quarta-feira, 17 de fevereiro de 2021

GAGO COUTINHO (CARLOS VIEGAS) - GEÓGRAFO E AVIADOR - NASCEU EM 1869 - 17 DE FEVEREIRO DE 2021

 


Carlos Viegas Gago Coutinho

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Carlos Viegas Gago Coutinho
Nascimento17 de fevereiro de 1869
São Brás de Alportel
Morte18 de fevereiro de 1959 (90 anos)
Lisboa
NacionalidadePortugal Português
OcupaçãoOficial da Marinha de Guerra PortuguesaGeógrafo , HistoriadorNavegador
Assinatura
Assinatura Gago Coutinho.svg

Carlos Viegas Gago Coutinho GCTE • GCC • ComA • GOA • GCA • GCSE • GCIC (Lisboa17 de fevereiro de 1869 — Lisboa, 18 de fevereiro de 1959) foi um geógrafo cartógrafo, oficial da Marinha Portuguesanavegador e historiador. Juntamente com o aviador Sacadura Cabral, tornou-se um pioneiro da aviação ao efetuar a Primeira travessia aérea do Atlântico Sul, no hidroavião Lusitânia em 1922.[1][2]

Rota da primeira travessia aérea do Atlântico Sul.
Placa em homenagem a Gago Coutinho e Sacadura Cabral na Estação São Bento (Porto).

Biografia

Carlos Viegas Gago Coutinho nasceu em São Brás de AlportelFaro, mas foi registado em BelémLisboa, em 17 de fevereiro de 1869, filho de José Viegas Gago Coutinho e de sua mulher e prima em segundo grau Fortunata Maria Coutinho.[3]

De família humilde, não pode frequentar, como desejava, o curso de Engenharia na Alemanha e ingressou, aos 17 anos, na Marinha Portuguesa, tendo terminado o curso da Escola Naval em 1888.

Serviu em vários navios e participou nas operações militares de Tungue (Moçambique) em 1890 e em Timor em 1912.

Distinguiu-se como cartógrafo e geodeta a partir de 1898, aquando de sua primeira comissão em Timor. Até 1920 levantou e cartografou não apenas aquele território mas também o de Niassa (1900), Congo (1901), Zambézia (1904-1905), Barotze (1912-1914), São Tomé e Príncipe (1916), estabelecendo vértices geodésicos e determinando coordenadas em missões científicas onde conseguia precisões notáveis, devido ao seu rigor e dedicação à missão que lhe fora confiada. Respondeu pela delimitação definitiva da parte norte da fronteira entre Angola e Zaire.

No decurso destes trabalhos fez a pé a travessia da África, onde conheceu Sacadura Cabral. Este incentivou-o a dedicar-se ao problema da navegação aérea, o que levou ao desenvolvimento do sextante de horizonte artificial, posteriormente comercializado pela empresa alemã Plath com o nome "Sistema Gago Coutinho".[4] Juntos inventaram ainda um "corretor de rumos" (o "plaqué de abatimento") para compensar o desvio causado pelo vento. Para testar essas ferramentas de navegação aérea, realizaram em 1921 a travessia aérea Lisboa-Funchal.

A 11 de Março de 1919 foi feito Comendador da Ordem Militar de São Bento de Avis, tendo sido elevado a Grande-Oficial da mesma Ordem a 19 de Outubro de 1920.[5]

Assim preparados, em 1922, no contexto das comemorações do centenário da Independência do Brasil, os dois aviadores realizaram a primeira travessia aérea do Atlântico Sul, sendo recebidos entusiasticamente em várias cidades do Brasil (Rio de JaneiroSão PauloSalvadorRecife), bem como no regresso a Portugal.[6]

Gago Coutinho e Sacadura Cabral regressaram a Portugal a bordo da Barca Foz do Douro, de Joaquim Costa Carvalho ("A minha viagem na Barca Foz do Douro, do Brasil a Portugal" Editora Maritímo-Colonial Lda., Lisboa).

