segunda-feira, 20 de dezembro de 2021

VITORINO NEMÉSIO - ESCRITOR - NASCEU EM 1901 - 20 DE DEZEMBRO DE 2021

 

Vitorino Nemésio

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Vitorino Nemésio
Obra artística realizada na Escola Secundária Vitorino Nemésio
Nome completoVitorino Nemésio Mendes Pinheiro da Silva
Nascimento19 de dezembro de 1901
Praia da VitóriaAçoresPortugal
Morte20 de fevereiro de 1978 (76 anos)
LisboaPortugal
NacionalidadePortugal Português
CônjugeGabriela Monjardino de Azevedo Gomes (1926, 4 filhos)
Alma materUniversidade de Coimbra
OcupaçãoPoeta e escritor
PrémiosPrémio Ricardo Malheiros (1944)
Prémio Internacional Montaigne (1973)
Magnum opusMau Tempo no Canal

Vitorino Nemésio Mendes Pinheiro da Silva GOSE • GCSE • GOIH (Praia da Vitória19 de dezembro de 1901 — Lisboa20 de fevereiro de 1978) foi um poeta, romancista, cronista, académico e intelectual português que se destacou como autor de Mau Tempo no Canal, e professor da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa.

Biografia

Filho de Vitorino Gomes da Silva e de Maria da Glória Mendes Pinheiro, na infância a vida não lhe correu bem em termos de sucesso escolar, uma vez que foi expulso do Liceu de Angra, e reprovou o 5.º ano, facto que o levou a sentir-se incompreendido pelos professores.[1] Do período do Liceu de Angra, apenas guardou boas recordações de Manuel António Ferreira Deusdado, professor de História, que o introduziu na vida das Letras.

Com 16 anos de idade, Nemésio desembarcou pela primeira vez na cidade da Horta para se apresentar a exames, como aluno externo do Liceu Nacional da Horta. Acabou por concluir o Curso Geral dos Liceus, em 16 de julho de 1918, com a qualificação de dez valores.

A sua estadia na Horta foi curta, de maio a agosto de 1918. A 13 de agosto o jornal O Telégrafo dava notícia de que Nemésio, apesar de ser um fedelho, um ano antes de chegar à Horta, havia enviado um exemplar de Canto Matinal, o seu primeiro livro de poesia (publicado em 1916), ao director de O Telégrafo, Manuel Emídio.

Apesar da tenra idade, Nemésio chegou à Horta já imbuído de alguns ideais republicanos, pois em Angra do Heroísmo já havia participado em reuniões literárias, republicanas e anarco-sindicalistas, tendo sido influenciado pelo seu amigo Jaime Brasil, cinco anos mais velho (primeiro mentor intelectual que o marcou para sempre) e por outras pessoas tal como Luís da Silva Ribeiro, advogado, e Gervásio Lima, escritor e bibliotecário.

Em 1918, no final da Primeira Guerra Mundial, a Horta possuía um intenso comércio marítimo e uma impressionante animação nocturna, uma vez que se constituía em porto de escala obrigatória, local de reabastecimento de frotas e de repouso da marinhagem. Na Horta estavam instaladas as companhias dos Cabos Telegráficos Submarinos, que convertiam a cidade num "nó de comunicações" mundiais. Esse ambiente cosmopolita contribuiu, decisivamente, para que ele viesse, mais tarde a escrever a obra mítica que dá pelo nome de Mau Tempo no Canal, trabalhada desde 1939 e publicada em 1944, cuja acção decorre nas quatro principais ilhas do grupo central açoriano: FaialPicoSão Jorge e Terceira, sendo que o núcleo da intriga se desenvolve na Horta.

Este romance evoca um período (1917-1919) que coincide em parte com a sua permanência na ilha do Faial e nele aparecem pessoas tais como o Dr. José Machado de Serpa, senador da República e estudioso, o padre Nunes da Rosa, contista e professor do Liceu da Horta, e Osório Goulart, poeta.

Em 1919 iniciou o serviço militar, como voluntário na arma de Infantaria, o que lhe proporcionou a primeira viagem para fora do arquipélago. Concluiu o liceu em Coimbra, em 1921, e inscreve-se na Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra. Três anos mais tarde, Nemésio trocou esse curso pelo de Ciências Histórico Filosóficas, da Faculdade de Letras de Coimbra, e, em 1925, matriculou-se no curso de Filologia Românica da mesma Faculdade.

Na primeira viagem que faz a Espanha, com o Orfeão Académico, em 1923, conhece Miguel Unamuno, escritor e filósofo espanhol (1864-1936), intelectual republicano, e teórico do humanismo revolucionário antifranquista, com quem trocará correspondência anos mais tarde.

Nesse mesmo ano foi iniciado na Maçonaria.[2]

12 de fevereiro de 1926 desposou, em Coimbra, Gabriela Monjardino de Azevedo Gomes, de quem teve quatro filhos: Georgina (novembro de 1926), Jorge (abril de 1929), Manuel (julho de 1930) e Ana Paula (dezembro de 1931).

Em 1930 transferiu-se para a Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa[3] onde, no ano seguinte, concluiu o curso de Filologia Românica,[4] com elevadas classificações, começando desde logo a lecionar literatura italiana. A partir de 1931 deu inicio à carreira académica na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, onde leccionou Literatura Italiana e, mais tarde, Literatura Espanhola.

Em 1934 doutorou-se em Letras pela Universidade de Lisboa com a tese A Mocidade de Herculano até à Volta do Exílio. Entre 1937 e 1939 leccionou na Vrije Universiteit Brussel,[5] tendo regressado, neste último ano, ao ensino na Faculdade de Letras de Lisboa.

