terça-feira, 7 de setembro de 2021

ARGANIL - FERIADO - 7 DE SETEMBRO DE 2021

 

Arganil

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Disambig grey.svg Nota: Para outros significados, veja Arganil (desambiguação).
Arganil
Município de Portugal
Fontaine à Montalto (529551592).jpg
Fonte no Santuário de Nª Srª do Mont`alto
Brasão de ArganilBandeira de Arganil
Localização de Arganil
Mapa de Arganil
GentílicoArganilense
Área332,84 km²
População11 596 hab. (2014)
Densidade populacional34,8  hab./km²
N.º de freguesias14
Presidente da
câmara municipal
Luís Paulo Costa (PSD)
Fundação do município
(ou foral)
1114
Região (NUTS II)Centro (Região das Beiras)
Sub-região (NUTS III)Região de Coimbra
DistritoCoimbra
ProvínciaBeira Litoral
OragoSão Gens
Feriado municipal7 de Setembro
(Nª Srª do Mont`Alto)
Código postal3304
Sítio oficialwww.cm-arganil.pt

Arganil é uma vila portuguesa do distrito de Coimbra, na província da Beira Litoralregião do Centro (Região das Beiras) e sub-região Região de Coimbra, com cerca de 4 000 habitantes.

É sede do município de Arganil com 332,84 km² de área[1] e 12 145 habitantes (2011),[2][3] subdividido em 14 freguesias.[4] O município é limitado a norte pelos municípios de PenacovaTábua e Oliveira do Hospital, a nordeste por Seia, a leste pela Covilhã, a sul por Pampilhosa da Serra, por Góis e pela Lousã (numa escassa centena de metros) e a oeste por Vila Nova de Poiares.

Etimologia

Arganil significa pequeno campo “Arganil é palavra portuguesa antiga, diminutivo de Arga, significa pequeno campo, campinho. Arga é corrupção de agra, campina, do latim agro, campo.”[5]

História

Alguns autores mencionam que Arganil foi fundada pelos romanos, e outros citam os lusitanos. Na Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira encontramos “A tradição diz ter sido Arganil cidade romana que se teria chamado Argos, querendo alguns autores que fosse a Aussasia dos antigos lusitanos. Que a vila existia no começo da monarquia lusitana é facto averiguado, pois no ano de 1160 da era de César foi ela doada à Sé de Coimbra pela rainha D. Tereza, mãe de D. Afonso Henriques existindo já no seu termo o Mosteiro de S. Pedro de Folques.” [6]

CARTA DE POVOAMENTO e FORAL - “No que concerne a Arganil, em 25 de Dezembro de 1114, o bispo D. Gonçalo[7] outorgou uma carta de povoamento aos habitantes desta povoação.”[8][9] [10] Aos 1 de Janeiro de 1175, Pedro Uzbertiz outorga uma carta de foro a Arganil, assinada no acervo do Arquivo Público.[11][12][13] Aos 18 de Dezembro de 1273 nas Cortes de Santarém e por Carta domini regis super corrigimento corrigendo in regne, é eleito como corregedor de Arganil, Pedro Afonso de Arganil.[14]

"TERRAS DE PORTUGAL - ARGANIL -

Fica situada em um bonito vale junto a dois ribeiros do mesmo nome, que desaguam no Alva, acima do Sarzedo, onde tem uma elegante ponte de pedra, feita em 1850. Dista 60 quilómetros a este de Coimbra e 240 ao norte de Lisboa. A Vila é uma das mais importantes do Distrito de Coimbra e consta, pela tradição, à falta de outras indicações mais seguras, que foi fundada pelos Romanos, no ano de 150 D.C., os quais lhe deram o nome de Argos, e floresceu no período da dominação. Esta notícia, apesar de muito vaga, parece confirmar-se pelo aparecimento de várias moedas de ouro e prata, quando há dois séculos se procedeu a escavações para diversas obras.[15][16] Todavia, sustentam alguns escritores que seja a cidade Aussasia dos primeiros Lusitanos, fundada 550 anos A.C., mas esta versão é pouco autorizada.[17][18][19] Durante o Império Romano foi Argos uma cidade muito florescente. No ano 716 os Árabes a invadiram e arruinaram, reedificando-a depois, mas não tornou a atingir a sua antiga prosperidade.[nota 1][20][16]

Entretanto, o primeiro documento conhecido que se refere a Arganil, o da doação feita pela Rainha D. Teresa, Mãe de D. Afonso Henriques, da Vila à Sé de Coimbra, prova a sua existência anterior à Monarquia Portuguesa.[nota 2][nota 3] Apesar, porém, desta doação, nunca chegou a entrar na posse dela, ou porque tornasse ao poder dos árabes, ou porque a doadora mudasse de parecer.

O certo é que em 1219 era Senhorio da Vila, Afonso Pires de Arganil, o mesmo que trouxe as Relíquias dos Mártires de Marrocos para a Igreja de Santa Cruz, de Coimbra.[21][nota 4][nota 5] Reinava D. Afonso IV (o Bravo), quando por transacção com D. Senhorinha neta de Afonso Pires, e os administradores da fazenda régia, Arganil entrou no número das vilas de senhorio da coroa, sendo dada pelo mesmo soberano, no ano de 1392, em dote a sua neta infanta D. Maria, filha de D. Pedro I e de sua primeira mulher, a Infanta D. Constança, quando aquela foi casar com D. Fernando de Aragão.[nota 6] Falecendo esta Princesa sem sucessão, reverteu outra vez para a corôa, e foi doada em 1423 por D. João I a Martim Vasques da Cunha, que a trocou à Sé de Coimbra pela vila de e couto de Belmonte e seu termo, e pelo couto de S. Romão, vindo por esta forma a tornar-se propriedade da mitra conimbricence.

Possui foral novo que lhe foi dado em Lisboa, por El-Rei D. Manuel, a 12 de Setembro de 1514.[22][23] As gentes de Pombeiro e Celavisa pagavam antigamente a Arganil certo fôro, mas se compravam aqui qualquer propriedade eram isentas de sisa. Aos Bispos de Coimbra competia pôr ali ouvidores, que conheciam das apelações de vinte e duas vilas, coutos do bispo-conde, que tinham também o direito de nomear o Juiz Ordinário, três Vereadores, um Procurador de Concelho, Escrivão de Camara, Juiz dos Órfãos, etc.

Em Arganil houve um Convento de Crúsios, fundado por D. Vermudo Paes e sua mulher D. Elvira Draiz, por doação de 13 de junho de 1086, e um século depois, estando muito arruinado, foram os frades mudados para o da Mata de Folques, Convento que D. Sancho I veio a contar em 1204.[24][nota 7] Aos priores deste mosteiro deu D. Afonso V, ao fazer condes de Arganil os bispos de Coimbra, o título de “Condes da vila de Alvares e senhores da vila de Fajão”. O Convento conservou os Senhorios destas duas Vilas até 1834, tendo nelas jurisdições, pondo alcaides, recebendo Jugadas, etc., etc. Um dos privilégios que gozavam os Priores de Folques era o de receberem da Câmara de Alvares um tanto dinheiro para o jantar, todas as vezes que ali comparecessem. Este Convento (depois de tornado comendatário, sendo o último usufruidor, Luis Carneiro em tempo de D. Sebastião) foi incorporado em 1595 nos apanágios da Sé de Coimbra.[nota 8][25]

