quinta-feira, 31 de dezembro de 2020

BATALHA DE GROZNI - (1994-1995) - 31 DE DEZEMBRO DE 2020

 


Batalha de Grózni (1994–1995)

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Primeira Batalha de Grózni
Primeira Guerra Chechena
Evstafiev-Chechnya-BURNED.jpg
Em uma foto de Mikhail Evstafiev, um miliciano checheno se abriga atrás de um BMP-2 russo destruído.
Data31 de dezembro de 1994 - 8 de fevereiro de 1995
Tiroteios em pequena escala continuaram até 6 de março.
LocalGrózniChechêniaRússia
DesfechoVitória pírrica da Rússia
Beligerantes
 RússiaFlag of the Chechen Republic.svg Chechênia
Comandantes
Pavel Grachev
Ivan Babichev
Anatoly Kvashnin
Vadim Orlov
Lev Rokhlin
Vladimir Shamanov
Nikolay Staskov
Viktor Vorobyov
Ivan Savin 
Aslan Maskhadov
Turpal-Ali Atgeriev
Shamil Basayev
Ruslan Gelayev
Salman Raduyev
Akhmed Zakayev
Forças
60.000 (est.)
31 de Dezembro:
38.000 no total (6.000-10.000 entram em Grózni)
2.300 a 12.000
31 de Dezembro:
Até 1.000 (Oficialmente, estimativas Ocidentais vão até 5.000)
Baixas
1.426 mortos
≈500 desaparecidos
4.670 feridos
96 capturados (número oficial)
62 tanques destruídos
163 outros veículos blindados destruídos
6.900 mortos
471 captuados (Alegações Russas)

Primeira Batalha de Grózni foi a invasão e conquista da capital da ChechêniaGrózni, pelo Exército Russo, nos meses iniciais da Primeira Guerra da Chechênia. O ataque durou de dezembro de 1994 a março de 1995, e uniu boa parte da nação chechena ao redor do governo separatista de Dzhokhar Dudayev.

O avanço inicial resultou em baixas muito pesadas do lado russo, e uma quebra quase total da moral no Exército Russo. Os russos precisaram de mais 2 meses de combates pesados e uma mudança total em suas táticas para conseguirem capturar a cidade. A batalha resultou em enorme destruição e mortes a população civil, e foi cenário do bombardeio mais pesado na Europa desde o fim da Segunda Guerra Mundial.[1]

Táticas

Os combatentes chechenos possuíam a vantagem de conhecerem bem o território, além de estarem altamente motivados. Eles falavam e haviam sido educados em russo, e muitos tinham inclusive servido no exército da União Soviética. Muitos (assim como seus inimigos) portavam uniformes soviéticos. Unidades chechenas estavam divididas em grupos de combate de 15 a 20 integrantes, subdivididos em grupos de tiro com 3 ou 4 homens. Um grupo de tiro era composto por um atirador antitanque, comumente armado com um RPG-7 ou RPG-18 de fabricação russa, além de um metralhador e um infante. Para destruir veículos blindados russos em Grózni, cinco ou seis grupos de tiro eram postados no nível térreo, em segundos e terceiros andares, e em porões. Os franco-atiradores e metralhadores suprimiam a infantaria de suporte, enquanto os atiradores antitanque atacariam os blindados nos lados, topo e traseira.[2]

A maioria dos combatentes chechenos, entretanto, eram milicianos indisciplinados ou que obedeciam ordens somente de seus comandantes de campo imediatos (que por vezes eram senhores da guerra informais), o que tornou a coordenação de batalha extremamente difícil para o comandante das tropas chechenas em Grózni, o coronel Aslan Maskhadov. As forças chechenas, que incluíam voluntários estrangeiros, possuíam um número limitado de armas pesadas, incluindo alguns poucos tanques T-62 e T-72. A maior parte das armas e equipamentos bélicos pesados estavam à disposição das tropas regulares.

