quarta-feira, 11 de agosto de 2021

ALMODÔVAR - FESTA A SÃO BARNABÉ - 11 DE AGOSTO DE 2021

 

Almodôvar

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Disambig grey.svg Nota: Para outros significados, veja Almodôvar (desambiguação).
Almodôvar
Município de Portugal
Escrita sudoeste by Henrique Matos 004 02.jpg
Escrita do sudoeste
Brasão de AlmodôvarBandeira de Almodôvar
Localização de Almodôvar
GentílicoAlmodovarense
Área777,88 km²
População7 449 hab. (2011)
Densidade populacional9,6  hab./km²
N.º de freguesias6
Presidente da
câmara municipal
António Bota - Partido Socialista (PS)
Fundação do município
(ou foral)
1285
Região (NUTS II)Alentejo
Sub-região (NUTS III)Baixo Alentejo
DistritoBeja
ProvínciaBaixo Alentejo
OragoSanto Ildefonso
Feriado municipal24 de Junho
Código postal7700
Sítio oficialcm-almodovar.pt

Almodôvar é um município português pertencente ao distrito de Beja, região do Alentejo e sub-região do Baixo Alentejo, com cerca de 7 449 habitantes.[1]

O município de Almodôvar, com sede na vila homónima, tem 777,88 km² de área[2] e 7 449 habitantes (2011),[3][4] subdividido em 6 freguesias.[5]

O município é limitado a norte pelo município de Castro Verde, a este por Mértola, a sudeste por Alcoutim, a sul por Loulé, a sudoeste por Silves e a oeste e noroeste por Ourique.

Caracterização

Geografia

O município de Almodôvar está situado entre a Serra do Caldeirão e a planície alentejana. Dista da capital de distrito 64 quilómetros, de Faro de 74 quilómetros e de Lisboa 214 quilómetros. 

Com aproximadamente 778 km² de superfície, um terço do seu território, situado mais a norte e a que correspondem as freguesias de Aldeia dos FernandesRosário e parte da União de Freguesias de Almodôvar e Graça de Padrões, é plano e pouco arborizado. 

As atividades com maior expressão económica são o cultivo de cereais de sequeiro, a criação de gado bovinoovino e suíno, a produção de leite e queijo de ovelha e a apicultura.

Os restantes dois terços situam-se mais a sul, são constituídos pela serra revestida de uma vegetação abundante, onde se destaca a esteva, o medronheiro, o sobreiro e a azinheira e correspondem a 4 das 6 freguesias: Almodôvar, União de Freguesias de Santa Clara-a-Nova e Gomes AiresSanta Cruz e São Barnabé, onde se situa o Pico do Mú, um dos locais mais altos de toda a Serra do Caldeirão. A sua principal riqueza é a cortiça, a aguardente de medronho, o queijo de cabra e o mel. A população aqui é dispersa e vive destas atividades, que desenvolve em paralelo com a pequena agricultura.[6]

Clima

O clima apresenta características mediterrânicas, com verões quentes e secos e invernos frios e pouco chuvosos. As amplitudes térmicas são acentuadas, a denotar um carácter continental, que se acentua à medida que caminhamos para leste, afastando‐nos do efeito regulador do Atlântico.[7] A temperatura média é 15.9 °C. O mês mais quente do ano é Agosto, com uma temperatura média de 23.1 °C. A temperatura média em Janeiro é de 10.0 °C. É a temperatura média mais baixa de todo o ano.[8]

pluviosidade é pouco significativa, aumentando gradualmente de norte para sul. À escassez de pluviosidade, há que acrescentar a forte sazonalidade da precipitação e uma grande variabilidade interanual.[7] A pluviosidade média anual é de 576 mm.[8]

População

Número de habitantes [9]
186418781890190019111920193019401950196019701981199120012011
9 60710 21510 82711 08911 84812 17314 18016 28317 70216 02812 26410 6378 9998 1457 449

(Obs.: Número de habitantes "residentes", ou seja, que tinham a residência oficial neste município à data em que os censos se realizaram.)

Número de habitantes por Grupo Etário [10]
190019111920193019401950196019701981199120012011
0-14 Anos3 6853 9634 2544 5835 2905 4524 5993 0702 3751 604936883
15-24 Anos1 9662 0222 0252 6352 8153 0982 7652 0201 5571 2621 014641
25-64 Anos4 5824 8274 8855 6556 7547 5207 5095 8654 9414 3194 0713 684
= ou > 65 Anos4505395568768521 0351 1551 4351 7641 8142 1242 241
> Id. desconh4473011921

(Obs.: De 1900 a 1950 os dados referem-se à população presente no município à data em que eles se realizaram. Daí que se registem algumas diferenças relativamente à designada população residente.)

