sexta-feira, 4 de junho de 2021

JORGE DE SENA - POETA - MORREU EM 1978 - 4 DE JUNHO DE 2021



Jorge de Sena

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Jorge Cândido de Sena
Nome completoJorge Cândido de Sena
Nascimento2 de novembro de 1919
Lisboa
Morte4 de junho de 1978 (58 anos)
Santa BárbaraCalifórnia
NacionalidadePortugal Português brasileiro
CônjugeMaria Mécia de Freitas Lopes (1949, 9 filhos)
EducaçãoUniversidade do Porto
OcupaçãoPoetaescritorprofessor e tradutor
PrémiosPrémio P.E.N. Clube Português de Ensaio (1981)
Magnum opusSinais de Fogo

Jorge Cândido de Sena GCSE • ComIH (Lisboa2 de novembro de 1919 — Santa BarbaraCalifórnia4 de junho de 1978) foi poeta, crítico, ensaísta, ficcionista, dramaturgo, tradutor e professor universitário português, naturalizado brasileiro em 1963[1].

Biografia

Primeiros anos

Filho único de Augusto Raposo de Sena, natural de Ponta Delgada e comandante da marinha mercante, e de Maria da Luz Telles Grilo de Sena, natural da Covilhã e dona-de-casa. Ambas as famílias eram da alta burguesia, a paterna de suposta linhagem aristocrática de militares e altos funcionários, e a materna de comerciantes ricos do Porto. Segundo relata no seu conto Homenagem ao Papagaio Verde, teve uma infância recolhida, solitária e infeliz, o que fez com se tornasse introspetivo, observador e imaginativo.

Fez a instrução primária e os primeiros anos do liceu no Colégio Vasco da Gama. Concluiu os estudos secundários no Liceu Camões, onde foi aluno de Rómulo de Carvalho. Era um jovem que lia avidamente, tocava piano e escrevia poemas. Na Faculdade de Ciências de Lisboa, fez os exames preparatórios com as notas mais elevadas.

Na Escola Naval

Sena nutria a ideia algo romântica de se tornar oficial da marinha, seguindo as pisadas do pai. Em 1938, aos 17 anos, entrou para a Escola Naval como 1º do seu curso. A 2 de outubro de 1937, iniciou a sua viagem de instrução a bordo do navio-escola Sagres. Visitou os portos de S. Vicente, Santos, LobitoLuanda, S. Tomé e Dakar, chegando a Lisboa no final de fevereiro de 1938. O contacto com a imensidão do oceano, a azáfama da vida a bordo e o movimento e mudança constantes agradaram ao jovem Sena, mas nem tudo correu bem. Segundo o relato de um antigo camarada de curso, naquele ano a viagem de instrução foi excecional e particularmente dura e exigente em termos de preparação e destreza física, copiando o modelo da marinha alemã. Na parte teórica do curso Sena era brilhante, mas em termos atléticos era medíocre e apesar dos muitos esforços que fez não conseguiu satisfazer as elevadas expectativas do comandante do curso, que parecia nutrir um ódio de estimação pelo cadete contemplativo e intelectual. No final da viagem, foi comunicado a Sena que iria ser proposta a sua exclusão da Marinha por lhe faltarem as "necessárias qualidades" para oficial. Sena ficou profundamente frustrado e desgostoso com esta rejeição e o seu afastamento definitivo de um modo de vida que tanto almejava.

Engenharia civil, casamento e primeiras obras

Apesar da sua inclinação natural para a literatura, Sena frequenta, em setembro de 1942, o primeiro ciclo do Curso de Oficiais Milicianos, o qual abandona, enfrentando graves problemas de saúde. Depois de um ano letivo em Lisboa, regressa, em 1943, apoiado financeiramente por Ruy Cinatti e José Blanc de Portugal, à Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (que iniciara em 1940) para frequentar o curso de Engenharia Civil, concluindo-o em 1944. O curso pouco o entusiasmou, mas durante todo esse tempo escreveu bastantes poemas, artigos, ensaios e cartas. Desde os 16 anos que escrevia e em 1940, sob o pseudónimo de Teles de Abreu, publicou os seus primeiros poemas na revista Cadernos de Poesia, dirigida por Cinatti, Blanc de Portugal e Tomás Kim. Em 1942, publica o seu primeiro livro de poemas, Perseguição, que não impressiona muito o seu amigo e crítico João Gaspar SimõesAdolfo Casais Monteiro considera-o um livro revelador mas difícil.