Gago Coutinho recebeu largo reconhecimento devido a este feito, tendo sido promovido a contra-almirante e condecorado com as mais altas e prestigiosas distinções do Estado Português, tendo sido agraciado com a Grã-Cruz da Antiga e Muito Nobre Ordem Militar da Torre e Espada, do Valor, Lealdade e Mérito a 21 de Abril de 1922 e com a Grã-Cruz da Antiga, Nobilíssima e Esclarecida Ordem Militar de Sant'Iago da Espada, do Mérito Científico, Literário e Artístico a 1 de Maio do mesmo ano, 35.º Sócio Honorário do Ginásio Clube Figueirense a 2 de Junho de 1922,[7] e elevado a Grã-Cruz da Ordem Militar de São Bento de Avis a 18 de Outubro de 1926,[5] além de ter recebido várias outras condecorações estrangeiras. Retirou-se da vida militar em 1939. A 28 de Janeiro de 1943 foi agraciado com a Grã-Cruz da Ordem do Império Colonial e a 28 de Junho de 1947 foi agraciado com a Grã-Cruz da Ordem Militar de Nosso Senhor Jesus Cristo.[5]

Em 1954 a TAP convidou-o para um voo experimental ao Rio de Janeiro em um DC-4, antecipando a futura linha regular que se estabeleceria em 1961.

A partir de 1925 dedicou-se à História Náutica, tendo desenvolvido vasta obra de investigação científica, publicando significativa variedade de trabalhos geográficos e históricos, principalmente acerca das navegações portuguesas, como, por exemplo, "O Roteiro da Viagem de Vasco da Gama" e a sua versão de "Os Lusíadas". Vários de seus trabalhos encontram-se compilados na "Náutica dos Descobrimentos".

Conhece-se colaboração da sua autoria na revista Boletim Fotográfico[8] (1900-1914), na Gazeta das colónias[9] (1924-1926) e na edição mensal do Diário de Lisboa[10] (1933).

Correspondeu-se com grandes nomes da história da aviação da época como Alberto Santos Dumont, apoiou Sarmento de Beires e João Ribeiro de Barros.

Pertenceu ao Grande Oriente Lusitano da Maçonaria Portuguesa e foi sócio da Sociedade de Geografia de Lisboa, onde foi responsável por uma das secções.

Por decisão da Assembleia Nacional e mediante decreto específico foi promovido a Almirante em 1958.[11] Faleceu no dia seguinte a completar 90 anos, sendo sepultado no Cemitério da Ajuda em Lisboa.

Notas

  1.  Sacadura Cabralsite www.vidaslusofonas.pt
  2.  Sobre a recente biografia de Gago Coutinho leia-se RTP: Biografia de Gago Coutinho.
  3.  Gago Coutinho (1869 - 1959)site do Instituto Camões
  4.  Foi utilizado, por exemplo, na viagem de circum-navegação do LZ 127 Graf Zeppelin.
  5. ↑ Ir para:a b c «Cidadãos Nacionais Agraciados com Ordens Portuguesas». Resultado da busca de "Carlos Viegas Gago Coutinho". Presidência da República Portuguesa. Consultado em 12 de abril de 2015
  6.  Pinheiro Corrêa. Gago Coutinho, precursor da navegação aérea. Edição do Centenário (1869 - 1969) Porto, 1969
  7.  http://www.ginasiofigueirense.com/media/socios_honorarios2.pdf
  8.  João Oliveira (31 de Janeiro de 2012). «Ficha histórica: Boletim photographico (1900-1914)» (pdf)Hemeroteca Municipal de Lisboa. Consultado em 4 de Julho de 2014
  9.  Pedro Mesquita (12 de Junho de 2014). «Ficha histórica: Gazeta das colonias: semanário de propaganda e defesa das colonias (1924-1926)» (pdf)Hemeroteca Municipal de Lisboa. Consultado em 28 de Outubro de 2014
  10.  Diário de Lisboa : edição mensal (1933) [cópia digital, Hemeroteca Digital]
  11.  Decreto-Lei n.º 41636, de 22 de Maio de 1958, que promove ao posto de almirante o vice-almirante Carlos Viegas Gago Coutinho.

