quinta-feira, 6 de janeiro de 2022

DIA DOS REIS MAGOS - 6 DE JANEIRO DE 2022

 

Três Reis Magos

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Adoração dos Magos, de Bartolomé Esteban Murillo

Três Reis MagosReis Magos (em grego: μάγοι, transl. magoi), na tradição da religião cristã, são personagens que teriam visitado Jesus logo após o seu nascimento, trazendo-lhe presentes. Foram mencionados no Evangelho segundo Mateus,[1] onde se afirma que teriam vindo do oriente para Jerusalém para adorar o Cristo, "nascido Rei dos Judeus". Como três presentes (ouro, incenso e mirra), foram registrados, diz-se tradicionalmente que tenham sido três, embora Mateus não tenha especificado seu número, que pode ser três, quatro, doze ou até mais.[2] São figuras constantes em relatos da natividade e nas comemorações do Natal.[3][4][5] Melchior[6] (também chamado Melquior ou Belchior[7]), Baltasar[8] e Gaspar, não seriam reis nem necessariamente três mas sim, talvez, sacerdotes da religião zoroástrica da Pérsia ou conselheiros. Como não diz quantos eram, diz-se três pela variedade de presentes oferecidos. Não há relatos bíblicos sobre o nome dos magos.

Talvez fossem astrólogos-astrônomos (na época ainda não existia uma separação entre a Astrologia e a Astronomia), pois, segundo consta, viram uma estrela e foram, por isso, até a região onde nascera Jesus, dito o Cristo. Segundo o registro bíblico a estrela porém não os levou diretamente a casa do menino Jesus e sim ao palácio do cruel rei Herodes em Jerusalém na Judeia que coincidentemente desejava a morte de Jesus. Perguntaram eles ao rei sobre a criança. Este disse nada saber. Herodes alarmou-se e sentiu-se ameaçado, e pediu aos magos que, se o encontrassem, falassem a ele, pois iria adorá-lo também, embora suas intenções fossem a de matá-lo. Até que os magos chegassem ao local onde estava o menino, já havia se passado algum tempo, por causa da distância percorrida, assim a tradição atribuiu à visitação dos Magos o dia 6 de janeiro.

A estrela, conta o evangelho, os precedia, e só após guiá-los ao cruel Herodes é que parou por sobre onde estava o menino Jesus. "E vendo a estrela, alegraram-se eles com grande e intenso júbilo" (Mateus 2:10). "Os Magos ofereceram três presentes ao menino Jesus: ouroincenso e mirra, cujo significado e simbolismo espiritual é, juntamente com a própria visitação dos magos, ser um resumo do evangelho e da fé cristã, embora existam outras especulações respeito do significado das dádivas dadas por eles. O ouro pode representar a realeza (além providência divina para sua futura fuga ao Egito, quando Herodes mandaria matar todos os meninos até dois anos de idade de Belém). O incenso pode representar a fé, pois o incenso é usado nos templos para simbolizar a oração que chega a Deus assim como a fumaça sobe ao céu (Salmos 141:2). A mirra, resina antisséptica usada em embalsamamentos desde o Egito antigo, nos remete ao gênero da morte de Jesus, o martírio, sendo que um composto de mirra e aloés foi usado no embalsamamento de Jesus (João 19:39-40).

Adoração dos Magos

Ver artigo principal: Adoração dos Magos
Os três Reis Magos adorando o Menino Jesus

A narrativa no Evangelho de Mateus segue:

«Entrando na casa, viram o menino, com Maria sua mãe. Prostrando-se, o adoraram; e abrindo os seus tesouros, entregaram-lhe suas ofertas: ouro, incenso e mirra. Sendo por divina advertência prevenidos em sonho a não voltarem à presença de Herodes, regressaram por outro caminho a sua terra.» (Mateus 2:11-12)

Nada mais a Escritura diz sobre essa história, não havendo também quaisquer outros documentos históricos sobre eles.