Em 1947, Sena inicia a sua carreira de engenheiro, que durou 14 anos. Trabalhou como engenheiro civil na Câmara Municipal de Lisboa, na Direção-Geral dos Serviços de Urbanização e na Junta Autónoma das Estradas (JAE), onde permanecerá até ao seu exílio para o Brasil em 1959.

Em 1940, no Porto, Jorge de Sena conhece e torna-se amigo de Maria Mécia de Freitas Lopes (irmã do crítico e historiador literário Óscar Lopes), começando a namorar em 1944 e casando-se em 1949. Jorge de Sena e Mécia de Sena tiveram nove filhos. Mécia, sua incansável companheira e enérgica colaboradora, apoiando o escritor nas inúmeras crises que lhe surgiram ao longo de uma vida por vezes atribulada.

Trabalhava incansavelmente, para sustentar a crescente família. Além do seu absorvente trabalho diurno na JAE (que lhe possibilitou viajar e conhecer o Portugal profundo), Sena também se dedicava à direção literária em editoras, à tradução e revisão de textos, ocupações que lhe roubavam precioso tempo para a investigação literária e a para a sua obra. A banalidade e a pequenez do quotidiano no Portugal de Salazar das décadas de 1940 e 1950 atormentam-no, bem assim como a mediocridade, a mesquinhez e a intriga dos meios literários, a opressão política, a censura literária, resultando num ambiente de trabalho sufocante e absolutamente frustrante, mas que não deixam de o inspirar para o poema É tarde, muito tarde na noite…

Durante esses anos publica várias obras: O Dogma da Trindade Poética – Rimbaud (1942), Coroa da Terra, poesia (1946), Páginas de Doutrina Estética de Fernando Pessoa (organização), 1946, Florbela Espanca (1947), Pedra Filosofal poesia (1950), A Poesia de Camões (1951), etc. Colabora na revista Mundo Literário [2] (1946-1948) com contos e poesia e também como crítico artístico na rubrica cinema e também nas revistas Litoral [3] (1944-1945) e Atlântico [4].

Exílio no Brasil

A sua situação como escritor e cidadão estava a tornar-se insustentável. Como escritor, não tinha tempo livre para escrever, apenas o podia fazer de modo insuficiente e limitado à noite e aos domingos. Também o facto de não pertencer a nenhum círculo académico e a falta de apoio institucional lhe frustrava qualquer pretensão de poder vir a editar alguma obra mais ambiciosa. Por outro lado, a sua participação numa tentativa revolucionária abortada em 12 de março de 1959, colocou-o em posição de prisão iminente, no caso muito provável de algum dos conspiradores presos pela PIDE denunciar os que ainda se encontravam livres.

Em agosto de 1959, viajou até ao Brasil, convidado pela Universidade da Bahia e pelo Governo Brasileiro a participar no IV Colóquio Internacional de Estudos Luso-Brasileiros. Tendo sido convidado como catedrático contratado de Teoria da Literatura, em Assis, no Estado de S. Paulo, aproveitou essa oportunidade e aceitou o lugar, iniciando assim o seu longo exílio. Ele faz amizade com o poeta Jaime Montestrela, que dedicou o seu livro Cidade de lama. Por motivos profissionais, teve de adotar a cidadania brasileira.

Não foi, contudo, um exílio libertador. Sentia saudades da pátria, apesar do rancor perene que nutria pela pequenez, mesquinhez e falta de reconhecimento nacionais que o atormentariam até ao final da vida.

Em 1961, Jorge de Sena foi ensinar Literatura Portuguesa na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Araraquara. Em 1964, depois de vencer alguns preconceitos académicos pelo facto de ser licenciado em Engenharia, Jorge de Sena defendeu a sua tese de doutoramento em Letras (Os Sonetos de Camões e o Soneto Quinhentista Peninsular), tendo obtido os títulos académicos "com distinção e louvor".

O período de seis anos que passou no Brasil foi muito produtivo. Finalmente, tinha toda a disponibilidade para se dedicar à sua obra com a devida profundidade e profissionalismo. Poesia, teatro, ficção, ensaísmo e investigação. Parte do romance Sinais de Fogo e a totalidade dos contos Novas Andanças do Demónio foram escritos neste período.

