quinta-feira, 15 de abril de 2021

GURU NANAK FUNDADOR DO SHIKISMO - NASCEU EM 1469 - 15 DE ABRIL DE 2021

 


Guru Nanak

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Guru Nanak
ਗੁਰੂ ਨਾਨਕ
Gurus siques com Bhai Bala e Bhai Mardana
Outros nomesBaba Nanak
Nana Shah
Conhecido(a) porFundador do Siquismo
Primeiro Guru Sique
Nascimento15 de abril de 1469
Rāi Bhoi Kī Talvaṇḍī, (Atual Nankana SahibPunjabePaquistão)
Morte22 de setembro de 1539 (70 anos)
Kartarpur, Império Mughal (Atual Paquistão)
ProgenitoresMãe: Mehta Kalu
Pai: Mata Tripta
CônjugeMata Sulakkhani
Filho(s)Sri Chand
Lakhmi Chand
Início da atividade1499
Fim da atividade1539
ReligiãoSiquismo

Guru Nanak Loudspeaker.svg? pronúncia[1] (em panjabiਗੁਰੂ ਨਾਨਕ; em hindiगुरु नानकUrduگرونانک‎, ˈɡʊɾu ˈnɑnək Gurū Nānak) (15 de abril de 1469 — 22 de setembro de 1539) foi o fundador do siquismo e o primeiro dos gurus siques. Seu nascimento é celebrado mundialmente no Kartik Puranmashi, o dia de lua cheia que cai anualmente em datas diferentes no mês de Katak, entre outubro e novembro no calendário gregoriano.[2]

Guru Nanak viajou por muitos lugares ensinando a mensagem do Deus único que vive em cada uma de suas criações e constitui a Verdade eterna.[3] Ele assentou as bases para uma plataforma espiritual, social, e política baseada na igualdade, no amor fraterno, na bondade e na virtude.[4][5][6]

É parte da crença religiosa sique que o espírito de santidade, divindade e autoridade religiosa de Guru Nanak subsistiu sobre cada um dos nove Gurus subsequentes quando a condição lhes foi passada.[7]

Família

]

Família e início

Baba Nanak vai à escola
Gurdwara Janam Asthan.

Nanak nasceu em 15 de abril de 1469 em Rāi Bhoi Kī Talvaṇḍī (atual Nankana Sahib, Punjabe, Paquistão), próximo a Lahore.[8][9] Seus pais eram Kalyan Chand Das Bedi, popularmente conhecido como Mehta Kalu e Mata Tripta.[10] Seu pai era o contador local das colheitas da vila de Talwandi.[11] Seus pais eram hindus e pertenciam à casta dos mercadores.[12]

Ele tinha uma irmã, Bebe Nanaki, cinco anos mais velha. Em 1475 ela casou-se e se mudou para Sultanpur. Nanak era ligado à irmã e foi junto para Sultanpur, para viver com ela e o marido. Por volta dos 16 anos, Nanak começou a trabalhar para Daulat Khan Lodi, empregador do marido de Nanaki. Este tempo foi marcante para Nanak, como sugere a obra Janam Sakhi e em suas numerosas alusões à estrutura governamental em seus hinos, foram provavelmente concebidas durante esse tempo.[13]

Comentários sobre sua vida dão detalhes do desenvolvimento precoce de sua consciência. Aos cinco anos, diz-se que Nanak já havia demonstrado interesse em assuntos divinos. Aos sete, seu pai matriculou-o na escola da vila, como mandava o costume.[8] A tradição oral diz que, ainda criança, Nanak impressionou seu professor ao descrever o simbolismo implícito da primeira letra do alfabeto, que consiste numa linha praticamente reta no Alfabeto persa ou árabe, lembrando a versão matemática de um, como denotante da natureza única de Deus.[14] Outras histórias da infância de Nanak referem-se a estranhos e miraculosos eventos, tais como o testemunhado por Rai Bular, no qual a cabeça da criança dormente foi protegida da forte luz do sol, em um dos relatores, pela sombra estacionária de uma árvore[15] ou, em outro, por uma cobra venenosa.[16]

