quarta-feira, 22 de dezembro de 2021

JOSÉ RÉGIO - ESCRITOR, POETA, DRAMATURGO, ROMANCISTA, NOVELIUSTA, CONTISTA, ENSAÍSTA, CRONISTA, CRÍTICO, AUTOR DE DIÁRIOS, MEMORIALISTA, ESPISTLÓGRAFO , HISTORIADOR, DESENHADOR, PINTORE COLECIONADOR DE ARTE SACRA... u f f... MORREU EM 1969 - 22 DE DEZEMBRO DE 2021

 

José Régio

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
José Régio
Estátua de José Régio em Vila do Conde
Nome completoJosé Maria dos Reis Pereira
Pseudónimo(s)José Régio
Outros nomesalterónimo poético: "João Bensaúde"; romanescos: "Pedro Serra", "Lelito"
Conhecido(a) porTer fundado e dirigido a revista Presença que lançou o movimento literário do 'presencismo'.
Nascimento17 de setembro de 1901
Vila do CondePortugal
Morte22 de dezembro de 1969 (68 anos)
Vila do CondePortugal
NacionalidadePortuguês
OcupaçãoProfessorescritor e desenhador
Género literárioPoesiateatroromancecontonovelacríticamemórias, diário, artigo de opinião.
Movimento literárioPresença
Magnum opusA velha casa, Lisboa, 6 volumes
Escola/tradiçãopresencismo, segundo modernismo
Principais interessesCriação literária, história da literatura portuguesa, arte sacra e popular
Ideias notáveisA literatura deve ser viva e autêntica, fundando-se na personalidade original do artista.
Assinatura
Assin JoseRegio.jpg
Página oficial
http://www.regio.pt

José Régiopseudónimo de José Maria dos Reis Pereira, (Vila do Conde17 de Setembro de 1901 — Vila do Conde22 de Dezembro de 1969) foi um escritorpoetadramaturgoromancistanovelistacontistaensaístacronistacríticoautor de diáriomemorialistaepistológrafo e historiador da literatura português, para além de editor e director da influente revista literária Presençadesenhadorpintor, e grande conhecedor e coleccionador de arte sacra e popular. Tem uma biblioteca e uma escola secundária com o seu nome em Vila do Conde e em Portalegre uma escola do ensino básico.

Biografia

Foi em Vila do Conde que José Régio nasceu, filho do ourives José Maria Pereira Sobrinho e de Maria da Conceição Reis Pereira, e aí viveu até acabar o quinto ano do liceu. Ainda jovem publicou os seus primeiros poemas nos jornais vilacondenses A República O Democrático, dirigidos por seu tio e padrinho António Maria Pereira Júnior.

Depois de uma breve e infeliz passagem por um internato do Porto (que serviu de matéria romanesca para Uma gota de sangue), aos dezoito anos foi para Coimbra, onde se licenciou em Filologia Românica em 1925 com a tese As correntes e as individualidades na moderna poesia portuguesa. Esta tese na época passou um pouco ignorada, uma vez que valorizava poetas quase desconhecidos na altura, como Fernando Pessoa e Mário de Sá-Carneiro; mas, em 1941, foi ampliada e publicada com o título Pequena história da moderna poesia portuguesa.

Régio professor liceal

Foi em 1927 que José Régio começou a leccionar Português e Francês num liceu no Porto, até 1928, e a partir desse ano em Portalegre, onde ensinou grande parte da sua vida no então Liceu Nacional de Portalegre (atual Escola Secundária Mouzinho da Silveira) de 1929 a 1962, ano em que se aposentou do serviço docente. Manteve-se em Portalegre até 1966, quando regressou definitivamente a Vila do Conde.

Régio escritor e teórico: o movimento da 'presença' e outras revistas

Em 1927, com Branquinho da Fonseca e João Gaspar Simões, fundou a revista Presença, que veio a ser publicada, irregularmente, durante treze anos. Esta revista veio a marcar o segundo modernismo português, que teve como principal impulsionador e ideólogo José Régio, que também escreveu em jornais e revistas como Seara NovaLerO Comércio do Porto, o Diário de Lisboa, o Diário Popular e o Diário de NotíciasContemporânea[1] (1915-1926), Renovação (1925-1926),[2] Movimento[3] (1933-1934), Princípio[4] (1930), Sudoeste[5] (1935), Altura (1945),[6] Mundo Literário[7] (1946-1948), Variante (1942-43) e na revista luso-brasileira Atlântico[8] entre muitas outras, nacionais, ultramarinas, regionais e locais.

