| | | | – Vamos ver como ficam as coisas. Se ficarem assim, não sei. Temos de ir dia a dia… Não esperava por isto ontem, não sei o que virá amanhã. Mas todos podem ter a certeza de que nos vamos focar em nós mesmos, manter a atitude e a mentalidade certas no treino e no seio da equipa. Confiamos uns nos outros e isso não vai mudar. Enquanto tivermos camisolas suficientes e um autocarro para ir para os jogos, vamos lá estar! | O Chelsea reforçou o terceiro lugar da Premier League após a vitória frente ao Norwich, podendo ainda olhar para posições mais cimeiras sabendo que estará sempre dependente daquilo que fizerem o Manchester City e o Liverpool. E ainda tem a Champions, encontrando-se em posição privilegiada para passar aos quartos da prova que ganhou na última época. E já ganhou ao Palmeiras, juntando o título mundial ao europeu. Ainda assim, e por muito que Thomas Tuchel tente manter-se focado apenas na vertente desportiva, esse é o menor dos “problemas” dos londrinos que, nesta fase, estão nas mãos do governo do Reino Unido. E nas mãos é tudo menos um exagero. É uma questão de sobrevivência. Não é ganhar mais ou menos, é só existir. | Numa fase em que se preparava para vender o Chelsea (algo que ainda poderá fazer mas sempre dependendo do executivo britânico), Roman Abramovich surgiu na lista dos oligarcas russos com ligações mais estreitas a Vladimir Putin que foram sancionados. À exceção da gestão corrente, tudo parou: o clube não pode comprar nem vender jogadores, não pode renovar contratos, não pode vender bilhetes (quem tinha lugares de época continua a ir aos jogos), não pode abrir a loja do clube ou negociar merchandising e até as despesas que são permitidas têm limites, como os 24.000 euros para toda a viagem a França para defrontar o Lille na Liga dos Campeões. O que pode então fazer? Jogar, ver os seus encontros transmitidos na TV com essas receitas e as de possíveis prize moneys desportivos congeladas e pagar ordenados aos seus funcionários, incluindo os jogadores, treinadores, departamento médico e restante staff. Problema? Abramovich ia injetando sempre dinheiro e, nesta altura, aquilo que existe de tesouraria chega apenas para os próximos 17 dias de atividade… | A atualidade continua a ser marcada pela guerra na Ucrânia onde a diplomacia não consegue acertar mais do que corredores humanitários para milhares, milhares e milhares de pessoas lutarem pela vida. E também de histórias que estão ligadas ao desporto se tem falado, com alguns destaques ao longo da última semana. | - a história de Zhan Beleniuk, o único campeão olímpico ucraniano nos Jogos Olímpicos de Verão em Tóquio que é também o primeiro deputado negro do Parlamento pelo partido do presidente Zelensky e que entre negociações de legislação perante a guerra tem estado com as milícias de auto-defesa em Kiev;
- a atitude da equipa de basquetebol do Prometey, que desistiu da Liga dos Campeões e deixou de parte a sua atividade desportiva para se colocar ao lado das Forças Armadas com todo o dinheiro e recursos;
- as incertezas da comitiva ucraniana que está nos Jogos Paralímpicos de Inverno de Pequim, que tem conseguido algumas medalhas entre o sofrimento pelos familiares que estão ainda no país e as dúvidas do que irão fazer e para onde seguirão viagem quando a competição onde se encontram chegar ao fim;
- a coragem de Leonid Stanislavskyi, jogador de ténis mais velho do mundo que sobreviveu à Segunda Guerra Mundial e que aos 97 anos recusa sair de Kharkiv, aguardando apenas que a paz chegue para voltar aos treinos, cumprir 100 anos e poder ainda fazer um jogo com Federer depois de Nadal;
- a epopeia de Mykola Nyzhnyk, que fazia um estágio em altitude em Iten, no Quénia, quando os russos invadiram a Ucrânia, conseguiu chegar ao país via Budapeste, viu a mulher e também ex-atleta olímpica Olga Skrypak um dia e juntou-se ao exército na esperança de ver o nascimento da filha a meio de abril;
- a viragem na vida de Oleksandr Abramenko, que três semanas depois de ter ganho mais uma medalha nos Jogos Olímpicos de Inverno em Pequim tem vivido numa garagem na cidade de Kiev;