Em 24 de setembro de 1487 casou-se com Mata Sulakkhani, filha de Mūl Chand e Chando Rāṇī, na cidade de Batala. O casal teve dois filhos, Sri Chand (8 de setembro de 1494 – 13 de janeiro de 1629)[17] e Lakhmi Chand (12 de fevereiro de 1497 – 9 de abril de 1555). Sri Chand recebeu iluminação dos ensinamentos de Guru Nanak e tornou-se fundador do grupo dos Udasi.[18][19]

Biografias

Janamsakhi, de Bhai Mani Singh.

As primeiras fontes biográficas da vida de Nanak reconhecidas atualmente são os Janamsākhīs (histórias da vida) e os vārs (exposições) do escriba Bhai Gurdas. Gurdas, um escriba do Gurū Granth Sahib, também descreveu sobre a vida de Nanak nos seus vārs. Ainda que estes tenham sido compilados em um tempo posterior ao da vida de Nanak, são menos detalhados que os Janamsākhīs. Os Janamsākhīs recontam em minúcias as circunstâncias do nascimento do guru.

Gyan Ratanavali atribuiu a Bhai Mani Singh, que escreveu com a intenção expressa de corrigir relatos heréticos sobre a vida de Guru Nanak. Bhai Mani Singh foi um sique contemporâneo ao Guru Gobind Singh que foi demandado por alguns siques com a requisição de que preparasse um relato autêntico da vida do Guru Nanak. Outro Janamsākhī popular foi alegadamente escrito por um companheiro próximo do Guru, Bhai Bala.[20] Entretanto, o estilo de escrita e a linguagem empregada deixaram os estudiosos, tais como Max Arthur Macauliffe, certos de que eles foram compostos após a morte de Nanak.[8] De acordo com os estudiosos, há considerável base para duvidar da alegação de que o autor fosse um companheiro próximo do Guru Nanak e o tenha acompanhado em muitas de suas viagens.

Siquismo

Rai Bular, o proprietário local, e a irmã de Nanak, Bibi Nanaki, foram as primeiras pessoas a reconhecer qualidades divinas no rapaz. Eles encorajaram-no e apoiaram-no para estudar e viajar. A tradição sique diz que, por volta de 1499, aos 30 anos de idade, ele teve uma visão. Depois de não ter conseguir retornar de suas abluções, suas roupas foram encontradas nas margens de um rio chamado Kali Bein. As pessoas imaginaram que ele tivesse se afogado no rio; Daulat Khan fez com que o curso d'água fosse dragado; no entanto, corpo algum foi encontrado. Três dias após o desaparecimento, Nanak reapareceu, permanecendo em silêncio. No dia seguinte, ele declarou[13]:

Nanak disse ter sido levado à corte de Deus. Lá, foi-lhe oferecida um taça com amrita (néctar) e dada a ordem:

Desse ponto em diante, Nanak é descrito nos relatos como Guru (mestre) e o Siquismo nasceu.[21]

A crença básica do siquismo é espalhar a mensagem da gentileza e da paz, em vez da vingança e do despeito. O siquismo é uma das mais novas religiões do mundo. Os siques seguem os ensinamentos do Guru Granth Sahib, o livro sagrado que abrange o ensinamento de seis dos dez gurus do siquismo e alguns santos e homens devotos.[22] O Guru Granth Sahib é cultuado como a autoridade suprema do siquismo e é considerado o décimo-primeiro, último e final Guru sique.[23] Na condição de primeiro guru sique, Guru Nanak contribuiu com um total de 974 hinos para o livro.[24]

Ensinamentos

Afresco de Guru Nanak.

Os ensinamentos de Nanak podem ser encontrados na Escritura sique Guru Granth Sahib, como uma vasta coleção de versos revelatórios escritos em Gurmukhi. Deste conjunto alguns princípios comuns são discerníveis. Primeiramente, uma Divindade Suprema - ainda que incompreensível, manifesta-se em todas as grande religiões, o "Executor" Singular e sem forma, descrito em sua forma indestrutível e eterna.

