terça-feira, 9 de fevereiro de 2021

FRANCISCO ADOLFO COELHO - PEDAGOGO - NASCEU EM 1919 - 9 DE FEVEREIRO DE 2021

 


Francisco Adolfo Coelho

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Adolfo Coelho
Adolfo Coelho (c. 1900).
Nome completoFrancisco Adolfo Coelho
Nascimento15 de janeiro de 1847
Coimbra
Morte9 de fevereiro de 1919 (72 anos)
NacionalidadePortugal Portuguesa
OcupaçãoPedagogo e pedagogistafilólogo e escritor
Movimento estéticoGeração de 70

Francisco Adolfo Coelho (Coimbra15 de Janeiro de 1847 — Carcavelos9 de Fevereiro de 1919) foi um pedagogo e pedagogistafilólogo e escritor português. autodidacta, que foi uma das figuras mais importantes da intelectualidade portuguesa dos finais do século XIX.

Biografia

Teve uma infância repleta de dificuldades. Contava apenas 19 meses quando o seu pai morreu. Frequentou o liceu em Coimbra, tendo-se matriculado com 15 anos em Matemática na Universidade. Insatisfeito com o ambiente que aí encontrou, dois anos depois abandona os estudos universitários. Impôs então a si próprio um programa de estudos centrado em autores alemães, aprendendo para o efeito a língua alemã.

Ao longo da sua vida realizou notáveis trabalhos em pedagogialinguísticaetnografia e antropologia. Foi professor no Curso Superior de Letras, onde ensinou Filologia Românica Comparada e Filologia Portuguesa e assistiu à sua transformação em Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. Foi director da Escola Primária Superior de Rodrigues Sampaio, criada por sua iniciativa. Exerceu também actividades docentes na Escola Normal Superior de Lisboa. Participou em várias comissões de ensino médio e superior, como vogal ou presidente, tendo nessa qualidade elaborado importantes relatórios. Proferiu nas célebres Conferências do Casino, organizadas por Antero de Quental e Jaime Batalha Reis, a conferência "A Questão do Ensino" (1871). Em seu livro homónimo publicado no ano seguinte, Adolfo Coelho fala sobre a necessidade e fins do ensino; examina as formas e tipos; o ensino em Portugal em decadência pela aliança entre Igreja e Estado; defende a separação entre ambos e a promoção da liberdade do pensamento.

As suas concepções pedagógicas assentavam na convicção que através da educação seria possível regenerar o país. Combateu a submissão do ensino às ideias religiosas. Organizou um importante Museu Pedagógico na Antiga Escola do Magistério Primário de Lisboa.

Encontra-se colaboração da sua autoria nas publicações periódicas: Renascença [1] (1878-1879?), O Pantheon [2] (1880-1881), Froebel [3] (1882-1884), Branco e Negro [4] (1896-1898), Serões[5] (1901-1911) e ainda no Jornal dos Cegos [6] (1895-1920).

Obras sobre o ensino e pedagogia

  • A Questão do Ensino, Porto, 1872
  • A Reforma do Curso Superior de Letras, 1880
  • O trabalho manual da escola Primária, Lisboa, 1882
  • Secção de ciências étnicas. Esboço de um Programa para o estudo antropológico, patológico e democrático do povo português. Lisboa. 1890
  • Os Elementos tradicionais da educação, Porto, 1883
  • Para a história da instrução popular, 1895
  • O ensino histórico, filológico e filosófico em Portugal até 1858, Coimbra, 1900
  • O Curso Superior de Letras e os Cursos de Habilitação para o Magistério Secundário, Lisboa,1908
  • Alexandre Herculano e o Ensino Público, Lisboa, 1910
  • Cultura e Analfabetismo, 1916
  • Obras póstumas:
    • Para a História de Instrução Popular, Lisboa, 1973 (volume de textos organizados por Rogério Fernandes e editados pela Fundação Calouste Gulbenkian)

Outras obras de Adolfo Coelho

Obras sobre Adolfo Coelho

  • Rogério Fernandes, As Ideias Pedagógicas de F. Adolfo Coelho, Lisboa, 1973
  • João da Silva Correia, Adolfo Coelho Pedagogo, artigo (1920)
  • Vitorino Nemésio, Perfil de Adolfo Coelho, artigo,1948
  • Manuel Viegas Guerreiro, Introdução in, Cultura e Analfabetismo, Lisboa, 1984

