2001), «Portugueses na África do Sul», Actualidade das migrações, Janus, cópia arquivada em 18 de maio de 2013
  62.  «Coneixements i usos lingüístics de la població d'Andorra» (PDF)Govern d'Andorra. 6 de julho de 2015. Consultado em 2 de março de 2018
  63.  0,13% ou 25.779 pessoas falam em casa, no censo de 2006, ver «Language Spoken at Home from the 2006 census». Australian Bureau of Statistics
  64.  «Portugueses em risco nas Bermudas». Correio da Manhã. Consultado em 17 de dezembro de 2016
  65.  «Bermuda». World InfoZone. Consultado em 21 de abril de 2010
  66.  «2006 Census Topic-based tabulations» (em inglês). Statistics Canada. Consultado em 17 de dezembro de 2016
  67.  Gomes, Nancy (2001), «Os portugueses nas Américas: Venezuela, Canadá e EUA», Actualidade das migrações, Janus, cópia arquivada em 22 de dezembro de 2012
  68.  580 mil estimados para usá-la como língua materna no censo de 1999 e 490.444 cidadãos no censo de 2007, consulte Répartition des étrangers par nationalité
  69.  «Voices - Multilingual Nation» (em inglês). BBC. Consultado em 17 de dezembro de 2016
  70.  «O garnisé, quem diria, veio de Guernsey». Veja. Consultado em 17 de dezembro de 2016
  71.  Correio do Estado, ed. (2008). «Japão: imigrantes brasileiros popularizam língua portuguesa». Consultado em 9 de março de 2022
  72.  4,6% de acordo com o censo de 2001, ver
  73.  «N° 17 La langue principale, celle que l'on maîtrise le mieux» (em francês). Governo de Luxemburgo. 2013. Consultado em 16 de dezembro de 2016
  74.  «Namíbia quer ser membro observador da CPLP» (em inglês). Ventos da Lusofonia. Consultado em 17 de dezembro de 2016
  75.  Portuguese to be introduced in schoolsThe Namibian. Acessado em 6 de abril de 2012.
  76.  Ethnologue (ed.). «Languages of Paraguay». Consultado em 9 de março de 2022
  77.  «Switzerland in CIA World Factbook» (em inglês). CIA. Consultado em 17 de dezembro de 2016
  78.  Ver «Languages of Venezuela» e Gomes, Nancy (2001), «Os portugueses nas Américas: Venezuela, Canadá e EUA», Actualidade das migrações, Janus, consultado em 13 de maio de 2011cópia arquivada em 22 de dezembro de 2012
  79.  «Centenas de milhares de uruguaios têm português como língua materna». Diário de Notícias. Consultado em 17 de dezembro de 2016
  80.  Carvalho, Ana Maria (2010), «Portuguese in the USA», in: Potowski, Kim, Language Diversity in the USAISBN 978-0-521-74533-8, Cambridge University Press
  81.  Hispanic Reading Room of the U.S. Library of Congress Web site, Twentieth-Century Arrivals from Portugal Settle in Newark, New Jersey,
  82.  «Brazucas (Brazilians living in New York)». Nyu.edu. Consultado em 21 de abril de 2010
  83.  Hispanic Reading Room of the U.S. Library of Congress Web site, Whaling, Fishing, and Industrial Employment in Southeastern New England
  84.  «Portuguese Language in Goa». Colaco.net. Consultado em 21 de abril de 2010. Arquivado do original em 29 de maio de 2001
  85.  «The Portuguese Experience: The Case of Goa, Daman and Diu». Rjmacau.com. Consultado em 21 de abril de 2010. Arquivado do original em 26 de agosto de 2009
  86. ↑ Ir para:a b «Portuguese language gaining popularity». Anglopress Edicões e Publicidade Lda. 5 de maio de 2007. Consultado em 18 de maio de 2011
  87.  Carolina Matos (17 de novembro de 2016). «Lisbon: Portuguese language to expand to 400 million speakers globally – Portugal». Portuguese American Journal. Consultado em 20 de novembro de 2017
  88.  Universidade Federal Fluminense, ed. (2009). «A expansão do português na América Latina» (PDF). Consultado em 9 de junho de 2012. Arquivado do original (PDF) em 17 de outubro de 2012
  89.  José Jorge Peralta (2009). Portal da Lusofonia, ed. «O Brasil na América do Sul». Consultado em 9 de junho de 2012
  90.  Leach, Michael (2007), «talking Portuguese; China and East Timor»Arena Magazine, consultado em 18 de maio de 2011
  91.  «The World Factbook – Field Listing – Population – CIA». Central Intelligence Agency. Consultado em 7 de março de 2015
  92.  Instituto Camões, ed. (1994). «Lexikon der Romanistischen Linguistik (LRL)» (PDF). Consultado em 7 de março de 2022
  93.  Instituto Camões (ed.). «Fonética histórica». Consultado em 7 de março de 2022
  94.  «Povos pré-romanos da Península Ibérica (aproximadamente 200 a.C.)»arkeotavira.com. Consultado em 7 de março de 2022
  95.  Em Cafundó, esforço para salvar identidade. São Paulo, SP: O Estado de S. Paulo, 2006 dezembro 24, p. A8.
  96. ↑ Ir para:a b Portal da Língua Portuguesa, ed. (1990). «Acordo Ortográfico de 1990 no Portal da Língua Portuguesa, MCTES». Consultado em 9 de março de 2022
