quinta-feira, 18 de março de 2021

CAMPANHA DE GALIPOLI - 1916 - 18 DE MARÇO DE 2021

 

Campanha de Galípoli

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Campanha de Galípoli
Parte do Teatro de Operações do Oriente Médio da Primeira Guerra Mundial
A batalha de Galípoli, Fevereiro-Abril 1915.
Data17 de fevereiro de 1915 – 9 de janeiro de 1916
LocalPenínsula de Galípoli (Região de Mármara), Turquia
DesfechoVitória otomana
Combatentes
Reino Unido Império Britânico

Flag of France (1794–1815, 1830–1958).svg França

Império Otomano Império Otomano

Apoio:
 Império Alemão
 Áustria-Hungria[1]

Líderes e comandantes
Reino Unido Lord Kitchener
Reino Unido Ian Hamilton
Reino Unido Charles Monro
Reino Unido Sackville Carden
Reino Unido John de Robeck
Reino Unido Winston Churchill
Flag of France (1794–1815, 1830–1958).svg Henri Gouraud
Flag of France (1794–1815, 1830–1958).svg Maurice Bailloud
Império Alemão Otto Liman von Sanders
Império Otomano Enver Paxá
Império Otomano Mehmed Esad Paxá
Império Otomano Cevat Paxá
Império Otomano Mustafa Kemal Bey
Império Otomano Vehib Paxá
Forças
divisões (inicial)
15 divisões (final)

Total: 489 000 soldados
  • 345 000 britânicos, indianos, irlandeses e canadenses
  • 50 000 australianos
  • 15 000 neozelandeses
  • 79 000 franceses
6 divisões (inicial)
16 divisões (final)

Total: 315 500 soldados
Vítimas
302 000 (mortos, feridos, desaparecidos ou capturados)[2]218 000 – 251 000 (mortos, feridos ou desaparecidos)[3]

Campanha de Galípoli, também conhecida como Batalha dos Dardanelos, teve como palco a península de Galípoli (em turcoGelibolu) na Turquia, de 25 de abril de 1915 a 9 de janeiro de 1916,[4] durante a Primeira Guerra Mundial. Foi uma das campanhas mais custosas e trágicas da guerra. Forças britânicas, francesas, australianas e neozelandesas desembarcaram em Galípoli, numa tentativa de invasão da Turquia e captura do estreito de Dardanelos. A tentativa falhou, com pesadas perdas para ambos os lados. Os aliados se retiraram do local durante os meses de dezembro de 1915 e janeiro de 1916.

As divisões ANZAC (Australian and New Zealand Army Corps) se viram especialmente danificadas, e esta campanha passou a significar certa dissensão por parte do aliados oriundos da Nova Zelândia e da Austrália, que acusaram as tropas britânicas de arrogância, crueldade e inaptidão, bem como principais responsáveis pelo fracasso das operações. O Anzac Day (25 de abril) continua a ser a comemoração mais significativa dos veteranos na Austrália e na Nova Zelândia, superando o Dia do Armistício / Dia da Lembrança

rta dissensão por parte do aliados oriundos da Nova Zelândia e da Austrália, que acusaram as tropas britânicas de arrogância, crueldade e inaptidão, bem como principais responsáveis pelo fracasso das operações. O Anzac Day (25 de abril) continua a ser a comemoração mais significativa dos veteranos na Austrália e na Nova Zelândia, superando o Dia do Armistício / Dia da Lembrança.

A Campanha de Galípoli repercutiu profundamente em todas as nações envolvidas. Na Turquia, a batalha é percebida como um momento definitivo na história da nação — a defesa final da terra-mãe após séculos de desintegração do Império Otomano. A luta estabeleceu as bases para a Guerra de Independência Turca e a fundação da República Turca oito anos mais tarde, sob Atatürk, ele próprio um comandante em Galípoli


 Guerra de Independência Turca e a fundação da República Turca oito anos mais tarde, sob Atatürk, ele próprio um comandante em Galípoli.

Operações navais

No início de 1915, tentando obter importante vantagem estratégica, o governo britânico autorizou o ataque à península de Galípoli tendo por objetivo final capturar Istambul, capital do Império Otomano, bem como obter uma rota segura para a Rússia através do mar Negro. Em 13 de janeiro o Conselho de Guerra Britânico aprovou os planos para uma operação naval no estreito de Dardanelos.