Inicialmente, as tropas russas foram tomadas de surpresa, e suas colunas de veículos blindados - que deviam ter tomado a cidade sem dificuldades - foram dizimadas em combates semelhantes aos do Cerco de Budapeste, no final de 1944. Como medida de curto-prazo, os russos enviaram armas anti-aéreas autopropulsadas, dos tipos ZSU-23-4 e 9K22 Tunguska para atacar os chechenos, pois os canhões principais dos seus tanques não podiam se elevar o bastante para mirar nos grupos de fogo posicionados no alto de prédios, e as metralhadoras dos veículos não podiam suprimir o fogo de diversas equipes chechenas ao mesmo tempo.

Após fracassos iniciais, as tropas russas reforçaram seus números de infantaria e começaram um avanço sistemático pela cidade, com infantaria a pé dando suporte às colunas de tanques. Os russos também começaram a montar suas próprias emboscadas, movendo colunas de veículos blindados em direção a elas para atrair os combatentes chechenos.[2] Assim como havia sido feito durante a Batalha de Berlim em 1945, os tanques russos foram rapidamente equipados com "gaiolas" de tela de arame, distanciadas de 25 a 30 centímetros da blindagem dos tanques, para impedir as cargas explosivas perfurantes dos RPGs chechenos.[2][3]

Batalha

Ataque na Véspera de Ano-Novo

Às 5 da manhã da Véspera de Ano-Novo (de acordo com o horário de Moscou) a cidade foi despertada por um bombardeio russo. Bombas e artilharia atingiram tanques de combustível no lado oeste da cidade, criando densas nuvens de fumaça que se espalharam pelos outros bairros. O Instituto do Óleo, no centro da cidade, foi incendiado. Panfletos incentivando os chechenos a se renderem foram distribuídos. O general Pavel Grachev, então Ministro da Defesa da Rússia, havia dito alguns dias antes que era capaz de tomar a cidade em duas horas, apenas com um regimento de paraquedistas.

Avanço russo

Mapa mostrando as rotas de ataque do exército russo em Grozny

As colunas de veículos que avançaram contra Grozny em 31 de dezembro de 1994 foram organizadas apressadamente a partir de diferentes unidades do exército, incluindo muitos soldados conscritos com pouco treinamento. As colunas pretendiam fornecer poder de fogo bruto e intimidar os combatentes chechenos através da pura escala das operações. Entretanto, todas as unidades mecanizadas presentes estavam incompletas e mal-treinadas para combate urbano. As forças russas possuíam total supremacia aérea sobre a área, mas o clima durante o dia impediu operações de voo, e as tropas foram apoiadas apenas por helicópteros de ataque Mil Mi-24. No dia anterior, a força aérea russa começou a bombardear aldeias próximas, incluindo aquelas que eram anti-Dudayev e potencialmente pró-russas.[4] Ao mesmo tempo, Moscou alegou que os chechenos teriam disparado contra seus próprios cidadãos (nos dias iniciais da guerra, foi alegado também que chechenos teriam explodido prédios na cidade para simular dano por bombardeio russo).[5] Os combatentes de infantaria receberam suporte de centenas de peças de artilharia posicionadas nas colinas ao redor da cidade, incluindo baterias de foguetes como a BM-27 Uragan e a BM-21 Grad.

Planejava-se que quatro colunas mecanizadas avançariam de forma súbita e coordenada e, tendo derrotado as forças inimigas, se encontrariam no Palácio Presidencial, no centro da cidade. A chave do plano era que todas as colunas atingissem seus objetivos ao mesmo tempo. Entretanto, a 19ª Divisão Motorizada de Rifles se atrasou em relação ao grupo "Oeste", comandado pelo major-general Ivan Babichev, e a coluna mal avançou. No leste, unidades da 104ª Divisão Aerotransportada, comandada pelo major-general Vadim Orlov, não se juntaram à 129ª MMR do Distrito Militar de Leningrado quando esta última avançou em direção à cidade; subsequentemente, o 129º regimento foi derrotado e recuou no dia seguinte, sem ter conseguido completar seu objetivo. Somente as forças do 8º Corpo de exército de Volgogrado penetraram mais fundo em Grózni, atacando a partir do Norte. Como resultado disso, o comando checheno pôde concentrar quase todas as suas forças contra a principal força de assalto russa (MAF), composta pela 131ª Brigada Motorizada de Rifles (MRB) e a 81ª MRR da cidade de Samara. A tarefa da brigada era de penetrar na cidade ao anoitecer, a partir do Norte, e mover-se em direção à estação de trem. No flanco direito da brigada, a 81ª MRR dirigiu através da rua Pervomaiskaya.

