sábado, 26 de dezembro de 2020

TSUNAMI NO SUDESTE ASIÁTICO - (2006) - 26 DE DEZEMBRO DE 2020

 


Tsunâmi

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Disambig grey.svg Nota: Para a banda desenhada/história em quadrinhos, veja Tsunami (Marvel). Para o sismo no fundo do mar (também chamado de "maremoto"), veja Sismo submarino.
Aeroporto de Sendai, no Japão, destruído pelo tsunâmi de Tohoku em 2011.

Um tsunâmi[1][2][nota 1] (em japonês津波 IPA[t͡sɯᵝnäꜜmi],[3] lit. "onda de porto") ou maremoto[nota 2] (do latimmare, mar + motus, movimento) é uma série de ondas de água causada pelo deslocamento de um grande volume de um corpo de água, como um oceano ou um grande lago. Tsunâmis são uma ocorrência frequente no Oceano Pacífico: aproximadamente 195 eventos desse tipo já foram registrados. Devido aos imensos volumes de água e energia envolvidos, tsunâmis podem devastar regiões costeiras.

Sismoserupções vulcânicas e outras explosões submarinas (detonações de artefatos nucleares no mar), deslizamentos de terra e outros movimentos de massa, impactos, e outros distúrbios acima ou abaixo da água têm o potencial para gerar um tsunami.

O historiador grego Tucídides foi o primeiro a relacionar um tsunami a sismos submarinos,[4][5] mas a compreensão da natureza do tsunami permaneceu incipiente até o século XX e ainda é objeto de pesquisa. Muitos textos antigos geológicosgeográficos e oceanográficos referem-se a tsunâmis como ondas sísmicas do mar.

Algumas condições meteorológicas, tais como depressões (atmosféricas) profundas que provocam ciclones tropicais, podem gerar uma tempestade chamada meteotsunami, com a elevação do nível de grande massa de água a vários metros acima do normal. A elevação vem da grande redução da pressão atmosférica no centro da depressão em relação ao seu entorno. Atingindo a costa podem assemelhar-se (embora não o sejam) a tsunâmis, inundando vastas áreas de terra. Uma onda desse tipo inundou a Birmânia (Myanmar), em maio de 2008.

Etimologia e relação entre tsunâmi e maremoto

O termo "tsunâmi" provém do japonês, através da junção de "porto" (tsu, 津) e "onda" (nami, 波).,[6] Embora a versão estrangeira da palavra ainda seja muito usada (caso em que deve ser destacada do texto, seja com aspas, seja colocando-a em itálico), os dois dicionários mais vendidos respectivamente no Brasil e em Portugal, o Dicionário Aurélio[2] e o Dicionário da Língua Portuguesa com Acordo Ortográfico[7] da Porto Editora,[1] já trazem a forma aportuguesada, tsunâmi, acentuada conforme o acordo ortográfico da língua portuguesa.[1][2]

Alguns autores defendem que o termo tsunami é um estrangeirismo desnecessário, dado que significaria o mesmo que a forma "maremoto", já existente em português há séculos. É o caso do dicionário Priberam (Portugal). Já os dicionário da Porto Editora (Portugal) e os brasileiros Dicionário Houaiss e Dicionário Aurélio atribuem sentido diferente aos dois fenômenos: os maremotos seriam qualquer movimentação anômala do mar proveniente de um terremoto (em terra firme próxima, ou mesmo abaixo do oceano), ou mesmo por outros fatores, enquanto os tsunâmis seriam as ondas provocadas por um maremoto - especificamente, no caso, só as as ondas que atingem alguma área continental, provocando efeitos sobre a superfície terrestre.

Em português, tsunâmis eram muitas vezes chamados ondas de maré. Nos últimos anos, esse termo caiu em desuso, especialmente na comunidade científica, ao se constatar que os tsunâmis nada têm a ver com as marés. O termo outrora popular deriva de sua aparência mais comum, que é a de um macaréu extraordinariamente alto. Tsunâmis e marés produzem ondas de água que se movem em terra, mas, no caso do tsunami, o movimento da água em terra é muito maior e dura por um longo período, dando a impressão de uma maré extremamente alta.

