segunda-feira, 18 de janeiro de 2021

PINA MARTINS (JOSÉ V. DE) FILLÓSOFO - NASCEU EM 1920 - 18 DE JANEIRO DE 2021

 

Pina Martins

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Pina Martins
Nome completoJosé Vitorino de Pina Martins
Conhecido(a) porPrimeiro editor do mais antigo livro impresso em língua portuguesa, o Tratado de Confissom
Nascimento18 de janeiro de 1920
Penalva de Alva
Morte28 de abril de 2010 (90 anos)
Lisboa
NacionalidadePortugal Português
OcupaçãoProfessor, pesquisador
PrémiosMedalha de Mérito Cultural (2004)
CargoAntigo Presidente da Academia das Ciências de Lisboa e Diretor do Serviço de Educação da Fundação Calouste Gulbenkian
Magnum opusHumanismo e Erasmismo na cultura portuguesa do século XVI, Paris, 1973

José Vitorino de Pina Martins (Penalva de Alva18 de janeiro de 1920 — Lisboa28 de abril de 2010) foi um filólogo e investigador português, estudioso da cultura portuguesa e europeia do Renascimento, autor de mais de duas centenas de estudos históricos e bibliográficos em português, francês, italiano e inglês, publicados desde 1960. Cultivou também a ficção e o memorialismo.

Vida

Nasceu em Penalva de Alva, concelho de Oliveira do Hospitaldistrito de Coimbra, Portugal, filho de António Vitorino de Abrantes Martins e de Maria Olímpia Faria de Pina. Frequentou o Colégio de Brás Garcia Mascarenhas, em Oliveira do Hospital.

Em 1947 licenciou-se em Filologia Românica pela Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra com uma tese intitulada "Miséria e Grandeza do Homem em Les pensées de Blaise Pascal". De 1948 a 1955 foi leitor de Língua e Literatura Portuguesa na Universidade de Roma La Sapienza (Itália), tendo nessa ocasião frequentado o curso de Storia del Libro da Escola Biblioteconómica do Vaticano, onde seguiu as lições de Lamberto Donati sobre o livro ilustrado do Renascimento. Na Universidade de Bolonha frequentou os cursos de história da literatura italiana orientados por Carlo Calcaterra. Em 1955 foi transferido para o leitorado de português da Universidade de Poitiers, em França, onde trabalhou com Raymond Cantel, estudioso do pensamento profético e messiânico do Padre Antônio Vieira. Em 1957 inscreveu na Universidade de Paris III (Sorbonne Nouvelle) as suas teses de doutoramento, nas quais trabalharia sob orientação de Léon Bourdon e Robert Ricard. Em 1961 foi convidado para assistente da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa onde regeu as cadeiras de História da Cultura Moderna (1962), de História da Cultura Clássica (1962-1963), de História da Literatura Portuguesa II (1963-1964) e de Literatura Italiana (1963-1972).

Em 1972 dirigiu a Exposição Nacional sobre Os Lusíadas na Biblioteca Nacional, em Lisboa, para a qual redigiu em co-autoria o respetivo catálogo. Foi Diretor do Centro Cultural Português da Fundação Calouste Gulbenkian, em Paris, de 1972 a 1983, tendo, nessa qualidade, publicado mais de uma centena de edições e promovido a realização de numerosas conferências, colóquios, mesas redondas, recitais e concertos. Em cooperação com a Universidade de Paris VIII instituiu cursos de Língua e Cultura Portuguesas no CCP-FCG, que em 1983 chegaram a ser frequentados por 178 alunos. Em 1974 fez parte da Comissão Nacional que celebrou o V Centenário do Nascimento de Gil Vicente.

Em 19 de Dezembro de 1974 defendeu as suas teses de Doctorat d'État na Universidade de Paris III (Sorbonne Nouvelle), perante um júri presidido por Marcel Bataillon do Collège de France, tendo alcançado a mais alta classificação. Em 1975 organizou, em Roma, sob a égide da Accademia Nazionale dei Lincei, do Instituto de Alta Cultura e da Fundação Calouste Gulbenkian a mostra bibliográfica sobre Camões e il Rinascimento Italiano para a qual redigiu igualmente o respetivo catálogo, prefaciado por Luciana Stegagno Picchio, da Universidade de Roma La Sapienza e por ele mesmo.