Ferrovia Central

No final da tarde, o primeiro batalhão da 131ª MRB ocupara a ferrovia central, sem estarem cientes da situação da 81ª MRR, que estava presa sob fogo de emboscada entre as praças Dzerzhinskogo e Ordzhenikidze. O primeiro batalhão também ficou separado do segundo, que havia ocupado uma estação de carga mais a oeste, e do terceiro, que estava nos subúrbios da cidade. A unidade posicionou seus tanques e blindados em uma praça na frente da estação, e aguardou ordens, enquanto forças chechenas cercaram a estação, ocupando armazéns atrás da ferrovia, uma agência de correios, e um prédio de cinco andares (muito alto para ser alvo dos canhões russos). Após um pedido de rendição ter sido recusado pelos russos, metralhadoras e franco-atiradores chechenos começaram a disparar. Quando os russos responderam a esse ataque com as armas pesadas montadas nos veículos blindados, os chechenos dispararam RPGs dos prédios ocupados no flanco da ferrovia, e a intensidade do combate na praça rapidamente aumentou.[6] O comandante do batalhão russo, o coronel Ivan Savin, requisitou suporte sob a forma de tropas e fogo de artilharia através de seu rádio. A maior parte dos pedidos de suporte da 131ª MRB não foram respondidos. O segundo e terceiro batalhões da brigada tentaram auxiliar a estação ferroviária, mas foram emboscados antes mesmo de chegar ao local. Os dois batalhões tinham ordens de se manterem afastados do Palácio Presidencial; o que dificultou seu avanço ainda mais, pois colunas de veículos blindados tentaram avançar através de pequenos becos, onde foram mais facilmente atingidas por ainda mais emboscadas.[6]

Em 60 horas, a 131ª MRB havia perdido cerca de 789 tropas, incluindo quase todos os seus oficiais. (mais 75 foram capturadas, e apenas 160 recuaram em segurança). 20 dos 26 tanques e 102 dos 120 outros blindados russos também foram perdidos.[6]

Baixas

O número exato de baixas militares é desconhecido, mas estima-se que ultrapasse os milhares de mortos e feridos em ambos os lados. O número oficial relatado pela Rússia foi de 1376 mortos em combate e 408 desaparecidos em combate, porém o número real pode ser muito mais alto.[7] De acordo com Dudayev, 4000 soldados russos morreram apenas na ofensiva de ano-novo. Ativistas de direitos humanos da Rússia estimaram 1500 mortos apenas neste dia.

Observatório dos Direitos Humanos relatou bombardeios indiscriminados realizados contra a população civil de Grozny e da vizinha Inguchétia. A organização também reportou a destruição de pelo menos três hospitais, um orfanato e diversas áreas de mercado públicas. No total, a violência forçou pelo menos 350,000 civis a fugirem.[8]

Sergei Kovalev, o comissário de direitos humanos do Duma Federal, que esteve em Grózni durante um período dos combates, estimou que 27 000 civis, incluindo muitos Russos étnicos, morreram durante as 5 semanas de combate.[7] Todos os relatórios concordam que a maior parte das baixas foi de civis.[7] Anatol Lieven, que também esteve em Grózni, estimou um número mais baixo em seu livro Chechnya: Tombstone of Russian Power (em portuguêsChechênia: A Lápide do Poder Russo): 5000 baixas civis, com mais cerca de 500 baixas causadas por ataques aéreos russos que antecederam a invasão. Monitores internacionais da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa descreveram as cenas vistas no local como uma "catástrofe inimaginável", e o Chanceler da Alemanha na época, Helmut Kohl, descreveu os eventos de Grózni como "pura loucura", enquanto jornalistas relataram abusos extremos de direitos humanos sendo cometidos por ambos os lados do conflito.[9]