Existem apenas algumas outras línguas que têm uma palavra nativa para esse tipo de onda. Na língua tâmil, a palavra é aazhi peralai. Na língua achém, é ië beuna ou alôn buluëk[8] (dependendo do dialeto. Note que, na língua austronésia tagalo, uma língua importante nas Filipinasalon significa "onda"). Na ilha Simeulue, fora da costa ocidental de Sumatra, na Indonésia, na língua defayan, a palavra é semong, enquanto que, na língua sigulai, é emong.[9]

Causas

A maioria dos tsunâmis são gerados por sismos submarinos (legendas em inglês).

Um tsunami pode ser gerado quando os limites de placas tectônicas convergentes ou destrutivas movem-se abruptamente e deslocam verticalmente a água sobrejacente. É muito improvável que esses movimentos podem formar-se em limites divergentes (construtivo) ou conservativos das placas tectônicas. Isso ocorre porque esses limites em geral não perturbam o deslocamento vertical da coluna de água. Sismos relacionados a zona de subducção geram a maioria dos tsunamis. Pesquisadores, em 2017, descobriram que o movimento horizontal do fundo do mar inclinado durante um terremoto subaquático pode dar tsunâmis um impulso crítico. Os cientistas assumiam anteriormente que o movimento vertical sozinho contribuía a maior parte da energia de um tsunâmi.[10][11] Tsunâmis têm uma pequena amplitude (altura da onda) em alto mar e um comprimento de onda muito longo (muitas vezes centenas de quilômetros de comprimento), sendo por isso que geralmente passam despercebidos no mar, formando apenas uma ligeira ondulação de normalmente cerca de 300 milímetros (12 polegadas) acima do normal superfície do mar. Eles crescem em altura quando atingem águas mais rasas, em um processo de empolamento da onda descrito abaixo. Um tsunami pode ocorrer em qualquer estado de maré e até mesmo na maré baixa ainda pode inundar áreas costeiras.

Em 1 de abril de 1946, um sismo de magnitude 7,8 (escala Richter) ocorreu perto das Ilhas Aleutas, no AlascaEstados Unidos. Isso gerou um tsunâmi com 14 metros de altura que inundou Hilo, na ilha do Havaí. A área onde o abalo sísmico ocorreu no oceano Pacífico é zona de subducção abaixo do Alasca.

Exemplos de tsunami em locais fora dos limites convergentes incluem Storegga há cerca de 8 000 anos, Grandes Bancos em 1929Papua-Nova Guiné em 1998 (Tappin, 2001). Os tsunâmis da Papua-Nova Guiné e dos Grandes Bancos vieram de terremotos desestabilizaram os sedimentos, forçando-os a fluir para o oceano e gerar um tsunâmi. Eles se dissipou antes de atravessar distâncias transoceânicas.

A causa da falha de sedimentos Storegga é desconhecida. As possibilidades incluem uma sobrecarga dos sedimentos, um terremoto ou uma versão de hidratos de gás (metano, etc)

sismo de Valdivia de 1960 (Mw 9,5), o sismo do Alasca de 1964 (Mw 9,2), e o sismo do Índico de 2004 (Mw 9,2), são exemplos recentes de terremotos poderosos que geraram tsunâmis (conhecido como teletsunâmis), que podem atravessar oceanos inteiros. Abalos menores (Mw 4,2) no Japão podem provocar maremotos (chamados "tsunâmis locais" e "tsunâmis regionais") que só podem devastar as costas nas proximidades, mas podem fazê-lo em apenas alguns minutos.

Em 1950, foi colocada a hipótese de que tsunâmis maiores do que anteriormente se acreditava possível podem ser causados por deslizamentos de terra, erupções vulcânicas explosivas (por exemplo, Santorini e Krakatoa) e eventos de impacto quando em contato com a água. Esses fenômenos deslocam rapidamente grandes volumes de água, como a energia da queda de detritos ou expansão das transferências para a água a uma taxa mais rápida do que a água pode absorver. A mídia costuma chamar esses eventos de "megatsunâmis".