Nanak descreve os perigos do egotismo (haumai - "Eu sou") e convoca os devotos a se engajarem no culto à palavra de Deus. Naam implica Deus, a Realidade, uma palavra mística ou fórmula para recitar ou meditar (shabad em Gurbani), através da Ordem Divina (hukam), as instruções do Guru,[25] e o louvar das qualidades de Deus, descartando a dúvida no processo. Este culto deve ser desinteressado (sewa). A palavra de Deus limpa o indivíduo para fazer este culto possível. Isto relaciona-se à revelação de que Deus é o Executor e sem Deus não há outro nem nada. Nanak advertiu sobre a hipocrisia e a falsidade, declarando a natureza pervasiva destas na humanidade e que as ações religiosas também podem ser em vão. Pode-se dizer também que as práticas ascéticas sejam desfavorecidas por Nanak, que sugere a permanência interna nestes princípios sem destacar-se da família e da sociedade.

Através da tradição popular, os ensinamentos de Nanak são entendidos pela prática em três formas:

  • Vaṇḍ Chakkō: Partilhar com os outros, ajudar os que têm menos ou que precisam;
  • Kirat Karō: Ganhar a vida honestamente, sem exploração ou fraude;
  • Naam Japna: Meditar sobre o Nome de Deus para controlar as cinco fraquezas da personalidade humana.

Nanak pôs grande ênfase no culto à Palavra de Deus (Naam Japna).[25] Deve-se seguir os passos dos indivíduos "despertos" (Gurmukh) em vez da mente (estado de Manmukh - conduzidos pela vontade própria) - a última sendo perigosa e levando somente à frustração.

Reformas ocorridas na instituição e na Divindade e na Divindade e na Devoção são vistas como transcendentes de qualquer consideração religiosa ou divisão, por Deus não estar separado de qualquer indivíduo.

Jornadas (Udasis)

As cinco jornadas e outras localidades visitadas pelo Guru Nanak.

Ainda que a descrição exata das viagens seja disputadas, reconhece-se que Nanak fez quatro grandes jornadas, de milhares de quilômetros:

Nanak cruzou em direção a Arunachal Pradesh. Inicialmente indo para Lhasa (Tibet) ele foi por Tawang depois de ter passado pelo Butão e entrar no Tibete por Samdurang Chu. Retornou de Lhasa e foi ao famoso monastério Samye e entrou Pemoshubu Menchukha em Arunachal Pradesh. Ele meditou por algum tempo nessa localidade. De Menchukha ele retornou ao Tibete, trouxe moradores do sul do Tibete e os realocou em Menchukha. Depois de ter passado por Gelling e Tuting ele foi a Sadiya e Braham-Kund, antes de entrar novamente em Assam.

Nanak foi movido pelo apuro das pessoas do mundo e queria dizer-lhes sobre a "mensagem real de Deus". As pessoas do mundo estavam confusas pelas mensagens conflitantes dadas pelos sacerdotespundits, qazis, mulás, etc. Ele estava determinado a trazer sua mensagem às massas; decidiu então, em 1499, partir para sua sagrada missão para difundir a mensagem da paz e da compaixão a toda a humanidade.

A maior parte de suas jornadas foi feita a pé com seu correligionário Bhai Mardana. Viajou em todas as direções dos pontos cardeais – norte, sul, oeste e leste. Acredita-se que o primeiro guru sique tenha viajado mais de 28 000 km em suas jornadas pelo mundo no período entre 1500 e 1524. Após 1499, embarcou em sua missão e visitou centros hindusislâmicosbudistasjainssufisiogues e sidhas. Nessas jornadas, encontrou pessoas de diferentes religiões, tribos, culturas e raças. Na sua primeira jornada, Nanak cobriu o leste do subcontinente indiano e retornou após seis anos. Partindo de Sultanpur em 1499 e indo à vila de Talwandi para encontrar seus pais e informar-lhes de sua longa jornada; estes lhe disseram que preferiam sua presença para que Nanak lhes desse conforto e proteção na velhice e não partisse. Mas Nanak lhes respondeu que o mundo estava queimando no fogo da Kali Yuga e que milhares e milhares esperavam pela mensagem divina do Todo-Poderoso para o conforto, o amor e a salvação. O Guru disse assim aos pais: "Há um chamado de Deus, eu devo ir para onde ele me disser que devo ir". Ao ouvir essas palavras, seus pais concordaram e deram-lhe suas bênçãos. Assim Nanak iniciou sua missão e começaram a ser estabelecidas as raízes do siquismo.