A arte pela vida

Como escritor, José Régio é considerado um dos grandes criadores da moderna literatura portuguesa. Refletiu em toda a sua obra problemas relativos ao conflito entre o Homem e Deus, o artista e a sociedade, o Eu e os outros. Construiu a sua poderosa arte poética e ficcional num tom misticista e num intimismo psicologista com que analisava a problemática das relações humanas e da solidão do indivíduo, procedendo ao mesmo tempo a uma dolorosa autoanálise.

Apesar do regime conservador de então, Régio manteve-se fiel aos seus ideais de socialista cristão e teve durante a sua vida uma participação ativa, embora moderada, na vida pública, sem na sua escrita condescender com uma mera contestação panfletária. Devido à sua posição independente polemizou acerbamente com escritores oriundos do neorrealismo, do concretismo, do experimentalismo e do formalismo, defendendo o ideal presencista de uma arte pela vida, fortemente individualista e que expressasse com sinceridade as mais íntimas emoções do artista - nas quais atribui especial relevo aos dilemas morais e à indagação religiosa. Mas se a inspiração do artista fosse predominantemente social, haveria que expressá-la com independência de quaisquer programas políticos (e Régio assim o demonstrou na sua poesia social de FadoA Chaga do Lado e Cântico Suspenso), o que representou um desafio muito contestado naquela época de estritos alinhamentos.

Os cafés e as tertúlias

Em Coimbra, no Café Central, reunira-se o grupo de jovens da Presença, incluindo João Gaspar Simões e Branquinho da Fonseca, "cenáculo onde Régio realmente pontificava".[9] Depois, nos seus anos de Alentejo, Régio presidira a nova tertúlia no Café Central, agora de Portalegre, que integrava entre outros o médico Feliciano Falcão, o pintor Arsénio da Ressurreição e o capitão Carlos Saraiva e por onde passaram, em cumprimento do serviço militar no Quartel de São Francisco, os milicianos David Mourão-Ferreira (março a junho de 1952) e Eugénio Lisboa (fev. 1954 a fev. 1955).

Já nos últimos anos da sua vida, Régio foi de novo a figura tutelar de uma tertúlia que reunia semanalmente no Diana-Bar da Póvoa de Varzim, ou no restaurante Marisqueira em A-Ver-o-Mar (o "grupo dos sábados") a que compareciam regularmente Manuel de OliveiraLuís Amaro de Oliveira,[10] João Francisco Marques, Orlando Taipa, Flávio Gonçalves e Pacheco Neves e a que se juntou Agustina Bessa-Luís.

Régio coleccionador e antiquário

Durante o tempo que passou no Alentejo, e para apoiar as suas apetências de coleccionador, Régio desenvolveu um pequeno negócio de comércio e restauro de antiguidades, e empregou artífices por sua conta para recuperar as suas próprias peças e aquelas que vendia.

Veio assim a reunir uma extensa e preciosa coleção de antiguidades e de arte sacra alentejanas que vendeu à Câmara Municipal de Portalegre em 1964, com a condição de esta comprar também o prédio da pensão onde vivera e de o transformar em casa-museu. Providenciou de igual modo para a sua casa de Vila do Conde e hoje em dia ambas as casas de Vila do Conde e de Portalegre são casas-museu onde se expõe um rico acervo de arte sacra e de arte popular, as duas predileções artísticas de Régio.

Colaborações artísticas e prémios de homenagem

Alguns dos seus livros foram ilustrados por seu irmão, o pintor Julio/Saúl Dias, outros pelo próprio Régio, entre uma plêiade de capistas e ilustradores que se inspiraram na sua obra, incluindo Bernardo MarquesCâmara LemeLima de FreitasStuart Carvalhais, entre muitos outros.

Grande apreciador de cinema, colaborou ativamente com vários cineastas, sobretudo com Manoel de Oliveira que realizou filmes com a sua assessoria e outros inspirados na sua obra.