Em 1958 leccionou no Brasil. A 19 de julho de 1961 foi feito Grande-Oficial da Ordem do Infante D. Henrique e, a 17 de abril de 1967, Grande-Oficial da Ordem Militar de Sant'Iago da Espada.[6] A 12 de setembro de 1971, atingido pelo limite legal de idade para exercício de funções públicas, profere a sua última lição na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, onde ensinara durante quase quatro décadas, passando a ser Catedrático Jubilado.

Foi autor e apresentador do programa televisivo Se bem me lembro, que muito contribuiu para popularizar a sua figura e dirigiu ainda o jornal O Dia entre 11 de dezembro de 1975 a 25 de outubro de 1976.

Foi um dos grandes escritores portugueses do século XX, tendo recebido em 1965, o Prêmio Nacional de Literatura e, em 1974, o Prémio Montaigne.

Faleceu a 20 de fevereiro de 1978, em Lisboa, no Hospital da CUF, e foi sepultado em Coimbra. Pouco antes de morrer, pediu ao filho para ser sepultado no cemitério de Santo António dos Olivais, em Coimbra. Mas pediu mais: que os sinos tocassem o Aleluia em vez do dobre a finados. O seu pedido foi respeitado.

A 30 de agosto de 1978 recebeu a Grã-Cruz da Ordem Militar de Sant'Iago da Espada, a título póstumo.[6] Em 1978, a Câmara Municipal de Lisboa homenageou o escritor dando o seu nome a uma rua na zona da Quinta de Santa Clara, na Ameixoeira.[7]

Obra

Vitorino Nemésio foi ficcionista, poeta, cronista, ensaísta, biógrafo, historiador da literatura e da cultura, jornalista, investigador, epistológrafo, filólogo e comunicador televisivo, para além de toda a actividade de docência. O seu nome consta da lista de colaboradores da Revista dos Centenários[8] publicada por ocasião da Exposição do Mundo Português e nas revistas, Panorama[9] (1941-1949) Conímbriga[10] de 1923, Renovação (1925-1926),[11] Atlântico [12] e Litoral[13] (1944-1945).

Levou a cabo, na sua obra, uma transformação das tendências da Presença (que de certa forma precedeu), que garantiu a eternidade dos seus textos. Fortemente marcado pelas raízes insulares, a vida açoriana e as recordações da sua infância percorrem a obra do escritor, numa espécie de apelo, revelado pela ternura da sua inspiração popular, pela presença das coisas simples e das gentes, e pela profunda humanidade face à existência e ao sofrimento da vida humana.

Entre as suas principais obras contam-se:

Poesia

  • O Bicho Harmonioso (1938)
  • Eu, Comovido a Oeste (1940)
  • Nem Toda a Noite a Vida (1953)
  • O Verbo e a Morte (1959)
  • Canto de Véspera (1966)
  • Limite de idade (1972)
  • Sapateia Açoriana, Andamento Holandês e Outros Poemas (1976)
  • Caderno de Caligraphia e outros Poemas a Marga (2003) - póstumo
  • Poemas Brasileiros (1972)
  • Meu Coração É Como Peixe Cego (1942)

Ficção

Ensaio e Crítica

  • Sob os Signos de Agora (1932)
  • A Mocidade de Herculano (1934)
  • Relações Francesas do Romantismo Português (1936)
  • Ondas Médias (1945)
  • Conhecimento de Poesia (1958)

Crónica

  • O Segredo de Ouro Preto (1954)
  • Corsário das Ilhas (1956)
  • Jornal do Observador (1974).

A Ficção em Vitorino Nemésio

Os trechos de inspiração açoriana são bastante significativos na sua obra notando-se a presença de infantis lembranças, e amores, dores e agoiros de figuras de humildes que nestas páginas ficam vivendo, sob a obsessão circundante do mar, na opinião de Afonso Lopes Vieira. A sua experiência de ilhéu encontra-se presente na sua obra em geral, cuja vida no domínio da ficção se inicia em 1924 com a publicação do volume de contos Paço do Milhafre prefaciada por Afonso Lopes Vieira, e mais tarde rebaptizada com o título O Mistério do Paço do Milhafre, tendo sido publicada em 1949.

Vitorino Nemésio ao longo de toda a sua carreira literária nunca deixou de surpreender os demais. O escritor nos seus romances conseguiu transmitir uma certa originalidade de escrita, sobretudo na descrição dos lugares e no desenho das personagens, e até dar uma certa generosidade humana que se pode presenciar em Varanda de Pilatos, (obra publicada em 1927) e no volume de novelas A Casa Fechada, constituída por três histórias: O TubarãoNegócio de Pomba e A Casa Fechada Em relação a esta última história, a crítica foi bastante positiva e unânime, tendo sido considerada uma obra excepcional.

Contudo houve uma obra romanesca, mais complexa, variada, densa e subtil que é Mau Tempo no Canal, obra incomparável na literatura portuguesa do século XX. Este romance havia já sido "ensaiado" pela novela Negócio de Pomba, isto é, esta possui muitos aspectos que irão ser tratados a posteriori naquele romance.

Depois de ter escrito Mau Tempo no Canal, pode-se afirmar que Vitorino Nemésio nunca mais voltou aos trilhos do romance. Ele próprio afirma num inédito do seu espólio Morro autor de um romance únicoMau Tempo no Canal corresponde ao momento mais alto da sua vasta produção literária e é uma das obras-primas da literatura portuguesa.