Sucessão

Nanak indicou Bhai Lehna como o Guru sucesso, renomeando-o como Guru Angad, significando "um próprio" ou "parte de você". Em seguida à proclamação de Bhai Lehna como seu sucessor, Guru Nanak faleceu em 22 setembro de 1539 em Kartarpur, no atual Paquistão, aos 70 anos.[27]

Ver também

Referências

  1.  Guru Nanak pode ser referido por vários outros nomes e títulos, tais como Baba Nanak or Nanak Shah.
  2.  Dawe, Donald G. «Srī Gurū Nānak Dev»Encyclopaedia of Sikhism. Punjabi University Patiala. Consultado em 18 de agosto de 2015
  3.  Hayer, Tara (1988). Economic History of Sikhs: Sikh Impact Volume 1. Surrey, Canada: Indo-Canadian Publishers. p. 14
  4.  Sidhu, Dawinder (2009). Civil Rights in Wartime: The Post-9/11 Sikh Experience. [S.l.]: Ashgate Publishing, Ltd. p. 26. ISBN 9781409496915
  5.  Khorana, Meena (1991). The Indian Subcontinent in Literature for Children and Young Adults: An Annotated Bibliography of English-language Books. [S.l.]: Greenwood Publishing Group. p. 214. ISBN 9780313254895
  6.  Prasoon, Shrikant (2007). Knowing Guru Nanak. [S.l.]: Pustak Mahal. ISBN 9788122309805
  7.  «Bhai Gurdas Vaaran». Search Gurbani. Consultado em 1 de dezembro de 2012
  8. ↑ Ir para:a b c Macauliffe, Max Arthur (2004) [1909]. The Sikh Religion — Its Gurus, Sacred Writings and Authors. India: Low Price Publications. ISBN 81-86142-31-2.
  9.  Singh, Khushwant (2006). The Illustrated History of the Sikhs. India: Oxford University Press. pp. 12–13. ISBN 0-19-567747-1 De acordo com o Purātan Janamsākhī (as histórias do nascimento de Guru Nanak).
  10.  «Guru Nanak Sahib, Guru Nanak Ji, First Sikh Guru, First Guru Of Sikhs, Sahib Shri Guru Nanak Ji, India». Sgpc.net. Consultado em 9 de agosto de 2009. Arquivado do original em 18 de fevereiro de 2012
  11.  «The Bhatti's of Guru Nanak's Order». Nankana.com. Consultado em 9 de agosto de 2009. Arquivado do original em 16 de junho de 2013
  12.  «Sikhism's Origins: The Life of Guru Nanak». religionfacts.com. Consultado em 24 de dezembro de 2014
  13. ↑ Ir para:a b Cole, W. Owen; Sambhi, Piara Singh (1978). The Sikhs: Their Religious Beliefs and Practices. London: Routledge & Kegan Paul. p. 9. ISBN 0-7100-8842-6
  14.  Cunningham, Joseph Davey (1853). A History Of The Sikhs. London: John Murray. pp. 37–38
  15.  Gurnek Singh. «Rai Bular»Encyclopaedia of Sikhism. Punjabi University Patiala. Consultado em 18 de agosto de 2015
  16.  Singh, Kartar (1984). Life Story Of Guru Nanak. New Delhi: Hemkunt Press. 18 páginas. ISBN 978-8170101628
  17.  Gurnek Singh. «Sri Chand»Encyclopaedia of Sikhism. Punjabi University Patiala. Consultado em 18 de agosto de 2015
  18.  Madanjit Kaur. «Udasi»Encyclopaedia of Sikhism. Punjabi University Patiala. Consultado em 17 de setembro de 2015
  19.  http://www.sikh-history.com/sikhhist/gurus/nanak1.html
  20.  «Early Gursikhs: Bhai Bala Ji | Gateway to Sikhism». Allaboutsikhs.com. Consultado em 2 de maio de 2010
  21.  Cole, W. Owen; Sambhi, Piara Singh (1978). The Sikhs: Their Religious Beliefs and Practices. London: Routledge & Kegan Paul. pp. 9–10. ISBN 0-7100-8842-6
  22.  Taran Singh. «Sri Guru Granth Sahib»Encyclopaedia of Sikhism. Punjabi University Punjabi. Consultado em 26 de setembro de 2015
  23.  «Sikhism Religion of the Sikh People»www.sikhs.org. Consultado em 26 de setembro de 2015
  24.  «Sikhism Religion of the Sikh People»www.sikhs.org. Consultado em 26 de setembro de 2015
  25. ↑ Ir para:a b «The Sikhism Home Page». Sikhs.org. Consultado em 2 de maio de 2010
  26.  Dr Harjinder Singh Dilgeer (2008). Sikh Twareekh. Belgium & India: The Sikh University Press
  27.  «The Sikhism Home Page: Guru Nanak». Sikhs.org. Consultado em 9 de agosto de 2009