Tsunâmis causados por esses mecanismos, ao contrário do tsunami transoceânico, podem se dissipar rapidamente e raramente afetam costas distantes, devido à pequena área de mar afetada. Estes acontecimentos podem dar origem a ondas de choque locais muito maiores (sóliton), tais como o deslizamento de terra na Baía Lituya, no Alasca em 1958, que produziu uma onda com um pico inicial estimado em 524 metros. No entanto, um deslizamento de terra muito grande pode gerar um megatsunâmi que pode percorrer distâncias transoceânicas, embora não haja evidências geológicas para apoiar esta hipótese.

Geração por abalos sísmicos

Sirenes por tsunami em DiliTimor-Leste.

Um terremoto pode gerar um tsunami se o tremor:

  • ocorrer logo abaixo de um corpo de água;
  • for de magnitude moderada ou alta;
  • Deslocar um volume bem grande de água.

Características

Quando a onda entra em águas rasas, ela diminui e sua amplitude (altura) aumenta.

As ondas geradas por ventos corriqueiros e ondas de gravidade têm um comprimento de onda (comprimento entre as cristas) de cerca de 100 metros e uma altura de alguns centímetros. Entretanto, um tsunâmi em alto mar tem um comprimento de onda de cerca de 200 km. Essa onda pode viajar a mais de 800 km/h, mas devido ao seu grande comprimento de onda, seu período (intervalo de tempo entre a passagem de uma crista e outra no mesmo local) pode durar de 20 a 30 minutos, e a amplitude de onda pode não passar de um metro.[12] Isso torna difícil a detecção de tsunâmis em águas profundas. Navios raramente notam a sua passagem.

À medida que o tsunami se aproxima da costa e as águas se tornam rasas, o empolamento da onda comprime a própria onda e sua velocidade diminui para menos de 80 km/h. Seu comprimento de onda diminui para menos de 20 km e sua amplitude cresce significativamente, produzindo uma onda claramente visível. Com o advento do tsunami sobre águas cada vez mais rasas, a velocidade da onda diminui pouco a pouco, podendo desacelerar para menos de 20 quilômetros por hora. Seu comprimento de onda pode diminuir para apenas alguns metros e sua amplitude pode alcançar mais de 10 metros; a altura da onda pode variar dependendo da intensidade do tsunami e do relevo da plataforma continental. Exceto para os tsunâmis muito grandes, a onda, ao se aproximar, não quebra, mas assemelha-se a um macaréu de grande velocidade.[13] A variação da profundidade da plataforma continental pode alterar a altura da onda. Nas baías abertas e zonas costeiras adjacentes às águas profundas, onde há uma plataforma continental relativamente estreita, a altura do tsunami pode aumentar consideravelmente.

O aumento do nível das águas causado pelo tsunâmi é medido em metros acima do nível do mar.[13] Um grande tsunami pode apresentar uma sequência de várias ondas que chegam durante um período de minutos a horas, sendo que o tempo entre uma onda e outra pode variar significativamente. A primeira onda a chegar à praia pode não trazer um significativo aumento do nível das águas,[14] pois esta perde energia ao encontrar com águas mais rasas. As ondas subsequentes são beneficiadas pelo aumento do nível do mar, podendo alcançar com mais impacto as regiões costeiras.

Cerca de 80% dos tsunâmis ocorrem no Oceano Pacífico, mas podem acontecer em qualquer grande massa de água, incluindo lagos. Além dos sismos, os tsunâmis podem ser causados por deslizamentos de terra, explosões vulcânicas e impacto de objetos de grandes dimensões.

História

Ficheiro:Samoa tsunami animation 20090929 samoa a.ogv
tsunami de Samoa em setembro de 2009.
Uma praia devastada em Chennai após o terremoto do Índico de 2004.
Animação exemplificativa do Tsunami do Índico, em 2004.