  97.  ««A falsa unidade ortográfica» [Maria Regina Rocha, PÚBLICO, 19.01.2013] - ILC contra o Acordo Ortográfico». Consultado em 18 de fevereiro de 2021
  98.  Maria Bernadete ABAURRE e Charlotte GALVES (1998). Universidade Estadual de Campinas, ed. «As diferenças rítmicas entre o português europeu e o português brasileiro: uma abordagem otimalista e minimalista». Consultado em 9 de junho de 2012
  99.  José Leite de Vasconcelos. «Dialectologia.»Opúsculos. Consultado em 16 de dezembro de 2007. Arquivado do original em 11 de outubro de 2007
  100.  José Leite de Vasconcelos. «Dialectologia (Parte II)»Opúsculos. Volume VI. Consultado em 16 de dezembro de 2007. Arquivado do original em 11 de outubro de 2007
  101.  José Leite de Vasconcelos. «Dialecto transmontano (Parte I)» (PDF)Opúsculos. Volume VI. Consultado em 23 de dezembro de 2009. Arquivado do original (PDF) em 18 de fevereiro de 2014
  102.  RTP, ed. (27 de fevereiro de 2009). «Olivença quer evitar a "morte" do português oliventino». Consultado em 9 de junho de 2012
  103.  Universidade Federal de Pernambuco (ed.). «O Português no mundo». Consultado em 10 de junho de 2012
  104.  Renata Costa. Revista Nova Escola, ed. «Como surgiram os diferentes sotaques do Brasil?». Consultado em 9 de junho de 2012. Arquivado do original em 2 de junho de 2012
  105.  Dulce Pereira. Instituto Camões, ed. «Crioulos de base portuguesa». Consultado em 10 de junho de 2012
  106.  Marco Ramerini. «A herança da língua portuguesa na ásia». Consultado em 9 de junho de 2012. Arquivado do original em 29 de julho de 2012
  107.  Fundação Biblioteca Nacional (ed.). «cervantesvirtual.com». Consultado em 9 de junho de 2012
  108.  Academia Brasileira de Letras (ed.). «Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa». Consultado em 9 de junho de 2012
  109.  «Investigadores debatem legado celta na Península Ibérica»PÚBLICO. Consultado em 17 de fevereiro de 2021
  110.  Varela, José Manuel Vázquez; Quintela, Marco V. García (1998). A vida cotiá na Galicia castrexa (em galego). [S.l.]: Univ Santiago de Compostela
  111.  patrimoniocultural.gov - pdf
  112. ↑ Ir para:a b CARDOSO, Wilton & CUNHA, Celso Ferreira da (2007). «Aspectos da construção do léxico português». Consultado em 9 de junho de 2012
  113. ↑ Ir para:a b Joseph-Maria PIEL (1989). «"Origens e estruturação histórica do léxico português"» (PDF). Consultado em 9 de junho de 2012
  114.  Salgado, Benigno Fernández (2000). Os rudimentos da lingüística galega: un estudio de textos lingüísticos galegos de principios do século XX (1913-1936) (em galego). [S.l.]: Univ Santiago de Compostela
  115.  «Língua Quebequense *francês». Consultado em 12 de abril de 2008. Arquivado do original em 5 de setembro de 2008
  116.  Adelardo A. D. Medeiros (2006). Universidade Federal do Rio Grande do Norte, ed. «A língua portuguesa - O mundo lusófono». Consultado em 26 de outubro de 2021
  117.  «A Pronúncia do Português Europeu»Instituto Camões. Consultado em 14 de novembro de 2010
  118. ↑ Ir para:a b c HowStuffWorks (ed.). «Como funciona a reforma ortográfica do português». Consultado em 9 de junho de 2012. Arquivado do original em 10 de maio de 2012
  119.  «Cf. Nota da CPLP». Consultado em 24 de junho de 2007. Arquivado do original em 6 de junho de 2007
  120.  «DetalheIniciativa»www.parlamento.pt. Consultado em 7 de setembro de 2018
  121.  Ciberdúvidas/ISCTE-IUL. «Acordo Ortográfico em vigor em Portugal desde 13 de maio de 2009 - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa»ciberduvidas.iscte-iul.pt. Consultado em 7 de setembro de 2018
  122.  «Reunião Plenária»Assembleia da República. 16 de maio de 2008. Consultado em 6 de janeiro de 2010
  123.  «Presidente promulga acordo ortográfico»MEC. Consultado em 9 de junho de 2012
  124.  Guus Extra, e Kutlay Yaǧmur (2004). Urban Multilingualism in Europe: Immigrant Minority Languages at Home and School. [S.l.]: Multilingual Matters. 428 páginas. ISBN 9781853597787
  125. ↑ Ir para:a b c d Pasquale Cipro Neto & Ulisses Infante. «Gramática da Língua Portuguesa» (PDF). Consultado em 9 de junho de 2012. Arquivado do original (PDF) em 25 de novembro de 2011
  126. ↑ Ir para:a b c d FLIP (ed.). «Gramática - Introdução». Consultado em 9 de junho de 2012
  127. ↑ Ir para:a b Handbook of the International Phonetic Association pg. 126–130; a referência aplica-se à toda a seção.
  128.  Cruz-Ferreira 1995, p. 91.
  129.  Barbosa & Albano 2004, pp. 228–229.
  130.  White, Landeg. (1997). The Lusiads—English translation. Oxford World's Classics. Oxford University Press. ISBN 0-19-280151-1