Referências

  1.  Helena Roldão (3 de outubro de 2013). «Ficha histórica: A renascença : orgão dos trabalhos da geração moderna» (pdf)Hemeroteca Municipal de Lisboa. Consultado em 31 de março de 2015
  2.  Helena Roldão (25 de Maio de 2013). «Ficha histórica: O pantheon: revista de sciencias e lettras (1880-1881)» (pdf)Hemeroteca Municipal de Lisboa. Consultado em 9 de Fevereiro de 2015
  3.  Jorge Mangorrinha (21 de Março de 2012). «Ficha histórica: Froebel, revista de instrução primária (1882-1884)» (pdf)Hemeroteca Municipal de Lisboa. Consultado em 10 de Outubro de 2014
  4.  Rita Correia (1 de Fevereiro de 2012). «Ficha histórica: Branco e Negro : semanario illustrado (1896-1898)» (pdf)Hemeroteca Municipal de Lisboa. Consultado em 21 de Janeiro de 2015
  5.  Serões: revista semanal ilustrada (1901-1911) [cópia digital, Hemeroteca Digital]
  6.  Alda Anastácio. «Ficha histórica: Jornal dos cegos (1895-1920)» (pdf)Hemeroteca Municipal de Lisboa. Consultado em 17 de fevereiro de 2017

Ligações externas

SANTA APOLÓNIA - 9 DE FEVEREIRO DE 2021

 


Apolônia de Alexandria

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Disambig grey.svg Nota: Para outros significados, veja Santa Apolónia (desambiguação).
Santa Apolônia
Por Francisco de Zurbarán
Virgemmártir
Nascimentodesconhecido
Morte249 em Alexandria, Egito
Veneração porIgreja CatólicaIgreja Ortodoxa Copta
Festa litúrgica9 de fevereiro
Atribuiçõestenaz ou torquês (algumas vezes com um dente)
Padroeiradentistas, problemas nos dentes
Gloriole.svg Portal dos Santos

Apolônia de Alexandria (português brasileiro) ou Apolónia de Alexandria (português europeu) (m. 249) fez parte de um grupo de virgens mártires que padeceram em Alexandria, no Egito, durante um levante local contra o cristianismo antes da perseguição de Décio. De acordo com a lenda, durante sua tortura teve todos os seus dentes violentamente arrancados ou quebrados. Por esta razão, é popularmente considerada como a padroeira dos dentistas e daqueles que sofrem de dor de dente ou outros problemas dentais.

História

Historiadores cristãos tem afirmado que nos últimos anos do imperador Filipe, o Árabe (r. 244–249), durante as não bem documentadas festividades para comemorar o milênio da fundação de Roma (tradicionalmente teria ocorrido no ano de 753 a.C., o que nos dá a data aproximada do milênio como no ano de 248 d.C.), a fúria do povo de Alexandria se transformou em um ódio ainda maior, e embora um de seus poetas já profetizasse uma calamidade, mesmo assim, foram cometidos sangrentos abusos contra os cristãos, a quem as autoridades nada faziam para proteger.

Dionísiobispo de Alexandria (247–265), relata o sofrimento de seus paroquianos em uma carta endereçada a Fábiobispo de Antioquia, que teve grande parte de seu texto preservada no livro de Eusebio intitulado a História Eclesiástica (VI.41[1]). Após descrever como um homem e uma mulher cristãos chamados Metras e Quinta, foram capturados e mortos pela multidão, e como as casas de muitos outros cristãos foram saqueadas, Dionísio continua seu relato:

Naquele momento Apolônia, parthénos presbytis[2] foi considerada por eles uma pessoa importante. Então aqueles homens também a agarraram e com vários golpes quebraram todos os seus dentes. Eles então ergueram fora dos portões da cidade uma pilha de madeira e ameaçaram queimá-la viva se viesse a recusar-se a repetir diante deles palavras ímpias (como uma blasfémia contra Cristo, ou uma invocação a algum deus pagão). Deram-lhe, diante de um pedido seu, um minuto de liberdade, e ela então se jogou rapidamente no fogo, sendo queimada até a morte.
 

Esta breve narrativa era mais estendida e moralizada no livro "Lenda Dourada" de Jacopo de Varazze (c. 1260).