Freguesias

Freguesias do município de Almodôvar.
O município de Almodôvar está dividido em 6 freguesias:

História

Desde há 5 mil anos até aos dias de hoje, as terras de Almodôvar foram marcadas pela presença de múltiplos povos e episódios indissociáveis da História de Portugal. Com a ocupação desde a Pré-história, os vestígios mais relevantes pertencem ao fenómeno megalítico (com o registo de diversas antas encontradas nas freguesias de Santa Clara-a-Nova e Gomes Aires, estendendo-se até ao Rosário com a Estela do Monte Gordo). Do Calcolítico, há que referir a presença de tholos (estruturas tumulares de falsa cúpula), localizados na freguesia de São Barnabé. No entanto, o fenómeno mais significativo deste território apareceu com a Idade do Bronze, prolongando-se até à Idade do Ferro, com a descoberta de diversas estelas. Deste último período, destaca-se a descoberta de um número significativo de estelas funerárias epigrafadas com Escrita do Sudoeste, a escrita mais antiga da Península Ibérica (século VIII a V a.C.). Estas peças podem ser contempladas numa visita mais aprofundada ao Museu da Escrita do Sudoeste.

Com a romanização da Península Ibérica, Almodôvar não escapou a este fenómeno. Pela sua localização geográfica preferencial nas ligações norte-sul e este-oeste, desde cedo os romanos se fixaram em Almodôvar, assinalando a sua presença através de diversos vestígios, como os castella, ao longo da Ribeira de Oeiras, da barragem romana (única de construção em terra batida preservada até hoje) e necrópole do Monte Novo do Castelinho, a mina de Brancanes, sem esquecer o destaque ao Povoado das Mesas do Castelinho, onde se distinguem o traçado de ruas ortogonais e a construção de edifícios de elevado rigor urbanístico.

Do período medieval, época entre os séculos IV e VIII d.C., os vestígios designados ora paleocristãos ora visigóticos (associados ao território das antigas dioceses de Paca e Ossonoba) são escassos. Com a ocupação islâmica, proliferaram diversas alcarias ou cortes que ainda hoje nomeiam boa parte da toponímia local e que tem a sua raiz na palavra árabe de aldeia (al-diya). É o caso de Alcariais dos Guerreiros de Cima (Gomes Aires), com uma ocupação humana entre os séculos IX e XIII, possuindo um rico conjunto de casas dos séculos X e XI, fruto do florescimento rural que a região conheceu durante o período islâmico. A vila de Almodôvar deve o seu nome e desenvolvimento a esta época, pois, apesar de aí poder ter havido uma ocupação da Idade do Ferro, foi erguida uma fortificação ou almudaûár (casa ou castelo redondo). Com o topónimo Cerca do Castelo, crê-se que, nas proximidades entre o cerro de Santa Rufina e o atual depósito de água, poderá ter existido uma fortificação com uma eventual cerca inferior de recolha de rebanhos.

Na primeira metade do século XIII, os exércitos dos reinos cristãos pela Ordem de Santiago tomaram posse do Garb (Algarve), tendo D. Afonso III chegado a terras algarvias por Almodôvar com a ajuda de almocreves moçárabes. O domínio cristão efetuou-se entre 1238, com a conquista de Mértola, e 1245, com a tomada de Marachique.

Em 17 de abril de 1285, o rei D. Dinis elevou a então denominada Póvoa de Almodôvar a concelho, por carta de foral, que em 1297 é doada à Ordem de Santiago, a quem, no final do século XIII, pertence todo o Baixo Alentejo, com exceção do concelho de Odemira. Este foi um esforço de recuperação do dinamismo populacional e económico, outrora proeminente em período muçulmano e duramente afetado pela prolongada guerra da reconquista.

O empenho no desenvolvimento deste território prosseguirá ao longo do século XIV, especialmente na sua segunda metade, quando as convulsões políticas, a peste e mesmo o devastador terramoto de 1356, haviam espalhado uma forte mortandade. As Inquirições Fernandinas de 1376 às vilas de Almodôvar e de Padrões dão-nos conta de uma sociedade na qual a agricultura se apresentava de subsistência, e onde o pastoreio assumia uma importante escala, tal como as atividades associadas à tecelagemcurtumesapicultura, entre outras.