Estados Unidos e últimos anos

A degradação da situação política no Brasil, com a instalação de uma ditadura militar a partir de março de 1964, fez com que Jorge de Sena, mais do que nunca avesso a prepotências, aceitasse um convite para ensinar Literatura de Língua Portuguesa na Universidade de Wisconsin, para partir para os Estados Unidos em outubro de 1965. Em 1967 foi nomeado catedrático do Departamento de Espanhol e Português da referida universidade.

De 1970 até 1978 foi catedrático efetivo de Literatura Comparada na Universidade da Califórnia, em Santa Barbara. Apesar da satisfação de ensinar e da amizade que os alunos lhe dedicavam, Sena não foi feliz. Queixava-se da "medonha solidão intelectual da América" onde não havia "convívio intelectual algum" e da esterilidade e espírito burguês do meio académico, que não se interessava pela sua obra.

Quando se deu o Revolução de 25 de Abril de 1974 Jorge de Sena ficou entusiasmado e queria regressar definitivamente a Portugal, ansioso de dar a sua colaboração para a construção da democracia. Sena visitou Portugal, contudo, nenhuma universidade ou instituição cultural portuguesa se dignou convidar o escritor para qualquer cargo que fosse, facto que muito o desiludiu e amargurou, decidindo continuar a viver nos Estados Unidos, onde tinha a sua carreira estabelecida.

Jorge de Sena morreu em 4 de junho de 1978, aos 58 anos, de cancro.

Em 1978, a Câmara Municipal de Lisboa homenageou o escritor dando o seu nome a uma rua na zona da Quinta de Santa Clara, na Ameixoeira.[5]

Em 11 de setembro de 2009, os seus restos mortais foram trasladados de Santa Barbara, Califórnia, para o Talhão dos Artistas do Cemitério dos Prazeres, em Lisboa, depois duma cerimónia de homenagem na Basílica da Estrela, com a presença de familiares, amigos e entidades oficiais.[6]

Obra

Foi um dos mais influentes intelectuais portugueses do século XX, com vasta obra de ficçãodramaensaio e poesia, além de importante epistolografia com figuras tutelares da literatura portuguesa e brasileira. A sua obra de ficção mais famosa é o romance autobiográfico Sinais de Fogo, adaptado ao cinema em 1995 por Luís Filipe Rocha. Grande parte da sua obra foi publicada postumamente pelos cuidados da viúva, Mécia de Sena.

Poesia

  • Perseguição (1942)
  • Coroa da Terra (1946)
  • Pedra Filosofal (1950)
  • As Evidências (1955)
  • Fidelidade (1958)
  • Metamorfoses (1963)
  • Arte de Música (1968)
  • Peregrinatio ad Loca Infecta (1969)
  • Exorcismos (1972)
  • Conheço o Sal e Outros Poemas (1974)
  • Sobre Esta Praia (1977)
  • Quarenta Anos de Servidão (1979, póstumo)
  • Dedicácias (1980, póstumo)
  • Sequências (1980, póstumo)
  • Visão Perpétua (1982, póstumo)
  • Post-Scriptum I (1985, póstumo)
  • Post-Scriptum II (1985, póstumo)
  • Poesia I (1977)
  • Poesia II (1978)
  • Poesia III (1978)

Ficção

Drama

  • O Indesejado (1951)
  • Ulisseia Adúltera (1952)
  • O Banquete de Dionísos (1969)
  • Epimeteu ou o Homem Que Pensava Depois (1971)

Ensaios

  • Da Poesia Portuguesa (1959)
  • O Poeta é um Fingidor (1961)
  • O Reino da Estupidez (1961)
  • Uma Canção de Camões (1966)
  • Os Sonetos de Camões e o Soneto Quinhentista Peninsular (1969)
  • A Estrutura de Os Lusíadas e Outros Estudos Camonianos e de Poesia Peninsular do Século XVI (1970)
  • Maquiavel e Outros Estudos (1973)
  • Dialécticas Aplicadas da Literatura (1978)
  • Fernando Pessoa & Cia. Heterónima (1982, póstumo)

Correspondências com

Prémios

Recebeu o Prémio Internacional de Poesia Etna-Taormina, pelo conjunto da sua obra poética, e foi condecorado com o grau de Comendador da Ordem do Infante D. Henrique (9 de abril de 1977), por serviços prestados à comunidade portuguesa. Recebeu, postumamente, a Grã-Cruz da Ordem Militar de Sant'Iago da Espada de Portugal a 30 de agosto de 1978.[7] Em 1980, foi inaugurado o Jorge de Sena Center for Portuguese Studies, na Universidade da Califórnia, em Santa Bárbara.