Ao visitar a Horta pela segunda vez, em 1946, escreveu em Corsário das IlhasGosto da Horta como de nêsperas. Tinha saudades do que fui, já nem sei bem como, aqui. Todo o imaginado é mais ou menos frustrado quando o realizamos; mas na Horta não é bem excedido […]. Matriz no alto onde foram as casas do donatário flamengo e que os jesuítas adaptaram, como sempre, cubicular e faustosamente, mais duas ou três igrejas conventuais nos altos; a cada ponta, ou sainte, as paróquias da Conceição e das Angústias, e o mais que é preciso para completar uma cidadezinha airosa alva como uma noiva – Horta, ou seja, trinta anos depois, Nemésio continuava a recordar os primores do acolhimento, a hospitalidade patriarcal, a gentileza em tudo e por tudo.

Outros géneros narrativos

Dentro do género narrativa, para além da obra de ficção, Vitorino Nemésio escreveu e publicou obras de natureza biográfica: desde logo o seu doutoramento tratou a vida de Alexandre Herculano. Escreveu igualmente uma biografia de Isabel de Aragão, a Rainha Santa.

Também escreveu crónicas das viagens que fez ao Brasil, aos Açores e à Madeira e publicou ensaios sobre temas diversos, como temas portugueses e brasileiros, um ensaio sobre Gil Vicente e também crítica de poesia.

A Poesia em Vitorino Nemésio

Nemésio é sobretudo um poeta, tal como ele próprio o afirma, uma vez que escrever poesia foi uma actividade ininterrupta mantida desde 1916 (com o Canto Matinal) até 1976 (Era do Átomo Crise do Homem).

Entre as suas principais obras poéticas contam-se:

  • O Bicho Harmonioso (publicada em 1938)
  • Eu, Comovido a Oeste (publicada em 1940)
  • Festa Redonda (publicada em 1950)
  • Nem toda a Noite a Vida (publicada em 1952)
  • O Pão e a Culpa (publicada em 1955)
  • O Verbo e a Morte (publicada em 1959)
  • Sapateia Açoriana (publicada em 1976)
  • Caderno de Caligraphia e outros Poemas a Marga (póstumo, publicada em 2003)

Na opinião de Óscar Lopes, falando a respeito da poesia nemesiana, ele diz-nos que os volumes de versos se podem agrupar em dois ciclos distintos e que se intersectam na obra Nem toda a Noite a Vida que é o mais heterogéneo de todos.

No primeiro ciclo a temática está relacionada com a insularidade, com a saudade à ilha, à infância, à adolescência, ao pai e ao seu primeiro amor proibido. Toda esta temática está bem visível em O Bicho Harmonioso e em Eu, Comovido a Oeste.

No segundo ciclo já se nota uma transmutação de temas, enveredando para uma temática religiosa e metafísica. Coloca questões acerca da vida e da morte, do ser (devir e permanência do ser), e da busca de sentido para a existência. Por isso o poeta é identificado com a corrente filosófica existencialista. A par desta poesia erudita o poeta cultiva também uma poesia popular profundamente marcada por símbolos de açorianidade, pelo que muitas vezes é acusado de regionalismo literário na sua obra.

Outras actividades

A par da sua actividade literária e de docência, Vitorino Nemésio dava conferências (foi numa das viagens à Espanha para dar uma conferência que acabou por conhecer pessoalmente Miguel Unamuno), colaborava com a RTP (Se Bem Me Lembro), bem como em várias revistas e jornais (Seara NovaPresençaO Diabo e Diário Popular), fundou e dirigiu em conjunto com outros jornais e revistas Gente Nova), foi redactor de jornais e assumiu a direcção do jornal O Dia, no fim da sua carreira profissional.

Trabalhou também como tradutor. Traduziu, a partir do francês, La Seconde Chance, de Constantin Virgil Gheorghiu, publicado pela Livraria Bertrand com o título A Única Saída.

O conceito de Açorianidade

O conceito de "açorianidade" foi definido por Nemésio em 1932 e, desde então, foi amplamente divulgado em contextos bem diferenciados, desde estudos de âmbito literário a intervenções de ordem política. Naquele ano, por ocasião do V Centenário do Descobrimento dos Açores, afirmou:

"(...) Quisera poder enfeixar nesta página emotiva o essencial da minha consciência de ilhéu. Em primeiro lugar o apego à terra, este amor elementar que não conhece razões, mas impulsos; e logo o sentimento de uma herança étnica que se relaciona intimamente com a grandeza do mar.
Um espírito nada tradicionalista, mas humaníssimo nas suas contradições, com um temperamento e uma forma literária cépticos, - o basco Baroja, - escreveu um livro chamado Juventud, Egolatria 'O ter nascido junto do mar agrada-me, parece-me como um augúrio de liberdade e de câmbio'. Escreveu a verdade. E muito mais quando se nasce mais do que junto do mar, no próprio seio e infinitude do mar, como as medusas e os peixes (...)
Uma espécie de embriaguez do isolamento impregna a alma e os actos de todo o ilhéu, estrutura-lhe o espírito e procura uma fórmula quási religiosa de convívio com quem não teve a fortuna de nascer, como o logos, na água (...)
(...) Meio milénio de existência sobre tufos vulcânicos, por baixo de nuvens que são asas e bicharocos que são nuvens, é já uma carga respeitável de tempo - e o tempo é espírito em fieri (...)
Como homens, estamos soldados historicamente ao povo de onde viemos e enraizados pelo habitat a uns montes de lava que soltam da própria entranha uma substância que nos penetra. A geografia, para nós, vale outro tanto como a história, e não é debalde que as nossas recordações escritas inserem uns cinquenta por cento de relatos de sismos e enchentes. Como as sereias temos uma dupla natureza: somos de carne e pedra. Os nossos ossos mergulham no mar.
Um dia, se me puder fechar nas minhas quatro paredes da Terceira, sem obrigações para com o mundo e com a vida civil já cumprida, tentarei um ensaio sobre a minha açorianidade subjacente que o desterro afina e exacerba."[14]

