sexta-feira, 4 de março de 2022

OBSERVADOR - 4 DE MARÇO DE 2022

 

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Observador

360º

Fotografia de Maria Ramos Silva
Maria Ramos Silva
Editora de Lifestyle

Enquanto dormia…

… As autoridades ucranianas avançavam que Zaporíjia, a maior central nuclear da Europa (alvo de um ataque que provocou um incêndio entretanto extinto), passou para o controlo russo. “Este Estado terrorista recorreu agora ao terror nuclear”, atacou o presidente ucraniano, um dia depois de Moscovo e Kiev voltarem a falhar o acordo para cessar-fogo, agendando uma terceira ronda de negociações para breve — para já, os países concordaram com a criação de corredores humanitários, mas mantém-se o braço de ferro. E há já uma baixa de peso a assinalar no exército russo: o major-general Andrei Sukhovetsky morreu em combate durante a invasão.

Num discurso ao país, esta quinta-feira, Volodymyr Zelensky(que terá sobrevivido a pelo menos três tentativas de assassinato nos últimos dias) defendeu que a “única forma de parar a guerra” é encontrando-se diretamente com o homólogo russo. E deixou um aviso: se a Ucrânia cair, os próximos são os países bálticos. Depois de uma conversa por telefone com Vladimir Putin, Macron alertara que “o pior está para vir” se recusarem as condições russas. Ao final da tarde, o presidente russo louvou o sacrifício dos seus soldados, acusou a Ucrânia de usar civis como “escudos humanos”, e garantiu que “todos os objetivos foram alcançados”.

A escalada de tensão está a ser atualizada ao minuto no nosso liveblog e numa emissão especial da Rádio Observador. Ao nono dia de guerra, saiba tudo o que se passou esta madrugada e fique com alguns destaques a partir doponto de situação possível:

  • Com a “guerra à porta”, a Moldávia assinou o pedido formal para que o país possa aderir à União Europeia, juntando-se assim à Geórgia, que anunciou a mesma decisão na quarta-feira, e à Ucrânia, que o fez dias depois do início da invasão
  • Joe Biden anunciou novas sanções aos “oligarcas russos” — Alisher Usmanov, que está ligado ao clube de futebol Everton, é um dos principais alvos. Medidas como esta poderão surtir resultado? É esse o tema da edição especial do Fora do Baralho. Para participar ligue 910024185 e entre em direto na Rádio Observador
  • Pedindo “o fim da guerra”, a petrolífera Lukoil tornou-se a primeira grande empresa russa a opor-se à invasão
  • Lembra-se do adolescente que rastreava o jato de Elon Musk no Twitter? Passou a fazer o mesmo a Putin
  • No duelo dos números negros, Kiev diz ter matado 9 mil soldados russos, Moscovo fixa-as em 498. Pelas contas da ONU, pelo menos 249 mortos e 533 feridos. Segundo a Unicef, o conflito provocou mais de meio milhão de crianças refugiadas numa semana
  • Por cá, Portugal já recebeu 672 pedidos para proteção temporária de refugiados. E a Comissão Parlamentar de Defesa Nacional vai reunir dia 8 de março, na próxima terça-feira, de forma extraordinária, para ouvir o Ministro da Defesa, João Gomes Cravinho.
  • Entretanto, é de Lviv que chega o apelo da família de Ihor Homenyuk, o ucraniano que morreu num centro do SEF em março de 2020. Oksana e os filhos pedem proteção a Portugal.

No terreno, a Cátia Bruno e o João Porfírio guiam-nos por Drozdovychi, onde fugir está fora de questão. Na aldeia com 400 casas, os enviados especiais do Observador viram homens que se revezam entre turnos com armas ao ombro, entradas controladas através de uma app, e mulheres que rezam para que “os russos” não cheguem ali. De caçadeira e telemóvel, está encontrada A História do Dia.

Cerca de 9 meses depois da polémica ‘Russiagate’, Carlos Moedas cumpriu a promessa de reabilitar Luís Feliciano, que PSD considerava “bode expiatório”. O encarregado exonerado por Medina, conta o editor de política Rui Pedro Antunes, foi agora nomeado para o gabinete do presidente da Câmara Municipal de Lisboa. Depois de inaugurar esta quinta-feira um centro de acolhimento temporário para refugiados, Moedas garante que ucranianos “são bem vindos”.

Ainda no palco da guerra, a Ana Kotowicz apresenta-nos os atores principais e secundários nesta invasão. E com a Ucrânia a querer sentar Putin no banco dos réus, o João Francisco Gomes explica o que são crimes de guerra e como funciona o Tribunal Penal Internacional. Das petrolíferas às marcas automóveis, grandes tecnológicas e até estúdios de cinema: são muitas as empresas a anunciar suspender ou limitar atividade no país. A Alexandra Machado e a Beatriz Ferreira mostram como o boicote à Rússia vem de várias frentes.