O erotismo segundo Jorge de Sena

Para se compreender o espírito livre e independente de Jorge de Sena, são úteis os seguintes textos, extraídos da obra Máscaras de Salazar, de Fernando Dacosta:

[...] a mais completa liberdade [deve] ser garantida a todas as formas de amor e de contacto sexual. Nenhuma sociedade estará jamais segura, em qualquer parte, enquanto uma igreja, um partido ou um grupo de cidadãos hipersensíveis possa ter o direito de governar a vida privada de alguém. [Um dos] prazeres sexuais dos seres humanos tem sido o de reprimir a sexualidade, a própria e a dos outros. Defendo todas as formas de prostituição, como profissão protegida pela lei e vigiada pela saúde pública. Ainda que isso possa chocar muita gente, parece que, desde sempre, houve machos e fêmeas cujo talento na vida, e cuja vocação definida, é emprestarem o próprio corpo. E quem se vende ou quem compra (o que não tem nada a ver com capitalismo, mas com o direito de qualquer pessoa a dispor de si mesma, em acordo com outra) deve ter a protecção da lei contra redes de exploração, chantagens, etc. O que duas pessoas (ou um grupo delas) fazem uma com a outra, fora das vistas dos demais, não diz respeito a esses demais, a não ser que eles vivam na observação mórbida de imaginarem (num misto de horror e curiosidade, que os torna moralistas raivosos) o que os outros fazem. E o que os outros fazem não altera em nada o equilíbrio social. [A pornografia pode ser] um prazer para muita gente e, às vezes, o único que lhes é concedido, pois as pessoas idosas, solitárias, não atractivas, não encontram nunca o chinelo velho para o seu pé doente. Uma prostituição oficializada é obra de caridade para com os feios e os tímidos. [Porque hão-de ser] só os ricos e os de maiores posses a terem acesso à pornografia, e não os pobres? As classes mais desprotegidas deviam ter a sua pornografia mais barata, subsidiada pelo Governo, se o Governo fosse ao mesmo tempo inteligente e progressista nestas matérias. Somos um país imoral, um país depravado às ocultas. Foi isso, no entanto, que nos salvou de mergulhar nas sombras horrendas do puritanismo. Puritanismo que não é parte da nossa herança cultural. Mil vezes a pornografia do que a castração, a prostituição do que a hipocrisia. Se alguma coisa há que deve ser sagrada, é o prazer sexual entre pessoas mutuamente concordantes em dá-lo e recebê-lo, ou negociá-lo. [Os adolescentes e as crianças sempre souberam] muito mais do que os adultos fingem que eles sabem. Raros terão sido os jovens seduzidos na sua inocência. Na maior parte dos casos, o contrário é que é verdade. Se alguma coisa há que deva ser sagrada, é o prazer sexual entre pessoas concordantes em usufruí-lo e partilhá-lo.

Referências

  1.  «Jorge de Sena - Portugal/Brasil - Poesia Iberoamericana - www.antoniomiranda.com.br»www.antoniomiranda.com.br. Consultado em 23 de julho de 2018
  2.  Helena Roldão (27 de janeiro de 2014). «Ficha histórica: Mundo literário : semanário de crítica e informação literária, científica e artística (1946-1948).» (PDF)Hemeroteca Municipal de Lisboa. Consultado em 3 de novembro de 2014
  3.  Helena Roldão (19 de junho de 2018). «Ficha histórica:Litoral : revista mensal de cultura (1944-1945)» (PDF)Hemeroteca Municipal de Lisboa. Consultado em 25 de janeiro de 2019
  4.  Helena Roldão (12 de Outubro de 2012). «Ficha histórica:Atlântico: revista luso-brasileira (1942-1950)» (pdf)Hemeroteca Municipal de Lisboa. Consultado em 25 de Novembro de 2019
  5.  https://www.facebook.com/423215431066137/photos/pb.423215431066137.-2207520000.1448277902./874870145900661/?type=3&theater
  6.  Parte da informação biográfica coligida a partir de Jorge de Sena por Eugénio Lisboa, Editorial Presença, Lisboa, s/d.
  7.  «Cidadãos Estrangeiros Agraciados com Ordens Portuguesas». Resultado da busca de "Jorge de Sena". Presidência da República Portuguesa. Consultado em 12 de julho de 2019