Em 1965 Amália Rodrigues gravaria 'Fado português' de José Régio, num LP que receberia o nome da composição de abertura: Amália Rodrigues – Fado português.

Recebeu em 1961 o Prémio Diário de Notícias por As monstruosidades vulgares; em 1963 o Grande Prémio de Novelística da Sociedade Portuguesa de Escritores por Há mais mundos; em 1970, a título póstumo, o Prémio Nacional de Poesia da Secretaria de Estado da Informação e Turismo (SEIT) por Música Ligeira.

Vida pessoal

Foi irmão do poeta, pintor e engenheiro Júlio Maria dos Reis Pereira, que como artista plástico se assinava Julio e como poeta Saúl Dias. Teve mais dois irmãos que se dedicaram às artes plásticas, Apolinário José (1917-2000) e João Maria (1922-2009) e ainda um outro, Antonino Maria (1905-1965), que emigrou jovem para o RecifePernambuco. Duas irmãs morreram cedo. Nunca se casou, mas não era celibatário: do seu sentimento amoroso dá conta o seu Soneto de Amor.[11]

Fumador inveterado, veio a morrer vítima de ataque cardíaco.

Obras publicadas

Poesia

Ficção

  • 1934 — Jogo da cabra-cega
  • 1941 — Davam grandes passeios aos domingos
  • 1942 — O príncipe com orelhas de burro – História para crianças grandes – Romance
  • 1945 — A velha casa I - Uma gota de sangue
  • 1946 — Histórias de mulheres (inclui O vestido côr-de-fogo)
  • 1947 — A velha casa II - As raízes do futuro
  • 1955 — A velha casa III - Os avisos do destino
  • 1960 — A velha casa IV - As monstruosidades vulgares (Prémio Diário de Notícias em 1961)
  • 1962 — Há mais mundos (Grande Prémio de Novelística da SPE em 1963).
  • 1966 — A velha casa V - Vidas são vidas

Ensaio, Crítica, História da Literatura

  • 1925 — As correntes e as individualidades na moderna poesia portuguesa.
  • 1936 — Críticos e criticados
  • 1937 — António Botto e o amor
  • 1940 — Em torno da expressão artística
  • 1941 — Pequena história da moderna poesia portuguesa
  • 1964 — Ensaios de interpretação crítica
  • 1967 — Três ensaios sobre arte
  • 1977 — Páginas de doutrina e crítica da Presença (recolha póstuma).

Teatro

  • 1936 — Sonho de uma véspera de exame (estreia em 30.03.1936, no Teatro Portalegrense, em Portalegre, publicada em 1989).
  • 1940 — Jacob e o anjo (estreia em 31.12.1952, no Studio des Champs-Élysées, em Paris, encenação de Jacques Charpin); a publicação desta peça em Primeiro Volume de Teatro inclui ainda a 1.ª versão de 'Três máscaras').
  • 1940 — Sou um homem moral
  • 1947 — Benilde ou a virgem-mãe (estreia em 25.11.1947, no Teatro Nacional, em Lisboa, encenação de Amélia Rey-Colaço).
  • 1949 — El-Rei Sebastião (estreia em 19.10.1985, no Cine-Teatro Crisfal, em Portalegre, encenação de Carlos César).
  • 1953 — Jacob e o anjo (2.ª versão).
  • 1954 — A salvação do mundo (estreia em 28.04.1956, no Teatro da Casa da Comarca de Arganil, em Lisboa, encenação de Claude-Henry Frèches).
  • 1957 — Três peças em um acto: Três máscaras - 2.ª versão; O meu caso (escrito em 1950, estreia em 1963, no Liceu de Viseu, encenação de Osório Mateus); Mário ou Eu Próprio - O Outro (estreia em 17.05.1958, no Teatro Avenida, de Coimbra, encenação de Paulo Quintela).
  • 1967 — O judeu errante
  • 1984 — Três máscaras (ópera - estreia no Teatro de S. Carlos com música de Maria de Lourdes Martins).