A afirmação do poder real face aos domínios locais é, em 1512, retomada com o novo foral de Almodôvar, no âmbito do processo nacional de reformas dos forais de D. Manuel I. Almodôvar tornou-se uma vila que vai paulatinamente crescendo e onde se destacou a construção do edifício dos Paços do Concelho, no século XVI, e em 1680 a fundação do Convento de Nossa Senhora da Conceição, pela Ordem Terceira de São Francisco. Aí presume-se que terá funcionado a primeira escola de Teologia do Baixo Alentejo, cuja parte da valiosa biblioteca ainda se encontra “por descobrir” no Arquivo Municipal.

Foram, no entanto, ímpetos económicos intervalados no período conturbado e marcante que assolou Almodôvar na primeira metade do século XIX: em primeiro lugar, as Invasões Francesas, e logo depois a Guerra Civil - entre 1832 e 1834 -  que opôs o partido constitucionalista de D. Maria II ao partido absolutista de D. Miguel I.

Com a vitória do Liberalismo dá-se, por fim, a extinção das ordens militares e religiosas, sendo que, para o Convento de Nossa Senhora da Conceição transitam, em 1859, juntamente com o Tribunal e a Conservatória, os Paços do Concelho, onde a sua anterior localização dá lugar à cadeia (hoje Museu Severo Portela).[11]

Artesanato

Calçado artesanal de Almodôvar

O município de Almodôvar é bastante rico no que diz respeito às artes tradicionais pouco conhecidas do público, onde nascem peças únicas das mãos do artesão e que são inspiradas no imaginário popular e nos costumes desta região. Algumas destas artes já desapareceram e outras encontram-se em vias de extinção, facto que deriva do aparecimento de novas tecnologias e da produção industrial em massa, a qual prima pela quantidade em prejuízo da autenticidade.

Tudo se fazia no município de Almodôvar há pouco mais de 25 anos: calçado, cadeiras, queijos, meias de linha, mantas de lã, albardas e malhins, aguardente de medronho, bonecas, miniaturas, mantas de retalhos, mel e seus derivados, trabalhos em tear, ferraria, fabrico de linho, fabrico da callatoaria, cestos, colchas de linho, carroças, telhas de canudo, entre outros. Existia uma variedade imensa de artes e ofícios, de entre os quais se destacavam os sapateiros, as tecedeiras, os ferreiros, os latoeiros, os padeiros, os moleiros, os albardeiros, os alfaiates, os apicultores, os cesteiros, os tosquiadores e os abegões. A indústria do calçado artesanal teve grande impacto no município almodovarense e, há cerca de 50 anos, eram mais de 60 os sapateiros na região. De referir que existiu, em Almodôvar, o primeiro Sindicato Nacional de Sapateiros, fundado em 1942, o qual chegou a ter 200 associados, facto bem demonstrativo da importância que este ofício assumiu. Hoje, ainda se encontram alguns sapateiros artesanais no ativo. 

Atualmente, das restantes artes e ofícios, há que destacar as mantas de lã e de retalhos, os artigos de cartucheira, os trabalhos em latoaria e a cestaria que saem das mãos dos artesãos e que se transformam em memórias inesquecíveis da tradição e cultura do povo almodovarense.[12]

Gastronomia

É sabido que no Alentejo se come e bebe muito bem, e Almodôvar não é uma exceção. Contudo, sendo um município dividido entre a serra e a planície, apresenta produtos de particularidades, saberes e sabores distintos. Por aqui, dezenas de produtores apresentam diariamente os melhores sabores que resultam de uma profunda relação ancestral do homem com a terra, da necessidade de sustento da família, do árduo trabalho diário na transformação dos produtos de excelência que por aqui brotam.

Sendo assim, estes são alguns dos produtos típicos do município de Almodôvar:[13]

Política

Eleições autárquicas

Data%V%V%V%V%V
PSPPD/PSDAPU/CDUMDP/CDEIND
197664,61415,24112,64-APU
197941,30231,79223,241
198241,09221,29133,722
198555,36411,95-20,661
198948,09320,75122,791
199341,07316,15112,19-24,551
199742,95342,7628,45-
200143,19248,3732,83-
200535,30256,9134,07-
200933,24256,2834,75-
201335,12227,0612,19-30,792
201764,04427,2112,05-