Posteriormente, em 1975, em quatro novos textos[15] publicados no Diário Insular, o mesmo foi retomado e aprofundado. É o próprio Nemésio que recorda:

"Outro sintoma linguístico da impulsividade afirmativa dos Açores como etnia ou espaço geográfico originais está no emprego da palavra 'açorianidade'. Quem escreve estas linhas passa por inventor desse vocábulo, há bons quarenta anos. Luís Ribeiro, o insigne etnógrafo e jurisconsulto açoriano de 'Os Açores de Portugal' - opúsculo de grande valia, pela posição de contraste, para o emancipalismo de hoje - foi um dos que generosamente me 'patentearam' por tão pobre criação vocabular. Porque lia então muitos ensaístas espanhóis, incluindo o clássico Pi y Margall de 'Las nacionalidades', decalquei sobre 'hispanidade e argentinidade' (Unamuno) o meu 'açorianidade' ".[16]

Notas

  1.  Clemente, Elvo. Folhas do caminho. EDIPUCRS, 2003. pp. 105. ISBN 857430381X
  2.  Arnaut, António (2017). Introdução à Maçonaria. Coimbra: Imprensa da Universidade de Coimbra. p. 132. ISBN 978-989-26-1327-7
  3.  «Silva, Vitorino Nemésio Mendes Pinheiro da - Memória da Universidade»memoria.ul.pt. Consultado em 18 de fevereiro de 2021
  4.  «Vitorino Nemésio»Porto Editora. Infopédia. Consultado em 20 de fevereiro de 2014
  5.  Roza Huylebrouck (Maio de 1990). «O Português no ensino universitário e para-universitário em terras de expressão neerlandesa: Bélgica/Flandres e Países Baixos» (pdf). pág. 254. Biblioteca digital da Faculdade de Letras da Universidade do Porto. Consultado em 3 de Julho de 2014
  6. ↑ Ir para:a b «- Página Oficial das Ordens Honoríficas Portuguesas»www.ordens.presidencia.pt. Consultado em 18 de fevereiro de 2021
  7.  «Facebook»www.facebook.com. Consultado em 18 de fevereiro de 2021
  8.  Helena Bruto da Costa. «Ficha histórica:Revista dos Centenários (1939-1940)» (PDF)Hemeroteca Municipal de Lisboa. Consultado em 29 de Maio de 2015
  9.  José Guilherme Victorino (julho de 2018). «Ficha histórica:Panorama: revista portuguesa de arte e turismo» (pdf)Hemeroteca Municipal de Lisboa. Consultado em 14 de setembro de 2018
  10.  Jorge Mangorrinha (1 de março de 2016). «Ficha histórica: Conímbriga : revista mensal de arte, letras, sciências e crítica (1923)» (pdf)Hemeroteca Municipal de Lisboa. Consultado em 9 de fevereiro de 2018
  11.  Jorge Mangorrinha (1 de Março de 2016). «Ficha histórica:Renovação : revista quinzenal de artes, litertura e atualidades (1925-1926)» (pdf)Hemeroteca Municipal de Lisboa. Consultado em 18 de maio de 2018
  12.  Helena Roldão (12 de Outubro de 2012). «Ficha histórica:Atlântico: revista luso-brasileira (1942-1950)» (pdf)Hemeroteca Municipal de Lisboa. Consultado em 25 de Novembro de 2019
  13.  Helena Roldão (19 de Junho de 2018). «Ficha histórica:Litoral : revista mensal de cultura (1944-1945)» (pdf)Hemeroteca Municipal de Lisboa. Consultado em 25 de Janeiro de 2019
  14.  NEMÉSIO, Vitorino. "Açorianidade". in: Insula, Número Especial Comemorativo do V Centenário do Descobrimento dos Açores, nº 7-8 (Julho-Agosto), Ponta Delgada, 1932. p. 59.
  15.  Dois deles publicados inicialmente pelo Jornal Novo. Recorde-se que o momento à época, em Portugal e nas ilhas era conturbado, nomeadamente no que concerne às ideias de processo revolucionário e de autonomia regional.
  16.  NEMÉSIO, Vitorino. Açores: De onde sopram os ventos. in: Diário Insular, nº 8815, 5 Out. 1975. p. 1 e 3. apud: Revista DI, nº 257, 9 Mar. 2008. p. 4-11.

Bibliografia

  • Diário Insular de 22 de Abril de 2009.
  • A. Moniz - Para uma leitura de "Mau tempo no canal". Lisboa, 1996.
  • R. Patricio - Conhecimento de Poesia. A critica literaria segundo Vitorino Nemesio. Braga, 2000.
  • M. Maia Gouveia - Vitorino Nemésio e Cecilia Meireles : a ilha ancestral. Porto, 2001.