De 1974 a 1983 fundou e dirigiu com Jean Aubin o Centre de Recherches sur le Portugal de La Renaissance na École pratique des hautes études (IVe section - Etudes historiques et philologiques), onde ensinou durante nove anos, dirigindo a cadeira de Civilização Portuguesa como chargé de conférences. Tendo regressado a Portugal em 1983, foi então convidado a ocupar o lugar de professor catedrático da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa e de diretor do Serviço de Educação da Fundação Calouste Gulbenkian. Em 1990 passou a professor catedrático jubilado da Universidade de Lisboa. Pertenceu à Academia das Ciências de Lisboa, tendo sido várias vezes eleito para exercer os cargos de Presidente e Vice-Presidente da sua Classe de Letras, e de Presidente e Vice-Presidente da própria Academia.

Orientou vários seminários e conferências públicas e apresentou comunicações em numerosos congressos em Universidades da Europa e da América e em encontros internacionais que tiveram lugar em Portugal, Espanha, França, Inglaterra, Itália, Alemanha, Bélgica, Holanda, Suíça, Polônia, Hungria, Canadá, EUA, México e Brasil.

Como ficcionista escreveu em 2005 Utopia III (Lisboa: Verbo), uma criativa sequela da obra homônima de Tomás Morus, e como memorialista publicou em 2007 as Histórias de Livros para a História do Livro, (Lisboa: Gulbenkian).

Faleceu em Lisboa no dia 28 de Abril de 2010, vítima de doença prolongada.

Prémios

  • Em 2008 recebeu o Prémio Pedro Hispano, inaugurado nesse ano pela Academia Pedro Hispano, Figueira da Foz, Portugal.

Foi sócio correspondente da Academia Brasileira de Letras, sócio estrangeiro da Accademia Nazionale dei Lincei de Roma, assim como sócio emérito da Accademia Europaea de Londres.

Realizações

Em 1965 identificou o Tratado de Confissom (Chaves, 8 de Agosto de 1489) como o primeiro livro impresso em língua portuguesa até hoje conhecido, publicando esta obra em 1973 na Imprensa Nacional de Lisboa como primeiro volume dos Portugaliae Monumenta Typographica. Esta edição constituiria uma das teses do seu doutoramento, sendo arguida por Eugenio Asensio e Robert Ricard.

Obras Principais

  • Ensaio sobre o Parnasianismo Brasileiro, Coimbra Ed., Coimbra, 1945.
  • Reflexões críticas sobre Eça de Queirós, Casa do Castelo, 1947.
  • Cultura italiana, Verbo, Lisboa, 1971.
  • Humanismo e Erasmismo na cultura portuguesa do século XVI, Centro Cultural Português da Fundação Calouste Gulbenkian, Paris, 1973.
  • Tratado de Confissom, Imprensa Nacional, Lisboa, 1973.
  • Cultura portuguesa, Verbo, Lisboa, 1974.
  • O "Tratado de Confissom" e os Problemas do Livro Português no século XV, ed. do Autor, Lisboa, 1974.
  • Os Lusíadas, 1572-1972, Comissão Executiva do IV Centenário da Publicação de "Os Lusíadas", Lisboa, 1975.
  • Jean Pic de La Mirandole, Presses Universitaires de France, Paris, 1976.
  • Au Portugal dans le sillage d'Erasme, Centro Cultural Português da Fundação Calouste Gulbenkian, Paris, 1977.
  • Mostra Bibliográfica Comemorativa do Quinto Centenário do Tratado de Confissom (Chaves, 8 de Agosto de 1489), Câmara Municipal de Chaves, Chaves, 1989.
  • Humanisme et Renaissance de l'Italie au Portugal, 2 vols., Gulbenkian, Lisboa, 1989.
  • Mostra Bibliográfica Comemorativa de Giovanni Pico della Mirandola, 1463-1494, em co-autoria, Biblioteca Nacional de Lisboa, Lisboa, 1994.
  • Erasme à l'origine de l'humanisme en Allemagne, Westdeutscher Verlag, Opladen, 1997.