A aldeia de xisto de Piódão

Um dos concelhos do reino que mais sofreu com a Invasão Francesa, foi o de Arganil. De uma lista oficial, publicada depois da expulsão das hostes de Junot e Masséna, se vê que só nesta vila e seu termo roubaram, nos meses de Fevereiro e Março de 1811, 5 769$240 réis em dinheiro; 9 874$000 réis em diferentes objectos de ouro e prata; roupas de seda, lã e linho, na importância de 18 633$800 réis; vasos de prata, turíbulos, castiçais, cruzes e alfaias, só da Igreja de Arganil, na importância de 13 944$000 réis; as pratas das Secarias, no valor de 2 400$000 réis; de trigo, centeio, cevada, feijão e milho, que estragaram, 30 607 alqueires; azeite e aguardente, vinagre e vinho, 3 523 almudes e 1 398 alqueires; de carne de porco e banha, 584 arrobas; 314 cabeças de gado grosso; 10 642 de gado miúdo; 7 cavalos e 4 éguas; 191 porcos; 2 254 galinhas; 612 colmeias e 53 alqueires de mel. Destruiram e cortaram 3 302 oliveiras, 422 castanheiros, 1 478 carros de pinheiros; incendiaram um templo e 13 casas particulares; mataram 3 eclesiásticos, 23 seculares e 7 mulheres; ultrajaram e aprisionaram 96.[26]

Os bispos de Coimbra possuíam na vila um bom palácio com uma capela de três naves, fundado no século XIV, por D. Fernando Rodrigues Redondo e sua mulher D. Senhorinha Afonso. Gozavam do título de Condes de Arganil os Bispos de Coimbra, por mercê d’El-Rei D. Afonso V, passada em 1472 a favor do Bispo D. João Galvão e de seus sucessores no bispado.

Uma época remota houve que as lides da guerra não repugnava a dignidade de sacerdote. Muitos prelados e outros eclesiásticos, movidos pelos nobres sentimentos da independência da pátria, juntavam ao carácter sacerdotal o de guerreiros intrépidos. Conserva-nos a história alevantados exemplos de muitos que, sobrepondo as vestes sacerdotais a armadura de cavaleiro, empunhando numa das mãos a cruz e na outra a lança, se arrojavam com audaciosa intrepidez no campo de batalhas, batendo-se pela fé e pela pátria. Briosa lição para os inimigos deste cobiçado Jardim da Europa e da nossa jovem República. Sucedia então com os eclesiásticos o mesmo que com as Igrejas. Quem atentar bem nos poucos edifícios religiosos que ainda nos restam da Idade Média, notará que o seu aspecto é meio guerreiro e meio eclesiástico, e que as paredes exteriores apresentam a forma de fortaleza, erguendo-se por entre as ameias a Cruz. Ao folhearmos as páginas da História Pátria, frequentes vezes se nos deparam brilhantes feitos de armas praticados por eclesiásticos nos campos da batalha. O arcebispo de Braga, D. Estêvão Soares da Silva, acompanhou D. Sancho II e prestou-lhe relevantes serviços nas suas conquistas e nos combates que este notável Monarca sustentou contra os mouros, e distinguiu-se principalmente na conquista de Elvas. No ano de 1336, invadindo os Castelhanos o norte de Portugal, ligam-se o arcebispo de Braga D. Gonçalo, o bispo do Porto e o mestre da ordem de Cristo, organizam corpos de tropas, saem ao encontro do inimigo, e com tanto esforço o combatem, que ele se vê forçado a fugir, com grande perda de gente e bagagem.[27] Na memorável batalha do Salado, no dia 28 de Outubro de 1340, obra prodígios de valor o arcebispo D. Gonçalo, combatendo ao lado d’El-Rei D. Afonso IV. O arcebispo de Braga, D. Lourenço, em 1385 pelejou com o maior denodo na gloriosa batalha de Aljubarrota; e a tal ponto se expôs, penetrando nas hostes inimigas, que recebeu no rosto uma formidável cutilada, cuja cicatriz ainda hoje se divisa na sua múmia conservada na Sé de Braga. E refere a história que este valioso prelado se desafrontara em continente, prostrando a seus pés, sem vida, o castelhano que descarregara a cutilada. No dia 28 de Agosto de 1437 aportou em Ceuta dirigindo-se á conquista de Tanger, uma armada em que ia o bispo de ÉvoraD. Alvaro d’Abreu, igualmente avesado a empunhar a lança, que tão bem escrevia nos seus pergaminhos teólogos com a pena de letrado, como a peito descoberto combatia com a espada nas batalhas. Na funestíssima batalha de Alcácer-Kibir, tomou parte e lá morreu, o bispo de Coimbra, D. Manuel de Meneses, que, com a lança, mostrou que ainda nas armas fez vantagem ás letras. Da mesma forma heróica acabou Aires da Silva, bispo do Porto. Finalmente, deixando muitos outros exemplos, o bispo de Coimbra, D. João Galvão, acompanhou El-Rei D. Afonso V na jornada de África de 1471, e não só lhe prestou grandes auxílios de fazenda, como o ajudou pessoalmente na conquista de Arzila e Tânger; e nesta ocasião – para nos servirmos das próprias expressões do autor da “Évora Gloriosa” – o bispo se mostrou tão pontífice como soldado.[28] Em paga de tais serviços, foi que El-Rei lhe deu, para ele e seus sucessores, o título de Conde de Arganil, título até ao dia de hoje usado pelos bispos desta diocese, que também já se assignaram, além daquele título, “Senhores de Côja e alcaides-móres de Avô”.[29]

Os castelos de Côja e Arganil foram doados á Sé de Coimbra pela Rainha D. Teresa e Conde D. Henrique, como consta do Livro Preto.[nota 9] Pelos tempos adiante, não sabemos a que título passou Arganil a outro senhorio, mas posteriormente voltou para o poder do bispo e cabido de Coimbra, pois que, segundo se vê do “Elucidario”, de Viterbo, no ano de 1394 confirmou El-Rei D. João I a permutação que o bispo e o cabido haviam feito com Martim Vasques da Cunha, dando aqueles os lugares de Belmonte e couto de S. Romão, e este a vila de Arganil e seus termos. Acrescenta o mesmo autor, “que naqueles lugares tinham uns e outros meio e misto imperio, padroados e direitos de padroado, frutos e proveitos, rendas e outros direitos”.[30] A preeminência de conde, inerente á sua dignidade, tem obrigado os bispos de Coimbra a apresentarem-se em ocasiões solenes com o fausto e ostentação próprias de grandes senhores.

…Mas a história, também dá lições, fez o 5 de outubro de 1910, em que o Exército, Marinha e Povo, fez mais um esforço heróico, em que provou que a terra portuguesa devia ser livre. Oxalá que muitos, que não conhecem esta linda terra de Portugal e os seus filhos da Comarca, se convençam que p’rá frente é que é o caminho. E Arganil, que é bastante rica, há-de ter ocasião própria, a sua prosperidade que teve na Idade Média.

Frei Luis de Sousa, enumerando os prelados portugueses que assistiram ao Concílio de Trento, diz do bispo de Coimbra: “Um D. João Soares, que com o título de Bispo de Coimbra, tinha também o de Conde de Arganil senhor da vila de Côja, por estes se houve obrigado a aparecer no Concilio com fausto de principe secular, o qual representou com esplendor e magnificência notável. E por isso se visse que fora isto força de estado, mais que de ânimo, passada a ocasião do Concílio se pôs a caminho a visitar os lugares santos de Jerusalém, recompensando com moderação de peregrino voluntário as superfluidades de senhor forçado”.[31] El-Rei D. Afonso V, declarando pela sua lei de 1480 a maneira e modo por que os privilegiados haviam de pagar as Jugadas das terras que lavrassem e não fossem suas, expressamente diz “que o primeiro Rei deste reino de gloriosa lembrança, por um especial título reservou as Jugadas para si e seus sucessores”. Pagava-se este tributo de cada junta de bois com que a terra jugadeira se lavrasse um moio de trigo ou milho. Também se chamava jugada ao tributo que pagavam certas terras de pão que nelas semeavam, e esse imposto era lançado por convenção dos colonos e direto senhorio. Todas as Jugadas variavam segundo as diferentes terras em que se pagavam. Havia jugadas de pão, vinho e linho, de que fala a Ordem, Liv. 11, tit.33. Na Jurisprudência antiga eram muito vulgares os termos Baraço e Cutelo, que correspondiam a Soga e Cochilo em Espanhol. Chamavam, pois, senhor de Baraço e Cutelo, ao que tinha em algum território todo o meio e misto Império ou todo o alto e baixo Imperio. O meio ou alto Imperio era o poder ou jurisdição, alto e supremo, para obrar tudo o que fosse benefício do povo e em particular interesse do imperante, especialmente do criminal, em que decidia sobre a vida ou membros dos vassalos, desterro ou confiscação de todos os bens; e por isso, se chamava senhor de Cutelo. Verdade é que não podia exorbitar das leis uma vez estabelecidas na sua Comarca ou respectivo território. O império Misto ou baixo, a que também chamavam jurisdição média, era um poder que se estendia a pena de sangue, e que ordinariamente versava tão somente nas causas cíveis. O magistrado recebia alguns emolumentos por ministrar justiça ás partes. Estes dois Impérios ou Poderes são os que hoje chamamos Cível e Criminal. O primeiro entendido pelo Baraço, estendia-se á prisão e sequestro das temporidades até condigna satisfação dos credores ou queixosos; o segundo, representado no Cutelo, estendia-se á mesma morte, natural ou civil. Porém o tempo e a civilização mostraram aos nossos Soberanos que o direito da vida e da morte se não devia alienar da corôa, sendo a Saúde e Indemnidade do Povo a Lei Suprema. E por isso foram cortando estas jurisdições, reduzindo-as a mais estreitos limites, até que caducaram completamente.[30][32][33][34]