Ver também

Ligações externas

ALEXANDRE O'NEILL - POETA - NASCEU EM 1924 - 20 DE DEZEMBRO DE 2021

 

Alexandre O'Neill

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Alexandre O'Neill
Estátua de Alexandre O'Neill no Parque dos Poetas.
Nome completoAlexandre Manuel Vahia de Castro O'Neill de Bulhões
Nascimento19 de dezembro de 1924
LisboaPortugal Portugal
Morte21 de agosto de 1986 (61 anos)
LisboaPortugal
ResidênciaRua da Escola Politécnica, Lisboa
PrémiosPrémio da Crítica da Associação Portuguesa de Críticos Literários (1981)
Género literárioPoesia
Movimento literárioSurrealismo
Magnum opusUma Coisa em Forma de Assim

Alexandre Manuel Vahia de Castro O'Neill de Bulhões GOSE (Lisboa19 de dezembro de 1924 – Lisboa, 21 de agosto de 1986) foi um importante poeta do movimento surrealista português. Era descendente de irlandeses. Tem uma biblioteca com o seu nome em Constância.

Autodidacta, O'Neill foi um dos fundadores do Movimento Surrealista de Lisboa. É nesta corrente que publica a sua primeira obra, o volume de colagens A Ampola Miraculosa, mas o grupo rapidamente se desdobra e acaba. As influências surrealistas permanecem visíveis nas obras dele, que além dos livros de poesia incluem prosa, discos de poesia, traduções e antologias. Não conseguindo viver apenas da sua arte, o autor alargou a sua acção à publicidade. É da sua autoria o lema publicitário «Há mar e mar, há ir e voltar». Foi várias vezes preso pela polícia política, a PIDE.

Biografia

Infância e juventude

Da burguesia lisboeta, Alexandre O'Neill nasceu no número 30 da Avenida Fontes Pereira de Melo, uma das artérias principais da capital. Foi filho de José António Pereira de Eça O'Neill de Bulhões (Lisboa, c. 1890 – Lisboa), empregado bancário, e de sua mulher, Maria da Glória Vahia de Barros de Castro (17 de Março de 1905 – depois de Outubro de 1989).

Foi igualmente neto paterno da escritora Maria O'Neill, a qual era sobrinha-bisneta e prima-sobrinha-bisneta do 1.º Visconde de Santa Mónica e sobrinha-neta do 1.º Barão de Sabroso e do 2.º Barão de Sabroso.

A sua irmã mais velha, Maria Amélia Vahia de Castro O'Neill de Bulhões, nascida na Lourinhã, a 26 de Setembro de 1921, faleceu em TomarSanta Maria dos Olivais, a 27 de Setembro de 2009), solteira e sem geração.

Em 1943, com 17 anos de idade, publicou os primeiros versos num jornal de Amarante, o "Flor do Tâmega". Apesar de ter recebido prémios literários no Colégio Valsassina, esta atividade não foi particularmente incentivada pela família, que almejava que Alexandre O'Neill se dedicasse mais aos estudos e se formasse com um curso superior.[1]

Envolvência no movimento surrealista

Datam do ano de 1947 duas cartas de Alexandre O'Neill que demonstram o seu interesse pelo surrealismo, dizendo numa delas (datada do mês de outubro) possuir já os manifestos de Breton e a Histoire du Surrealisme, de M. Nadeau. Nesse mesmo ano, O'Neill, Mário Cesariny e Mário Domingues começam a fazer experiências a nível da linguagem, na linha do surrealismo, sobretudo com os seus Cadáveres Esquisitos e Diálogos Automáticos, que conduziam ao desmembramento do sentido lógico dos textos e à pluralidade de sentidos.[2]

Por volta de 1948, O'Neill está na criação do Grupo Surrealista de Lisboa, ao lado de Mário CesarinyJosé-Augusto França, António Domingues, Fernando Azevedo, Moniz Pereira, António Pedro e Marcelino Vespeira. As primeiras reuniões ocorreram na Pastelaria Mexicana, na Praça de Londres.[3]

As posições antineorealistas eram frontais e provocatórias, tal como as atitudes contra o regime: em abril, o Grupo retira a sua colaboração da III Exposição Geral de Artes Plásticas, por recusar a censura prévia que a comissão organizadora decidira impor. Com a saída de Mário Cesariny, que entrou em rutura com o Grupo, em agosto de 1948, o grupo cindiu-se, dando origem ao Grupo Surrealista Dissidente, onde, além do próprio Cesariny, participavam António Maria Lisboa e Pedro Oom.

Em 1949 tiveram lugar as principais manifestações do movimento surrealista em Portugal, como a Exposição do Grupo Surrealista de Lisboa (em Janeiro), onde expuseram Alexandre O'Neill, António DacostaAntónio PedroFernando de Azevedo, João Moniz Pereira, José-Augusto França e Vespeira. Nessa ocasião, Alexandre O'Neill publicou A Ampola Miraculosa como um dos primeiros números dos Cadernos Surrealistas. A obra, constituída por 15 imagens e respectivas legendas, sem nenhum nexo lógico entre a imagem e legenda, poderá ser considerada paradigmática do surrealismo português.[4]

A estreia

Depois de uma fase de ataques pessoais entre os dois grupos surrealistas (1950-1952) e a extinção de ambos os grupos, o surrealismo continuou a manifestar-se na produção individual de alguns autores, incluindo o próprio Alexandre O'Neill. Em 1951, no "Pequeno Aviso do Autor ao Leitor", inserido em Tempo de Fantasmas, ele demarcou-se como surrealista. Nessa mesma obra, sobretudo na primeira parte, Exercícios de Estilo (1947-49), a influência deste corrente manifesta-se em poemas como "Diálogos Falhados", "Inventário" ou "A Central das Frases" e na insistência em motivos comuns a muitos poetas surrealistas, como a bicicleta e a máquina de costura.[4]

Política

Neste primeiro livro de poesia inclui o poema que o tornou célebre, "Um Adeus Português", originado num episódio biográfico que o próprio viria a contar, muitos anos mais tarde: no início de 1950, estivera em Lisboa Nora Mitrani, enviada do Surrealismo francês para fazer uma conferência. Conheceu O’Neill e apaixonaram-se. Meses mais tarde, querendo juntar-se-lhe em Paris, O’Neill foi chamado à PIDE e interrogado. Por pressão de uma pessoa da família, foi-lhe negado o passaporte. Coagido a ficar em Portugal, não voltaria a ver Nora Mitrani.