Artigos Relacionados

Referências

  1. ↑ Ir para:a b c «Cidadãos Nacionais Agraciados com Ordens Portuguesas». Resultado da busca de "José Vitorino de Pina Martins". Presidência da República Portuguesa. Consultado em 1 de agosto de 2020

Fontes

  • MARTINS, José Vitorino de Pin

BEATRIZ D'ESTE (Santa) - 18 de JANEIRO DE 2021

 

Beatriz d'Este

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Beatriz d'Este
Duquesa de Bari e Milão
Detalhe do Pala Sforzesca, ca. 1494-1495, autor anônimo. Atualmente na Pinacoteca di Brera, Milão.
CônjugeLudovico Sforza
DescendênciaMaximiliano Sforza
Francesco II Sforza
Casad'Este (por nascimento)
Sforza (por casamento)
Nascimento29 de junho de 1475
 FerraraItália
Morte3 de janeiro de 1497 (21 anos)
 MilãoItália
EnterroCertosa di Pavia
PaiHércules I d'Este
MãeLeonor de Nápoles
ReligiãoCatolicismo
Brasão

Beatriz d'Este (em ItalianoBeatrice d'Este29 de junho de 1475 - 3 de janeiro de 1497), duquesa de Bari e, posteriormente, de Milão, foi a esposa do governante milanês Ludovico Sforza (conhecido como "Il Moro", ou o "O Mouro"). Foi uma das princesas mais belas e bem sucedidas da renascença italiana. Membro da família Este, era a filha mais nova de Hércules I d'Este e da princesa Leonor de Nápoles, e por isso era irmã de Isabel d'Este e Afonso I d'Este. Assim como a sua irmã, Beatriz era notável por seu excelente gosto na moda e por ter inventado novos estilos de vestimenta.

Casamento

As famílias Este, de Ferrara, e Sforza, de Milão, sempre mantiveram uma relação amigável e, em 1480, para concretizar uma aliança, Ludovico Sforza formalmente pediu a Hércules d'Este a mão de sua filha em casamento. Ludovico, que então era duque de Bari e regente de João Galeácio Sforza, duque de Milão, havia originalmente pedido um noivado com Isabel, irmã mais velha de Beatriz, mas Hércules o ofereceu Beatriz, uma vez que Isabel já estava prometida a Francisco II Gonzaga. Il Moro não fez objeção ao novo arranjo e casou-se com Beatriz em janeiro de 1491.

As núpcias oficiais deveriam ter ocorrido em 1490, num casamento duplo unindo Beatriz a Ludovico e Isabel a Francisco simultaneamente, mas o duque de Bari adiou o evento mais de uma vez. Finalmente, após cerca de um ano, casaram-se numa dupla cerimônia Sforza-Este: Ludovico casou-se com Beatriz enquanto o irmão desta, Afonso d'Este, casou-se com Ana Sforza, irmã de João Galeácio Sforza. A cerimônia de casamento foi orquestrada por Leonardo da Vinci

Vida e morte como duquesa consorte

Beatriz havia sido cuidadosamente educada e aproveitou sua posição de senhora de uma das mais esplêndidas cortes da Itália para conviver com homens de conhecimento, poetas e artistas, tais como Niccolò da Correggio, Bernardo Castiglione, Donato Bramante, Leonardo da Vinci e muitos outros.

Túmulo de Ludovico "Il Moro" e Beatriz d'Este, por Cristoforo Scolari.

Em 1492, ela visitou Veneza como embaixatriz de seu marido em tramas políticas, o que consistia principalmente no desejo de ser reconhecido como duque de Milão. Com a morte de João Galeácio Sforza, a usurpação de Ludovico foi legalizada e, após a Batalha de Fornovo (1495), ele e a esposa participaram do congresso de paz de Vercelli entre Carlos VIII de França e os príncipes italianos, evento no qual Beatriz mostrou grande habilidade política.