Bibliografia

  • Macauliffe, Max Arthur (1909). The Sikh Religion Vol I
  • Singh, Sahib. Guru Nanak Dev and His Teachings
  • Delumeau, Jean (dir.) - As Grandes Religiões do Mundo. Lisboa: Editorial Presença, 1997. ISBN 972-23-2241-9.

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SANTA ANASTÁSIA - 15 DE ABRIL DE 2021

 


Anastácia de Sirmio

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(Redirecionado de Santa Anastácia de Sirmium)
Disambig grey.svg Nota: Para outras santas de mesmo nome, veja Santa Anastácia.
Santa Anastácia de Sirmio
Ícone de Santa Anastácia
Grande Mártir
Morte em Sirmio
Veneração porIgreja CatólicaIgreja Ortodoxa
Principal temploCatedral de Santa Anastácia, em Zadar, na Croácia
Basilica di Sant'Anastasia al Palatino, em Roma.
Festa litúrgica25 de dezembro na Igreja Católica22 de dezembro na Igreja Ortodoxa
Atribuiçõespalma do martírio e tigela com fogo (no ocidente); cruz do martírio e pote de remédio (no oriente)
Padroeiromártires; tecelões; viúvas; pessoas envenenadas
Gloriole.svg Portal dos Santos

Anastácia de Sirmio (em gregoἈναστασία: "Ressurreição", também Ἁγία Ἀναστασία ἡ ΦαρμακολύτριαAnastácia, a Curandeira) foi uma santa, virgem e mártir cristã, que morreu em Sirmio. Na Igreja Ortodoxa, ela é comemorada como "Grande Mártir Anastácia, a Salvadora das Poções" (Hagia Anastasia Pharmacolytria).

Sobre a vida de Anastácia, é confiável que sua morte ocorreu durante a perseguição de Diocleciano. A maior parte das histórias foram escritas séculos depois de sua morte e elas a representam de várias maneiras diferentes, como uma romana ou uma nativa de Sirmio de família patrícia. Uma das versões afirma que ela seria a filha de um tal Praetextus e pupila de Crisógono. A tradição católica afirma que a mãe dela era Santa Fausta de Sirmio.

Anastácia há muito tempo tem sido venerada como curandeira e exorcista. Suas relíquias estão na Catedral de Santa Anastácia, em Zadar, na Croácia.

Ela é uma das sete mulheres, excluindo a Virgem Maria, a ser comemorada nominalmente no Cânone da Missa.