Eleições legislativas

Data%
PSPCPPSDCDSUDPAPU/

CDU

ADFRSPRDPSNBEPANPàFLCHIL
197643,4720,0516,374,952,06
197937,18APUADAD1,0330,7123,68
1980FRS0,8125,7926,6237,50
198343,8116,653,070,5229,43
198541,6518,591,770,5422,058,42
198739,01CDU28,411,390,4918,633,65
199140,5333,522,0114,641,040,98
199557,5919,634,370,9312,35
199954,3123,174,0811,010,331,56
200245,6935,693,378,062,29
200556,7918,762,4610,556,08
200936,4324,855,1612,9213,98
201132,6437,616,229,765,080,60
201540,89PàFPàF11,6610,050,7828,130,16
201948,4918,302,629,1211,831,650,490,880,43

Património edificado

Igreja em Almodôvar
  • Capela de Santo António
  • Ponte antiga sobre a Ribeira de Cobres ou Ponte da Ribeira de Cobres
  • Igreja de São Francisco
  • Igreja do Rosário ou Igreja Paroquial do Rosário
  • Povoado das Mesas do Castelinho
  • Igreja de Santa Cruz da Ribeira ou Igreja Matriz de Santa Cruz
  • Museu da Escrita do Sudoeste
  • Museu Etnográfico Manuel Vicente Guerreiro - Santa Clara a Nova
  • Museu Severo Portela
  • Convento de Nossa Senhora da Conceição: situado a este da vila, pertencia à Ordem Terceira de S. Francisco e foi fundado em 1680 por Frei Evangelista, lançando-se a primeira pedra a 2 de Setembro daquele ano. Todos os seus altares são de talha dourada dos finais do século XVII e princípio do século XVIII. O teto da capela-mor está pintado com imagens alusivas à Imaculada Conceção de Maria e sua assunção aos céus, sendo que esta capela contém ainda três quadros: um com o presépio e dois relacionados com o Casamento da Santíssima Virgem com S. José. Por baixo dos quadros existem dois extensos painéis de azulejos policromados com temáticas marianas. À entrada do templo está colocado um órgão de tubos, de estilo oriental com decoração de chinoiserie em alusão à evangelização franciscana por terras orientais. Esta igreja tem apenas uma pequena torre sineira, no frontispício.

Heráldica

ADV.png
Brasão: Escudo negro com um castelo de ouro aberto e iluminado a vermelho. Orla de prata carregada por quatro abelhas a negro realçadas de ouro, alternadas com quatro bolotas a verde, troncadas e folhadas do mesmo. Coroa mural de prata de quatro torres. Listel branco com legenda a negro: "VILA DE ALMODÔVAR".[14]
Pt-adv1.png
Bandeira: Esquartelada de amarelo e vermelho, cordões e borlas de ouro e vermelho. Haste e lança de ouro.[14]

Geminações

O município de Almodôvar é geminado com a seguinte cidade:[15]

Personalidades destacadas

  • António Saleiro (1952 - 2020) - Professor, advogado e empresário, presidente da Câmara Municipal de Almodôvar e Governador Civil de Beja
  • António Duarte Chagas (1935 - 2019) - Advogado e deputado na Assembleia da República