Autobiografia

  • 1971 — Confissão dum homem religioso - páginas íntimas
  • 1994 — Páginas do diário íntimo

Correspondência

  • 1986 — Correspondência com Jorge de Sena.
  • 1989 — Correspondência com Flávio Gonçalves.[12]
  • 1994 — Correspondência (antologia)
  • 1994 — Correspondência com António Sérgio.
  • 1997 — Correspondência familiar (cartas a seus pais).
  • 2001 — Cartas a seu irmão Apolinário.
  • 2007 — Correspondência com Vitorino Nemésio.
  • 2008 — Correspondência com Álvaro Ribeiro.
  • 2015 — Correspondência com seu irmão Antonino.
  • 2016 — Correspondência com Eugénio Lisboa.

Reconhecimento

Em 22 de dezembro de 2020, num ato integrado nas comemorações da Evocação do Cinquentenário da morte de José Régio, foi inaugurada uma escultura figurativa não realista, alusiva ao poeta em Portalegre, na Praça da República, entre a sua Casa e o antigo Liceu. Os autores da obra foram Maria Leal da Costa e José Luís Hinchado Morales.[13]

Ver também

Referências

  1.  Contemporânea [1915]-1926 cópia digital, Hemeroteca Digital
  2.  Jorge Mangorrinha (1 de Março de 2016). «Ficha histórica:Renovação : revista quinzenal de artes, litertura e atualidades (1925-1926)» (pdf)Hemeroteca Municipal de Lisboa. Consultado em 18 de maio de 2018
  3.  Jorge Mangorrinha (25 de Fevereiro de 2014). «Ficha histórica: Movimento : cinema, arte, elegâncias (1933-1934)» (pdf)Hemeroteca Municipal de Lisboa. Consultado em 9 de Janeiro de 2015
  4.  Princípio : publicação de cultura e política (1930) cópia digital, Hemeroteca Digital
  5.  Rita Correia (18 de maio de 2011). «Ficha histórica: Sudoeste : cadernos de Almada Negreiros (1935)» (pdf)Hemeroteca Municipal de Lisboa. Consultado em 5 de novembro de 2015
  6.  Daniel Pires (1999). «Ficha histórica: Altura: cadernos de poesia(1945).» (pdf)Dicionário da Imprensa Periódica Literária Portuguesa do Século XX (1941-1974) volume II, 1º tomo, (A-P), Lisboa, GrifoHemeroteca Municipal de Lisboa. p. 46. Consultado em 28 de Abril de 2014
  7.  Helena Roldão (27 de janeiro de 2014). «Ficha histórica: Mundo literário : semanário de crítica e informação literária, científica e artística (1946-1948).» (pdf)Hemeroteca Municipal de Lisboa. Consultado em 3 de Novembro de 2014
  8.  Helena Roldão (12 de Outubro de 2012). «Ficha histórica:Atlântico: revista luso-brasileira (1942-1950)» (pdf)Hemeroteca Municipal de Lisboa. Consultado em 25 de Novembro de 2019
  9.  Simões, João Gaspar (1977). José Régio e a História do Movimento da 'presença'. [S.l.: s.n.] p. 157
  10.  Cf. "Reencontro com o Dr. Luís Amaro de Oliveira: o professor e o amigo". Edição da Câmara Municipal da Póvoa de Varzim, 2001.
  11.  «Citações e Frases – Citador.pt». www.citador.pt
  12.  J.F. Marques (1989): José Régio e Flávio Gonçalves: os Caminhos de uma Amizade. Boletim Cultural da Póvoa de Varzim, vol. XXVI, nº 1, pp. 153-335.
  13.  «Câmara de Portalegre já inaugurou escultura de José Régio»

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SAMUEL BECKETT - DRAMATURGO - MORREU EM 1989 - 22 DE DEZEMBRO DE 2021

 

Samuel Beckett

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Samuel Beckett
Samuel Beckett, em 1977
Nascimento13 de abril de 1906
DublinReino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda (atual República da Irlanda)
Morte22 de dezembro de 1989 (83 anos)
ParisFrança
NacionalidadeRepública da Irlanda Irlandês
PrêmiosNobel prize medal.svg Nobel de Literatura (1969)
Movimento literárioNouveau roman
Magnum opusDias Felizes

Samuel Barclay Beckett (Dublin13 de abril de 1906 — Paris22 de dezembro de 1989) foi um dramaturgo e escritor irlandês.