As defesas do estreito estavam divididas em externas, intermediárias e internas. As defesas externas estavam suscetíveis a bombardeios navais, enquanto as defesas internas se localizavam na parte mais estreita da passagem, perto de Çanakkale. A área era defendida ainda por uma série de 10 campos minados marítimos, contendo 370 minas.

Em 19 de fevereiro de 1915 dois navios britânicos foram enviados para sondar a entrada do estreito de Dardanelos e foram engajados pelas baterias das defesas externas de Kum Kale, o bombardeio foi longo e pesado durante o dia. Em 25 de fevereiro uma nova tentativa foi realizada e, com o abandono dos turcos das fortificações mais externas, a frota aliada penetrou no estreito e engajou as defesas intermediárias. Equipes de demolição dos Fuzileiros Navais Britânicos atacaram as defesas de Sedd el Bahr e Kum Kale encontrando pouca resistência.

As defesas do estreito de Dardanelos em fevereiro e março de 1915, mostrando os campos minados, as redes anti-submarino e as baterias de costa.

Navios caça-minas foram despachados, e lograram penetrar cerca de 10 km para dentro do estreito de Dardanelos, mas o trabalho de limpeza das minas marítimas ali colocadas era lento devido à forte correnteza na área e pela falta de prática das tripulações dos navios, que eram em sua maioria civis, e não estavam acostumadas a trabalhar sob fogo. Desse modo, avançar ainda mais dentro do estreito se tornara impossível para a frota aliada, pois as fortalezas turcas se encontravam agora muito afastadas para serem neutralizadas pela artilharia dos navios aliados. A falta de progresso dos aliados encorajou os defensores turcos.

Winston Churchill, então Primeiro Lorde do Almirantado, impaciente com o lento avanço que o almirante sir Sackville Hamilton Carden realizava em Galípoli, exigiu que o próximo estágio do plano fosse iniciado. O plano consistia em um avanço de toda frota aliada à luz do dia, protegendo os caça-minas que deveriam limpar a área minada. O almirante Carden, com sérias dificuldades para tomar tal decisão, começou a apresentar sinais de estresse e insônia. Em 15 de março, seu médico informou que o comandante estava à beira de um colapso nervoso. Foi então enviado de volta para casa e substituído pelo vice-almirante sir John de Robeck que imediatamente ordenou que a toda a frota aliada avançasse através do estreito de Dardanelos.

Secretamente os turcos haviam lançado uma 11ª linha de minas na região da baía de Eren Köy. Cerca de 20 a 26 minas foram instaladas paralelamente à costa, fato que passou despercebido aos reconhecimentos aliados e que seria decisivo na batalha que se aproximava.

Em 18 de março de 1915, os 18 navios de guerra da frota aliada penetraram no estreito. A frota foi distribuída em três linhas pelo almirante Carden, sendo duas britânicas e uma francesa, com navios de apoio no flanco e dois em reserva:

Ordem de Batalha de 18 de março
Em cinza: Seriamente danificado, Em vermelho: afundado
Linha A britânicaHMS Queen ElizabethHMS AgamemnonHMS Lord NelsonHMS Inflexible
Linha B francesaGauloisCharlemagneBouvetSuffren
Linha C britânicaHMS VengeanceHMS IrresistibleHMS AlbionHMS Ocean
Navios de apoioHMS MajesticHMS Prince GeorgeHMS SwiftsureHMS Triumph
ReservaHMS CanopusHMS Cornwallis  
Artilharia pesada retirada do cruzador alemão SMS Roon, 1915.

No início a frota conseguiu fazer bom progresso, apesar do intenso bombardeio das baterias turcas. A certa altura o Bouvet realizou uma manobra na região da baía de Eren Köy e colidiu com uma mina, e em poucos minutos adernou e afundou, matando os 600 homens da tripulação. Próximo do mesmo local, o HMS Inflexible bateu em outra mina, o que causou a morte de cerca de 30 homens, mas permaneceu flutuando e acabou encalhado na ilha de Bozcaada. Em seguida foi a vez do HMS Irresistible também atingir uma mina e ficar inoperante. O HMS Ocean foi despachado para rebocá-lo mas, ao chegar à área, uma mina destruiu seu leme, e o navio ficou à deriva. A maior parte da tripulação desses dois navios conseguiu ser resgatada com vida, mas os navios tiveram que ser abandonados.

