quinta-feira, 10 de fevereiro de 2022

MALUDA - (MARIA DE LURDES RIBEIRO) - PINTORA - MORREU EM 1999 - 10 DE FEVEREIRO DE 2022

 

Maluda

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Maluda
Nascimento15 de novembro de 1934
GoaGoa NortePangim
Morte10 de fevereiro de 1999 (64 anos)
Lisboa
NacionalidadePortugal Portuguesa
OcupaçãoPintora
PrêmiosPrémio "Gustavo Cordeiro Ramos" da Academia Nacional de Belas-Artes (1978)

Maria de Lourdes Ribeiro, conhecida por Maluda (Goa Norte, Pangim15 de novembro de 1934 — Lisboa10 de fevereiro de 1999) foi uma pintora portuguesa que recebeu a Ordem do Infante Henrique [1]

Sua obra se baseava principalmente em retratos, visões das cidades, nomeadamente na pintura de paisagens urbanas, janelas e vários outros elementos arquitectónicos.[2][3]

Biografia

Maluda nasceu na cidade de Pangim, no estado de Goa, no então Estado Português da Índia.[4][2] Começou na pintura como retratista autodidata ainda em Lourenço Marques (actual Maputo), onde viveu a partir de 1948. Foi lá que formou, com Garizo do Carmo, João Paulo e João Aires o grupo de pintura "Os Independentes", que expôs colectivamente em 1961, 1962 e 1963. Em 1963[5] obteve uma bolsa de estudos da Fundação Calouste Gulbenkian e viajou para Portugal, onde trabalhou com o mestre Roberto de Araújo em Lisboa.[6]

Entre 1964 e 1967 viveu em Paris, como bolseira da Gulbenkian.[2][7] Aí trabalhou na Academia de la Grande Chaumière com os mestres Jean Aujame e Michel Rodde. Durante a sua estadia em Paris conviveu com outros artistas, entre eles Maria Helena Vieira da Silva e Arpad Seznes.[8] Foi nessa altura que se interessou pelo retrato e por composições que fazem a síntese da paisagem urbana, com uma paleta de cores muito característica e uma utilização brilhante da luz, que conferem às suas obras uma identidade muito própria e inconfundível. Pintou os retratos de Ana ZanattiAmália Rodrigues, Aquilino Ribeiro, Mário SoaresÁlvaro Cunhal, entre outros. [9][10][6]

Em 1969 realizou a sua primeira exposição individual na galeria do Diário de Notícias, em Lisboa. [7] Em 1973 realizou uma grande exposição individual na Fundação Gulbenkian, que obteve grande sucesso, registando cerca de 15.000 visitantes e lhe deu grande notoriedade a partir de então.[11] Entre os anos de 1976 e 1978 foi novamente bolseira da Fundação Gulbenkian, estudando em Londres e na Suíça. A partir de 1978 dedicou-se também à temática das janelas, procurando utilizá-las como metáfora da composição público-privado. Em 1979 recebeu o "Prémio de Pintura" da Academia Nacional de Belas Artes de Lisboa.[2] Nesse ano realizou ainda uma exposição na Fundação Gulbenkian em Paris.[4]

O seu livro “Maluda” com préfacio de Maria Helena Vieira da Silva é publicado em 1981[12][13][6]

A partir de 1985, Maluda foi convidada para fazer várias séries de selos para os CTT. Dois selos da sua autoria ganharam, na World Government Stamp Printers Conference, em Washington, D.C., em 1987 e em Périgueux (França), em 1989, o "Prémio mundial" para o melhor selo. [14][15][16][2][17]

Em 1994 recebeu o prestigiado "Prémio Bordalo Pinheiro", atribuído pela Casa da Imprensa.[18] No âmbito da "Lisboa Capital da Cultura", realizou uma exposição individual no Centro Cultural de Belém em Lisboa.[4]

A 13 de outubro de 1998 foi agraciada pelo Presidente da República Jorge Sampaio com o grau de Grande-Oficial da Ordem do Infante D. Henrique, ao mesmo tempo que realizou a sua última exposição individual, "Os selos de Maluda", patrocinada pelos CTT. [19]

Maluda morreu em Lisboa a 10 de fevereiro de 1999, aos 64 anos, vítima de cancro do pâncreas. O seu corpo foi enterrado no Talhão dos Artistas do Cemitério dos Prazeres, em Lisboa. [20][4]

Em testamento, a artista instituiu o "Prémio Maluda de Pintura" que, durante alguns anos, foi atribuído pela Sociedade Nacional de Belas-Artes[21] Receberam este prémio as pintoras Ana Vidigal (1999), Cristina Valadas (2000), Fátima Mendonça (2001). [22][23]