Bibliografia

Ligações externas

Outros projetos Wikimedia também contêm material sobre este tema:
WikcionárioDefinições no Wikcionário
WikilivrosLivros e manuais no Wikilivros
CommonsCategoria no Commons

livros Livros e manuais no Wikilivros

Commons Categoria no Commons

«Comunidade dos Países de Língua Portuguesa»

«Instituto Camões»

«O que vai mudar no acordo ortográfico»

«Dialetos Portugueses no Uruguai.»

«Museu Virtual sobre a Língua Portuguesa»

«As periodizações: Histórias da língua portuguesa»

Novos indicadores para os limites do Português Arcaico, por Rosa Virgínia Mattos e Silva.

O Português Médio segundo Cintra (nuga bibliográfica),

SÃO BRÁULIO - 26 DE MARÇO DE 2022

Bráulio de Saragoça

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Disambig grey.svg Nota: "São Bráulio" redireciona para este artigo. Para outros significados, veja Bráulio.
São Bráulio de Saragoça
Estátua de São Bráulio na Basílica de Nuestra Señora del Pilar, em Saragoça
Nascimento 
590
Morte 
651
Veneração porIgreja Católica
Festa litúrgica26 de março
18 de março (na Espanha)
PadroeiroAragão
PadroeiraBasílica de Nuestra Señora del PilarSaragoçaEspanha
Gloriole.svg Portal dos Santos

Bráulio de Saragoça (em latimBraulius Caesaraugustanus), bispo de Saragoça (590–651), foi um religioso do século VII na Hispânia e sucessor de seu irmão, João, na sé onde ambos foram arcediagos. Bráulio foi também conselheiro e confidente de diversos reis visigodos, incluindo Quindasvinto, cujo filho, Recesvinto, recomendou que fosse coroado "rei associado".

História

Bráulio escreveu uma "Vita" de Santo Emiliano e acredita-se ter encorajado Santo Isidoro de Sevilha a dedicar-se às suas ambições enciclopédicas, inclusive tomando papel ativo em revisar a obra. Estava presente no quartoquinto e sexto concílios de Toledo e respondeu em nome do clero ibérico à acusação do papa Honório I de que eles negligenciavam suas tarefas regulares. Bráulio foi perdendo gradativamente a visão e já estava cego ao morrer. Foi enterrado no local onde hoje está a Basílica de Nuestra Señora del Pilar, em Saragoça, e foi sucedido por Taio (Taius), que foi seu estudante.

Atualmente está sepultado na Catedral do Salvador de Saragoça, para onde seus restos foram levados.

Bibliografia

Ligações externas

Bráulio de Saragoça

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Disambig grey.svg Nota: "São Bráulio" redireciona para este artigo. Para outros significados, veja Bráulio.
São Bráulio de Saragoça
Estátua de São Bráulio na Basílica de Nuestra Señora del Pilar, em Saragoça
Nascimento 
590
Morte 
651
Veneração porIgreja Católica
Festa litúrgica26 de março
18 de março (na Espanha)
PadroeiroAragão
PadroeiraBasílica de Nuestra Señora del PilarSaragoçaEspanha
Gloriole.svg Portal dos Santos

Bráulio de Saragoça (em latimBraulius Caesaraugustanus), bispo de Saragoça (590–651), foi um religioso do século VII na Hispânia e sucessor de seu irmão, João, na sé onde ambos foram arcediagos. Bráulio foi também conselheiro e confidente de diversos reis visigodos, incluindo Quindasvinto, cujo filho, Recesvinto, recomendou que fosse coroado "rei associado".

História

Bráulio escreveu uma "Vita" de Santo Emiliano e acredita-se ter encorajado Santo Isidoro de Sevilha a dedicar-se às suas ambições enciclopédicas, inclusive tomando papel ativo em revisar a obra. Estava presente no quartoquinto e sexto concílios de Toledo e respondeu em nome do clero ibérico à acusação do papa Honório I de que eles negligenciavam suas tarefas regulares. Bráulio foi perdendo gradativamente a visão e já estava cego ao morrer. Foi enterrado no local onde hoje está a Basílica de Nuestra Señora del Pilar, em Saragoça, e foi sucedido por Taio (Taius), que foi seu estudante.

Atualmente está sepultado na Catedral do Salvador de Saragoça, para onde seus restos foram levados.

Bibliografia

Ligações externas

Etiquetas

Seguidores

Pesquisar neste blogue