História

Esta mártir tem a distinção, única na liturgia romana, de ter uma comemoração especial na segunda missa de Natal. A missa do dia era originalmente celebrada não em honra ao nascimento de Cristo, mas sim em comemoração desta mártir e, por volta do final do século V, seu nome acabou sendo incluído também no Cânone Romano. Ainda assim, Anastácia é uma santa romana, pois ela sofreu o martírio em Sirmio, e não era venerada em Roma até pelo menos o final do século V. É verdade que sua História posterior ao século VI, pelo menos, faz de Anastácia uma romana, embora mesmo nesta história ela não tenha sofrido o martírio ali. Esta mesma versão liga o nome dela ao de Crisógono, que também não era um mártir romano, mas coloca a morte dela como tendo ocorrido em Aquileia.

De acordo com esta Passio, Anastácia era a filha de Praetextatus, um vir illustris romano e um de seus professores era Crisógono. No início da perseguição de Diocleciano, o imperador romano convocou Crisógono para Aquileia, onde ele foi torturado e morto. Anastácia, tendo ido dali até Sirmio para visitar a comunidade local, foi queimada viva na Ilha de Palmaria em 25 de dezembro e seu corpo foi enterrado na casa de Apolônia, que havia sido convertida numa basílica.

Devoção

No ocidente

Catedral de Santa Anastácia, em Zadar, na Croácia.

O chamado Martyrologium Hieronymianum[1] relata o seu nome em 25 de dezembro, não só para Sirmio, mas também para Constantinopla, algo que decorre de uma história diferente. De acordo com Teodoro, o Leitor[2], durante o patriarcado de Genádio I de Constantinopla (458-471), o corpo da mártir foi transferido para a capital imperial e enterrado numa igreja que até então era conhecida como Anastasis ("Ressurreição") e que passou, a partir daí, a ser conhecida como "Anastasia".

De forma similiar, a devoção de Anastácia foi introduzida em Roma a partir de Sirmio por meio de uma igreja já existente. Como esta já era bastante conhecida, acabou dando especial proeminência ao dia da festa da santa. Já existia em Roma, desde o século IV, ao pé da Colina do Palatino e acima do Circo Máximo, uma igreja que havia sido decorada pelo papa Dâmaso I (366-384) com um grande mosaico. Ela era conhecida como titulus Anastasiae e é mencionada com este nome nos atos do Concílio de Roma de 499. Há alguma incerteza sobre a origem deste nome: ou igreja o deve a uma homenagem à romana Anastácia, como é o caso de diversas outras igrejas titulares de Roma (Duchesne) ou ela era originalmente uma igreja em honra à Anastasis (Ressurreição de Jesus), como as que já existiam em Ravena e em Constantinopla, e a partir de "Anastasis" derivou "titulus Anastasiae" (Grisar). Qualquer que seja a opção, a igreja já era especialmente proeminente entre os séculos IV e VI, sendo a única no centro da Roma antiga, rodeada de templos pagãos.

Em sua jurisdição estava o Palatino onde a corte imperial se localizava. Uma vez que a venração da mártir de Sirmio passou a receber um novo ímpeto em Constantinopla durante a segunda metade do século V, podemos inferir com facilidade que as relações próximas entre a "Nova Roma" e a "Vilha Roma" também fizeram por aumentar a devoção de Santa Anastácia aos pés do Palatino.

De toda forma, a inserção do nome dela no Cânone Romano da Missa no final do século V mostra que ela então já ocupava uma posição única entre os santos publicamente venerados em Roma. A partir daí, a igreja no Palatino passou a ser conhecida por "titulus sanctae Anastasiae" e a mártir de Sirmio se tornou a santa titular da velha basílica do século IV. Evidentemente, por conta de sua posição como igreja titular do distrito que incluía as moradias imperiais no Palatino, esta igreja manteve por longo tempo uma proeminência entre as demais igrejas de Roma. Apenas duas a precediam em honra: São João de Latrão, a igreja-mãe de Roma, e Santa Maria Maggiore, principal igreja dedicada à Virgem Maria.