Embora os tsunâmis ocorram mais frequentemente no Oceano Pacífico, podem ocorrer em qualquer lugar. Existem muitas descrições antigas de ondas repentinas e catastróficas, particularmente em torno do Mar Mediterrâneo. Milhares de portugueses que sobreviveram ao grande Sismo de Lisboa de 1755 foram mortos por um tsunami que se seguiu poucos minutos depois. Antes da grande onda atingir, as águas do porto retrocederam, revelando carregamentos perdidos e naufrágios abandonados. No Atlântico Norte, o Storegga Slide tem a maior incidência.

Santorini

Estima-se que teria ocorrido entre 1650 e 1600 a.C. uma violenta erupção vulcânica na ilha grega de Santorini. Este fenómeno devastador levou à formação de um tsunâmi cuja altura máxima teria oscilado entre os 100 e os 150 metros. Como resultado deste tsunami, a costa norte da ilha de Creta foi devastada até 70 quilômetros da mesma. Aquela onda teria certamente eliminado a grande maioria da população minoica que habitava ao longo da zona norte da ilha.

A explosão do Krakatoa

Ver artigo principal: Krakatao

A ilha-vulcão de Krakatoa, na Indonésia, explodiu com fúria devastadora em 1883. Várias ondas-tsunami geraram-se a partir da explosão, algumas atingindo os 40 metros acima do nível do mar. Foram observadas ao longo do Oceano Índico e Pacífico, na costa ocidental dos Estados UnidosAmérica do Sul, e mesmo perto do Canal da Mancha. Nas costas das ilhas de Java e Sumatra, a inundação entrou vários quilômetros adentro, causando inúmeras vítimas, o que influenciou a desistência da população em reabitar a costa, e subsequente êxodo para a selva. Atualmente, esta zona é designada por reserva natural Ujung Kulon. O vulcão se desintegrou totalmente e, desde 1927, no mesmo local do Krakatoa, surgiu o Anak Krakatau (filho de Krakatoa), que cresce cerca de cinco metros por ano, hoje alcançando 800 metros de altura e frequentemente ativo.[15] Suas ondas destruíram toda a vila que havia ali perto bem como o farol que orientava os navegantes, restando apenas sua base. A 50 metros dali, um novo farol foi construído.

22 de maio de 1960: O tsunami chileno

grande terremoto do Chile, o mais intenso terremoto já registrado,[16] ocorreu na costa sul-central do Chile.

12 de julho de 1993: Hokkaido

Um devastador tsunâmi ocorreu na costa da ilha de Hokkaido, no Japão em 12 de Julho de 1993, como resultado de um terremoto, resultando na morte de 202 pessoas na ilha de Okushiri e no desaparecimento de um número indeterminado.

Muitas cidades ao redor do Oceano Pacífico, principalmente no Japão e Hawaii, possuem sistemas de alerta e evacuação em caso da ocorrência de tsunâmis. Os tsunâmis de origem vulcânica ou tectónica podem ser previstos pelos institutos sismológicos e o seu avanço pode ser monitorizado por satélites.

26 de dezembro de 2004: Tsunâmi do Oceano Índico

Ver artigo principal: Sismo do Índico de 2004

sismo do Índico de 2004 disparou uma sequência de tsunâmis fatais em 26 de dezembro de 2004, com vítimas fatais relatadas em mais de 285.000. Após a tragédia, várias organizações de ajuda humanitária e governos de vários países disponibilizaram ajuda. A maior doação particular foi feita pela guru indiana Mata Amritanandamayi, também conhecida como "Amma", a grande mãe.

11 de março de 2011: Tsunâmi no Japão

Ver artigo principal: Sismo de Sendai de 2011

Ocorreu às 5:46 (UTC), 14:46 hora local, de 11 de março de 2011, que alcançou uma magnitude de 9,0 na escala sismológica de magnitude de momento (MW) e teve epicentro 130 km a leste de Sendai, no mar e ao largo da costa oriental da Região de Tohoku, na ilha de HonshuJapão, e a 700 km da capital, Tóquio.[17] Trata-se do mais forte sismo a atingir o Japão nos últimos 140 anos.[18]

6 de fevereiro de 2013: Ilhas Salomão

Ocorreu na quarta-feira (horário local) com um terremoto de 8,0 graus na Escala Richter. Teve um epicentro de até 1 metro, deixando 9 pessoas mortas, entre elas uma criança do sexo masculino e quatro idosos. Logo depois, um dia após o tsunami, vários terremotos atingiram as Ilhas Salomão, com riscos de grandes tsunâmis. O último tremor de 6,1 graus ocorreu às 19:30 locais (06:03, horário de Brasília) a 10 km de profundidade e a 314 quilômetros da cidade de Kirakira.