Beckett é amplamente considerado como um dos escritores mais influentes do século XX.[1] Fortemente influenciado por James Joyce, ele é considerado um dos últimos modernistas. Como inspiração para muitos escritores posteriores, ele às vezes também é considerado um dos primeiros pós-modernistas. Ele é um dos escritores fundamentais, no que Martin Esslin chamou de "Teatro do absurdo".[2] Seu trabalho tornou-se cada vez mais minimalista em sua carreira mais tarde.

Recebeu o Nobel de Literatura de 1969. Utiliza nas suas obras, traduzidas em mais de trinta línguas, uma riqueza metafórica imensa, privilegiando uma visão pessimista acerca do fenômeno humano. É considerado um dos principais autores do denominado teatro do absurdo. Sua obra mais famosa tanto no Brasil como em Portugal é a peça Esperando Godot.

Biografia

Beckett nasceu numa família burguesa e protestante, e em 1923 ingressa no Trinity College de Dublin, para se formar em Literatura Moderna, especializando-se em francês e italiano.[2] Em 1928, meses após sua mudança para Paris, conhece James Joyce, apresentado por um amigo em comum. Torna-se grande admirador do escritor, e sua obra posterior é fortemente influenciada por ele.

Após lecionar durante o ano de 1930 na Irlanda, Beckett volta no ano seguinte para Paris, fixando residência na cidade, e escreve sua primeira novela, “Dream of Fair to Middling Women” (publicada após a morte do autor, em 1993) Em 1933, Beckett retorna novamente a Dublin, pois, devido ao falecimento de seu pai, encarrega-se de cuidar de sua mãe. Retorna a Paris em 1938, quando é marcado por dois acontecimentos de grande importância: fica gravemente ferido ao ser agredido por um estranho, que lhe desferiu uma facada no peito, e conhece Suzanne Deschevaux-Dusmenoil, com quem viveria o resto da vida e se casaria em 1961.

Depois da eclosão da Segunda Grande Guerra, vincula-se à resistência francesa, na ocasião da invasão de Paris pelo exército nazista, em 1941, juntamente com sua esposa. Durante os dois anos que Beckett esteve hospedado em Roussillon, ele indiretamente ajudou a Maquis a sabotar o exército alemão nas montanhas Vaucluse, embora ele raramente falasse sobre seu trabalho durante a guerra na vida adulta.[3] Afasta-se da resistência em 1942, quando ambos foram obrigados a fugir da França. Morre em 1989, cinco meses depois de sua esposa, de enfisema pulmonar, contra o qual já lutava havia três anos. Foi enterrado no cemitério de Montparnasse.[2][4]

A produção beckettiana foi um dos principais ícones do Teatro do Absurdo que faz uma intensa crítica à modernidade. Recebeu o Nobel de Literatura em outubro de 1969, enquanto em férias em Tunes com Suzanne. Prevendo que seu marido, intensamente antissociável, seria marcado pela fama a partir daquele momento, Suzanne descreveu o prêmio como uma "catástrofe".[5]

Obra

Nas obras traduzidas por Beckett, indica-se o título original e traduzido separados por barra. A data de edição (ou de composição, no caso de textos publicados em colectâneas) é do original.

Peças

Teatro

  • Eleutheria (1947; publicado em 1995)
  • En attendant Godot/Waiting for Godot (Esperando Godot) (1948; publicado em 1952)
  • Act Without Words I (1956)
  • Act Without Words II (1956)
  • Fin de partie (Fim de partida) (1957; traduzida pelo autor para o inglês como Endgame)
  • Krapp's Last Tape (1958)
  • Rough for Theatre I (fins de 1950)
  • Rough for Theatre II (fins de 1950)
  • Happy Days (1960)
  • Play (1963)
  • Come and Go (1965)
  • Breath (1969)
  • Not I (1972)
  • That Time (1975)
  • Footfalls (1975)
  • A Piece of Monologue (1980)
  • Rockaby (1981)
  • Ohio Impromptu (1981)
  • Catastrophe (1982)
  • What Where (1983)