Referências

  1.  Williams, Brian Glyn (1 de março de 2001). «The Russo-Chechen War: A Threat to Stability in the Middle East and Eurasia?»Middle East Policy (em inglês). 8 (1): 128–148. ISSN 1475-4967doi:10.1111/1475-4967.00012
  2. ↑ Ir para:a b c Grau, Lester W. (Janeiro de 1997). «Russian-Manufactured Armored Vehicle Vulnerability in Urban Combat: The Chechnya Experience». Red Thrust Star. Cópia arquivada em 9 de Julho de 2009
  3.  Beevor, Anthony (2002). Berlin: The Downfall 1945. [S.l.]: Penguin Books. pp. 316–319. ISBN 0-670-88695-5
  4.  «The Chechen War: Part II» (em inglês). Arquivado do original em 26 de agosto de 2009
  5.  «Russians 'kill 250 Chechen civilians'». Londres: The Independent. Cópia arquivada em 27 de novembro de 2007
  6. ↑ Ir para:a b c Gall, Carlotta; De Waal, Thomas (1998). Chechnya - Calamity in the Caucasus. Nova Iorque: Universidade de Nova Iorque. ISBN 0-8147-2963-0
  7. ↑ Ir para:a b c The battle(s) of 

LÂMPADA INCANDESCENTE - INVENTADA EM 1879 POR THOMAS EDISON - 31 DE DEZEMBRO DE 2020

 


 Lâmpada  incandescente

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Lâmpada incandescente
Gluehlampe 01 KMJ.jpg

Lâmpada incandescente

Tipo
Lâmpada elétrica (en)Visualizar e editar dados no Wikidata
Características
Material
Composto de
Descoberto
Descobridores
Data
Funcionamento
Energia
Lâmpadas incandescentes históricas
Primeira lâmpada incandescente de Edison usada em uma demonstração em Menlo Park (1879, New Jersey, E.U.A.)
Lâmpada Centenária de Adolphe Chaillet, a mais antiga lâmpada elétrica ainda em funcionamento.

lâmpada incandescente é um dispositivo eléctrico que transforma energia elétrica em energia luminosa e energia térmica através do efeito Joule. Dada a sua simplicidade, foi o primeiro dispositivo prático que permitiu utilizar eletricidade para iluminação, sendo durante as primeiras décadas de uso comercial da energia elétrica a principal forma de consumo daquela forma de energia.

História

Desde o início do século XIX, vários inventores tentaram construir fontes de luz à base de energia elétricaHumphry Davy, em 1802, construiu a primeira fonte luminosa com um filamento de platina, utilizando-se do efeito Joule, observado quando um resistor é aquecido pela passagem de uma corrente elétrica a ponto de emitir luz visível. Outros vinte e um inventores construíram lâmpadas incandescentes antes de Thomas Edison, que foi o primeiro a construir a primeira lâmpada incandescente comercializável em 1879, utilizando uma haste de carvão (carbono) muito fina que, aquecida acima de aproximadamente 900 K, passa a emitir luz, inicialmente bastante avermelhada e fraca, passando ao alaranjado e alcançando o amarelo, com uma intensidade luminosa bem maior, ao atingir sua temperatura final, próximo do ponto de fusão do carbono, que é de aproximadamente 3 800 K.[1][2][3][4][5]

A haste era inserida numa ampola de vidro onde havia sido formado alto vácuo. O sistema diferia da lâmpada a arco voltaico, pois o filamento de carvão saturado em fio de algodão ficava incandescente, ao invés do centelhamento ocasionado pela passagem de corrente das lâmpadas de arco.

Como o filamento de carvão tinha pouca durabilidade, Edison começou a fazer experiências com ligas metálicas, pois a durabilidade das lâmpadas de carvão não passava de algumas horas de uso.

A lâmpada de filamento de bambu carbonizado foi a que teve melhor rendimento e durabilidade, sendo em seguida substituída pela de celulose, e finalmente a conhecida até hoje com filamento de tungsténio cuja temperatura de trabalho chega a 3 000°C.