Outros tsunâmis históricos

DataMagnitudeAlt. máx.MortesLocal
2 de setembro de 19927,210 m170Nicarágua
12 de dezembro de 19927,526 m1 000Ilha de FloresIndonésia
12 de julho de 19937,630 m200HokkaidoJapão
2 de junho de 19947,214 m220Java, Indonésia
4 de outubro de 19948,111 m11Ilhas Curilas
14 de Novembro de 19947,17 m70MindoroFilipinas
21 de fevereiro de 19967,55 m12Peru
17 de julho de 19987,015 m2 000Nova Guiné
23 de junho de 20018,35 m50Peru
Oceano Índico
26 de dezembro de 2004
9,010 mc. 230 000Oceano Índico
Japão
11 de março de 2011
9,010 mc. 1 600Oceano Pacífico

Outros tsunâmis ocorridos incluem os seguintes:

  • Um dos piores desastres com tsunâmis arrasaram vilas inteiras ao longo de Sanriku, Japão, em 1896. Uma onda com uma altura de mais de sete andares afogou 26 mil pessoas. Mais de trinta mil pessoas morreram em Java durante um tsunâmi causado por uma erupção vulcânica no ano de 1883, quando a pequena ilha vizinha de Krakatoa explodiu seu vulcão interior.

Ameaças futuras

Em 2001, cientistas previram que uma futura erupção do instável vulcão Cumbre Vieja em La Palma (uma ilha das Ilhas Canárias) poderia causar um imenso deslizamento de terra para dentro do mar. Nesse potencial deslizamento de terra, a metade oeste da ilha (pesando provavelmente 500 bilhões de toneladas) iria catastroficamente deslizar para dentro do oceano. Esse deslizamento causaria uma megatsunâmi de cem metros que devastaria a costa da África noroeste, com uma tsunâmi de trinta a cinquenta metros alcançando a costa leste da América do Norte muitas horas depois, causando devastação costeira em massa e a morte de prováveis milhões de pessoas. Especula-se também acerca da possibilidade de tal cataclisma atingir a costa norte brasileira, fato que desperta a preocupação de algumas autoridades, tendo em vista a inexistência de qualquer mecanismo de prevenção de tsunâmis no Brasil.[19][20]

Ver também

Notas

  1.  Embora a versão estrangeira da palavra ainda seja muito usada (caso em que deve ser destacada do texto, seja com aspas, seja colocando-a em itálico), os dois dicionários mais vendidos respectivamente no Brasil e em Portugal, o Dicionário Aurélio e o Dicionário da Língua Portuguesa com Acordo Ortográfico [1], da Porto Editora, já trazem a forma aportuguesada, tsunâmi, acentuada conforme o acordo ortográfico da língua portuguesa.
  2.  Alguns autores defendem que o termo tsunami é um estrangeirismo desnecessário, dado que significaria o mesmo que a forma "maremoto", já existente em português há séculos. É o caso do dicionário Priberam (Portugal). Já os dicionário da Porto Editora (Portugal) e os brasileiros Dicionário Houaiss e Dicionário Aurélio atribuem sentido diferente aos dois fenômenos: os maremotos seriam qualquer movimentação anômala do mar proveniente de um terremoto (em terra firme próxima, ou mesmo abaixo do oceano), ou mesmo por outros fatores, enquanto os tsunâmis seriam as ondas provocadas por um maremoto — especificamente, no caso, só as as ondas que atingem alguma área continental, provocando efeitos sobre a superfície terrestre.