- a posição de Ivan Kuliak, ginasta russo de 20 anos que subiu a um pódio da Taça do Mundo de Doha, no Qatar, com o símbolo Z no equipamento tendo inclusive um atleta ucraniano como medalha de ouro a seu lado – e que na primeira reação voltou a explicar o porquê da atitude que tomou e do símbolo Z;
- os lamentos de Nikita Mazepin, único piloto russo na Fórmula 1 que viu a Haas rescindir o contrato pelo qual tinha lutado durante 18 anos da vida e que era uma espécie de ponta solta entre as sanções;
| | As eleições do Sporting acabaram por ter uma participação maior do que se poderia pensar inicialmente, com uma média superior a 1.000 pessoas por hora a passarem pelo Pavilhão João Rocha em dia de jogo com o Arouca em Alvalade. No final, confirmou-se a reeleição esmagadora de Frederico Varandas com 85,8% dos votos, entrando assim no top 3 dos sufrágios com mais do que um candidato a nível de votos, de votantes e de percentagem de vitória. “Venceu a estabilidade no Sporting. Os sócios votaram pela estabilidade. Gostaria de recordar que está a fazer 40 anos desde a última vez que um presidente do Sporting cumpre um segundo mandato, estamos a falar em 1982 com o presidente João Rocha. Desde aí, o Sporting entrou num ciclo de instabilidade destrutiva. Foram 40 anos por muitas razões mas o insucesso desportivo deveu-se à falta de estabilidade”, destacou nas primeiras palavras após um resultado que chegou mais cedo do que é normal. Antes, e no seguimento do processo que vai a julgamento com Pinto da Costa, voltou a atacar o líder portista. | Na véspera, o presidente dos verde e brancos entretanto reeleito tinha anunciado o negócio que apelidou de “um dia histórico para o Sporting”: a recompra dos VMOC que pertenciam ao Millennium BCP, que aumenta a percentagem de capital social dos leões na SAD para 84% através de uma operação de financiamento no valor de 38,5 milhões de euros, “mediante acréscimo do preço de venda de créditos relacionados com os direitos de transmissão televisiva e multimédia e com os direitos de distribuição do canal Sporting TV, destinada a substituir passivos financeiros e não financeiros”. Sobre a segunda parte, houve quem torcesse o nariz no plano interno; em relação à primeira, os rivais não gostaram. E o Benfica teve o ataque mais aberto aos leões desde que Rui Costa é presidente dos encarnados, falando mesmo num dia “tristemente histórico”: “A Sporting, SAD, ao longo destes anos, não deixou de investir na equipa de futebol, apresentando resultados negativos em vários exercícios, tendo regressado, inclusive, à situação de falência técnica, numa persistente e inaceitável concorrência desleal para com os restantes clubes no futebol nacional”. | | O Campeonato teve mais uma jornada que não promoveu alterações na classificação, com os três primeiros a “cumprirem” nos respetivos jogos: o FC Porto marcou pela primeira vez quatro golos em Paços de Ferreira, numa vitória que teve Vitinha “a encher o campo”; o Sporting resolveu a receção ao Arouca com dois golos de Slimani a abrir a segunda parte no dia em que Rúben Amorim cumpriu o segundo ano como técnico verde e branco; o Benfica ganhou com reviravolta no Algarve ao Portimonense num encontro marcado por mais um festival de tochas atiradas para o relvado. A 26.ª ronda da Primeira Liga começa já esta sexta-feira, com o Benfica a defrontar na Luz o Vizela (20h15) antes da receção do FC Porto ao Tondela (domingo, 18h) e da viagem do Sporting a Moreira de Cónegos para jogar com o Moreirense de Sá Pinto (segunda-feira, 20h15). | A próxima semana terá a segunda fase dos oitavos da Liga dos Campeões e da Liga Europa. Na Champions, já há quatro apurados para os quartos: o Bayern, que cilindrou o Salzburgo com o hat-trick mais rápido de sempre na prova; o Liverpool, que não se livrou de um susto na receção em Anfield ao Inter; o Real Madrid, que alcançou uma das mais épicas recuperações dos últimos tempos e deixou o balneário do PSG a ferro e fogo; e o Manchester City, que não foi além de um nulo no Etihad com o Sporting num encontro que acabou com Rúben Amorim a elogiar (mais uma vez) os adeptos e a recordar todo o percurso feito pela equipa. Agora segue-se uma terça-feira com Ajax-Benfica e Manchester United-Atl. Madrid (20h) e uma quarta-feira com Juventus-Villarreal e Lille-Chelsea (20h). O sorteio dos quartos realiza-se na próxima sexta-feira (11h). | Já na Liga Europa, as equipas