Arganil foi Priorado do Padroado Real e Comenda da Ordem de Cristo e Colegiada, passando mais tarde a Reitoria. O pároco foi vigário da apresentação real.[35][36][37]

A Capela de Nossa Senhora do Mont'alto seria construida, estando datada do ano de 1521. Segundo dizia o Padre António Maria Rodrigues, natural de Arganil, nascido aos 03 de Abril de 1842: "não se pode precisar a época da sua fundação", mas que terá sido alvo de reedificação já existindo anteriormente a 1521.[38][39]

A Santa Casa da Misericórdia de Arganil, existindo já antes como Confraria de Nossa Senhora da Conceição, sita na Colegiada de S. Gens da Vila, foi legitimada por provisão Régia aos 06 de Junho de 1647, em reinado de D. João IV. "A primeira eleição de oficiais que se fez na dita casa para nela servirem foi no ano de 1651".[40] Desde sempre com dedicação e ao serviço dos necessitados e população Arganilense.[41]

Em 1758, na vila não constava Hospital algum, tendo 172 vizinhos, contando quatrocentas e oito pessoas.[42] Composta por cinco Freguesias com a da Vila, e quatorze lugares: Nogueira, Lomba da Nogueira, Casal, Rochel, Vale da Nogueira, Salão, Sarcina, Cadavais, Maladão, Liboreiro, Aveleira, Pereiro, Torroselas, Balbona, Casal de S. Pedro, Casal do Barco, Casal da Perdiz.[37] Diz ainda o Padre Manoel da Costa Lemos Tunes no seu Dicionário Geográfico, aos 22 de Abril de 1758: Sempre foi tradição, fora no sítio de São Pedro, em toda a sua planície que é grande, a cidade de Argos, e por algumas partes desta planície se tem achado sepulturas de pedra e outras coisas! Esta planície fica junto ás margens do Rio Alva, sítio muito acomodado para ser cidade, e por esta tradição se tem, se derivou da cidade de Argos esta Vila de Arganil! [43]

A Vila de Arganil, onde até então existia um Ouvidor eleito, foi elevada a Comarca pela Rainha D. Maria I, no Palácio de Nossa Senhora da Ajuda, aos 7 de Janeiro de 1792. O Alvará seria publicado e registado na Chancelaria Mor da Corte aos 10 de Março de 1792.[44]

Entre 15 e 28 de Agosto de 1810, Arganil interveio com a sua Milícia, sob o comando do Coronel William Cox, na defesa da Terceira invasão francesa de Portugal por Masséna. O Coronel Britânico William Cox, ostentava o posto de Brigadeiro Lusitano, assistido por outros 5 oficiais Britânicos. As suas tropas eram compostas pelo 24º Regimento de Infantaria (R.I. 24 de Bragança) da linha Portuguesa e pelas Milícias de Arganil, Trancoso e Viseu, que somavam um total de 4000 infantes, com o 11º esquadrão de cavalaria e 400 artilheiros. Defrontaram as tropas francesas no Cerco de Almeida. Os acontecimentos dos dias 27 e 28 de Agosto viriam a ser extremamente duros para o Exército Anglo-Luso, sob o comando do General Wellington. Devido a uma enorme explosão em que parte de Almeida literalmente desapareceu numa cratera, o Coronel William Cox sofreu a perda de 500 homens e artilharia sem os quais não seria possível resistir aos ataques de Masséna. As restantes tropas de Wellington haviam recuado na defesa de outras regiões e asseguravam outros pontos estratégicos, ainda decorrentes do anterior Combate do Côa. O Coronel Cox, isolado, com as tropas desmoralizadas, sem mantimentos e munições para mais do que 1-2 dias de resistência, ver-se-ia obrigado à rendição. A vitória de Wellington e do Exército Anglo-Luso ocorreriam nas sequentes Batalha do Buçaco , Combate de Redinha e Combate do Sabugal, infligindo grandes perdas no exército de Mássena, que iniciou a retirada a 3 de Abril de 1811.[45][46]

Uma das escolas Conde Ferreira seria construída em 1867, localizando-se junto ao "Paço do Bispo de Coimbra e Conde de Arganil", mais tarde denominado terreno do "Paço Grande".[47]

Aos 07 de Junho de 1870 e por testamento, a Senhora Condessa das Canas - D. Maria Isabel de Melo Freire de Bulhões - determinou que a sua casa Nobre, e propriedades, se transformassem em Hospital para os pobres da sua terra natal. Apelidada de "Mãe dos Pobres", encontra-se homenageada em Monumento no Jardim do Hospital.[48]

Em 1 de Janeiro de 1901, seria publicado o primeiro número de A Comarca de Arganil sob a égide do Brasão de Armas de Arganil que contemplava uma Amoreira[49], símbolo que se explicará nas pragmáticas de 25 de janeiro de 1677 e de 1686, na fomentação das lãs e sedas em tempo de D. Pedro II. Encimando, a Vieira ou Concha de Santiago.[50][51][52] Por decreto oficial datado de 18 de Maio de 1934, passou a constar o Brasão de Armas: de prata com um pinheiro de sua cor, saínte de um terrado de verde realçado de negro, acompanhado por dois crescentes de vermelho.[53] Coroa mural de prata de quatro torres. Bandeira verde tendo por baixo das armas um listel branco com os dizeres a negro "Câmara Municipal de Arganil". Cordões e borlas de prata e de verde. Haste e Lança de ouro.Selo Circular, tendo ao centro os emblemas que compõem as armas, sem indicação dos esmaltes. Em volta, dentro dos círculos concêntricos, os dizeres "Câmara Municipal de Arganil".[54][55] Um jornal que perdurou ao longo dos tempos noticiando 3 concelhos, de proximidade, comunidade, participando no seu desenvolvimento e engrandecimento, pela Instrução! [56]