Em 2001, o crítico de arte português, José-Augusto França elegeu seu quadro "Portel" (de 1986) como um dos "100 Quadros Portugueses do Século XX".[24]

Em 2007, a Rua 1 bairro da Quinta do Grafanil em Lisboa passou a se chamar Rua Maluda em sua homenagem.[24]

Em 2009 foi publicado um livro que assinala a passagem do décimo aniversário da sua morte, reunindo a quase totalidade da sua vasta obra e que contou com o Alto Patrocínio do Presidente da República portuguesa. [25] No mesmo ano, a Assembleia da República, em Lisboa, homenageou-a com uma grande exposição retrospectiva.[26]

Prêmios

Obra

Embora experimentando vários géneros, incluindo retratosserigrafiastapeçariascartazes, painéis murais, ilustrações e selos de correio. [7] O cerne principal da pintura de Maluda está muito voltado para a síntese da paisagem urbana, no que a sua arte, segundo Pamplona, segue, conceptualmente, Paul Cézanne (1839-1906), o mestre do Impressionismo. Ou, como escreveu Fernando Pernes, a sua arte representa «um sistemático decantamento da experiência cezanneana». [27][6]

Os quadros que pintava eram baseados principalmente nas cidades, nomeadamente na pintura de paisagens urbanas, janelas e vários outros elementos arquitectónicos.[28] [29] A notoriedade das suas obras pictóricas aparentemente mais simples (algumas utilizadas em selos oficiais por encomenda dos Correios portugueses), ao mesmo tempo que a promovia a uma das mais populares pintoras portuguesas das últimas décadas do século XX artístico português, também teve o efeito negativo de encobrir uma vasta obra de criação gráfica mais complexa. Na sua carreira, Maluda efectuou 24 exposições individuais e está representada em vários museus, entre os quais os da Fundação Calouste Gulbenkian e do Centro Cultural de Belém mas também em várias colecções particulares em Portugal e noutros países. [30]

Referências

  1.  «- Página Oficial das Ordens Honoríficas Portuguesas»www.ordens.presidencia.pt. Consultado em 3 de junho de 2020
  2. ↑ Ir para:a b c d e Catalão, Rui. «O falso espelho de Maluda»PÚBLICO. Consultado em 3 de junho de 2020
  3.  ncultura. «As janelas lisboetas de Maluda»ncultura. Consultado em 1 de dezembro de 2020
  4. ↑ Ir para:a b c d «Maluda»CNAP - Centro Nacional de Artes Plásticas. Consultado em 3 de junho de 2020
  5.  «As janelas de Maluda»VortexMag. 11 de março de 2015. Consultado em 1 de dezembro de 2020
  6. ↑ Ir para:a b c d Tavares, Cristina Azevedo (2001). «Algumas reflexões acerca da herança do naturalismo na pintura de João Hogan, Maluda e Noronha da Costa». Nº 2 (2001): 174–183
  7. ↑ Ir para:a b c «Restos de Colecção: Maluda»Restos de Colecção. 17 de novembro de 2010. Consultado em 3 de junho de 2020
  8.  «Artista: MALUDA | Dados biográficos»vart.pt. Consultado em 3 de junho de 2020
  9.  «RTP2 - Separador MALUDA: figuras públicas pintadas por ela.»SAPO Vídeos. Consultado em 3 de junho de 2020
  10.  «Portal do Fado - Amália, Maluda e Moçambique»www.portaldofado.net. Consultado em 3 de junho de 2020
  11.  «Inauguração de exposição de Maluda na Gulbenkian». Consultado em 3 de junho de 2020
  12.  «Biblioteca Nacional de Portugal»catalogo.bn.pt. Consultado em 3 de junho de 2020
  13.  «São Mamede - Galeria de Arte»www.saomamede.com. Consultado em 3 de junho de 2020
  14.  Moreira, Ana Sofia Santos (2015). Estudo do design do selo postal português: proposta para aplicação de Realidade Aumentada. Aveiro: Universidade de Aveiro. 34 páginas
  15.  Correia, Armando (2015). As representações do desporto no universo da filatelia portuguesa e algumas reflexões sobre o seu valor estético - período 1853-2015. Porto: Faculdade do Desporto da Universidade do Porto. 16 páginas
  16.  «Os correios no registo de um país»catalogo.bn.pt. Museu das Comunicações. Consultado em 3 de junho de 2020
  17.  «Maluda (visual gráfico) - Exposição na Galeria de Arte dos CTT, em Janeiro 1989»catalogo.bn.pt. CTT. Consultado em 3 de junho de 2020
  18.  «Prémios Bordalo • Sindicato dos Jornalistas»Sindicato dos Jornalistas. 22 de janeiro de 2002
  19.  «ENTIDADES NACIONAIS AGRACIADAS COM ORDENS PORTUGUESAS - Página Oficial das Ordens Honoríficas Portuguesas»www.ordens.presidencia.pt. Consultado em 3 de junho de 2020
  20.  «Morreu a pintora Maluda». Arquivo RTP. Consultado em 3 de junho de 2020
  21.  Rato, Vanessa. «Prémio Maluda de Pintura para Fátima Mendonça»PÚBLICO. Consultado em 3 de junho de 2020
  22.  Rato, Vanessa. «Prémio Maluda de Pintura para Fátima Mendonça»PÚBLICO. Consultado em 3 de junho de 2020
  23.  «Ana Vidigal»Museu Calouste Gulbenkian. Consultado em 3 de junho de 2020
  24. ↑ Ir para:a b «A Rua da pintora Maluda que é nome de fado»Toponímia de Lisboa. 15 de novembro de 2017. Consultado em 1 de dezembro de 2020
  25.  Ribeiro, Carlos (2008). «Maluda: A Busca da Harmonia Perfeita». Ianus. Consultado em 3 de junho de 2020
  26.  «Exposição "MALUDA – Retrospectiva"»www.parlamento.pt. Consultado em 3 de junho de 2020
  27.  Quadrogiz (2015). «quadrogiz: "Maluda: A cidade e o silêncio" - Crónica de Fernando Pernes»quadrogiz. Consultado em 3 de junho de 2020
  28.  «Maluda – Life & Soul! | Vida e Alma!»Life & Soul! | Vida e Alma! (em inglês). Consultado em 3 de junho de 2020
  29.  «Biografia e catálogo sobre Maluda - JN»www.jn.pt. Consultado em 3 de junho de 2020
  30.  «Maluda - Maria de Lourdes Ribeiro»Museu Calouste Gulbenkian. Consultado em 3 de junho de 2020