Suicídio

Apolônia e um grupo inteiro de jovens mártires não esperaram pela morte com a qual haviam sido ameaçadas, talvez para preservar sua castidade ou então porque viram-se confrontadas com a alternativa de renunciar sua fé ou serem assassinadas, voluntariamente abraçaram a morte que havia sido preparada para elas, uma atitude que perigosamente se aproxima do suicídio, segundo alguns. Agostinho de Hipona toca nesta questão sobre o suicídio no primeiro livro da De Civitate Dei (I:26):

Mas, dizem eles, durante o tempo da perseguição certas mulheres santas jogavam-se às águas com a intenção de serem arrastadas pelas ondas e afogarem-se, e assim preservar sua castidade ameaçada. Apesar de elas abrirem mão de suas vidas conscientemente, mesmo assim receberam uma grande distinção como mártires da Igreja Católica e seus festejos são celebrados com grande cerimônia. Este é um tema sobre o qual eu não ouso emitir um julgamento esclarecedor. Pois eu sei, sem objeção, que a Igreja era divinamente autorizada através de revelações confiáveis a honrar desta forma a memória destes cristãos. Pode ser que seja este o caso. Mas pode também ser que não, que elas agiram desta maneira, não por um capricho humano mas sob o comando de Deus, não erroneamente, mas através da obediência, da mesma forma que supomos ocorreu com Sansão? Quando, entretanto, Deus dá um comando e o faz de forma clara, quem atribuiria a esta obediência o título de crime ou condenaria esta piedosa devoção e serviço de boa vontade?
 

Veneração

A Igreja católica Romana celebra Santa Apolônia no dia 9 de Fevereiro, e ela é popularmente invocada contra a dor de dente devido ao suplício que sofreu. Costuma ser representada nas artes com uma torquês ou tenaz através da qual um dente é preso. Posteriormente no século XIV a ilustração de um manuscrito francês foi amplamente distribuída como um pôster que era considerado apropriado para gabinetes odontológicos nos Estados Unidos. Nele, o dente sagrado preso na tenaz brilha por si, como se fosse um bico de luz.

Santa Apolônia é uma das duas santas padroeiras da Catânia. Na Alemanha, Apolônia faz parte dos 14 Santos Auxiliadores ("vierzehn heiligen" ou "Nothelfer"), escolhidos como os patronos da vida diária, sendo considerada a protetora contra a dor de dente.

Relicário contendo um dente supostamente de Santa Apolônia, na Sé do Porto

William S. Walsh, em Curiosities of Popular Customs And of Rites, Ceremonies, Observances, and Miscellaneous Antiquities de 1897, notou que, apesar da maior parte de suas relíquias estarem preservadas na própria igreja de Santa Apolônia em Roma, sua cabeça está na Basílica de Santa Maria em Trastevere, seus braços na Basílica de São Lourenço Fora de Muros, partes de sua mandíbula na Catedral de São Basílio, e outras relíquias estão na igreja Jesuíta da Antuérpia, na igreja de Santo Agostinho em Bruxelas, na igreja Jesuíta em Mechelen, na igreja da Santa Cruz em Liège, no tesouro da Sé do Porto, na toponímia lisboeta bem como no próprio Convento de Santa Apolónia, e em muitas igrejas na cidade de Colônia. Essas relíquias consistem, muitas vezes, apenas de um dente ou pedaço de osso.

Havia uma igreja dedicada a ela em Roma, próxima a Basílica de Santa Maria em Trastevere, mas ela não mais existe. Só o seu pequeno quarteirão, a Piazza Sant'Apollonia ou Praça de Santa Apolônia ainda permanece. Uma das principais estações de trem de Lisboa também recebe o nome desta santa.

Devoção na Inglaterra

Na Inglaterra existem 52 imagens conhecidas de Santa Apolônia em várias igrejas que resistiram a destruição dos comissários do século XVI. Elas estão concentradas em Devon e Ânglia Oriental. A maioria destas imagens são painéis panorâmicos atrás da cruz ou vitrais, com apenas uma sendo principalmente de pedra (Stoke-in-Teignhead, Devon).

Por município, alguns dos lugares são:

  • Cornualha: Poundstock
  • Devon: Alphington, Ashton, Combe Martin, Catedral de Exeter (tapeçaria na capela de São Gabriel), Holne, Kenn, Kenton, Kingskerswell, Manaton, Payhembury, South Milton, Stoke-in-Teignhead, Torbryan, Ugborough, Whimple, Widecombe-in-the-moor, Wolborugh
  • Lincolnshire: Long Sutton
  • Norfolk: Barton Turf, Docking, Horsham St Faith, Ludham, Norwich (St. Stephen's), Norwich-over-the-water (igreja abandonada), Sandringham
  • SuffolkNorton, Somerleyton, Westhall

Referências

  1.  Eusébio de Cesareia. «41». História Eclesiástica. The Martyrs in Alexandria. (em inglês). VI. [S.l.: s.n.]
  2.  virgem presbítera, com isso ele provavelmente não quis se referir a uma virgem de idade avançada como é geralmente dito, mas a uma diaconesa) [carece de fontes]

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