Homenagens

Entre outras homenagens, vários lugares homenageiam Gago Coutinho:

Monografias

Entre muitas outras obras dispersas por periódicos, é autor das seguintes monografias:

  • A náutica dos descobrimentos. Os descobrimentos marítimos vistos por um navegador. Colectânea de artigos, conferências e trabalhos inéditos do Almirante Gago Coutinho, Org. e pref. do Comandante Moura Braz, 2 vols., Lisboa, Agência Geral do Ultramar, 1951-1952.
  • Ainda Gaspar Corte-Real, 35 p., Lisboa, 1950.
  • Influencia que as primitivas viagens portuguesas a América do Norte tiveram sobre o descobrimento das "Terras de Santa Cruz", 26 p, Lisboa, 1937.
  • Descobrimento do Brasil: Conferências. Liceu Literário, 1955

Ver também

Bibliografia

  • CORREIA, Pinheiro, Gago Coutinho, Precursor da Navegação Aérea, Lisboa, edição de autor, 1965
  • MOTA, Avelino Teixeira da (org.), Obras Completas de Gago Coutinho. Obras Técnicas, Científicas e Históricas (1893-1915), vols. I (1893-1915) e II (1917-1921), Lisboa, Junta de Investigações Científicas do Ultramar, 1972-75
  • PINTO, Rui Miguel da Costa. ”Gago Coutinho simples aventureiro ou um homem de Ciência” in Filatelia Lusitana, série III, nº19, Lisboa, Federação Portuguesa de Filatelia, 2009.
  • PINTO, Rui Miguel da Costa. Gago Coutinho, breve perfil biográfico, Lisboa, Academia da Marinha, 2009.
  • PINTO, Rui Miguel da Costa. Gago Coutinho e as relações luso brasileiras, Espírito Santo (Brasil), Instituto Histórico e Geográfico do Espírito Santo, 2009.
  • PINTO, Rui Miguel da Costa - Gago Coutinho - O Último Grande Aventureiro Português. Eranus. Lisboa. 2014

Ligações externas

Commons possui uma categoria contendo imagens e outros ficheiros sobre Carlos Viegas Gago Coutinho

ORDEM DOS SERVOS DE MARIA - (SERVITAS) - FUNDADA EM 1233 - 17 DE FEVEREIRO DE 2021

 


Ordem dos Servos de Maria

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Ordem dos Servos de Maria
 
Ordo Servorum Beatae Virginis Mariae
Brasão Ordem dos Servos de Maria
sigla
O.S.M.
Tipo:Ordem religiosa
Fundador (a):Os Sete Fundadores (Alessio FalconieriAmadeo degli AmideiManetto dell'AntellaBuonfiglio MonaldiGherardino SostegniGiovanni Buonagiunta e Ricovero dei Ugoccioni)
Local e data da fundação:Itália Florença 15 de agosto de 1233
Superior geral:Gottfried M. Wolff


Sede:Basilica della Santissima AnnunziataFlorença
Site oficial:http://www.servidimaria.net/
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Ordem dos Servos de Maria (LatimOrdo Servorum Beatae Virginis Mariae )[1], (sigla O.S.M.) é uma ordem religiosa de frades dedicados a uma devoção particular a Nossa Senhora das Dores. Os seus membros religiosos são normalmente chamados de Frades Servos de Maria ou, simplesmente, Servitas.

Os Servitas tem origem a partir dos Sete Santos Fundadores da Ordem dos Servitas, festejados coletivamente pela Igreja em 17 de Fevereiro. Todos eram ricos comerciantes da região. Assim, pela paz, constituíram a Companhia de Nossa Senhora das Dores. Como eram nobres e ricos, retiraram-se para a solidão do Monte Senário para se dedicarem à penitência e à oração[2].

Terá sido São Filipe Benício, ao ser eleito seu Prior Geral em 5 de junho de 1267, que reformou os estatutos transformando-a em ordem mendicante. Ele também foi aclamado Papa, mas renunciou.

Foi igualmente ele, com a colaboração Santa Juliana Falconeri que era sobrinha do referido fundador desta ordem o Santo Alécio Falconieri, que deram início à Ordem Terceira da Congregação dos Servitas, sua congénere[3].

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