Referências

  1. ↑ Ir para:a b c «tsunâmi»Porto Editora - Dicionário da Língua Portuguesa com Acordo Ortográfico. Consultado em 20 de setembro de 2015
  2. ↑ Ir para:a b c Dicionário Aurélio, verbete tsunâmi (s.m.)
  3.  1998, NHK日本語発音アクセント辞典 (NHK Japanese Pronunciation Accent Dictionary) (in Japanese), Tōkyō: NHK, ISBN 978-4-14-011112-3
  4.  Thucydides“A History of the Peloponnesian War”, 3.89.1–4
  5.  Smid, T. C. (Abril de 1970). 'Tsunamis' in Greek LiteratureGreece & Rome17 2nd ed. [S.l.: s.n.] pp. 100–104
  6.  [a. Jap. tsunami, tunami, f. tsu harbour + nami waves.—Oxford English Dictionary]
  7.  [2]
  8.  [3]
  9.  [4]
  10.  More than one ocean motion determines tsunami size Giant wave forecasts need to take into account horizontal motion on sloped seafloors por Thomas Summer (2017)
  11.  New insights on tsunami genesis and energy source por Y. Tony Song, Ali Mohtat, Solomon C. Yim DOI: 10.1002/2016JC012556
  12.  Tsunamis
  13. ↑ Ir para:a b «Life of a Tsunami»Western Coastal & Marine Geology. United States Geographical Survey. 22 de outubro de 2008. Consultado em 9 de setembro de 2009
  14.  Prof. Stephen A. Nelson (28 de janeiro de 2009). «Tsunami». Tulane University. Consultado em 9 de setembro de 2009
  15.  Global Volcanism Program - Krakatau (em inglês)
  16.  Historic Earthquakes - The Largest Earthquake in the World (em inglês)
  17.  «Magnitude 8.9 - NEAR THE EAST COAST OF HONSHU, JAPAN 2011 March 11 05:46:23 UTC». 11 de março de 2011. Consultado em 11 de março de 2011
  18.  publico.pt. «Tsunami atinge Japão após sismo de magnitude 8.9». Consultado em 11 de março de 2011. Arquivado do original em 14 de março de 2011
  19.  «Wave»
  20.  «Tidal Wave». CNN

Ligações externas

Commons possui uma categoria contendo imagens e outros ficheiros sobre Tsunâmi
Wikcionário
Wikcionário tem o verbete tsunâmi.

OPERAÇÃO LINEBACKER II - GUERRA DO VIETNAME - (1972) - 26 DE DEZEMBRO DE 2020

 


Operação Linebacker II

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Operação Linebacker II
Guerra do Vietnã
Nalty1.jpg
Um B-52 americano bombardeando o Vietnã.
Data18 – 29 de dezembro de 1972
LocalVietnã do Norte
DesfechoIndecisivo
Beligerantes
 Estados UnidosVietname Vietnã do Norte
Comandantes
John Dale Ryan
John W. Vogt, Jr.
Phung The Tai
Le Van Tri
Forças
207 B-52s
2 000 aeronaves de combate
14 baterias de mísseis SA-2[1]
50 caças Migs
Diversas unidades de AA (armas menores)
Baixas
Estimativas americanas: 12 aeronaves abatidas
15 B-52s derrubados
5 B-52s danificados com gravidade (1 caiu no Laos)
5 B-52s danificados levemente
43 mortos em combate
49 feitos prisioneiros[2]
Estimativas do Vietnã do Norte: 81 aeronaves americanas derrubadas
(sendo 34 B-52s e 4 F-111s)[3]
1 624 civis mortos
Perdas militares desconhecidas (consideradas muito altas)[4]
MiG-21s derrubados
Um B-52G pousando na Base de Andersen depois de uma missão em 15 de dezembro de 1972.