Após os reveses do dia 18 de março, a frota aliada foi forçada a se retirar, após contar uma perda de mais de 700 homens. A frota aliada perdeu três navios, que foram afundados, e teve outros três severamente danificados. As dez linhas do campo minado permaneciam quase intactas, e as defesas internas, com baterias de artilharia de costa, ainda não haviam sido engajadas.

Operações terrestres

Cabo Helles: As praias de desembarque.

O vice-almirante sir John de Robeck informou Winston Churchill que não seria possível capturar a península de Galípoli sem a ajuda do exército. O general sir Ian Hamilton, comandante da Força Expedicionária do Mediterrâneo aquartelada na ilha grega de Lemnos, participou em 22 de março de uma conferência com o almirante Robeck a bordo do HMS Queen Elizabeth, onde tomaram a decisão de realizar o desembarque anfíbio em larga escala em Galípoli.

Líderes do exército grego informaram lorde Horatio Herbert Kitchener, Secretário de Estado da Guerra, que ele precisaria de cerca de 150 000 homens para tomar Galípoli. Kitchener concluiu que somente a metade seria necessária. Enviou a experiente 29º Divisão Britânica para se juntar às tropas da Austrália, Nova Zelândia e tropas coloniais francesas em Lemnos.

Informações chegaram ao comandante do Quinto Exército otomano, o tenente-general alemão Otto Liman von Sanders, a respeito dos 70 000 homens aliados reunidos na ilha grega. Von Sanders prevendo o ataque iminente, começou a posicionar seus 84 000 homens ao longo da costa onde ele esperava que os planos de invasão tivessem lugar.

Disposição do 5º Exército Turco

O comandante da 19ª Divisão de Exército, Mustafá Kemal, com sua experiência anterior em operações militares na região de Galípoli, conseguiu prever o lugar onde os desembarques aliados ocorreriam, e deteve as tropas aliadas no local até a retirada final. Angariou fama e tornou-se um herói nacional, sendo o primeiro presidente da república no pós-guerra.

O ataque se iniciou em 25 de abril de 1915 com o estabelecimento de duas cabeças-de-ponte, em Helles e Gaba Tepe. Outro grande desembarque teve lugar na baía de Sulva em 6 de agosto. Entretanto as tentativas de tomar toda a península fracassaram, frente a resistência tenaz oferecida pelas forças turcas. Até ao final de agosto os aliados haviam perdido mais de 40 000 homens. O general Ian Hamilton solicitou mais 95 000 homens, embora apoiado por Winston Churchill, Kitchener não estava disposto a enviar mais tropas para a área, uma vez que não podia desfalcar a frente ocidental na Europa.

Em 14 de outubro, o general Hamilton foi substituído pelo tenente-general sir Charles Monro. Após percorrer as três frentes de combate, o general Monro recomendou uma retirada imediata das forças aliadas. Lord Kitchener, que chegou à frente de combate duas semanas depois, concordou que os 105 000 homens restantes deveriam ser retirados. A operação começou pela baía de Sulva em 7 de dezembro. As últimas unidades foram evacuadas do cabo Helles em 9 de janeiro de 1916.

Resultado final

Divisões ANZAC desembarcam em Galípoli, 1915

Cerca de 480 000 soldados aliados tomaram parte na fracassada Campanha de Galípoli. As tentativas de abrir caminho através da península de Galípoli resultaram infrutíferas, devido às dificuldades do terreno e à obstinada resistência das tropas turcas. O estreito de Dardanelos permaneceu fechado para a Tríplice Entente até o final da guerra, dificultando o apoio de Inglaterra e França ao Império Russo.

Os britânicos e seus aliados tiveram cerca de 220 000 baixas (43 000 mortos). Houve mais de 33 600 perdas entre as tropas ANZAC (mais de 1/3 de mortos). As tropas coloniais franceses tiveram 47 000 baixas (5 000 mortos). Do outro lado, as baixas turcas são estimadas atualmente em cerca de 250 000 (65 000 mortos).