Construção

Filamento

Ver artigo principal: Filamento

A maior dificuldade encontrada por Joseph Swan e Thomas Edison, quando tentavam fazer lâmpadas desse tipo, era encontrar um material apropriado para o filamento, cujo material não queimaria.

Quanto mais alta for a temperatura do filamento, maior a parte da energia irradiada que cai na região visível do espectro. Por esse motivo é importante no projeto de uma lâmpada que a temperatura do filamento seja mantida a mais alto possível, mas mantendo a vida útil da lâmpada dentro de um valor razoável.[2]

Filamento

Por aproximadamente 26 anos, todas as lâmpadas incandescentes possuíam filamentos feitos de celulose carbonizada (papel, algodão ou bambu). As primeiras lâmpadas comerciais de Edison tinham os filamentos feitos de papel carbonizado que era muito frágil, mas em 1880 sua fábrica utilizava o bambu carbonizado, que produzia filamentos duros e fortes.[3]

As primeiras lâmpadas incandescentes também utilizaram o ósmio e o tântalo como filamento, porém o tungstênio apresentava muitas propriedades desejáveis para o uso como um filamento, sua baixa pressão de vapor e alto ponto de fusão (3 422 °C) permitiam a operação em altas temperaturas e consequentemente possuía alta eficiência.[2] Tipicamente a temperatura de operação de um filamento de tungstênio fica entre 2 200 °C e 2 700 °C (em algumas lâmpadas especiais pode atingir 3 120°C). O Tungstênio leva vantagem sobre o carbono também no que diz respeito a resistência mecânica e ductilidade, o que permite a construção de filamentos mais finos, resistentes e baratos. Praticamente todas as lâmpadas incandescentes atuais utilizam filamentos de tungstênio trefilado e enrolados em forma de espiral, para diminuir as perdas de calor.[1]

Meio interno

Desenho da lâmpada Incandescente de Edison, como apresentado em sua patente de 1880

O filamento não deve ter contato com o ar, pois do contrário sua vida seria muito curta, devido à ação oxidante do oxigênio sobre ele. Por isso, as primeiras lâmpadas incandescentes possuíam o meio interno sob vácuo. Porém esta baixa pressão favorecia a vaporização do filamento diminuindo a sua vida.[1]

Lâmpadas em vácuo eram o único tipo existente até 1913.[2]

Para aumentar a pressão no interior do bulbo, usam-se gases inertes para que não haja nenhuma reação química com o filamento ou com os suportes internos. Primeiramente foi usado o nitrogênio em função de seu baixo custo e pureza, posteriormente o argônio foi reconhecido como a melhor opção, mas era caro e difícil de encontrar.[2]

Hoje em dia usa-se uma mistura de gases inertes, sendo tipicamente o argônio (90 a 95%) e o nitrogênio (10 a 5%) nas lâmpadas de 120 a 220 V respectivamente. A maior quantidade de argônio deve-se ao fato de possuir uma baixa condutividade térmica, propiciando uma maior eficiência luminosa. Algumas lâmpadas especiais utilizam como gás de preenchimento o kriptônio.[1]

Funcionamento

Quando se aciona um interruptor, a corrente elétrica passa pela lâmpada através de duas gotas de solda de prata que se encontram na parte inferior, e em seguida, ao longo de fios de cobre que são firmemente fixados dentro de uma coluna de vidro. Entre as duas extremidades dos fios de cobre estende-se um outro fio muito fino chamado filamento. Quando a corrente passa por este último, torna-o incandescente, produzindo luz.