Este antigo santuário está hoje isolado em meio às ruínas de Roma. A comemoração de Santa Anastácia na segunda missa do Natal é o último resquício da proeminência de outrora.

De acordo com a tradição, São Donato de Zadar levou as relíquias de Constantinopla para Zadar quando ele visitou a cidade com o duque Beato de Veneza. A ordem havia sido dada por Carlos Magno como forma de negociar a fronteira entre o Império Bizantino e os territórios da Croácia que, na época, estavam sob domínio do Reino dos Francos.

No oriente

Igreja Ortodoxa venera Santa Anastácia como uma Grande Mártir, geralmente se referindo a ela como "Anastácia, a Romana". Ela geralmente recebe os epítetos de "Salvadora dos Grilhões" e "Salvadora das Poções" pois acredita-se que suas intercessões protejam os fiéis contra venenos e outras substâncias malignas[3]. De acordo com o Sinaxário, ela era filha de Praepextatus (um pagão) e Fausta (uma cristã).

No século V, as relíquias de Santa Anastácia foram transferidas para Constantinopla, onde uma igreja foi construída e dedicada a ela. Posteriormente, a cabeça e uma mão da Grande Mártir foram transferidas para o Mosteiro de Santa Anastácia, perto de Monte Atos.

Referências

  1.  ed. De Rossi and Duchesne, Acta Sanctorum, 2 November.
  2.  Hist. Eccles., II, 65.
  3.  The Great Horologion or Book of HoursISBN 0-943405-08-4, Boston: Holy Transfiguration Monastery, 1997, p. 354

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SÃO CRESCÊNCIO - 15 DE ABRIL DE 2021

 dia livre.

São Crescêncio
Silvano (esq.), com Crescêncio e Silas.
Ícone dos Setenta Discípulos.
Bispo da GaláciaMártir
Veneração porToda cristandade
Festa litúrgica27 de junho na Igreja Católica
30 de julho na Igreja Ortodoxa
Gloriole.svg Portal dos Santos

Crescêncio ou Crescente foi dos primeiros seguidores de Jesus citado no Novo Testamento. Ele é citado como tendo sido um missionário na Galácia e se tornou um companheiro de prisão de Paulo. O nome "Crescêncio" deriva do latim crescere, que significa "crescer".

História

Crescêncio foi um companheiro de Paulo durante a sua segunda prisão, em Roma, e aparece apenas uma vez no Novo Testamento, quando é dito que ele deixou o apóstolo para ir à Galácia: "Procura vir ter comigo breve", pede Paulo a Timóteo"pois Demas me abandonou, tendo amado o mundo presente, e foi para Tessalônica; Crescêncio para a Galácia, Tito para a Dalmácia;" (2 Timóteo 4:9-10).

Na tradição cristã, o mais antigo relato (na Constituição Apostólica, VII.46) apresenta Crescêncio como um bispo das igrejas da Galácia. Tradições posteriores, por outro lado, afirmam que ele teria sido bispo de Vienne, na Gália, e de Mogoncíaco, no Reno. Porém, mesmo as mais antigas que citam a Gália não falam deste discípulo especificamente como fundador das igrejas e acredita-se que a crença tenha surgido depois a partir de um desejo popular de justificar uma origem apostólica. As alegações de Vienne, por exemplo, podem ter surgido de uma confusão na identificação de seu primeiro bispo, também chamado Crescêncio, que viveu no século III, com o discípulo de Paulo. Há pouco também que dizer sobre Mogoncíaco.

A leitura de alguns manuscritos (como o Codex Sinaiticus e o Codex Ephraemi), que citam "Gália" ao invés de "Galácia", também já foram chamados em defesa da tese das igrejas da Gália, mas a leitura tradicional ("Galácia") é suportada pela grande maioria dos manuscritos. Crescêncio também aparece como sendo um dos Setenta Discípulos de Cristo por Pseudo-Doroteu.

Seu martírio na Galácia, sob o imperador romano Trajano (r. 98–117), comemorado em 27 de junho no martirológio romano, carece de confirmação nas listas mais antigas.

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