Rádio

  • All That Fall (1956)
  • Embers (1959)
  • Rough for Radio I (1961)
  • Rough for Radio II (1961)
  • Words and Music (1961)
  • Cascando (1962)
  • The Old Tune (1963)

Televisão

  • Eh Joe (1965)
  • Ghost Trio (1975)
  • … but the clouds … (1976)
  • Quad I + II (1981)
  • Nacht und Träume (1982)

Cinema

Prosa

  • Collected Shorter Prose 1945-1980 (1984)
  • As the Story Was Told: Uncollected and Late Prose (1990)

Romances e novelas

  • Dream of Fair to Middling Women (1932)
  • Murphy (1938; traduzida para francês, 1948)
  • Mercier and Camier (1946)
  • Watt (1953; escrita c. 1943; traduzida para francês, 1968)
  • Molloy (1951; original em francês; traduzida para inglês, 1955)
  • Malone Meurt (1951; traduzida para inglês como Malone Dies, 1956)
  • L'innommable (1953; traduzida para inglês como The Unnameable, 1958)
  • Comment C'est (1961; traduzida para inglês como How It Is, 1964)
  • Company (1980)
  • Ill Seen Ill Said (1982)
  • Worstward Ho (1983)
  • Ends and Odds: Plays and Sketches (1977)

Contos e textos breves

  • Assumption (1929)
  • Sedendo et Quiesciendo (1932)
  • Text (1932)
  • A Case in a Thousand (1934)
  • More Pricks than Kicks (1934)
  • Nouvelles et Textes Pour Rien/Stories and Texts for Nothing (1945-50)
  • Premier Amour/First Love (1945)
  • From an Abandoned Work (1954-55)
  • L'image/The Image (1958)
  • All Strange Away (19763-64)
  • Imagination Morte Imaginez/Imagination Dead Imagine (1965)
  • Assez/Enough (1966)
  • Bing/Ping (1966)
  • Sans/Lessness (1969)
  • Le Depeupleue/The Lost Ones (1970)
  • Fizzles (1973-75)
  • Heard in the Dark 1
  • Heard in the Dark 2
  • One Evening
  • As the Story was Told (1973)
  • La Falaise/The Cliff (1975)
  • Company (1980, adaptado para o teatro)
  • Stirrings Still (1988)
  • Nohow On (1989)

Ensaios

  • Proust (1931; publicado em 1989)
  • Disjecta: Miscellaneous Writing and a Dramatic Fragment (1983)

Poesia

  • Collected Poems in English and French/Coleção de Poemas em Inglês e Francês (1977)
  • Poèmes/Poems/Poemas (1979)
  • Collected Poems 1930-1978/Coleção de Poemas 1930-1978 (1984)

Referências

  1.  McDonald, Rónán (ed). (2007), The Cambridge Introduction to Samuel Beckett, Cambridge University Press, Cambridge p17
  2. ↑ Ir para:a b c «Samuel Beckett». UOL - Educação. Consultado em 21 de dezembro de 2012
  3.  Knowlson (1997) p304–305
  4.  Samuel Beckett (em inglês) no Find a Grave
  5.  Knowlson (1997) p505.

Leitura adicional

  • Knowlson, James (1997). Damned to Fame: The Life of Samuel Beckett. New York: Grove Press.

Sobre Beckett em português

Livros

  • Vasconcellos, Cláudia Maria de. Teatro Inferno - Samuel Beckett. Ed. Terracota. 2012
  • Farias Jr., Manoel. Beckett - Silêncios. Ensaios a partir da poética cênica de Samuel Beckett. Ed. Annablume. 2011.
  • Gay, Peter. Modernismo – o Fascínio da Heresia: de Baudelaire a Beckett e mais um pouco. São Paulo: Cia. das Letras, 2009.
  • Borges, Gabriela. Poetica Televisual de Samuel Beckett. Ed. Annablume, 2009.
  • Berrettini, Célia. Samuel Beckett: Escritor Plural. Ed. Perspectiva. 2004.
  • Andrade, Fabio. O Silêncio Possível. Ed. Ateliê Editorial, 2001.
  • Segre, Cesare. Estruturas e o Tempo. Ed. Perspectiva, 1986.

Artigos

Montagens de Beckett em português

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