Notas

TRAIAN VUIA - VOA NUMA AERONAVE MAIS PESADA QUE O AR - 1906 - 18 DE MARÇO DE 2021

 


Traian Vuia

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Traian Vuia
Nascimento17 de agosto de 1872
Traian Vuia
Morte3 de setembro de 1950 (78 anos)
Bucareste
ResidênciaTimiș
SepultamentoCemitério Bellu
CidadaniaRomênia
Alma materUniversidade Eötvös Loránd
Ocupaçãoengenheiro aeronáutico, engenheiro, inventor, engenheiro aeroespacial, advogadoaviador

Traian Vuia ou Trajan Vuia, (✰ Surducul-Mic17 de agosto de 1872;  ✝ Bucareste03 de setembro de 1950) foi um inventor e pioneiro da aviação romeno, que efetuou experimentos bem sucedidos na aviação.

Vuia afirmou que seu primeiro teste em voo ocorrido em 18 de Março de 1906, em Montesson (França), percorreu 11 metros.[1] apesar de não conseguir sustentar o voo por muito tempo, a invenção de Vuia influenciou os projetos de monoplanos de Louis Blériot.[2] Mais tarde, Vuia também projetou helicópteros.

Como cidadão francês desde 1918, Vuia foi também um grande patriota, liderando os romenos residentes na França atuando na resistência durante a primeira e segunda Guerras Mundiais.[3] Ele retornou à Romênia em 1950.

Ver também

Traian Vuia em sua máquina voadora,
Vuia I, em 1906.

Referências

  1.  Mola, Roger A (2009), «The Birthplaces of Aviation. It didn't all happen at Kitty Hawk»Air & Space Magazine.
  2.  Gibbs-Smith, Charles Harvard (1965). The world's first aeroplane flights (1903–1908) and earlier attempts to fly. [S.l.]: Her Majesty's Stationery Office. p. 31
  3.  Traian Vuia - a Century of Aviation

Bibliografia

Ligações externas

REVOLUÇÃO DE MARÇO - (ALEMANHA) - 1848 - 18 DE MARÇO DE 2021

 


Revoluções de 1848 nos Estados alemães

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Revolucionários comemorando em Berlim, em 19 de março de 1848
Germania por Philipp Veit

As Revoluções de 1848 nos Estados alemães, também chamada de Revolução de Março - parte das Revoluções de 1848 que eclodiram na Europa - foram uma série de protestos coordenados e rebeliões nos Estados da Confederação Germânica, incluindo o Império Austríaco. As revoluções salientaram o pangermanismo, enfatizou o descontentamento popular com a tradicional estrutura amplamente autocrática dos 39 Estados independentes da Confederação, que havia herdado o território alemão do Sacro Império Romano-Germânico. Além disso, demonstraram o desejo popular para uma maior liberdade política, junto com políticas liberais, a liberdade de expressão, democracia e nacionalismo. Os elementos da classe média estavam preenchidos com princípios liberais, enquanto a classe trabalhadora buscou melhorias radicais em suas condições de trabalho e de vida. No entanto, a classe média e os componentes da classe trabalhadora foram divididos durante a Revolução, e no final, a aristocracia conservadora havia derrotado ambas as partes, forçando muitos liberais para o exílio.

Principais causas

A campanha nas revoluções alemãs de 1848 teve dois objetivos principais, primeiro, um sistema unificado alemão (Estado-nação) e segundo, a introdução de liberdades civis.[1]

As exigências para a reforma política incluindo a liberdade de imprensa, a auto-organização das universidades e um parlamento que represente todos os cidadãos alemães foram apenas representadas pelos monarcas de uma comunidade de Estados soberanos alemães.

O sentimento nacionalista, que foi amplamente difundido entre os estudantes da classe média educada foi estimulado pela Crise do Reno de 1840, quando parecia que a França invadiria a Renânia. O historiador Fichte e o escritor Jahn Arndt, haviam contribuído de diferentes formas para o crescimento de um sentimento nacional difuso dos alemães. Fichte levantou o temperamento nacional com suas palestras sobre um Estado alemão independente, enquanto Arndt tinha declarado o seu ódio eterno dos franceses e Jahn tinha o chamado para a criação de um órgão nacional composto de homens fortes prontos para morrer pela pátria. Todos eles viviam durante a ocupação dos Estados alemães pelo exército napoleônico, e da França que era vista como uma grande rival para os Estados alemães, que em sua composição eram espalhados e tinham sido incapazes de formar uma defesa coordenada contra Napoleão. A crise no Reno provocou uma nova onda de sentimento anti-francês e a composição de músicas patrióticas conhecidas como Rheinlied. Além disso, a declaração da Dinamarca que ocuparia parte de Schleswig-Holstein provocou uma oposição generalizada. A partir de 1840, houve um consenso entre os liberais alemães, que visavam apenas a dupla união e a liberdade de lutar.[1]

As desastrosas condições econômicas também desempenharam um papel. A epidemia de cólera espalhou a morte e o sofrimento para a Silésia. O crescimento da população e os fracassos da safra entre 1846 e 1847 causaram fome e miséria. Muitas pessoas se mudaram para a cidades, a fim de sobreviver, mas os salários eram muito baixos e as condições de vida eram terriveis.