Não foi, de resto, a única vez que Alexandre O’Neill foi confrontado com a polícia política. Em 1953, esteve preso vinte e um dias no Estabelecimento Prisional de Caxias, por ter ido esperar Maria Lamas, regressada do Congresso Mundial da Paz em Viena. A partir desta data, passou a ser vigiado pela PIDE. No entanto, sendo um oposicionista, não militou em nenhum partido político, nem durante o Estado Novo, nem a seguir ao 25 de Abril – conhece-se-lhe uma breve ligação ao MUD juvenil, na altura em que abandona o Grupo Surrealista de Lisboa. A partir desta época, O’Neill foi-se distanciando de grupos ou tertúlias, demasiado irónico e cioso do seu individualismo para se envolver seriamente em qualquer militância partidária.[1]

A obra literária

Em 1958, com a edição de No Reino da Dinamarca, Alexandre O’Neill viu-se reconhecido como poeta.[5] Na década de 1960, provavelmente a mais produtiva literariamente, foi publicando livros de poesia, antologias de outros poetas e traduções.

A poesia de Alexandre O'Neill concilia uma atitude de vanguarda, (surrealismo e experiências próximas do concretismo) — que se manifesta no carácter lúdico do seu jogo com as palavras, no seu bestiário, que evidencia o lado surreal do real, ou nos típicos «inventários» surrealistas — com a influência da tradição literária (de autores como Nicolau Tolentino e o abade de Jazente, por exemplo).[2]

Os seus textos caracterizam-se por uma intensa sátira a Portugal e aos portugueses, destruindo a imagem de um proletariado heróico criada pelo neorealismo, a que contrapõe a vida mesquinha, a dor do quotidiano, vista no entanto sem dramatismos, ironicamente, numa alternância entre a constatação do absurdo da vida e o humor como única forma de se lhe opor.

Temas como a solidão, o amor, o sonho, a passagem do tempo ou a morte, conduzem ao medo (veja-se "O Poema Pouco Original do Medo", com a sua figuração simbólica do rato) e/ou à revolta, de que o homem só poderá libertar-se através do humor, contrabalançado por vezes por um tom discretamente sentimental, revelador de um certo desespero perante o marasmo do país — "meu remorso, meu remorso de todos nós". Este humor é, muitas vezes, manifestado numa linguagem que parodia discursos estereotipados, como os discursos oficiais ou publicitários, ou que reflecte a própria organização social, pela integração nela operada do calão, da gíria, de lugares-comuns pequeno-burgueses, de onomatopeias ou de neologismos inventados pelo autor.

Encontra-se colaboração da sua autoria no semanário Mundo Literário[6] (1946-1948) e na revista Litoral[7] (1944-1945).

A vida privada e profissional

Alexandre O’Neill, apesar de nunca ter sido um escritor profissional, viveu sempre da sua escrita ou de trabalhos relacionados com livros. Em 1946, tornou-se escriturário, na Caixa de Previdência dos Profissionais do Comércio. Permaneceu neste emprego até 1952. A partir de 1957, começou a escrever para os jornais, primeiro esporadicamente, depois, nas décadas seguintes, assinando colunas regulares no Diário de Lisboa, n’A Capital e, nos anos 1980, no Jornal de Letras, escrevendo indiferentemente prosa e poesia, que reeditava mais tarde em livro, à maneira dos folhetinistas do século XIX.[1]

Em 1959 iniciou-se como redactor de publicidade, actividade que se tornaria definitivamente o seu ganha-pão. Ficaram famosos no meio alguns slôganes publicitários da sua autoria, e um houve que se converteu em provérbio: "Há mar e mar, há ir e voltar". Tinha entretanto abandonado definitivamente a casa dos pais, casando a 27 de Dezembro de 1957 com Noémia Delgado, de quem teve um filho, Alexandre Delgado O'Neill, nascido a 23 de Dezembro de 1959, fotógrafo, que viria a morrer solteiro e sem geração em BostonCondado de SuffolkMassachusetts, a 4 de Janeiro de 1993. Alexandre O'Neill apenas se divorciou dela algum tempo antes do seu segundo casamento, a 15 de Janeiro de 1971. Nesta época, instalou-se na zona do Jardim do Príncipe Real, bairro lisboeta onde haveria de decorrer grande parte da sua vida, e que levaria para a sua escrita. Neste bairro, encontraria Pamela Ineichen, com quem manteve uma relação amorosa durante a década de 1960. Mais tarde, a 4 de Agosto de 1971, casará em Lisboa com Teresa Patrício Gouveia, mãe do seu segundo filho, Afonso Gouveia O'Neill, nascido a 28 de Maio de 1976, solteiro e sem geração.[8][9]

Fez ainda parte da redacção da revista Almanaque (1959-61), publicação arrojada com grafismo de Sebastião Rodrigues onde colaboravam, entre outros, José Cardoso PiresLuís de Sttau MonteiroAugusto Abelaira e João Abel Manta.