Ligações externas

Commons possui uma categoria com imagens e outros ficheiros sobre Almodôvar

Referências

  1.  INE (2013). Anuário Estatístico da Região Alentejo 2012 (PDF). Lisboa: Instituto Nacional de Estatística. p. 31. ISBN 978-989-25-0214-4ISSN 0872-5063. Consultado em 5 de maio de 2014
  2.  Instituto Geográfico Português (2013). «Áreas das freguesias, municípios e distritos/ilhas da CAOP 2013»Carta Administrativa Oficial de Portugal (CAOP), versão 2013. Direção-Geral do Território. Consultado em 28 de novembro de 2013. Arquivado do original (XLS-ZIP) em 9 de dezembro de 2013
  3.  INE (2012). Censos 2011 Resultados Definitivos – Região Alentejo (PDF). Lisboa: Instituto Nacional de Estatística. p. 99. ISBN 978-989-25-0182-6ISSN 0872-6493. Consultado em 27 de julho de 2013
  4.  INE (2012). «Quadros de apuramento por freguesia» (XLSX-ZIP)Censos 2011 (resultados definitivos). Tabelas anexas à publicação oficial; informação no separador "Q101_ALENTEJO". Instituto Nacional de Estatística. Consultado em 27 de julho de 2013
  5.  Lei n.º 11-A/2013, de 28 de janeiro: Reorganização administrativa do território das freguesias. Anexo I. Diário da República, 1.ª Série, n.º 19, Suplemento, de 28/01/2013.
  6.  «Geografia - Município de Almodôvar»cm-almodovar.pt. Consultado em 30 de junho de 2017
  7. ↑ Ir para:a b «Biodiversidade - Município de Almodôvar»cm-almodovar.pt. Consultado em 30 de junho de 2017
  8. ↑ Ir para:a b «Clima: Almodôvar - Gráfico climático, Gráfico de temperatura, Tabela climática - Climate-Data.org»pt.climate-data.org. Consultado em 30 de junho de 2017
  9.  Instituto Nacional de Estatística (Recenseamentos Gerais da População) - https://www.ine.pt/xportal/xmain?xpid=INE&xpgid=ine_publicacoes
  10.  INE - http://censos.ine.pt/xportal/xmain?xpid=CENSOS&xpgid=censos_quadros
  11.  «História - Município de Almodôvar»cm-almodovar.pt. Consultado em 30 de junho de 2017
  12.  «Artesanato - Município de Almodôvar»cm-almodovar.pt. Consultado em 1 de julho de 2017
  13.  «Produtos Regionais - Município de Almodôvar»cm-almodovar.pt. Consultado em 1 de julho de 2017
  14. ↑ Ir para:a b «Ordenação heráldica do brasão e bandeira de Almodôvar»www.ngw.nl. Consultado em 3 de julho de 2017
  15.  «Geminações de Cidades e Vilas - Almodôvar»www.anmp.pt. Consultado em 30 de junho de 2017

SÃO BARNABÉ - 11 DE AGOSTO DE 2021

 

Barnabé (Bíblia)

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
(Redirecionado de São Barnabé)
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São Barnabé Apóstolo
Ícone de São Barnabé.
Apóstolo de Antioquia e Chipre e Mártir
Nascimento em Chipre
Morte61 em Salamina (Chipre)
Nome nascimentoJosé
Veneração portoda a Cristandade
Principal temploMonastério em SalaminaChipre
Festa litúrgica11 de Junho
PadroeiroChipreAntioquia
Gloriole.svg Portal dos Santos

Barnabé (Chipreséculo I – Salaminac. 61) foi um dos primeiros cristãos mencionados no Novo Testamento. Seus pais, judeus helênicos lhe deram o nome de José (em grego bizantino Ιὠσης), mas quando ele vendeu todos os seus bens e deu o dinheiro aos apóstolos em Jerusalém, eles lhe deram um novo nome, Barnabé, que parece originar-se do aramaico בר נביא, que significa "(o filho do) exortação". No entanto, o texto grego do Atos dos Apóstolos 4:36 explica o nome como υἱός παρακλήσεως (hyios paraklēseōs), que significa "filho da exortação/consolação".

Em Atos 14:14, ele está listado à frente de Paulo, "Barnabé e Paulo", e ambos são chamados ἀπόστολοι , translit. apostoloiapóstolos ". Se Barnabé foi um apóstolo ou não tornou-se uma questão política importante, que foi debatida na Idade Média. Ele está listado entre os Setenta Discípulos.

É considerado como santo e apóstolo, tanto pela Igreja Católica como pelas Igrejas Ortodoxas, sendo liturgicamente comemorado em 11 de Junho.

Biografia

Barnabé é um dos primeiros profetas e professores da igreja em Antioquia (Atos 13:1). Lucas fala dele como um "bom homem" (Atos 11:24). Ele nasceu de pais judeus, da tribo de Levi. Sua tia era mãe de João Marcos (Colossenses 4:10), amplamente reconhecido como o autor do Evangelho de Marcos.

Barnabé era natural de Chipre, onde possuía terras (Atos 4:36-37), que vendeu, doando o dinheiro para a igreja em Jerusalém. Quando Paulo regressou a Jerusalém, depois de sua conversão, Barnabé o levou até os apóstolos (Atos 9:27). É possível que eles tenham estudado juntos na escola de Gamaliel.

A prosperidade da igreja em Antioquia levou os apóstolos e irmãos em Jerusalém a enviar Barnabé para lá a fim de supervisioná-la. Ele achou o trabalho tão extenso e pesado que foi para Tarso em busca de Paulo para ajudá-lo. Paulo retornou com ele para Antioquia e trabalhou com ele durante um ano inteiro (Atos 11:25-26). No final deste período, os dois foram enviados até Jerusalém (44) com as contribuições que a igreja de Antioquia havia feito para os membros mais pobres da igreja de Jerusalém (Atos 11:28-30).