Em 1828, a União Aduaneira Prússia-Hessian havia sido formada, que foi projetada para tornar o comércio de bens prussianos mais eficiente. A Áustria foi o único Estado que não aderiu e foi um poderoso motor para a unificação dos Estados dentro da federação. As normas estabelecidas no Zollverein para os impostos de bens e viagens eram feitas entre os Estados de frouxa legislação. Inicialmente, as área sindicais na Prússia eram poucas e pequenas, mas em 1834 haviam crescido para dentro da região do Zollverein que abrangia grande parte do que viria a ser a Alemanha. Entre outros feitos, estabeleceu os padrões de peso e moeda na Alemanha.

Estes eventos em toda a Europa em 1848 tiveram um impacto também sobre os alemães. Em fevereiro de 1848, o Rei Louis-Phillipe da França abdicou do trono, provocando revoluções em todo o continente europeu, especialmente nos Estados alemães.

Eventos que levaram às revoluções

O trabalho de base no levante de 1848 na Alemanha foi colocada muito tempo antes. O Festival de Hambach de 1832 por exemplo, reflete uma crescente inquietação em face da tributação pesada e censura política. O Festival de Hambach é particularmente notável pelo fato que resultou na origem da bandeira tricolor: preto, vermelho e ouro (que atualmente forma a bandeira da Alemanha), como um símbolo do movimento republicano e de uma união entre os povos de língua alemã.A pressão liberal se espalhou através de muitos Estados alemães da Confederação Germânica, cada um dos quais experimentaram as revoluções de sua própria maneira. As manifestações de rua dos trabalhadores e artesãos em Paris na França em 22 de fevereiro de 1848 resultaram na abdicação do Rei Luís Filipe e na sua partida da França para a Inglaterra, foi o estímulo necessário para a revolta na Alemanha.[2] Na França, a Revolução de 1848 ficou conhecida como "Revolução de Fevereiro".

A revolução se espalhou pela Europa e começou na Alemanha com grandes manifestações em 13 de março de 1848 em VienaÁustria, que resultou na renúncia do Príncipe von Metternich como ministro-chefe do imperador Fernando I da Áustria e sua partida para a Grã-Bretanha.[2] Por causa da data destas demonstrações, as revoluções de 1848 na Alemanha são chamadas geralmente de Revolução de Março (em alemão: Märzrevolution).

Temendo o mesmo destino de Luís Filipe da França, alguns monarcas na Alemanha aceitaram algumas exigências dos revolucionários, pelo menos temporariamente. No sul e oeste, as grandes assembleias populares e manifestações em massa ocorreram. Haviam exigido liberdade de imprensa, liberdade de se reunir, constituições escritas, armamento para o povo e um parlamento para o povo alemão.

Em grande parte dos Estados alemães ocorreram manifestações populares, revoltas e um movimento por um parlamento nacional eleito que projetasse uma nova Constituição em defesa de uma Alemanha unificada.

As Revoluções

Revolta de 19 de Março de 1848 em Berlim

No mesmo ano, as safras foram ruins, os preços dos alimentos subiram e o ambiente entre os trabalhadores urbanos ficou agitado.

A intelectualidade se uniu aos operários que, em 3 de março de 1848, fizeram uma manifestação nas ruas de Colônia. Duas semanas mais tarde, a insurreição irrompeu em Berlim. No dia 18 de março, a população exigiu de Frederico Guilherme IV o apoio às teses liberais e a convocação de uma assembléia nacional eleita pelo sufrágio universal. Na semana de Março de 1848, as manifestações e os comícios tornaram-se diários, os liberais exigiam uma Constituição, houve um choque entre soldados e manifestantes e logo surgiram barricadas por toda a cidade, lutando unidos contra as tropas reais burgueses, pequeno-burgueses e operários.