Uma descrição dos reis magos foi feita por São Beda, o Venerável (673-735), que no seu tratado “Excerpta et Colletanea” assim relata:

Belquior era velho de setenta anos, de cabelos e barbas brancas, tendo partido de Ur, terra dos CaldeusGaspar era moço, de vinte anos, robusto e partira de uma distante região montanhosa, perto do Mar Cáspio. E Baltasar era mouro, de barba cerrada e com quarenta anos, partira do Golfo Pérsico, na Arábia Feliz.

Interpretações

exegese vê na chegada dos magos o cumprimento da profecia contida «Os reis de toda a terra hão de adorá-Lo» (Salmos 72:11). Na antiguidade, o ouro era um presente para um rei, o olíbano (incenso) para um sacerdote, representando a espiritualidade, e a mirra, para um profeta (a mirra era usada para embalsamar corpos e, simbolicamente, representava a imortalidade).

Celebrações

Durante a Idade Média começa a devoção dos Reis Magos (e que são "baptizados"), tendo as suas relíquias sido transladadas no séc. VI desde Constantinopla (Istambul) até Milão. Em 1164, com os três já a serem venerados como santos, estas foram colocadas na catedral de Colônia, em Colônia (Alemanha), onde ainda se encontram.

Em várias partes do mundo, há festas e celebrações em honra aos Magos. Com o nome de Festa de Santos Reis há importantes manifestações culturais e folclóricas no Brasil.

Devemos aos Magos a tradição de trocar presentes no Natal. Dos seus presentes dos Magos surgiu essa tradição em celebração do nascimento de Jesus. Em diversos países, como por exemplo os de língua espanhola, a principal troca de presentes é feita não no Natal, mas no dia 6 de janeiro, e os pais muitas vezes se fantasiam de reis magos. No Brasil e em Portugal, o evento é conhecido como Dia de Reis ou Epifania.


Ver também

Referências

  1.  «Bible Gateway passage: Matthew 2 - New International Version - UK»Bible Gateway (em inglês). Consultado em 10 de agosto de 2021
  2.  Vermes, GezaThe Nativity: History and Legend, Londres, Penguin, 2006, p.22; E. P. Sanders descreve as histórias da natividade como "os mais claros casos de invenção nos Evangelhos" (E. P. Sanders, The Historical Figure of Jesus, 1993, p.85).
  3.  Revista universal Lisbonense. UMA Sociedade Estudiosa, Volume 4. Editora Imprensa Nacional, 1845.
  4.  Faleiro, Angelita. Desbravando nosso folclore. Editora Biblioteca24x7. ISBN 857893573X, 9788578935733.
  5.  Borba, Francisco da Silva. Verbete "Santos Reis"Dicionário UNESP do Português Contemporâneo. Editora UNESP, 2005. ISBN 8571395764, 9788571395763.
  6.  Enciclopédia Católica Popular (Paulinas Editora)
  7.  «As variantes Melchior e Belchior». Ciberduvidas. Consultado em 25 de Abril de 2014
  8.  MACHADO, José PedroDicionário Onomástico Etimológico da Língua Portuguesa, tomo I, página 210.

Ligações externas

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ADORAÇÃO DOS REIS MAGOS - 6 DE JANEIRO DE 2022

 

Adoração dos Magos

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Adoração dos Reis Magos (do título da seção em latim da VulgataA Magis adoratur) é o nome tradicionalmente dado ao tema cristão parte da Natividade, no qual os três reis magos, representados como reis especialmente no ocidente, tendo encontrado Jesus ao seguir a estrela de Belém, colocam aos pés do Menino Jesus presentes de ouroincenso e mirra. Eles também o adoram como "rei dos judeus". Este evento foi relatado em Mateus 2:11.

No calendário da igreja, este evento é comemorado no cristianismo ocidental como a festa da Epifania (nos países lusófonos, o chamado Dia de Reis), em 6 de janeiro. A Igreja Ortodoxa comemora a Adoração dos Magos no Natal, em 25 de dezembro. A iconografia cristã expandiu consideravelmente o parco relato dos magos no Evangelho de Mateus, que se passa em Mateus 2:1-11 e o utilizou para sublinhar a questão de que Jesus foi reconhecido, desde o início, como rei de toda a terra.

História

Adoração dos Magos.
1495. Tríptico de Hieronymus Bosch, atualmente no Museu do Prado, em Madrid.