Operação Linebacker II foi o nome dado a uma campanha de bombardeios feito pela Sétima Força Aérea e pela Força Tarefa 77 da Marinha dos Estados Unidos conduzido contra a República Democrática do Vietnã (Vietnã do Norte) durante a Guerra do Vietnã. A operação começou em 18 de dezembro de 1972 e foi até o dia 29 do mesmo mês, e recebeu vários apelidos como "The December Raids" ("Os Ataques de Dezembro") e "The Christmas Bombings" ("O Bombardeio de Natal").[5] Esta foi uma das maiores campanhas aéreas lançadas pela pela Força Aérea dos Estados Unidos desde o fim da Segunda Guerra MundialLinebacker II foi uma continuação dos bombardeios conduzidos durante a primeira Operação Linebacker que durou de maio até outubro de 1972, com o enfase nos ataques mais frequêntes dos bombardeiros B-52 Stratofortress em detrimento do uso de aviões menores. Cerca de 1 600 civis teriam morrido nas investidas contra Hanói e Haiphong.[6] Esta operação foi criticada pelas nações comunistas lideradas pela União Soviética e pela China, que diziam que os Estados Unidos bombardeavam sem fazer distinção entre alvos civis e militares.[7] Os ataques também foram criticados por nações Ocidentais devido aos altos custos em vidas humanas e pela enorme quantidade de civis vietnamitas que morreram durante os bombardeios. Em termos militares, as bombas destruiram ou danificaram boa parte da infra-estrutura do Norte, mas falhou em seus objetivos de mudar os rumos da guerra em favor dos americanos. Porém acabou forçando os norte-vietnamitas a retornar à mesa de negociações.[8]

Referências

  1.  Zaloga 2007, p. 22
  2.  Robt. F. Dorr and Lindsay Peacock. Boeing's Cold War Warrior: B-52 Stratofortress. Publicado em 1995.
  3.  Pribbenow, p. 327.
  4.  John Morocco, Rain of Fire. Boston: Boston Publishing Company, 1985, p. 150.
  5.  McCarthy and Allison, p. 3.
  6.  Feltus, Pamela. «Linebacker II Bombing Raids». US Centennial of Flight Commission. Consultado em 25 de julho de 2010. Arquivado do original em 16 de setembro de 2012
  7.  Pribbenow, p. 319.
  8.  McCarthy and Allison, p. 171.

SANTO ESTEVÃO - PROTOMÁRTIR - 26 DE DEZEMBRO DE 2020

 

Estêvão (mártir)

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Disambig grey.svg Nota: "Santo Stefano" redireciona para este artigo. Para outros significados, veja Santo Estêvão (desambiguação).
Santo Estêvão
Santo Estêvão, por Hans Memling (c. 1480)
Protomártir
Nascimento? em Palestina
Morteentre 33 [1] e 40 d.C. em Jerusalém, Palestina
Veneração porIgreja Católica
Igreja Ortodoxa
Igrejas ortodoxas orientais
Igreja Anglicana
Igreja Luterana
Festa litúrgica3 de agosto e 26 de dezembro (Ocidente)
2 de agosto e 27 de dezembro (Oriente)
Atribuiçõesum diácono com pedras
Padroeiroda Itáliadiáconos; dores de cabeça e dos cavalos
Gloriole.svg Portal dos Santos

Santo Estêvão é o primeiro mártir do cristianismo, sendo considerado santo por algumas das denominações cristãs (católicaortodoxa e a anglicana). É celebrado em 26 de Dezembro no Ocidente e em 27 de Dezembro no Oriente por tais denominações. Ele também está listado entre os Setenta Discípulos.

Etimologia

O seu nome vem do grego Στέφανος (Stéphanos), o qual se traduz para aramaico como Kelil, significando coroa – e Santo Estêvão é, de resto, representado com a coroa de martírio da cristandade, recordando assim o facto de se tratar do primeiro cristão a morrer pela sua fé – o protomártir.

O relato bíblico

A história de Estêvão aparece em Atos 6 e Atos 7, livros do Novo Testamento da Bíblia cristã. Consta que houve resmungos da parte dos "judeus que falavam grego" ("hellēnistōn") contra os "judeus que falavam hebraico" ("hebraious") porque suas viúvas estavam sendo preteridas na distribuição (diakoniāi) diária de alimentos (Atos 6:1). Os apóstolos convocaram então os discípulos e propuseram que fosse formada uma comissão de "sete homens acreditados (martyroumenous), cheios de espírito e de sabedoria" (Atos 6:3), que se incumbiriam da distribuição. Estêvão, "homem cheio de fé e Espírito Santo" (Atos 6:5), estava entre esses, todos usando nomes gregos, que foram postos diante dos apóstolos e, após terem orado, receberam a imposição das mãos.