As revoltas foram imediatamente sufocadas pelas forças prussianas. O rei Frederico Guilherme IV procurou eximir-se da responsabilidade pelo massacre. Retirou as tropas da cidade e a ordem passou a ser controlada por uma milícia civil. A bandeira vermelha, negra e dourada - símbolo de uma Alemanha unida e liberal - triunfava nas cidades prussianas. O rei identificou-se publicamente com a causa nacional alemã e convocou uma assembléia nacional. Em 1849 foi redigida uma Constituição para a Alemanha. Os conservadores, que queriam uma Alemanha unida, sob o domínio da Prússia, mas não liberal, começaram a articular uma reação.

A burguesia tentou tomar partido da revolução de Março de 1848 para unificar os estados alemães. A revolução expandiu-se por quase todos os Estados alemães. Ao mesmo tempo que o Parlamento se ocupava de infindáveis debates, os poderosos latifundiários e os príncipes debatiam-se com a contra-revolução. No mês de Abril desse ano, Marx e Engels tinham chegado à Alemanha e foram se fixar na zona da Renânia.

Em Junho saía nesse local a "Nova Gazeta Renana", dirigida pelo teórico socialista Karl Marx, e custeada por industriais liberais. Este periódico procurou forjar uma aliança entre socialistas e liberais em prol da democracia.

Em Dresden, um reduto liberal e democrata, rebentou um movimentou popular. Em grande parte insuflado por periódicos como a "Gazeta de Dresden", que publicava artigos de Mikhail Bakunin, e "Páginas Populares", para o qual contribuía o compositor Richard Wagner, o movimento carecia de organização. A violenta batalha foi vencida pelas tropas governamentais, que estavam em maior número. Engels deixou Colônia em 10 de Maio de 1849 por Elberfeld, no Reno, cidade onde se ocupara da direção das barricadas. Bakunin foi preso e condenado à morte, mas sua pena foi comutada para prisão perpétua.

Um Parlamento foi reunido em Frankfurt em 18 de maio, abrangendo todas as tendências políticas alemãs. Adotou a supressão dos direitos feudais e aumentou as liberdades políticas. Os representantes dos Estados alemães perderam-se em discussões a respeito da unificação: havia os defensores da República (com partidários do federalismounitarismo e da democracia); outros defendiam a solução monárquica, tendo adeptos da participação da Áustria (seria a Grande Alemanha), e outros, com a exclusão da Áustria e predomínio da Prússia (seria a Pequena Alemanha). A solução encontrada, proposta pela burguesia, já em 1849, foi a de uma "monarquia federal" governada pelos Hohenzollern (dinastia prussiana), sendo a Coroa imperial da Alemanha oferecida a Frederico Guilherme IV que, pressionado pela ação dos nobres, recusou-a e não aceitou a Constituição de Frankfurt. Esta atitude foi repetida pelo governo da Áustria e dos outros Estados alemães. Embora o povo e os revolucionários quisessem ver aprovada esta Constituição, acreditando que ela poderia trazer algum progresso em termos de liberdades civis, esta também não lhes satisfez totalmente, visto que deixava o poder nas mãos dos antigos líderes. Começou assim a contra-revolução da nobreza. Em Novembro de 1848, a Assembleia Nacional de Frankfurt foi dissolvida sem oposição pela Prússia, o sufrágio universal suprimido e os privilégios da nobreza restabelecidos. Os junkers, conservadores, membros da nobreza latifundiária, retomaram pouco a pouco o controle da situação. O sonho da unificação havia fracassado. Os radicais continuaram a lutar pela obtenção de justiça social, mas foram esmagados pelo exército prussiano.

Primeiro na Áustria, depois na Prússia, a restauração conservadora acabou por triunfar em toda a Alemanha. O sonho de uma Alemanha unida e democrática estava morto. A burguesia liberal alemã fracassara.

O triunfo da Revolução de 48 e as agitações operárias atemorizavam a burguesia alemã. Ela não aprofundou a revolução nem consolidou seu poder, como fizeram os ingleses (1688) e os franceses (1789). Abandonou seus aliados da véspera, pequeno-burgueses democratas e operários, e recompôs-se com a nobreza restauradora. Nos diversos Estados, as conquistas obtidas (liberdades, diversas Constituições) foram anuladas e o poder dos governantes restaurado em sua plenitude.

Assim ocorreu em Viena, per

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