O município de Arganil foi bastante sacrificado na 1ª Guerra Mundial, num total de 260 Arganilenses mobilizados para o teatro de guerra.[57] Em sessão da Comissão Administrativa do Concelho, foi Relembrada a Batalha de La Lys onde estiveram soldados Arganilenses, aos 9 de Abril de 1919.[58] Em memória destes combatentes Jaime Cortesão, que se alistou para auxiliar na Frente da guerra ao nível da Medicina, adido do Regimento Infantaria 23 de Coimbra escreveria:Eu os vejo, como o Pintor os viu, o tronco envolto na samarra, e as pernas nos safões, hirsutos e felpudos, como os Lusitanos bárbaros de outrora. Descem do seu calvário, patujando, a fundo, com as suas toscas botifarras dentro da neve e da lama, nos trilhos aspérrimos das trincheiras. Vergam ao peso das armas, da mochila, do capote, do capacete, da máscara, e mais ainda da miséria, da doença, do cansaço e do abandono a que os lançaram: Vergam ao peso da mais espantosa dor que algum acarretou. São enormes: cresceram na proporção das dores sofridas; enchem a vida com as suas figuras. Alguns trazem ainda nos olhos o clarão dos horizontes sem fim onde se ergueram. Doutros o olhar nada em desdém e orgulho.Não suponham que estiveram durante dois ou três anos na guerra, sofrendo, sangrando, matando e morrendo, para continuarem a ser os soldados risonhos. Os que voltaram são uma força que foram espantosamente activa e fecunda. São braços que aprenderam a manejar de mil maneiras a foice da Morte. São almas que mergulharam no abismo do sofrimento e da miséria até ao fundo. Tiveram as mais tremendas revelações. Esses poucos são uma legião de gigantes. Não vale a pena esquecê-los e desprezá-los. Contem com eles![59]

Arganil tem História diversa, como a História não poderia deixar de ser. Raízes de uma Vila muito antiga, e não faltando à expressão do autor Pinho Leal - Esta Vila é Antiquíssima -, que se embrenha escrita e descrita na História deste nosso Portugal.[5] Dos tempos de conquistas, descobrimentos, criação de infraestruturas... da religião, mosteiros e Santos de que se compunham o nome das Terras.[60] E é interessante na região, a predominância de São Pedro, a pedra basilar de um bem maior. Da geografia, geologia, no centro de um País que se expandiu e nos legou a própria História. Das gentes que fizeram parte dessa História construindo, fazendo, entre ajudando com solidariedade, e da nobreza de tais actos.
De grandes escritores como Miguel Torga. De legados aos pobres como pela Condessa das Canas, apelidada de "Mãe dos Pobres", aos médicos de profissão que honravam a medicina com actos altruístas e que eram apelidados de "Pai dos Pobres" - Fernando Valle. Apelidos de honra e valor humanitários dos que aqui ficam descritos, e muitos mais que aqui não são lembrados, de uma População e Personalidades que na sua bondade, actos nobres e humanitários, são característica raiz desta terra chamada Arganil.

Pertence ao bispado e distrito administrativo de Coimbra. Arganilense é o nome atribuído aos habitantes de Arganil e tem como feriado municipal o 7 de Setembro, festa de Nossa Senhora do Mont'Alto. O seu santo padroeiro é São Gens.

História Contemporânea

População

Número de habitantes[61]
186418781890190019111920193019401950196019701981199120012011
18 80620 66221 44921 23222 00421 41718 34322 00221 73619 23715 74715 50713 92613 62312 145

(Obs.: Número de habitantes "residentes", ou seja, que tinham a residência oficial neste município à data em que os censos se realizaram.)

Número de habitantes por Grupo Etário[62]
190019111920193019401950196019701981199120012011
0-14 Anos6 9507 2126 8376 5496 1155 8415 1393 9353 1882 4521 8861 350
15-24 Anos3 5223 4683 3563 4653 4833 3482 8352 0252 2371 6771 6591 172
25-64 Anos8 6258 7548 8828 6768 9519 2748 5737 2306 9706 4426 5295 991
= ou > 65 Anos1 4131 6481 7671 9642 0462 3742 6902 7403 1123 3553 5493 632
> Id. desconh669563720

(Obs: De 1900 a 1950 os dados referem-se à população "de facto", ou seja, que estava presente no município à data em que os censos se realizaram. Daí que se registem algumas diferenças relativamente à designada população residente)

Política

Eleições autárquicas

Data%V%V%V%V%V%V
PPD/PSDPSCDS-PPAPU/CDUADIND
197642,23438,7139,02-3,12-
1979AD29,742AD4,21-61,815
198228,6824,20-61,815
198553,68439,1232,62-
198939,52355,7941,37-
199348,06444,8332,47-0,95-
199733,96246,50413,5210,96-
200141,28347,0942,77-3,40-
200555,77436,2030,87-3,40-
200958,50517,9212,52-17,711
201356,61529,7825,81-
201747,71443,1634,27-

Eleições legislativas

Data%
PSDPSCDSPCPUDPADAPU/

CDU

FRSPRDPSNB.E.PANPàFLILCH
197633,5331,7717,092,080,60
1979AD29,20ADAPU0,3758,234,23
1980FRS0,4061,144,2726,44
198342,6435,4211,470,593,85
198540,4926,237,840,563,3414,57
198760,3524,344,59CDU0,191,872,22
199165,3524,862,641,120,401,04
199548,0941,045,040,601,250,32
199945,1643,764,721,840,80
200249,8837,395,801,731,15
200543,7241,995,181,932,60
200940,7538,416,572,885,39
201147,9730,406,863,202,770,79
2015PàF33,75PàF3,286,540,5346,640,53
201931,0142,632,702,987,712,390,660,560,49

Freguesias

Freguesias do município de Arganil.

O município de Arganil está dividido em 14 freguesias:

Património

Equipamentos

  • Biblioteca Municipal Miguel Torga
  • Teatro Alves Coelho
  • Cerâmica Arganilense - Espaço Multiusos, Piscina, Auditório.
  • Museu Regional de Arqueologia e Etnografia de Arganil

Turismo

Geminações

O município de Arganil é geminado com as seguintes cidades:[65]