Ligações externas

SEBASTIÃO DA GAMA - POETA - NASCEU EM 1924 - 10 DE FEVEREIRO DE 2022

 

Sebastião da Gama

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.


Sebastião da Gama
Nome completoSebastião Artur Cardoso da Gama
Nascimento10 de abril de 1924
Vila Nogueira de Azeitão
Morte7 de fevereiro de 1952 (27 anos)
Lisboa
Nacionalidadeportuguês
OcupaçãoPoeta e professor
Magnum opusDiário

Sebastião Artur Cardoso da Gama (Vila Nogueira de Azeitão10 de abril de 1924 — Lisboa7 de fevereiro de 1952) foi um poeta e professor português.

Biografia

Sebastião da Gama licenciou-se em filologia românica, pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa,[1] em 1947.

Foi professor em Lisboa, na Escola Industrial e Comercial Veiga Beirão, em Setúbal, na Escola Industrial e Comercial (atual Escola Secundária Sebastião da Gama) e, em Estremoz, na Escola Industrial e Comercial local, cidade onde o seu nome ficaria mais tarde ligado à actual Escola Básica (Escola Básica Sebastião da Gama EB2,3 Estremoz).

Colaborou nas revistas Mundo Literário [2] (1946-1948), Árvore e Távola Redonda.

A sua obra encontra-se ligada à Serra da Arrábida, onde vivia e que tomou por motivo poético de primeiro plano (desde logo no seu livro de estreia, Serra-Mãe, de 1945), e à sua tragédia pessoal, motivada pela doença que o vitimou precocemente, a tuberculose.

Uma carta sua, enviada em agosto de 1947, para várias personalidades, a pedir a defesa da Serra da Arrábida, constituiu a motivação para a criação da LPN Liga para a Protecção da Natureza, em 1948, a primeira associação ecologista portuguesa.[3]

O seu Diário, editado postumamente, em 1958, é um interessantíssimo testemunho da sua experiência como docente e uma valiosa reflexão sobre o ensino.

Serra-Mãe,[4] bem como duas outras obras suas foram ilustradas com vinhetas do seu amigo o pintor Lino António.

Faleceu precocemente aos 27 anos, vítima de tuberculose renal, de que sofria desde adolescente.[5]

A 9 de junho de 1993, foi agraciado, a título póstumo, com a Grã-Cruz da Ordem do Infante D. Henrique.[6]

As Juntas de Freguesia de São Lourenço e de São Simão, instituíram, com o seu nome, um Prémio Nacional de Poesia. No dia 1 de junho de 1999, foi inaugurado em Vila Nogueira de Azeitão, o Museu Sebastião da Gama, destinado a preservar a memória e a obra do Poeta da Arrábida, como era também conhecido mundialmente.