Nesta newsletter tem todas as notícias de que precisa para se despedir desta semana bem informado. E já sabe que ao longo do dia vão estar em permanente atualização no nosso site e na rádio Observador.

Tenha um bom dia e um bom fim de semana

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INFANTE DOM HENRIQUE - O NAVEGADOR - NASCEU EM 1394 (HÁ 628 ANOS) - 4 DE MARÇO DE 2022

 

Infante Dom Henrique

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Henrique
Duque de Viseu
Nascimento4 de março de 1394
 Porto
Morte13 de novembro de 1460 (66 anos)
 Sagres (Vila do Bispo)Portugal
Sepultado emMosteiro da Batalha
CasaAvis
PaiJoão I de Portugal
MãeFilipa de Lencastre
Religiãocatolicismo romano
AssinaturaAssinatura de Henrique

Infante Dom Henrique de Avis, 1.º duque de Viseu e 1.º senhor da Covilhã (Porto4 de março de 1394 – Sagres13 de novembro de 1460),[1] foi um infante português e a mais importante figura do início da era das descobertas, popularmente conhecido como Infante de Sagres ou O Navegador.

Os seus restos mortais encontram-se sepultados no Mosteiro da Batalha.

Vida

Infante D. Henrique nasceu numa quarta-feira de cinzas na cidade do Porto, Portugal, no dia então considerado pouco propício ao nascimento de uma criança. Era o quinto filho de João I de Portugal, fundador da Dinastia de Avis, e de Dona Filipa de Lencastre.

Foi batizado alguns dias depois do seu nascimento, tendo sido o seu padrinho o bispo de Viseu. Os seus pais deram-lhe o nome Henrique possivelmente em honra do seu tio materno, o duque Henrique de Lencastre (futuro Henrique IV de Inglaterra).

Pouco se sabe sobre a vida do infante até aos seus catorze anos. Tanto ele como os seus irmãos (a chamada Ínclita geração) tiveram como aio um cavaleiro da Ordem de Avis.

Foi o principal impulsionador da expansão portuguesa, os chamados descobrimentos portugueses.

Em 1414, convenceu seu pai a montar a campanha para a conquista de Ceuta, na costa norte-africana junto ao estreito de Gibraltar. A cidade foi conquistada em Agosto de 1415,[2] assegurando ao reino de Portugal o controle das rotas marítimas de comércio entre o Atlântico e o Levante. Na ocasião foi armado cavaleiro e recebeu os títulos de Senhor da Covilhã e duque de Viseu.[3]

Foi também administrador da Ordem de Cristo.[2][3]

Após a conquista de Ceuta, retirou-se para Lagos, onde dirigiu expedições ao Atlântico. Rodeou-se de sábios e navegadores portugueses, maiorquinosgenoveses e venezianos.

Durante a sua vida foram redescobertas as ilhas do Atlântico, já conhecidas em mapas do século XIV: os arquipélagos da Madeira e dos Açores. O povoamento e exploração das ilhas ficou a seu cargo.[3]

Após a morte do irmão, o rei Duarte, tornou-se regente o irmão infante D. Pedro, sendo o sobrinho Afonso V, menor. Um conflito entre o rei Afonso V e o seu tio, o infante D. Pedro, levou à batalha de Alfarrobeira, em que o infante foi morto. O infante D. Henrique colocou-se ao lado do rei, seu sobrinho, contra o seu próprio irmão.[3]

Expansão territorial

Durante o reinado de seu pai iniciou-se a expansão para África e para o Atlântico. Henrique teve um papel importante nesta fase. As explorações continuaram durante os reinados seguintes e a regência do infante Pedro.

Conquista de Ceuta

Ver artigo principal: Conquista de Ceuta

O infante e os seus irmãos quiseram ser armados cavaleiros depois duma batalha e não em torneio. Foi proposta a tomada da cidade de Ceuta, no norte de África.[2][3] A sua conquista também era uma forma do rei ganhar prestígio, conquistando uma cidade muçulmana, pois estes eram vistos como inimigos dos cristãos.