O nome grego de Estêvão parece indicar que fosse judeu "helenizado". Entretanto, outros pesquisadores afirmam que esse foi apenas seu nome cristão, escolhido por ele mesmo após ter seu primeiro contato com Simão Pedro em Jerusalém. Por 'homem acreditado' entende-se que a comunidade cristã ("toda a multidão") dava bom testemunho (martyria) dele.

O serviço do alimento parecia não obstar ao "serviço da palavra" (diakoniāi toū logou), uma vez que diversos homens afluíam a Estêvão para discutir com ele, mas não podiam fazer frente "à sabedoria e ao espírito com que falava" (Atos 6:9-10). Também contribuiu para sua fama o fato de ele, "cheio de graça e de poder", realizar "grandes portentos e sinais entre o povo" (Atos 6:8).

Vida e obras

Segundo os Actos dos Apóstolos, Estêvão foi um dos sete primeiros diáconos da igreja nascente, logo após a morte e Ressurreição de Jesus, pregando os ensinamentos de Cristo e convertendo tanto judeus como gentios. Segundo Étienne Trocmé, Estevão pertencia a um grupo de cristãos que pregavam uma mensagem mais radical, um grupo que ficou conhecido como os helenistas, já que os seus membros tinham nomes gregos e eram educados na cultura grega e que separou do grupo dos doze apóstolos. Também eram conhecidos como o "grupo dos sete". Foi detido pelas autoridades judaicas, levado diante do Sinédrio (a suprema assembleia de Jerusalém), onde foi condenado por blasfémia, sendo sentenciado a ser apedrejado (Atos 8). Entre os presentes na execução, estaria Saulo, o futuro São Paulo, ainda durante os seus dias de perseguidor de cristãos.

Muitos padres da Igreja, como Santo Agostinho, atribuem a conversão de Saulo às orações de Santo Estêvão. Citando Agostinho: Si Stephanus non orasset, ecclesia Paulum non haberet.[2]

Durante os primeiros séculos do cristianismo, o túmulo de Estêvão achou-se perdido, até que em 415 (talvez pela crescente pressão dos peregrinos que se deslocavam à Terra Santa), um certo padre, de nome Luciano, terá dito ter tido uma revelação onírica de onde se encontrava a tumba do mártir, algures na povoação de Caphar Gamala, a alguns quilómetros a norte de Jerusalém.

Gregório de Tours afirmou mais tarde que foi por intercessão de Santo Estêvão, que um oratório cristão a ele dedicado, na cidade de Metz, onde se guardavam relíquias do santo, foi o único local da cidade que escapou ao incêndio que os hunos lhe deitaram, no dia de Páscoa de 451.

O culto de Santo Estêvão encontra-se associado à festa dos rapazes nas aldeias de Trás-os-Montes, integradas no ciclo de festividades do solstício do inverno, no período que decorre do dia 24 de dezembro ao dia 6 de janeiro, e que no passado pagão terão sido dedicadas ao culto do Sol, num ritual em que intervêm os caretos, as máscaras tradicionais do extremo nordeste de Portugal.

Santo Estêvão goza de bastante popularidade em países europeus, como Espanha, França, Itália e Portugal. No Brasil, existem, além de diversas capelas ou casas de formação, outras sete paróquias, dedicadas a Santo Estêvão. Entre os espíritas, o livro Paulo e Estêvão, de psicografia de Francisco Cândido Xavier e atribuído ao espírito Emmanuel, é considerado pela Federação Espírita Brasileira um dos dez maiores livros espíritas do século XX, narrando passagens da vida de Santo Estêvão.

Referências

  1.  James UssherThe Annals of the World, 33 AC [em linha]
  2.  Adam ClarkeCommentary on the Bible (1831), Acts 7 [em linha]

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