Notas

  1.  Alguns autores referem Aussasia, outros referem Aufragia. Brás Garcia de Mascarenhas no seu Viriato Trágico (en:Viriato Trágico (poem)) evidencia um local chamado Aufragia que se referirá a Arganil. O livro do Padre Diogo do Rosário é aqui referenciado por conter a História de Santa Quitéria, sendo a referencia ao local Aufragia algo vaga. A mais antiga referência a Santa Quitéria e Aufragia, entre tantos autores, será o de Jorge Cardoso em meados do Século XVII. Santa Quitéria é uma Santa venerada em Felgueiras e em Pombeiro da Beira(Arganil), sendo o Santuário(Felgueiras) e Capela(Pombeiro da Beira) datados do séc.XVII.- Garcia de Mascarenhas,1816,pag=120 - Rosário, 1870, pag327 - Cardoso, 1665, pagina 369
    À cidade de Argos, os mouros "ter-lhe-ão chamado Arganil". - Carvalho da Costa, 1708, pag45 – Faria e Sousa, 1677, pag32-
  2.  Decorria o ano de 1160 da era de César que corresponde ao ano de 1122 da era de Cristo. A data de fundação da Monarquia Portuguesa é de 1143 da era de Cristo, sendo a doação portanto,anterior à mesma fundação.Existe a referência a uma anterior doação da Vila ao Conde D. Fernando. - Carvalho da Costa, 1708, pag. 45 – Brandão, 3ª parte, 1632, pag.158folha71
  3.  O autor referir-se-à ao primeiro documento conhecido, constante do " Arquivo Real". Porém encontra-se no Livro Preto da Sé de Coimbra -folha 255- datado de 25 de Dezembro de 1114, um documento de relevante importância, na posse da "Mitra e Cabido Conimbricense".(– NunesFranklyn, 1816, página 67 -) Tal como se pode ler no Arquivo Nacional da Torre do Tombo "As primeiras cartas de foral, eram, fundamentalmente, contratos agrários com o objectivo de povoamento, pelo que muitos forais se encontram na base da formação de núcleos populacionais autónomos. As cartas de foral eram concedidas pelo Rei ou por um senhor, laico ou eclesiástico, a uma terra, estabelecendo as normas a seguir pelos habitantes entre si e em relação à entidade outorgante. Trata-se, na realidade, de uma carta de privilégio, e não existem grandes diferenças entre as concedidas pelo rei e as outorgadas pelos senhores, particulares ou eclesiásticos".(Arquivo Nacional da Torre do Tombo, ref. PT/TT/FRS, Colecção de Forais)
  4.  Os fidalgos tomavam os apelidos das mesmas terras de que eram Senhores. -Carvalho da Costa, 1708, pag46 – “Nobiliarquia Portuguesa - fol.18” -
  5.  No ano de 1220, o Cavaleiro Afonso Pires de Arganil trouxe as cinco Relíquias dos Santos Mártires de Marrocos (Missionários Franciscanos), deZamora ao Mosteiro de Santa Cruz de Coimbra, por ordem do Infante D. Pedro Sanches de Portugal. Assistiu à chegada, Fernando Martins de Bulhões, o futuro Santo António de Lisboa. Os eventos ocorridos tornar-se-íam a "Lenda dos Santos Mártires", baseada em factos relatados com um misticismo próprio ao tempo em que ocorreram. - w:pt:Mosteiro de Santa Cruz - Conde D. Pedro, "Nobiliário", tít. 36 – Lavanha, 1640, pag. 195 – Brandão, "Monarquia Lusitana" 4ªparte , 1632, pag. 79folha33, 217folha102 e seg.
  6.  D. Senhorinha Afonso foi casada com D. Fernando Rodrigues Redondo, o qual fez os Paços do Concelho, a Capela de S. Pedro de Arganil constituida por três naves (inicialmente para nela fazer jazigo para si e sua mulher), e deixou á sua esposa e aos dois fidalgos Fernão Lopes e Francisco Nunes, testamento, para que se construisse a Igreja de Arganil. Na Igreja de S. Pedro, constava em um dos lados, a Estátua de S. Nicolau, e no outro São Martinho.(Arquivo Nacional da Torre do Tombo, Memórias Paroquiais 1722/1832,Dicionário geográfico de Portugal, Tomo 4, A 4, 72 Arganil 1758/1758,m0236) Não faltando à vontade do defunto marido D. Fernando Rodrigues Redondo, a Igreja de Arganil foi construida. Encontram-se sepultados na Capela de S. Pedro anexa à Igreja de São Nicolau em Santarém
    D. Senhorinha Afonso era irmã de João, Lourenço, Payo, D. Velasquida, D. Inês Pires (c.c. Martim Afonso de Melo) e de D. Constança Pires casada segunda vez com Fernão Gonçalves da Cunha. Filhos de D. Pedro Afonso de Arganil de Zamora e de D. Estevainha Pais de Valadares.
    Este D. Pedro Afonso tinha como irmãs D. Maria Afonso e D. Marinha Afonso (casada com D. João de Aboim), filhos de Afonso Pires de Arganil e D. Velasquida de Zamora.
    D Fernando Rodrigues Redondo era irmão de Rodrigo Anes Redondo, o qual residia em Santarém, onde D. Senhorinha Afonso se encontra viúva em 1333. Em 1371 conseguiu a doação por El Rei D. Afonso IV da Igreja de São Nicolau em Santarém, que trocou por direitos, rendas e padroado da Igreja de Arganil.
    D. Fernando Rodrigues Redondo e Rodrigo Anes Redondo eram netos de "PedreAnes" Redondo.
    O Padre António Carvalho da Costa, adverte, que o Conde D. Pedro no seu "Nobiliário" tit.40, se terá equivocado ao chamar D. "Marinha" á D. Senhorinha Afonso casada com D. Fernando Rodrigues Redondo. Equivocado, talvez por D. Marinha ser sua tia, a qual fora casada com D. João de Aboim. - Carvalho da Costa, 1708, pag46 e 47. - "Nobiliário" tit.36 - Lavanha, 1640, pag. 195 -
  7.  "Existem referências ao Mosteiro de São Pedro de Arganil desde 1086, data do testamento de Vermudo Pelágio e de Elvira Draíz, sua mulher, que deixaram ao prior de Arganil, D. Goldrofe, e aos seus clérigos religiosos, umas herdades no lugar de Folques. A existência da igreja está documentada para 1155. Entre 1160 e 1164, tornou-se crúzio. Cerca de 1190, o Mosteiro foi transferido para a mata de Folques mas a designação de São Pedro de Arganil permaneceu pelo menos até ao séc. XIV". Em 1708, o autor Carvalho da Costa refere o Mosteiro com designação “…Colégio novo dos Cónegos Regrantes de Santo Agostinho..."e que "…junto deste lugar que dista uma légoa de Arganil, passa uma ribeira onde há minas de oiro, e já em algumas ocasiões se tirou muito por ordem d'El Rey."- Arquivo Digital da Torre do Tombo, Digitarq ref.PT/TT/MSPF – Carvalho da Costa, 1708, pag49.
    São Goldrofe seria alvo de Processo de Beatificação e Canonização, em 1758-1791, e os seus feitos em vida, obras e milagres, podem ser lidos no livro "Chronica de Ordem de Conegos Regrantes do Patriarcha S. Agostino 2º vol. - SMaria,Padre D. Nicolao,1668, pag.159-161 - Digitarq ref.PT/TT/MSPF/L002 -
  8.  Luís Carneiro era capitão e governador da Ilha do Príncipe. Aos 08 de Abril de 1566, "por Sentença a favor da coroa" largou a posse do mosteiro de São Pedro de Folques. - Arquivo Nacional Torre do Tombo PT/TT/GAV/10/11/23 -
  9.  "Liber inventarius cartarum sive testamentorum", mas é conhecido por "Livro Preto" da Sé de Coimbra: Importante códice medieval que inclui uma série de diplomas que narram um conjunto de acontecimentos que tiveram lugar na região de Coimbra e no centro de Portugal, para além dos territórios dependentes daquela cidade. - Referência Digitarq PT/TT/CSC/L06 -