Uma enorme armada partiu em 23 de Julho de 1415. A tomada deu-se a 21 de Agosto. A 18 de fevereiro de 1416 foi encarregado do governo de Ceuta. Cabia-lhe organizar, no reino, a manutenção daquela praça-forte em Marrocos.[4]

Em 1418, regressou a Ceuta na companhia de D. João, seu irmão mais novo. Os infantes comandavam uma expedição de socorro à cidade, que sofreu nesse ano o primeiro grande cerco, imposto conjuntamente pelas forças dos reis de Fez e de Granada. O cerco foi levantado e D. Henrique tentou de imediato atacar Gibraltar, mas o mau tempo impediu-o de desembarcar: manifestava-se assim uma vez mais a temeridade e fervor anti muçulmano do Infante. Ao regressar a Ceuta recebeu ordens de seu pai para não prosseguir tal empreendimento, pelo que retornou para o reino nos primeiros meses de 1419. Aprestou por esta época uma armada de corso, que atuava no estreito de Gibraltar a partir de Ceuta. Dispunha assim de mais uma fonte de rendimentos e desse modo, muitos dos seus homens habituaram-se à vida no mar. Mais tarde, alguns deles seriam utilizados nas viagens dos Descobrimentos.

Expansão marítima

Ver artigo principal: Descobrimentos portugueses
Monumento aos Descobrimentos
Monumento aos Descobrimentos, em Lisboa, frente ao Tejo.
Cruz de Cristo usada nas velas
cruz de Cristo foi usada nas velas durante as viagens de exploração.

Em Lagos, no Algarve, o infante fixou a sua residência. Várias expedições foram feitas por sua iniciativa ou com a sua permissão.[2] Em 1418 dois dos seus escudeiros, João Gonçalves Zarco e Tristão Vaz Teixeira, fazem o reconhecimento da ilha do Porto Santo, no arquipélago da Madeira e, no ano seguinte, da ilha da Madeira. Estas ilhas já estão assinaladas em portulanos e textos desde o século anterior. As ilhas revelaram-se de grande importância, vindo a produzir grandes quantidades de cereais, minimizando a escassez que afligia Portugal. O arquipélago foi doado a D. Henrique por Duarte I de Portugal, sucessor de D. João I, em 1433.

Em 25 de maio de 1420, D. Henrique foi nomeado Governador da Ordem de Cristo, cargo que deteve até ao fim da vida.[3] No que concerne ao seu interesse na exploração do oceano Atlântico, o cargo e os recursos da ordem foram decisivos ao longo da década de 1440. Desde que ficou com a tutela da Ordem, as velas passaram a usar a cruz de Cristo.[2]

Capa das Crónicas dos Feitos de Guiné (Paris codex), com a frase "talent de bien faire ("vontade de bem fazer"), a divisa do Infante D. Henrique. O retratado, de acordo com a mais recente historiografia da arte, é o rei D. Duarte I, seu irmão. Esta gravura é atribuída ao D. Henrique erradamente já que as análises apontam que a página onde se insere não pertence ao manuscrito.[5]Uma investigação de 2018, em Paris, identifica este retrato como Infante D. Pedro, alterando o significado global dos Painéis de S. Vicente.[6]

Em 1427, os seus navegadores descobriram as primeiras ilhas dos Açores, por Diogo de Silves. Outra data aponta para 1431, por Gonçalo Velho.[2] Também estas ilhas desabitadas foram depois povoadas pelos portugueses.

Mapas do século XIV apontam a existência de ilhas nas coordenadas dos Açores.[2]

O sonho do Infante, por José Malhoa

Até à época do Infante D. Henrique, o cabo Bojador era para os europeus o ponto conhecido mais meridional na costa de África. Gil Eanes, que comandou uma das expedições, foi o primeiro a ultrapassá-lo em 1434, eliminando os medos então vigentes quanto ao desconhecido que para lá do cabo se encontraria.[4]

Aquando da morte de D. João I, D. Duarte, irmão de D. Henrique, subiu ao trono. O rei entregou ao irmão um quinto de todos os proveitos comerciais com as zonas descobertas bem como o direito de explorar além do cabo Bojador.[4]

O reinado de D. Duarte durou apenas cinco anos, após o qual, D. Henrique apoiou o seu irmão D. Pedro na regência como "braço-direito", sendo seu lugar-tenente[7] durante a menoridade do sobrinho D. Afonso V, recebendo em troca a confirmação do seu privilégio. Procedeu também, durante a regência, ao povoamento dos Açores.

Brasão de armas de D. Henrique.

Com um novo tipo de embarcação, a caravela, as expedições adquiriram um grande impulso. O cabo Branco foi atingido em 1441 por Nuno Tristão e Antão Gonçalves. A Baía de Arguim em 1443, com consequente construção de uma feitoria em 1448.[4]

Foi também em 1441 que foram trazidos os primeiros escravos e criado um entreposto comercial no cabo Branco. Dinis Dias chegou ao rio Senegal e dobrou o Cabo Verde em 1444. A Guiné foi visitada. Assim, os limites a sul do grande deserto do Saara foram ultrapassados. A partir daí, D. Henrique cumpriu um dos seus objectivos: desviar as rotas do comércio do Saara e aceder às riquezas na África Meridional. Em 1452 a chegada de ouro era em suficiente quantidade para que se cunhassem os primeiros cruzados nesse metal.[4]

Entre 1444 e 1446, cerca de quarenta embarcações partiram de Lagos. Na década de 1450 descobriu-se o arquipélago de Cabo Verde. Data dessa época a encomenda de um mapa-múndi do Velho Mundo a Fra Mauro, um monge veneziano.