Obras

Publicadas em vida

Poesia

  • Serra-Mãe. Lisboa: Portugália Editora, 1945
  • Loas a Nossa Senhora da Arrábida. Com Miguel Caleiro. Lisboa: Imprensa Artística, 1946
  • Cabo da Boa Esperança. Lisboa: Portugália Editora, 1947
  • Campo Aberto. Lisboa: Portugália Editora, 1951
  • Pureza no cabo da boa esperança

Prosa

Publicadas postumamente

  • Pelo Sonho é que Vamos, 1953
  • Diário, 1958
  • Itinerário Paralelo, 1967.
Compilado por David Mourão-Ferreira
  • O Segredo é Amar, 1969
  • Cartas I, 1994

Fontes

Bibliografia

Referências

  1.  Infopédia
  2.  Helena Roldão (27 de janeiro de 2014). «Ficha histórica: Mundo literário : semanário de crítica e informação literária, científica e artística (1946-1948).» (pdf)Hemeroteca Municipal de Lisboa. Consultado em 3 de Novembro de 2014
  3.  Cópia de carta de Sebastião da Gama a apelar à salvaguarda da Serra da da Arrábida - Blog Nesta Hora
  4.  Cf. a primeira edição de Serra-Mãe, sob o título Serra-Mãi : Poemas de Sebastião da Gama, edição de autor distribuída pela Portugália Editora
  5.  «Comemorações do 91.º Aniversário de Sebastião da Gama». Zoom. 1 de abril de 2015
  6.  «Cidadãos Nacionais Agraciados com Ordens Portuguesas». Resultado da busca de "Sebastião da Gama". Presidência da República Portuguesa. Consultado em 10 de julho de 2019

SANTA ESCOLÁSTICA - (Irmã de São BENTO) - 10 DE FEVEREIRO DE 2022

 

Santa Escolástica

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Santa Escolástica
NascimentoNórcia (Reino Ostrogótico
c. 480
Morte 
10 de fevereiro de 542
Veneração porIgreja CatólicaIgreja OrtodoxaComunhão Anglicana
Festa litúrgica10 de Fevereiro
Atribuiçõesmonja com báculo e pomba
Padroeiracrianças com convulsões; monjas; invocada contra chuvas e tempestades
Gloriole.svg Portal dos Santos

Santa Escolástica (c. 480 - 10 de fevereiro de 542) é uma Santa Católica, nascida no Reino Ostrogótico e irmã gêmea[1] de São Bento de Núrsia, pai do monaquismo. Escolástica buscava a santidade desde muito jovem e conta-se que iniciou sua vida consagrada a Deus antes de seu irmão.

A história mais contada sobre ela é que Escolástica e Bento, por mortificação, se encontravam apenas uma vez por ano para diálogos santos. Num desses dias, pouco antes de sua morte, a santa pediu ao irmão que desta vez ficasse até o amanhecer, mas ele se recusou, insistindo que precisava voltar a sua cela.

Com a resposta negativa, Escolástica orou a Deus e, após alguns minutos, uma tempestade começou. Vendo a situação, Bento perguntou: "O que você fez?", ao que ela respondeu "Pedi a ti e não me ouvistes; pedi a Deus e ele me ouviu. Vá embora, se puder, e volte ao seu mosteiro".

Ele, porém, não pode retornar e eles passaram a noite conversando. Três dias depois, de sua cela, Bento viu a alma de sua irmã deixar a terra e subir aos céus. São Bento faleceu quarenta dias após a irmã.

Imagens

Fundadora da Ordem das Beneditinas

Depois, ao falecer seus pais, ela deu tudo aos pobres. Junto com uma criada, que era amiga de confiança e seguidora também de Cristo, foi ter com São Bento, que saiu da clausura para acolhê-la. Com alguns monges eles dialogaram e ela expressou o desejo de seguir Cristo através das regras beneditinas.

São Bento discerniu pela vocação ao ponto de passar a regra para sua irmã e ela tornou-se a fundadora do ramo feminino: as Beneditinas. Não demorou muito, muitas jovens começaram a seguir Cristo nos passos de São Bento e de Santa Escolástica.

Referências

Ligações externas

Commons possui uma categoria com imagens e outros ficheiros sobre Santa Escolástica

Ver também

Ícone de esboçoEste artigo sobre a biografia de um(a) santo(a) ou um(a) beato(a) é um esboço. Você pode ajudar a Wikipédia expandindo-o.

Etiquetas

Seguidores

Pesquisar neste blogue