Referências

  1.  Instituto Geográfico Português (2013). «Áreas das freguesias, municípios e distritos/ilhas da CAOP 2013»Carta Administrativa Oficial de Portugal (CAOP), versão 2013. Direção-Geral do Território. Consultado em 28 de novembro de 2013. Arquivado do original (XLS-ZIP) em 9 de dezembro de 2013
  2.  INE (2012). Censos 2011 Resultados Definitivos – Região Centro. Lisboa: Instituto Nacional de Estatística. p. 101. ISBN 978-989-25-0184-0ISSN 0872-6493. Consultado em 27 de julho de 2013
  3.  INE (2012). «Quadros de apuramento por freguesia» (XLSX-ZIP)Censos 2011 (resultados definitivos). Tabelas anexas à publicação oficial; informação no separador "Q101_CENTRO". Instituto Nacional de Estatística. Consultado em 27 de julho de 2013
  4.  Lei n.º 11-A/2013, de 28 de janeiro: Reorganização administrativa do território das freguesias. Anexo I. Diário da República, 1.ª Série, n.º 19, Suplemento, de 28/01/2013.
  5. ↑ Ir para:a b Pinho Leal 1873, p. 238-o.
  6.  Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira. Lisboa: Rio de Janeiro: Editorial Enciclopédia, [19-]. Vol.III. P. 186-187
  7.  Bispo de Coimbra - D. Gonçalo Pais (1109 - †1127)
  8.  BARROS, Patrícia Cláudia Nascimento de Sousa – Uma visão de Arganil através dos seus forais. Arganil: Câmara Municipal, 1998. P. 29
  9.  A.N.T.T. - Cabido da Sé de Coimbra 0906/1646, Livro Preto da Sé de Coimbra,m0514 -Folha255 e verso-
  10.  A.N.T.T. - Cabido da Sé de Coimbra 0906/1646, Livro Preto da Sé de Coimbra,m0581 índice
  11.  BARROS, Patrícia Cláudia Nascimento de Sousa – Uma visão de Arganil através dos seus forais. Arganil: Câmara Municipal, 1998. p. 22
  12.  Academia das Ciências, de Lisboa (1967). Portugaliae monumenta historica, Volume 2. [S.l.]: Kraus Repr. p. 403
  13.  Academia das Ciências, de Lisboa (1856). Portugaliae monumenta historica a saeculo octavo post Christum usque ad quintumdecimum. [S.l.]: Academia das Ciências de Lisboa. p. 403
  14.  Academia das Ciências, de Lisboa (1856). Portugaliae monumenta historica a saeculo octavo post Christum usque ad quintumdecimum - Volumen I. [S.l.]: Academia das Ciências de Lisboa. p. 229
  15.  Arquivo Nacional da Torre do Tombo, Memórias Paroquiais 1722/1832,Dicionário geográfico de Portugal, Tomo 4, A 4, 72 Arganil 1758/1758-m0236
  16. ↑ Ir para:a b Carvalho da Costa 1708, p. 45.
  17.  Garcia de Mascarenhas 1816, p. 120.
  18.  Rosário 1870, p. 327.
  19.  Cardoso 1665, p. 369.
  20.  Faria e Sousa 1677, p. 32.
  21.  Ribadaneira, M.Rev.Pe. Pedro de (1674). Flos Sanctorum. Historia das vidas e obras insignes dos Santos. [S.l.]: Lisboa, António Craesbeeck de Mello, Impressor de Sua Alteza. p. 180
  22.  Digitarq - Arq. Dig. Torre do Tombo - Minutas para os Forais - Ref.PT/TT/CC/1/1/000002
  23.  Digitarq - Arq. Dig. Torre do Tombo - Foral de Arganil 1514-09-12/1516-09-14 - Ref: PT/TT/FRS/08
  24.  Testamento de Elvira Draiz - Arquivo Nacional Torre do Tombo ref:PT/TT/MSPF/M001/09
  25.  Pinho Leal 1873, p. 238 n-o.
  26.  Soares 1870, p. 291.
  27.  Guerra entre Portugal e Castela-1336 a 1339
  28.  Fonseca 1728, p. 323.
  29.  Coimbra 1874, pp. 17-23.
  30. ↑ Ir para:a b Viterbo 1798, p. 342.
  31.  Cacegas 1619, p. 171.
  32.  Artigo publicado em 1890 - Archivo Historico de Portugal : narrativa da fundação das cidades e villas do reino, seus brazões d'armas, etc. - 1ª Série - n.º 31. [S.l.]: Typ. Lealdade-Rua do Terreirinho, 17, 1º. 1890
  33.  em 1912 por J. Costa Neves: Jornal "A Comarca de Arganil" - 11 de Abril de 1912 – n.º575 – Pag.02
  34.  Cont.:Jornal "A Comarca de Arganil" - 18 de Abril de 1912 – n.º576 – Pag.02
  35.  Archeevo AUC - Arquivo Paroquial de Arganil - Código de Referência: PT/AUC/PAR/AGN02
  36.  Paiva, José Pedro (2015). Guia de Fundos do Arquivo da Universidade de Coimbra. [S.l.]: Imprensa da Universidade de Coimbra / Coimbra University Press - 755 páginas. p. 532
  37. ↑ Ir para:a b Cardoso 1747, pp. 555.
  38.  Silva, Innocencio Francisco da (1911). Dicionário Bibliografico Portugues, tomo XX (13º do suplemento), continuado e ampliado por Brito Aranha. [S.l.]: Imprensa Nacional. p. 253 e 254
  39.  Jornal "A Comarca de Arganil" - 11 de Maio de 1905 a 17 de Agosto de 1905 – n.os 220 a 234 - "A Senhora do Mont'Alto", Notas para uma monografia, pelo Padre António Maria Rodrigues – 3.as páginas
  40.  Arquivo Nacional da Torre do Tombo, Memórias Paroquiais 1722/1832,Dicionário geográfico de Portugal, Tomo 4, A 4, 72 Arganil 1758/1758, m0234
  41.  Jornal "A Comarca de Arganil" - 12 de Junho de 1980 – n.º8062 – 1ª página
  42.  Arquivo Nacional da Torre do Tombo, Memórias Paroquiais 1722/1832,Dicionário geográfico de Portugal, Tomo 4, A 4, 72 Arganil 1758/1758-m0229
  43.  Arquivo Nacional da Torre do Tombo, Memórias Paroquiais 1722/1832,Dicionário geográfico de Portugal, Tomo 4, A 4, 72 Arganil 1758/1758
  44.  Infantado 1800, p. 14.
  45.  López, Juan Priego (1981). Guerra de la Independencia: 1808-1814, Volume 4. [S.l.]: Madrid. p. 221
  46.  Oman, Sir Charles Chadwick (1908). A History of the Peninsular War, volume III. [S.l.]: Oxford - Canadian Libraries EBook #55231
  47.  Jornal "A Comarca de Arganil", 24 de Julho de 1919 n.º953
  48.  Jornal "A Comarca de Arganil" - 28 de Agosto de 1924 – n.º1213 – 1ª página
  49.  Cardoso 1747, pp. 558.
  50.  Vilhena Barbosa, Ignacio de (1860). As cidades e villas da monarchia portugueza que teem brasão d'armas Volume I. [S.l.]: Tipographia do Panorama. p. 42
  51.  Memorias de litteratura portugueza: publicadas pela Academia real das sciencias de Lisboa, Tomo II. [S.l.]: Academia das Ciências de Lisboa. 1792. p. 223
  52.  Lahmeyer Lobo, Eulália Maria (1963). Aspectos da influencia dos homens de negócio na política comercial ibero-americana: século XVII. [S.l.]: Universidade do Estado da Guanabara
  53.  Silva, Fábio; Campion, Nicholas (2015). Skyscapes: The Role and Importance of the Sky in Archaeology. [S.l.]: Oxbow Books. Consultado em 16 de Julho de 2018
  54.  Elucidário Nobiliárquico - Revista de Historia e de Arte -Louvada por Portaria do Ministério Público de 15 de Fev. 1929, e, Premiada com Medalha de Ouro na 11ª Exposição de Sintra em 29 de Agosto de 1929, editor e Director Afonso de Dornelas, Lisboa IIVolume, Junho de 1929, nºVI
  55.  Diário de Governo, Iª Série - n.º115 - Sexta-Feira, 18 de Maio de 1934
  56.  Jornal "A Comarca de Arganil", 01 de Janeiro de 1901 n.º1
  57.  Arquivo Histórico Militar https://arqhist.exercito.pt/ Código e referências:PT/AHM/DIV/1/35A/./../.....
  58.  Jornal "A Comarca de Arganil", Artigo: "Os dias 09 e 10 de Abril de 1918", 10 de Abril de 1919, n.º938 – 2ª página
  59.  Cortesão, Jaime (1919). Memórias da Grande Guerra (1916-1919)-3ª Edição. [S.l.]: Renascença Portuguesa. p. 238,239
  60.  Carvalho da Costa 1708, p. 49.
  61.  Instituto Nacional de Estatística (Recenseamentos Gerais da População) - https://www.ine.pt/xportal/xmain?xpid=INE&xpgid=ine_publicacoes
  62.  INE - http://censos.ine.pt/xportal/xmain?xpid=CENSOS&xpgid=censos_quadros
  63.  Jornal "A Comarca de Arganil", Artigo: "Um Santo natural de Arganil - Imagem de S. Goldrofe", 19 de Novembro de 1940, n.º2698 – 1ª página
  64.  Senna Martinez, J.C.; Dias Luz, A.M. (1983). «O Megalitismo da bacia do Alva: primeira contribuição para um modelo socioeconómico». O Arqueologo Português, série IV, I. Lisboa: Edição do Museu Nacional de Arqueologia e Etnologia. p. 103-118
  65.  http://www.anmp.pt/anmp/pro/mun1/gem101l0.php?cod_ent=M3300

Bibliografia

Ligações externas

Commons possui uma categoria com imagens e outros ficheiros sobre Arganil

DIA DA INDEPENDENCIA DO BRASIL - 7 DE SETEMBRO DE 2021

 

Dia da Independência (Brasil)

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Dia da Independência
Esquadrilha da fumaça 7 de setembro 2011.jpg
Apresentação da Esquadrilha da Fumaça nas comemorações em Brasília
Nome oficialDia da Independência
Outro(s) nome(s)Sete de Setembro
Dia da Independência
Dia da Pátria
Celebrado porBrasil
TipoHistórico/cultural
Data7 de setembro
FrequênciaAnual
Selo postal alusivo à semana da Pátria.