Bibliografia

Edição dirigida por Mécia de Sena, Edições 70

  • Os grão-capitães (contos). Obras de Jorge de Sena, Lisboa
  • Antigas e novas andanças do demónio (contos). Obras de Jorge de Sena, Lisboa
  • O Físico prodigioso (novela). Obras de Jorge de Sena, Lisboa
  • Sinais de fogo (romance)Obras de Jorge de Sena, Edições 70, Lisboa
  • Dialécticas teóricas da literatura (ensaios). Obras de Jorge de Sena, Lisboa
  • Dialécticas aplicadas da literatura (ensaios). Obras de Jorge de Sena, Lisboa
  • 80 poemas de Emily Dickinson (tradução e apresentação). Obras de Jorge de Sena, Lisboa
  • Os sonetos de Camões e o soneto quinhentista (ensaio). Obras de Jorge de Sena, Lisboa, 1980
  • A estrutura de "Os Lusíadas" (ensaios). Obras de Jorge de Sena, Lisboa
  • Trinta anos de Camões (ensaios). Obras de Jorge de Sena, Lisboa, 1980
  • Fernando Pessoa & C.a Heterónima (ensaios). Obras de Jorge de Sena, Lisboa, 1984

Obras Completas, edição coordenada por Jorge Fazenda Lourenço, ed. Guimarães

  • I - Sinais de Fogo, Lisboa, 2009
  • II - O Físico Prodigioso, Lisboa, 2010
  • III - 80 Poemas de Emily Dickinson, Lisboa, 2010
  • IV - Antologia Poética, Lisboa, 2010
  • V - Rever Portugal - Textos Políticos e Afins, Lisboa, 2011
  • VI - América, América, Lisboa, 2011
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Ligações externas

SÃO PEDRO DE VERONA - 4 DE JUNHO DE 2021

 

Pedro de Verona

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Disambig grey.svg Nota: Se procura por outras personalidades chamadas Pedro Mártir, veja Pedro Mártir (desambiguação).
Pedro de Verona
São Pedro Mártir, obra de Pedro Berruguete
Nascimento1205 em VeronaItália
Morte6 de abril de 1252 (47 anos) em BarlassinaSeveso, entre as cidades de Como e MilãoItália
Veneração porIgreja Católica
Canonização9 de março de 1253 por Papa Inocêncio IV
Festa litúrgica6 de abril
AtribuiçõesFerimento na cabeça, palma, livro
PadroeiroVeronaFornelli (Isérnia), Roccasecca (Frosinone)
Gloriole.svg Portal dos Santos

Pedro de Verona, também conhecido como Pedro Mártir (Veronaca. 1205 — Seveso6 de abril de 1252) foi um frade dominicanoinquisidor e mártir italiano do século XIII. É venerado como santo católico.[1]

Biografia

Nasceu na cidade de Verona em uma família cátara. Frequentou uma escola católica e mais tarde a Universidade de Bolonha. Pedro entrou para a Ordem dos Dominicanos e tornou-se célebre pregador por todo o norte e Itália central.

De 1230 em diante, Pedro pregou contra a heresia e, especialmente o Catarismo que conhecia bem e tinha muitos adeptos no norte da Itália do século XIII. Catarismo era uma forma de dualismo, também chamado de maniqueísmo, e rejeitava a autoridade do Papa e muitos ensinamentos cristãos.

Em 1234, o Papa Gregório IX o nomeou Inquisidor Geral para o norte da Itália. Pedro evangelizou quase toda a Itália, pregando nas cidades de RomaFlorençaBolonhaGênova e Como.

Em 1251, o Papa Inocêncio IV reconheceu as virtudes de Pedro e nomeou-o inquisidor na Lombardia. Ele passou cerca de seis meses no cargo e não está claro se ele esteve envolvido em algum julgamento. Seu único ato registrado foi uma declaração de clemência por aqueles que confessaram heresia ou simpatia por heresia.

Em seus sermões, Pedro denunciava a heresia e também aqueles católicos que professavam a fé apenas por palavras. Multidões vinham ao seu encontro e o seguia; havia inúmeras conversões, incluindo a de cátaros que retornaram à ortodoxia.