Rendimento

O rendimento da lâmpada incandescente é mínimo, apenas o equivalente a 5% da energia elétrica consumida é transformado em luz, os outros 95% são transformados em calor. Por causa deste desperdício, a União Europeia decidiu abolir as lâmpadas incandescentes a partir de 2012.[6] E neste mesmo sentido, o Brasil já retirou do mercado lâmpadas de 200, 150, 100 e 60 watts.[7]

Proibição no Brasil

Portaria Interministerial 1007 do Ministério de Minas e Energia, do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação e do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, datado de dezembro de 2010, fixou índices mínimos de eficiência luminosa para construção, importação e comercialização das lâmpadas de uso geral em território brasileiro, definindo cronograma para a substituição das incandescentes por modelos mais eficientes, como as lâmpadas de LED.[8] As lâmpadas incandescentes acima de 75 W deixaram de ser comercializadas em 30 de junho de 2014. As lâmpadas de 25 a 75 watts deixaram de ser produzidas dia 30 de junho de 2015, sendo comercializadas até 30 de junho de 2016.[8]

Proibição em Portugal

Em 2012, as lâmpadas incandescentes desapareceram do mercado europeu. A determinação da Comissão Europeia corresponde a um mandato que lhe foi dado no âmbito da Directiva Ecodesign (Directiva 2005/32/EC).[4][5]

Plano de phase-out para iluminação doméstica

2009
  • Lâmpadas claras: requisitos mínimos; Classe Energética C para lâmpadas ≥ 950 lm, Classe E para outras lâmpadas (exemplo: phase out de incandescentes ≥ 100 W)
  • Lâmpadas foscas: Requisitos mínimos: Classe Energética A para todas as lâmpadas.
  • Novas especificações técnicas para cada tecnologia
2010
  • Lâmpadas claras: Requisitos mínimos Classe energética C para lâmpadas ≥ 725 lm (ex. phase out incandescentes GLS ≥ 75 W)
2011
  • Lâmpadas claras: requisitos mínimos Classe energética C para lâmpadas ≥ 450 lm (ex. phase out incandescentes GLS ≥ 60 W)
2012
  • Lâmpadas claras: requisitos mínimos Classe energética C para lâmpadas ≥ 60 lm (ex. phase out incandescentes GLS ≥ 7 W)
2013
  • Requisitos mais exigentes para especificações técnicas, definidas em 2009
  • Phase out de lâmpadas com casquilhos S14, S15 ou S19
2014
  • Análise do regulamento pela comissão EU
2016
  • Lâmpadas claras: requisitos mínimos Classe energética B para todas as lâmpadas excepto aquelas com casquilho G9 e R7s (phase out das Classe C HALOGEN ENERGY SAVER)
  • Phase out de lâmpadas com casquilhos E14/E27/B22d/B15d e potências ≤ 60 W

Ver também

Wikiquote
Wikiquote possui citações de ou sobre: Lâmpada incandescente

Referências

  1. ↑ Ir para:a b c d de Araujo Moreira, Vinicius (1999). «Capítulo 4: Lâmpadas elétricas incandescentes». Iluminação elétrica. [S.l.]: Edgard Blücher
  2. ↑ Ir para:a b c d e E. Kaufman, John, ed. (1972). «Capítulo 8: Light Sources». IES Lighting Handbook (em inglês) 5 ed. [S.l.]: Illuminating Engineering Society
  3. ↑ Ir para:a b Howel, John W.; Schroeder, Henry (1927). «Capítulo 3: Development of Filaments». History of the incandescent lamp (em inglês). [S.l.]: The Maqua Company
  4. ↑ Ir para:a b «Legislação da Iluminação»A.A.S. – Sociedade Portuguesa de Inovação Ambiental. Consultado em 3 de junho de 2017
  5. ↑ Ir para:a b «1 de Setembro: primeiro dia do adeus às lâmpadas incandescentes em toda a Europa»Quercus Associação Nacional de Conservação da Natureza. Consultado em 3 de junho de 2017
  6.  «L'Union européenne met fin aux ampoules incandescentes»20 minutes (em francês). 9 de dezembro de 2008. Consultado em 30 de dezembro de 2008
  7.  «Lâmpadas incandescentes de 60 watts não podem mais ser vendidas»Jornal Hoje. 1 de julho de 2015. Consultado em 3 de junho de 2017
  8. ↑ Ir para:a b «Lâmpadas incandescentes de 60 watts não podem mais ser vendidas; Inmetro fiscaliza»G1-Economia. 1 de julho de 2015. Consultado em 3 de junho de 2017

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