Dia da Independência (também chamado Dia da Independência do BrasilSete de setembro, e Dia da Pátria) é um feriado nacional do Brasil celebrado no dia 7 de setembro de cada ano. A data comemora a Declaração de Independência do Brasil do Império Português no dia 7 de setembro de 1822.

Origem

Ver artigo principal: Independência do Brasil

Em 1808, tropas francesas comandadas pelo imperador Napoleão Bonaparte invadiram Portugal como forma de retaliação ao país ibérico por sua recusa em participar do embargo comercial contra o Reino Unido. Fugindo da perseguição, a família real portuguesa transferiu a corte portuguesa de Lisboa para o Rio de Janeiro, então capital do Brasil Colônia. Em 1815, o príncipe regente D. João VI criou o Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves, elevando o Brasil à condição de reino subordinado a Portugal, aumentando as independências administrativas da colônia.

Em 1820, uma revolução política irrompeu em Portugal, forçando o retorno da família real. O herdeiro de D. João VI, o príncipe D. Pedro de Alcântara, permaneceu no Brasil.

Pernambuco foi a primeira província brasileira a se separar do Reino de Portugal. No dia 29 de agosto de 1821, teve início um movimento armado contra o governo do capitão general Luís do Rego Barreto — o algoz da Revolução Pernambucana —, culminando com a formação da Junta de Goiana, tornando-se vitorioso com a rendição das tropas portuguesas em capitulação assinada a 5 de outubro do mesmo ano, quando da Convenção do Beberibe, responsável pela expulsão dos exércitos portugueses do território pernambucano. O Movimento Constitucionalista de 1821 é considerado o primeiro episódio da Independência do Brasil.[1][2][3][4]

Também em 1821, a Assembleia Legislativa portuguesa determinou que o Brasil retornasse à sua condição anterior de subordinação, assim como o retorno imediato do príncipe herdeiro do trono português. Dom Pedro, influenciado pelo Senado da Câmara do Rio de Janeiro se recusou a retornar em 9 de janeiro de 1822, na data que ficaria conhecida como Dia do Fico.

Príncipe Pedro declarando a Independência do Brasil em 7 de setembro de 1822, conforme retratado na tela "Independência ou Morte" (1888) de Pedro Américo.

Em 2 de junho de 1822, Dom Pedro I convocou a primeira Assembleia Constituinte brasileira.[5] Em 1º de agosto, declarou inimigas as tropas portuguesas que desembarcassem no Brasil e, dias depois, assinou o Manifesto às Nações Amigas, justificando o rompimento das relações com a corte de Lisboa e garantindo a independência do país, como reino irmão de Portugal.[5]

Em 2 de setembro de 1822, um novo decreto com as exigências portuguesas chegou ao Rio de Janeiro, enquanto D. Pedro estava em viagem a São Paulo. Sua esposa, a princesa Maria Leopoldina, atuando como princesa regente, se encontrou com o Conselho de Ministros e decidiu enviar ao marido uma carta aconselhando-o a declarar a independência do Brasil. A carta chegou a D. Pedro no dia 7 de setembro. No mesmo dia, em cena famosa às margens do Riacho Ipiranga, ele declarou a independência do Brasil, pondo fim aos 322 anos do domínio colonial exercido por Portugal. De acordo com o pesquisador Laurentino Gomes, autor de livro sobre o evento, D. Pedro "não conseguiu esperar a chegada a São Paulo, onde poderia anunciar a decisão".[6] Gomes acrescenta que ele "era um homem temerário em suas decisões mas tinha o perfil do líder que o Brasil precisava na época, pois não havia tempo para se pensar".[6]

Um mês depois, em 12 de outubro de 1822, Dom Pedro foi aclamado imperador e, em 1º de dezembro, coroado pelo bispo do Rio de Janeiro, recebendo o título de Dom Pedro I.[5] As províncias da Bahia, do Maranhão e do Pará, que tinham juntas governantes de maioria portuguesa, só reconheceram a independência em 1823, depois de muitos conflitos entre a população local e os soldados portugueses.[5]

No início de 1823, houve eleições para a Assembleia Constituinte que elaboraria e aprovaria a Carta constitucional do Império do Brasil, mas, em virtude de divergências com dom Pedro, a Assembleia logo foi fechada.[5] A 1ª Constituição brasileira foi, então, elaborada pelo Conselho de Ministros e outorgada pelo imperador em 20 de março de 1824.[5] Com a Constituição em vigor, a separação entre a colônia e a metrópole foi finalmente concretizada.[5] Mesmo assim, a independência só é reconhecida por Portugal em 1825, com a assinatura do Tratado de Paz e Aliança entre Portugal e Brasil, por D. João VI.[5]

Legislação

  • O deputado federal, pela Liga Eleitoral Católica (LEC), Luís Cavalcante Sucupira, nascido em Fortaleza, Ceará, apresentou à Câmara dos Deputados, em setembro de 1934, o projeto lei que instituía o dia 7 de setembro o dia da pátria. Aprovado por unanimidade foi transformado no Decreto n° 7 de 20 de novembro de 1934.[7]
  • A lei federal número 662, publicada em 7 de abril de 1949, tornou o Dia da Independência um feriado nacional.[8][9]
  • A lei federal número 5 571, publicada em 26 de novembro de 1969, estabeleceu o protocolo para as comemorações do Dia da Independência.[10]

Comemorações

No Brasil

O Dia da Independência é marcado por desfiles patrióticos na maioria das cidades brasileiras[11]. O mais famoso deles ocorre em Brasília, na Esplanada dos Ministérios, com a presença do Presidente da República, que faz uma revista às tropas.[12][13]

Desfiles similares ocorrem em todas as capitais estaduais, com a presença dos respectivos governadores, e em várias outras cidades em todo o país.

No exterior

Em Nova York, nos Estados Unidos, o evento Brazilian Day ocorre todos os anos para celebrar o Dia da Independência do Brasil.[14] O ponto central do evento é um show que já contou com a participação de diversos artistas famosos, tais como Daniela MercuryIvete SangaloChitãozinho & XororóSkankSandy & JuniorCláudia Leitte e Banda Calypso. Em 2008, o evento reuniu cerca de um milhão e meio de espectadores, de acordo com estimativas da polícia local.[14]

Em 2015 a cantora Paula Fernandes foi a escolhida para o show de abertura do evento,[15] no ano de 2012 a cantora foi a principal atração na edição do evento em Lisboa.[16]

Rede Globo patrocina o evento e o transmite ao vivo para o Brasil e mais de 115 países através da Globo Internacional. Em 2003, o Brazilian Day se expandiu para outras cidades, como TorontoTóquioLondres[17] e Luanda.