Nas primeiras representações, os magos aparecem vestindo roupas persas: calças e chapéus frígios, geralmente de perfil, avançando lentamente com os presentes adiante. Estas imagens adaptaram poses da Antiguidade tardia de bárbaros se submetendo ao imperador romano, presenteando-os com ramos de ouro. Elas também estão relacionadas com as imagens de portadores de tributos de várias culturas mediterrâneas e do Oriente Médio desde muitos séculos antes. As representações mais antigas são das pinturas nas catacumbas e relevos nos sarcófagos, no século IV. As coroas apareceram pela primeira vez no século X, principalmente no ocidente, onde o penteado já perdera, na época, qualquer traço oriental na maioria das vezes[1].

As imagens bizantinas posteriores geralmente mostram pequenos chapéus quadrados, cujo significado é contestado. Os magos geralmente são da mesma idade até este período, mas então a ideia de mostrar as três idades do homem foi introduzida: um exemplo particularmente belo pode ser visto na fachada da Catedral de Orvieto. A cena foi uma das mais importantes dos ciclos da Vida da Virgem e também da Vida de Cristo.

Ocasionalmente, a partir do século XII, e com muita frequência na Europa Setentrional a partir do século XV, os magos também começam a representar as três partes conhecidas do mundo: Baltazar é geralmente mostrado como um jovem africano ou mouro, enquanto que o velho Gaspar recebe traços ou, mais frequentemente roupas, orientais. Belchior representa a Europa e tem meia-idade. A partir do século XIV, grandes comitivas aparecem seguindo-os, os presentes também passam a ser guardados em espetaculares exemplares de ourivesaria e as roupas dos magos recebem cada vez mais atenção[1]. Por volta do século XV, a "Adoração dos Magos" se torna em geral a peça de coragem do artista, onde ele pode mostrar sua habilidade com cenas complexas e lotadas, envolvendo cavalos e camelos, mas também com diversas texturas diferentes: a seda, as peles, jóias e ouro do grupo dos reis magos contra a madeira do estábulo, a palha da manjedoura de Jesus e a roupa humilde de José e dos pastores.

A cena geralmente inclui uma grande diversidade de animais também: o touro e o jumento da cena do nascimento geralmente continuam ali, mas há também cavalos, camelos, cachorros e falcões dos reis e sua comitiva, além de outros animais, como pássaros nas traves do estábulo. A partir do século XV, a "Adoração dos Magos" passou a ser geralmente representada com a Adoração dos Pastores, a partir do relato de Lucas 2:8-20, uma oportunidade de trazer ainda mais diversidade humana e animal; em algumas composições (trípticos, por exemplo), as duas cenas aparecem em pontas opostas ou como pendentivas da cena central, geralmente o Nascimento de Jesus.

A "Adoração dos Magos" no berço ou manjedoura é geralmente o tema central, mas também a sua chegada, chamada de Procissão dos Magos, também aparece no fundo distante de uma cena da Natividade ou como um tema separado. Outros temas incluem a Viagem dos Magos, onde eles e, talvez, sua comitiva são as únicas figuras, e as relativamente incomuns cenas do encontro com Herodes, o Grande e o chamado "Sonho dos Magos.

A utilidade do tema para a igreja e os desafios técnicos envolvidos na sua representação artística tornaram a "Adoração dos Magos" um tema favorito da arte cristã: principalmente a pintura, mas também a escultura e mesmo a música (como a ópera de Gian-Carlo Menotti Amahl e os Visitantes Noturnos).

Representações na arte

Centenas de artistas já representaram a "Adoração dos Magos". Entre eles estão BoschBotticelliDürerGiottoFra AngelicoLeonardo da VinciMantegnaMurilloPeruginoRubensRembrandtVelazquez e Lavinia.

Galeria

Ver também

Commons possui uma categoria com imagens e outros ficheiros sobre Adoração dos Magos

Referências

  1. ↑ Ir para:a b Schiller, Gertrud; Seligman, Janet (1971). Iconography of Christian Art, Vol. I: Christ's incarnation, childhood, baptism, temptation, transfiguration, works and miracles, (English translation from German), pp.100-114 & figs 245-298. London: Lund Humphries. OCLC 59999963


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