A sua atracção por outros meios de comunicação, que não a palavra escrita, é testemunhada pela letra do fado "Gaivota" destinada à voz de Amália Rodrigues, com música de Alain Oulman, tal como a colaboração, nos anos 1970, em programas televisivos (fora, aliás, crítico de televisão sob o pseudónimo de A. Jazente), ou em guiões de filmes e em peças de teatro. Em 1982 recebeu o prémio da Associação de Críticos Literários.

Mas a doença começava a atormentá-lo. Em 1976, sofre um ataque cardíaco, que o poeta admitiu dever-se à vida desregrada que sempre tinha sido a sua, e que, apesar de algum esforço em contrário, continuou a ser. No início dos anos 1980, já divorciado de Teresa Patrício Gouveia desde 20 de Fevereiro de 1981,[8] repartia o seu tempo entre a casa da Rua da Escola Politécnica e a vila de Constância. Em 1984, sofreu um acidente vascular cerebral, antecipatório daquele que, em Abril de 1986, o levaria ao internamento prolongado no hospital.

Alexandre O'Neill morreu em Lisboa a 21 de Agosto de 1986, aos 61 anos. Está sepultado no Cemitério de Benfica, na mesma cidade.

A 10 de Junho de 1990, a título póstumo, foi feito Grande-Oficial da Antiga, Nobilíssima e Esclarecida Ordem Militar de Sant'Iago da Espada, do Mérito Científico, Literário e Artístico.[10]

A Biblioteca Alexandre O'Neill, em Constância, alberga, por doação do próprio escritor, parte do seu espólio. Ali, pode-se ler os livros que pertenceram a O'Neill, muitos deles com anotações suas ou dedicatórias dos autores.[11]

Obras

Poesia

Edições originais[4]

  • 1948 – A Ampola Miraculosa, Lisboa, Cadernos Surrealistas.
  • 1951 – Tempo de Fantasmas, Cadernos de Poesia, nº 11.
  • 1958 – No Reino da Dinamarca, Lisboa, Guimarães.
  • 1960 – Abandono Vigiado, Lisboa, Guimarães.
  • 1962 – Poemas com Endereço, Lisboa, Moraes.
  • 1965 – Feira Cabisbaixa, Lisboa, Ulisseia.
  • 1969 – De Ombro na Ombreira, Lisboa, Dom Quixote.
  • 1972 – Entre a Cortina e a Vidraça, Lisboa, Estúdios Cor.
  • 1979 – A Saca de Orelhas, Lisboa, Sá da Costa.
  • 1981 - As Horas Já de Números Vestidas (Em Poesias Completas (1951-1981))
  • 1983 - Dezanove Poemas (Em Poesias Completas (1951-1983))

Antologias feitas ao longo da vida[4]

  • 1967 – No Reino da Dinamarca – Obra Poética (1951-1965), 2.ª edição, revista e aumentada, Lisboa, Guimarães.
  • 1974 – No Reino da Dinamarca – Obra Poética (1951-1969), 3.ª edição, revista e aumentada, Lisboa, Guimarães.
  • 1981 – Poesias Completas (1951-1981), Lisboa, Imprensa Nacional - Casa da Moeda, 1982.
  • 1983 – Poesias Completas (1951-1983), 2.ª edição, revista e aumentada, Lisboa, Imprensa Nacional - Casa da Moeda, 1984.
  • 1986 – O Princípio de Utopia, O Princípio de Realidade seguidos de Ana Brites, Balada tão ao Gosto Popular Português & Vários Outros Poemas, Lisboa, Moraes.

Antologias póstumas[4]

  • 2000 – Poesias Completas, com inclusão de dispersos, introd. de Miguel Tamen, Lisboa, Assírio & Alvim; 2a ed. rev. 2001; 3a ed. 2002; 4a ed. 2005; 5a ed. 2007.
  • 2005 – Anos 1970. Poemas Dispersos, M. A. Oliveira e F. Cabral Martin (eds.), Lisboa, Assírio & Alvim; 2a, 2009.

Prosa[4]

  • 1970 - As Andorinhas não Têm Restaurante, Lisboa, Dom Quixote. (crónicas)
  • 1980 - Uma Coisa em Forma de Assim, 2ª edição, revista e aumentada, Lisboa, Presença. (contos e crónicas)

Traduções feitas por O'Neill[4]

  • 1950 – Nora Mitrani, A Razão Ardente (Do Romantismo ao Surrealismo), Cadernos Surrealistas, Lisboa.
  • 1959 – Maiakovski, O Percevejo, Lisboa, Editorial Gleba.
  • 1960 – Dostoievski, O Jogador, Lisboa, Guimarães.
  • 1961-63 – Bertolt BrechtTeatro I e II, (em colaboração com Ilse Losa), Lisboa, Portugália Editora.
  • 1962 – Alfred JarryMestre Ubu, (em colaboração com Luís de Lima), Lisboa, Minotauro.

Antologias feitas por O’Neill[4]

  • 1959 – Gomes Leal – Antologia Poética (em colaboração com F. da Cunha Leão), Lisboa, Guimarães.
  • 1962 – Teixeira de Pascoaes – Antologia Poética (em colaboração com F. da Cunha Leão), Lisboa, Guimarães.
  • 1962 – Carl Sandburg – Antologia Poética, Lisboa, Edições Tempo.
  • 1963 – João Cabral de Melo Neto – Poemas Escolhidos, Lisboa, Portugália.
  • 1969 – Vinicius de Moraes – O Poeta Apresenta o Poeta, Lisboa, D. Quixote.
  • 1977 – Poesía Portuguesa Contemporánea / Poesia Portuguesa Contemporânea (em colaboração com a Secção de Literatura da Direção Geral de Ação Cultural), edição bilíngue, Lisboa, Secretaria de Estado da Cultura.