Eventos similares ocorrem em Deerfield BeachFlórida,[18] San Diego[19] e Los AngelesCalifórnia.[20]

Ver também

Referências

  1.  «A Convenção de Beberibe; o primeiro episódio da independência do Brasil». Google Livros. Consultado em 27 de abril de 2017
  2.  «A Confederação do Equador». Histórianet. Consultado em 27 de abril de 2017
  3.  «Gervásio Pires Ferreira». Fundação Joaquim Nabuco. Consultado em 27 de abril de 2017
  4.  «Independência do Brasil é tema de passeio turístico neste sábado». Diario de Pernambuco. Consultado em 27 de abril de 2017
  5. ↑ Ir para:a b c d e f g h «7 de setembro - Datas comemorativas»UOL Educação. Consultado em 6 de setembro de 2011
  6. ↑ Ir para:a b Brasil, Ubiratan. "O impetuoso que o país precisava"O Estado de S. Paulo. September 5, 2010.
  7.  Decreto N.º 7, de 20 de Novembro de 1934. Câmara dos Deputados. Acessado em 3 de setembro de 2018
  8.  Lei No 662, de 6 de Abril de 1949Presidência da República.
  9.  Decreto Nº 27.048 de 12 de Agosto de 1949. Presidência da República.
  10.  Lei Nº 5.571, de 28 de Novembro de 1969.
  11.  «Veja fotos dos desfiles do Dia da Independência pelo Brasil». Terra Online. 7 de Setembro de 2016. Consultado em 24 de Agosto de 2017Milhares de pessoas acompanharam em várias cidades brasileiras os desfiles militares de 7 de Setembro, Dia da Independência do Brasil.

segunda-feira, 6 de setembro de 2021

LUÍS FRANCISCO RODRIGUES DA FONSECA - NASCEU EM 1952 - 6 DE SETEMBRO DE 2021

 



FARIA HOJE 69 ANOS 

LUÍS FRANCISCO RODRIGUES DA FONSECA  

6 DE SETEMBRO DE 2021



Meu irmão LUÍS FRANCISCO RODRIGUES DA FONSECA, completaria hoje 69 anos de idade, se não tivesse falecido de Embolia Pulmonar, ou AVC, com a idade de 26 anos, no Quartel da GNR em Évora, onde estava destacado na altura a cumprir uma suspensão de 30 dias (que não chegou ao fim).

Fazia parte da Brigada de Trânsito e enquanto ali esteve percorreu praticamente o país de lés a lés, exercendo a sua actividade na fiscalização das estradas, tanto de carro como de moto.

Era um rapaz alegre, trabalhador, que irradiava simpatia em todos que o conheciam. Teve várias namoradas, mas nunca se prendeu a nenhuma, pois achava-se muito novo ainda para casar.

Vinha sempre passar os fins de semana a casa dos nossos pais e salvo erro, no mês anterior (Agosto) tinha estado de férias e juntou-se comigo e outras pessoas de família e amigos (mais de 30) numa festa  DE FIM DE SEMANA em que estivemos, no SantoÍnho - Darque em Viana do Castelo. FOI A ÚLTIMA VEZ QUE ESTIVE COM ELE.




6-9-1952  -  20-5-1988


Em 20 de Maio de 1988, estava eu em minha casa com meus sogros e meus cunhados. A certa altura tive um pressentimento que algo estava fora do normal. Eu entretinha-me com meu sogro a jogar à bisca, (e como sempre, eu fazia batota para perder, pois o meu sogro ficava todo satisfeito por ganhar); meus filhos gémeos, andavam a brincar debaixo da mesa da sala e faziam muita algazarra, o Porto estava a jogar (não sei aonde) e estava a perder: Em suma, tudo me corria mal e eu sentia que o mal estar ia continuar e talvez piorar, mas não sabia o porquê.

De repente, tocou o telefone (que estava no quarto) fui atender e ouço uma voz perguntando se eu era António Fonseca que tinha um irmão em Évora na GNR. Tive um baque e respondi que sim. A voz identificou-se dizendo que era o sargento ARRIFES que estava encarregado de me informar que meu irmão tinha falecido poucos minutos antes. Pediu-me desculpa por ser tão directo, mas esclareceu que era o único contacto que tinham para fazer a comunicação, no dossier de meu irmão que me tinha classificado como Cabeça de Casal e, que portanto qualquer assunto deveria ser comunicado a mim que posteriormente eu resolveria como entendesse oportuno.

Foi-me solicitado que no dia seguinte me deslocasse a Évora com os familiares que entendesse, para levantar o corpo e o transportar para Rio Tinto para se proceder ao funeral com honras militares. Foi-me dito que meu irmão estava na câmara mortuária do Hospital de Évora (em frente ao quartel) e que o féretro seria acompanhado pela GNR desde Évora até Rio Tinto.

Como devem calcular, fiquei siderado, mas reagi de imediato. Meus sogros e meus cunhados assim como minha mulher e filhos ficaram a olhar para mim, silenciosos e na expectativa sobre o que teria acontecido. admirados com a palidez do meu rosto (segundo o que me foi dito depois). Fiquei uns segundos parado, sem nada dizer, até que se soltaram as lágrimas dos meus olhos e eu disse que o Luís tinha falecido. Claro que foi um choque para todos. Acabou-se o convívio, desligou-se o rádio e a TV, deram-se abraços e beijos e meus sogros e cunhados, saíram.

Tentei ligar para minha irmã Regina que vivia em Gaia, mas ninguém atendeu. Liguei para meu irmão Fernando, e, disse-lhe que ia ter com ele para depois irmos a casa dos nossos pais. Assim foi. Fomos (a minha mulher e eu) a casa de meu irmão e depois para casa da Regina, que chegou passados uns minutos. Com eles resolvi que tinha de fazer a comunicação a nossos pais e à Arminda. Telefonei à Arminda, dizendo-lhe ia lá para falar de um assunto importante, mas acabei por lhe dizer que o Luís tinha falecido, e ela disse que aguardava que eu chegasse para informar os nossos pais.

Nessa altura, eu tinha já há cerca de 2 anos, um carro FIAT 600 - PP-42-75. Com o meu cunhado Manuel (marido da Regina) e meu irmão Fernando fomos para Rio Tinto. Meus pais ficaram admirados quando nos viram todos juntos, àquela hora (seriam talvez 8 horas da noite).

Meu pai disse: "Porque não está aqui o Luís? Morreu?"

Eu aproximando-me dele, disse, chorando: "Sim, paizinho, o LUÍS morreu; por isso é que estamos aqui só nós".

Minha mãe deu um grito e quase que desmaiou e depois começou a chorar baixinho. O meu pai ficou a olhar para nós, tremeu um pouco e começou também a chorar. Durante uns minutos (talvez 5) todos nós choramos, agarrando-.nos uns aos outros.

De repente eu e o Manuel recuperamos do choro e entramos na realidade. Era preciso decidir quem  ia a Évora para me acompanhar. Ficou resolvido unanimemente que iria eu, o Manuel e o Fernando. Pus a hipótese de irmos  no FIAT mas a Regina foi frontalmente contra; primeiro porque era uma viagem muito longa e apenas eu é que tinha carta de condução.

No dia seguinte, de manhãzinha, embarcamos no comboio para Coimbra. Tínhamos pensado em ir até ao Entroncamento e lá apanharíamos comboio para Évora, porém, já não havia comboio a essa hora, a não ser no dia seguinte. Pusemos a hipótese de apanhar um táxi, mas depois fomos à estação de camionagem e arranjamos um autocarro que chegou lá perto das 5 da tarde.

Dirigimo-nos de imediato ao hospital e encontramos lá a GNR a fazer Guarda de honra na Câmara mortuária. Ali ficou decidido que no dia seguinte depois da missa de exéquias, um carro funerário da GNR  sairia para RIO TINTO com mais 2 carros (um só com soldados e outro connosco). Paramos em Tomar, para almoçar e depois prosseguimos até ao Porto - quartel do Carmo - e depois para o cemitério de Rio Tinto para uma capela de onde só no dia seguinte - visto que já era de noite - se efectuaria o funeral.

Foi um funeral memorável para nós. Nunca na minha vida vi um funeral tão concorrido de gente que conhecia o meu irmão, que conhecia a minha família, e que me conhecia. O cemitério além das sepulturas e dos jazigos que lá existem (ou existiam, nessa altura) estava completamente cheio de gente. A GNR fez Guarda de Honra ao caixão e colocou um batalhão de Guardas à porta da capela e na altura do enterramento, lançou uma salva de 21 tiros, o que gelou literalmente a mim e à minha família.


Isto aconteceu em 22 de Maio de 1988.  Há 33 anos.



A PAZ esteja contigo meu querido Irmão. 

P.N.  e A.M.


ANTÓNIO FONSECA

Etiquetas

Seguidores

Pesquisar neste blogue