Entretanto, sua brilhante carreira foi interrompida pela morte durante um parto em 3 de janeiro de 1497, aos 21 anos. Numa carta escrita horas após a sua morte, Ludovico informou seu cunhado Francisco Gonzaga, que sua esposa "devolveu seu espírito a Deus" meia hora após a meia-noite. O filho deles havia nascido às onze da noite e foi natimorto.

Legado

Beatriz d'Este pertenceu à melhor classe de mulheres do renascimento e foi uma das influências culturais da época; em grande parte, o seu patrocínio e bom gosto são responsáveis pelo esplendor do Castello Sforzesco em Milão, a Certosa di Pavia e muitas outras edificações famosas da Lombardia. Seu túmulo está preservado na Certosa di Pavia, onde foi enterrada ao lado de seu marido, Ludovico Sforza.

Descendência

Seus filhos com Ludovico Sforza:

  • Maximiliano Sforza (25 de janeiro de 1493 – 4 de junho de1530), duque de Milão 1512–1515.
  • Francesco II Sforza (4 de fevereiro de 1495 – 24 de outubro de 1535), duque de Milão 1521–1535.
  • Filho natimorto (3 de janeiro de1497).

Ritratto di dama

Beatriz d'Este é muito frequentemente confundida com a musa do quadro Rittrato di dama, pintado por Ambrogio de Predis e exposto na Pinacoteca Ambrosiana em Milão. Investigações feitas entre 2010 e 2013 por Martin Kemp, Pascal Cotte e um pesquisador alemão trouxeram à tona fortes evidências de que a verdadeira mulher do quadro é Anna Sforza. Um retrato em perfil historicamente confirmado de Beatriz d'Este pode ser encontrado no quadro Pala Sforzesca, de autor desconhecido. Outro documento autêntico da aparência de Beatriz d'Este é um busto feito por Giovanni Cristoforo Romano no começo da década de 1490.

MARGARIDA DA HUNGRIA (Santa) - 18 de janeiro de 2021

 

Margarida da Hungria

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Disambig grey.svg Nota: Para a imperatriz, veja Margarida da Hungria (imperatriz). Para outras santas de mesmo nome, veja Santa Margarida.
Santa Margarida da Hungria, O.P.
Estátua de Santa Margarida
Nascimento27 de janeiro de 1242 em Fortaleza de KlisKlisDalmácia (atualmente na Croácia)
Morte18 de janeiro de 1271 (28 anos) em Ilha MargaridaBudapeste (atualmente na Hungria)
Veneração porIgreja Católica
Beatificação28 de julho de 1789 por Papa Pio VI
Canonização19 de novembro de 1943 por Papa Pio XII
Festa litúrgica18 de janeiro
Atribuiçõesrepresentada com o hábito de freira, com um lírio branco e segurando um livro nas mãos
Gloriole.svg Portal dos Santos

Margarida da Hungria (em húngaroMargitFortaleza de Klis27 de janeiro de 1242 — Ilha Margarida18 de janeiro de 1271) foi filha do rei Bela IV da Hungria e de Maria Lascarina.

Vida e obras

De uma família santa e de bons princípios, era sobrinha-neta de Santa Edviges da Silésia, sobrinha de Santa Isabel da Hungria, irmã mais nova de Santa Cunegunda da Polônia e da Beata Iolanda.

Era a oitava e mais nova filha do casal real. Este, na altura do seu nascimento, vivia no exílio, na Croácia, devido às invasões mongóis (1241–1242). Aconteceu que seus pais fizeram promessa de que o seu país ficasse livre, a sua filha seria religiosa. Daí logo cedo, aos quatro anos de idade, em 1245, entrou no Convento dominicano de Veszprém.

Seis anos mais tarde mudou-se para um convento, que os seus pais fundaram, no rio Danúbio, em Nyulak szigete, junto de Buda (hoje chamada Ilha Margarida em sua homenagem). Ali viveu toda a sua vida, com grande devoção religiosa, e recusando as tentativas de seu pai para que se casasse com o rei Otacar II da Boêmia.

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