Paulo e Barnabé em Listra, por Adriaen van Stalbemt, óleo sobre cobre, século XVII

Pouco tempo depois eles voltaram, trazendo João Marcos com eles, e foram designados como missionários para a Ásia Menor. Visitaram Chipre e algumas das principais cidades da PanfíliaPisídia, e Licaônia (Atos 13:14). Depois da sua conversão, Paulo de Tarso começa a ganhar destaque. A partir daí, ao invés de "Barnabé e Paulo", como até então (Atos 11:30Atos 12:25Atos 13:2,7), agora lê-se "Paulo e Barnabé" (Atos 13:43,46,50Atos 14:20Atos 15:2,22,35). Só em Atos 14:14 e Atos 15:12-25 Barnabé ocupa novamente o primeiro lugar, porque tinha uma estreita relação com a igreja de Jerusalém. Paulo aparece numa pregação missionária (Atos 13:16Atos 14:8-9, 19-20), quando os moradores de Lídia o consideraram como Hermes, e Barnabé como Zeus (Atos 14:12).

Voltando dessa primeira viagem missionária a Antioquia, eles foram novamente enviados a Jerusalém para consultar com a igreja de lá quanto à relação dos gentios com a igreja (Atos 15:2Gálatas 2:1). Segundo Gálatas 2:9-10, foi feito um acordo entre eles e os apóstolos João e Pedro, ficando decidido que Paulo e Barnabé iriam, no futuro, pregar aos pagãos, não esquecendo os pobres de Jerusalém. Depois da questão ter sido resolvida, voltaram para Antioquia, levando o acordo do que ficaria conhecido Concílio de Jerusalém, segundo o qual gentios poderiam ser admitidos na igreja.

Tendo retornado para Antioquia e passado algum tempo lá, Paulo pediu a Barnabé para acompanhá-lo em outra viagem. Barnabé quis levar João Marcos novamente, mas Paulo não concordou . A disputa terminou com Paulo e Barnabé tomando rotas distintas. Paulo tomou Silas como seu companheiro, e ambos percorreram a Síria e a Cilícia; Barnabé, com seu primo mais novo João Marcos, foram para Chipre (Atos 15).

Barnabé não é mencionado novamente por Lucas em Atos. No entanto, sabe-se que ele continuou a trabalhar como missionário (I Coríntios 9:6).

Quando Barnabé foi à Síria e a Salamina pregando o evangelho, alguns judeus, tendo-se irritado com o seu extraordinário sucesso, caíram sobre ele quando estava pregando na sinagoga, arrastaram-no para fora e apedrejaram-o até a morte. Seu primo, João Marcos enterrou seu corpo em uma caverna, onde permaneceu até a época do imperador Zenão I, em 485. Seus restos mortais foram encontrados em 488. Seu túmulo se encontra no mosteiro construído em seu nome, em Salamina (Chipre).

Barnabé é venerado como o santo padroeiro de Chipre.

Supostos escritos

Tertuliano e outros escritores ocidentais atribuem a Barnabé a autoria da epístola aos Hebreus. Isto pode ser devido ao fato de que, segundo a tradição romana, este teria sido um dos primeiros livros a serem escritos.

De acordo com Fócio (Quaest. Em Amphil. ,123), Barnabé escreveu os Atos dos Apóstolos. O consenso atual atribui o livro a Lucas.

Barnabé também é tradicionalmente associado à chamada Epístola de Barnabé, embora estudiosos modernos achem mais provável que a epístola tenha sido escrita posteriormente em Alexandria, no ano de 130.

Um livro chamado Evangelho de Barnabé está listado em dois catálogos de textos apócrifos. Outro livro com esse mesmo título, Evangelho de Barnabé, sobrevive em dois manuscritos pós-medievais, escritos em italiano e espanhol[1]. Embora o livro seja atribuído a Barnabé, um exame do texto sugere que tenha sido escrito por um italiano do século XIV. Há uma série de indícios que sugerem ser este o Evangelho de Barnabé citado anteriormente. Contrariando os Evangelhos, e em conformidade com o ponto de vista islâmico sobre Jesus, este Evangelho de Barnabé afirma que Jesus não era o filho de Deus, mas um profeta, e chama Paulo de "Enganador." O livro também diz que Jesus ascendeu vivo ao céu, sem ter sido crucificado, e que Judas Iscariotes teria sido crucificado em seu lugar.


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