Discos de poesia[4]

  • Alexandre O’Neill diz poemas da sua autoria – colecção «A Voz e o Texto», Discos Decca, PEP 1010.
  • Os Bichos também são gente – colecção «A Voz e o Texto», Discos Decca, PEP 1278.

Filmografia

Guionista[12]

  • 1962 – Dom Roberto
  • 1963 – Pássaros de Asas Cortadas
  • 1967 – Sete Balas Para Selma
  • 1969 – Águas Vivas
  • 1970 – A Grande Roda
  • 1975 – Schweik na Segunda Guerra Mundial (TV)
  • 1976 – Cantigamente (3 episódios da série)
  • 1978 – Nós por cá Todos Bem
  • 1979 - Ninguém (TV)
  • 1979 - Lisboa (TV)

Actor (Narrador)[4]

  • 1933 – Las Hurdes, tierra sin pan
  • 1969 – Águas Vivas
  • 1971 – Sever do Vouga. Uma Experiência
  • 1976 – Máscaras

Traduções das suas obras

  • 1966 - Portogallo, Mio Rimorso, tradutor: Joyce Lussu, Turin, Editora Einaudi.
  • 1978 – Made in Portugal, tradutor: Antonio Tabucchi, Milan, Guanda.

Bibliografia passiva

Livros
  • Freitas, Manuel de, Make it real, Cadernos. Centro de Estudos do surrealismo, nº 2 (número especial sobre Alexandre O’Neill), Vila Nova de Famalicão, Fundação Cupertino de Miranda, 2002.
  • Oliveira, Maria Antónia, A Tristeza Contentinha de Alexandre O’Neill, Lisboa, Caminho, 1992.
  • Bom, Laurinda, Alexandre O'Neill: Passo Tudo pela Refinadora, Lisboa, Notícias, 2003.
  • Oliveira, Maria Antónia, Alexandre O’Neill. Uma Biografia Literária, Lisboa, Dom Quixote, 2007.
  • Relâmpago n.º 13 – Alexandre O’Neill, Outubro 2003.
Artigos
  • Bom, Laurinda, "Alexandre O'Neill: elementos para uma biografia (1924-1953), 3 poemas de 1942 e poemas inéditos", in: Revista Colóquio/Letras, n.º 113/114, Jan. 1990, p. 13-30.
  • Cabrita, António, "A Arca de O'Neill", Phala — Um Século de Poesia, Lisboa, Assírio, 1988.
  • Cuadrado, Perfecto E., ""Um Adeus Português’ como pretexto para una primera aproximación a la poesia de Alexandre O’Neill, A Palavra sobre a Palavra, Porto, Portucalense, 1972.
  • Martins, Fernando Cabral, "Esperar o Inesperado", posfácio a: Alexandre O’Neill, Anos 1970. Poemas Dispersos, Lisboa, Assírio & Alvim, 2005.
  • Martinho, Fernando J. B., "Alexandre O'Neill e Pessoa", in: Revista Colóquio/Letras , n.º 97, Maio 1987, p. 48-56.
  • Moser, Gerald, "A Surrealist of Portugal: Alexandre O'Neill", in: Journal of General Education, n.º 27, Primavera 1975, p. 83-87.
  • Rocha, Clara, prefácio a: O'Neill, Alexandre, Poesias Completas 1951-1981, Lisboa, Imprensa Nacional-Casa da Moeda, 1982.
  • Rosa, António Ramos, "Alexandre O'Neill ou a dialéctica do sonho e do real", in: Revista Colóquio/Letras, n.º 93, Set. 1986, p. 124-126.

Referências

  1. ↑ Ir para:a b c Bibibliografia da página do Instituto Camões, feita por Maria Antónia Oliveira
  2. ↑ Ir para:a b A biografia no portal As Tormentas, feita por Luís Rodrigues
  3.  Observador - «70 anos depois ainda não sabemos o que é o surrealismo»
  4. ↑ Ir para:a b c d e f g h i j Ibid.
  5.  Cf. registo da Biblioteca Nacional de Portugal.
  6.  Helena Roldão (27 de janeiro de 2014). «Ficha histórica: Mundo literário : semanário de crítica e informação literária, científica e artística (1946-1948).» (PDF)Hemeroteca Municipal de Lisboa. Consultado em 3 de Novembro de 2014
  7.  Helena Roldão (19 de Junho de 2018). «Ficha histórica:Litoral : revista mensal de cultura (1944-1945)» (PDF)Hemeroteca Municipal de Lisboa. Consultado em 25 de Janeiro de 2019
  8. ↑ Ir para:a b Carlos Lourenço do Carmo da Câmara Bobone (1997). História da Família Ferreira Pinto Basto. I ou II 1.ª ed. Lisboa: Livraria Bizantina. 403
  9.  Biografia do portal Vidas Lusófonas, feita por Fernando Correia da Silva
  10.  «Cidadãos Nacionais Agraciados com Ordens Portuguesas». Resultado da busca de "Alexandre O'Neill". Presidência da República Portuguesa. Consultado em 8 de junho de 2014
  11.  Guia Visão - Portugal Inesquecível, pág. 175
  12.  Internet Movie Database

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