Por causa de seus sermões, um grupo de cátaros milaneses conspiraram para matá-lo. Eles contrataram um assassino, Carino de Balsamo. O cúmplice de Carino era Manfredo Clitoro de Giussano. Em 6 de abril de 1252, quando Pedro estava retornando de Como para Milão, os dois assassinos o seguiram até um local solitário perto de Barlassina, e lá o mataram e feriram mortalmente o seu companheiro, um frade chamado Dominic.

Segundo a lenda, Carino atingiu a cabeça de Pedro com um machado e então atacou Dominic. Pedro ficou de joelhos, e recitou o primeiro artigo do Credo dos Apóstolos. Oferecendo o seu sangue como um sacrifício a Deus, ele molhou o dedo com seu sangue e escreveu no chão: "Credo".[1] O golpe que o matou cortou sua cabeça, mas o testemunho prestado no inquérito sobre sua morte confirma que ele começou a recitar o Credo, quando foi atacado.

Dominic foi levado para Meda, onde morreu cinco dias depois.

Veneração

O corpo de Pedro foi levado para Milão e depositado na Basílica de Sant'Eustorgio, onde um mausoléu ornamentado, trabalho de Giovanni di Balduccio, foi erigido à sua memória. Desde o século XVIII este está localizado na Capela Portinari.

Pedro foi canonizado pelo Papa Inocêncio IV em 9 de março de 1253, a mais rápida canonização feita por um papa.

A comemoração litúrgica de São Pedro Mártir foi inicialmente definida para 29 de abril, em seguida, para evitar a sobreposição com a festa dedicada à Santa Catarina de Siena, foi transferida para 4 de junho, o dia da solene transferência, ocorreu em 1340, no atual túmulo, construído por Giovanni di Balduccio entre 1335 e 1339.

Inicialmente o dia 6 de abril, data de sua morte, não foi usado porque entraria em conflito muitas vezes com o Tríduo Pascal.[2] Hoje o dia de São Pedro, o Mártir é festejado em 6 de abril.

Referências

  1. ↑ Ir para:a b «São Pedro de Verona». Consultado em 23 de outubro de 2011
  2.  Prudlo, Donald (2008). The martyred inquisitor. the life and cult of Peter of Verona. [S.l.]: Ashgate Publishing. p. 84. 300 páginas. ISBN 075466256X

Ligações externas

quinta-feira, 3 de junho de 2021

BRIGITTE BIERLEN - 1ª MULHER CHANCELER DA ÁUSTRIA - 2019 - 3 DE JUNHO DE 2021

 


Brigitte Bierlein

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Brigitte Bierlein
Bierlein em 2015
Chanceler da Áustria
Período3 de junho de 2019
7 de janeiro de 2020
Antecessor(a)Hartwig Löger
Sucessor(a)Sebastian Kurz
Presidente do Tribunal Constitucional
Período23 de fevereiro de 2018
3 de junho de 2019
Vice-presidenteChristoph Grabenwarter
Antecessor(a)Gerhart Holzinger
Sucessor(a)vacante
Vice-presidente do Tribunal Constitucional
Período1 de janeiro de 2003
22 de fevereiro de 2018
Antecessor(a)Karl Korinek
Sucessor(a)Christoph Grabenwarter
Dados pessoais
Nascimento25 de junho de 1949 (71 anos)
VienaÁustria
Alma materUniversidade de Viena
PartidoIndependente

Brigitte Bierlein (Viena25 de junho de 1949) é uma política e jurista austríaca que serviu como Chanceler da Áustria. Foi advogada geral do Ministério Público, essencialmente procuradora-geral do país, de 1990 a 2002, e membro do conselho executivo da Associação Internacional de Promotores Públicos de 2001 a 2003. Em 2003, Bierlein tornou-se membro do Tribunal Constitucional Austríaco. Desde janeiro de 2018, ela tem atuado como presidente neste tribunal, a primeira mulher a ocupar essa posição.

Após o Caso de Ibiza, o presidente austríaco Alexander van der Bellen nomeou Bierlein Chanceler em 30 de maio de 2019. Ela se tornou a primeira mulher neste cargo na Áustria e deverá permanecer nele até às próximas eleições nacionais, previstas para setembro de 2019.[1][2]

Referências

  1.  Said-Moorhouse, Lauren (30 de maio de 2019). «Austria names its first female chancellor»CNN. Consultado em 31 de maio de 2019
  2.  «Brigitte Bierlein assume chancelaria interina»pt.euronews.com. 30 de maio de 2019. Consultado em 15 de julho de 2019
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