nacionais tiveram sortes diferentes na cimeira luso-francesa nos oitavos da prova: o FC Porto quebrou uma série de 18 jogos com 15 vitórias e três empates e perdeu no Dragão frente ao Lyon num jogo em que Pepe fez “uma ferida muito feia” na cabeça logo a abrir, aguentou até ao intervalo, foi para o hospital e teve de fazer uma pequena cirurgia, ao passo que o Sp. Braga teve a sua noite de sonho na Pedreira e derrotou o Mónaco por 2-0. Os encontros da segunda mão realizam-se na próxima quinta-feira, com o Sp. Braga a jogar no Mónaco (17h45) e o FC Porto em Lyon (20h). O sorteio dos quartos é também no dia seguinte como o da Liga dos Campeões mas às 12h. Nota ainda para a Conference League, onde a Roma somou a terceira vitória seguida sem sofrer com Sérgio Oliveira a marcar o único golo ao Vitesse. | Uma última nota para aquilo que se passou na Liga mexicana, que entretanto foi suspensa e vai voltar com os adeptos visitantes proibidos de irem aos estádios. Ver agressões entre adeptos num recinto desportivo já é mau. Ver famílias com crianças pequenas a correr pelo campo a fugir da violência e pais a tentar proteger os seus filhos de autênticos linchamentos é demasiado mau, o pior que o futebol pode ter. Ainda assim, todas as imagens que circularam do que aconteceu no Querétaro-Atlas, incluindo a vergonha até no exterior onde os adeptos da equipa de Guadalajara despiam as suas camisolas para tentarem sair dali com vida e a violência foi ainda maior e mais gratuita, devem fazer pensar e muito sobre o que se passa no desporto e até no país. | | O Mundial de MotoGP arrancou em Losail, no Qatar, mas as coisas não correram da melhor forma a Miguel Oliveira: depois de ter arrancado da 14.ª posição, o piloto estava com tempos que lhe dariam entrada no top 10 à frente de Fabio Quartararo (e no top 8 menos de um minuto depois com a queda de Bagnaia que levou Jorge Martín) mas acabou por cair na curva 1, ficando fora da corrida inicial de 2022 que foi ganha por Enea Bastianini, naquela que foi a melhor homenagem possível ao falecido Fausto Gresini. Das motos para o surf, Griffin Colapinto e Tatiana Weston-Webb ganharam o Meo Pro Portugal em Peniche, prova em que o português Frederico Morais caiu nos oitavos mas somou os pontos para ascender ao 23.º lugar do ranking. Do surf para o judo, Jorge Fonseca ganhou mais uma medalha de ouro internacional, desta vez no Open de Praga. E do judo para o atletismo, quando estamos na antecâmara do Campeonato do Mundo de Pista Coberta (de 18 a 20 em Belgrado), Patrícia Mamona venceu a prova do triplo salto no meeeting de Paris. | Ainda nas modalidades, o Torneio das Seis Nações entra na fase decisiva com o Gales-França (esta sexta-feira às 20h) e o Inglaterra-Irlanda (sábado, 16h45) num fim de semana importante para o râguebi nacional, com Portugal a ter um jogo decisivo em Espanha na qualificação para o Campeonato do Mundo de 2023. No ténis, já arrancou o Indian Wells que teve João Sousa no quadro principal comolucky loser e Djokovic de fora. E no basquetebol, o Sporting joga na quarta-feira (17h) a segunda mão dos quartos da FIBA Europe Cup depois da derrota no Pavilhão João Rocha por apenas três pontos com os turcos do Bahçesehir. |
| EU, A TV E UM COMANDO | | O JOGO EM PALAVRAS | | PÓDIO | 1 | | | Leonid tem 97 anos, é dono de um recorde do Guinness e mantém a esperança de jogar Mundiais na Flórida. Não esperava ver outra guerra mas acredita na paz. E, depois de Nadal, sonha estar com Federer. |
| 2 | | | Oleksandr Abramenko ficou conhecido pelo abraço ao russo e amigo Ilia Burov no pódio dos Jogos de Pequim como já tinha acontecido em 2018. Foi recebido como um herói. Hoje procura abrigo à noite. |
| 3 | | | O Prometey, campeão nacional ucraniano de basquetebol, parou todas as operações, abandonou as competições europeias e vai colocar "todo o dinheiro e recursos" ao serviço das Forças Armadas do país. |
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| A FIGURA | | GUERRA NA UCRÂNIA | | Nasceu em Kiev, perdeu o pai na guerra civil do Ruanda e transformou-se nos últimos dias num dos rostos da resistência ucraniana em Kiev uns meses depois de ganhar o único ouro do país nos Jogos. | |
| TERCEIRO TEMPO | |
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