Em 1460, a costa estava já explorada até ao que é hoje a Serra Leoa.

Entretanto, D. Henrique estava também ocupado com assuntos internos do Reino. Julga-se ter patrocinado a criação, na Universidade de Coimbra, de uma cátedra de astronomia e filosofia.

Um dos motivos para a exploração marítima era encontrar o reino do Preste João. Desejava-se obter uma aliança com esse reino cristão para atacar os muçulmanos pelas costas.[2]

Desastre de Tânger

Ver artigo principal: Desastre de Tânger (1437)

Foi um dos principais organizadores da conquista de Tânger em 1437, que se revelou fracasso enorme, já que o seu irmão mais novo, D. Fernando (o Infante Santo) ficou refém em Marrocos, até à sua morte em 1443, como garantia da devolução de Ceuta que nunca veio a acontecer. A sua reputação militar sofreu um revés e os seus últimos anos de vida foram dedicados à política e à exploração.

Legado

Durante a sua vida foram redescobertos arquipélagos da Madeira e dos Açores. Foi feita a sua colonização e exploração económica.

A passagem do cabo Bojador, em 1434 por Gil Eanes, foi outro acontecimento importante.

Ainda durante a sua vida chegou-se ao arquipélago de Cabo Verde, em 1455 por Cadamosto.

Genealogia

Antepassados


Realeza Portuguesa
Casa de Avis
Descendência
Ordem Avis.svg

Descendência

O Infante morreu solteiro, sem alguma vez ter tido mulher ou filhos. Deixou como seu principal herdeiro o seu sobrinho (e filho adoptivo), em bens, cargos e títulos, o segundo filho de seu irmão o rei D. Duarte já falecido, o Infante D. Fernando, duque de Beja, e que a partir dessa altura passa a ser Duque de Viseu tal como ele e a dirigir os Descobrimentos portugueses para o Reino de Portugal tal como o seu tio.[3]

Referências

  1.  João Cardini (1806). «Epithome da vida do Infante D. Henrique. Gravura: buril e ponteado, p&b; 23,2x15,5 cm (matriz)». Biblioteca Nacional de Portugal. Consultado em 17 de agosto de 2013
  2. ↑ Ir para:a b c d e f g h Saraiva, José (1993). História de Portugal. Mem Martins: Publicações Europa-América
  3. ↑ Ir para:a b c d e f g «O Portal da História - Artigos : O Infante D. Henrique, 1394-1460»www.arqnet.pt. Consultado em 27 de outubro de 2019
  4. ↑ Ir para:a b c d e DOMINGUES, Mário. O Infante D. Henrique. Lisboa: Romano Torres, 1957
  5.  Markl, Dagoberto (1988). O Retábulo de S. Vicente da Sé de lisboa e os Documentos. Lisboa: Editorial Caminho SA. p. 67-98
  6.  Branco, Fernando (2020). «Os Infantes D. Henrique e D. Pedro nos Painéis de S. Vicente» (PDF). Revista Mátria nº7,Centro Investigação J. Veríssimo Serrão (youtube Novos Painéis de S. Vicente livro)
  7.  Monumenta Henricina Volume VII (1439-1443). [S.l.]: UC Biblioteca Geral 1

Bibliografia

  • ALBUQUERQUE, Luís de. Dicionário de história dos descobrimentos portugueses. Lisboa: Círculo de Leitores, 1994.
  • MARKL, Dagoberto (1988). O Retábulo de S. Vicente da Sé de Lisboa e os Documentos. Lisboa: Editorial Caminho SA
  • DOMINGUES, Mário. O Infante D. Henrique. Lisboa: Romano Torres, 1957.
  • OLIVAL, Fernanda. The Military Orders and the Portuguese Expansion (15th to 17th Centuries)Portuguese Studies Review Monographs, Vol. 3. Peterborough: Baywolf Press and The Portuguese Studies Review, 2018.
  • RUSSELL, Peter. Prince Henry ´the Navigator´a Life. New Haven: Yale University Press, 2000. ISBN 0-300-08233-9
  • Saraiva, José (1993). História de Portugal. Mem Martins: Publicações Europa-América

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