sexta-feira, 18 de dezembro de 2020

TUPOLEV TU = 160 - AVIÃO RUSSO - PRIMEIRO VOO EM 1981 - 18 DE DEZEMBRO DE 2020

 


Tupolev Tu-160

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Saltar para a navegaçãoSaltar para a pesquisa
Tu-160
(OTANBlackjack)
Bombardeiro
Descrição
Tipo / MissãoBombardeiro estratégico, com motores turbofan de pós-combustão, quadrimotor monoplano de geometria variável
País de origem União Soviética
FabricanteTupolev
Período de produção1984-19922000-2008
Quantidade produzida35
Primeiro voo em19 de dezembro de 1981 (38 anos)
Introduzido em30 de dezembro de 2005 (capacidade operacional em 1987)
Notas
Dados: Consultar a secção Especificações

Tu-160 (designação NATO,[nota 1] Blackjack) é um bombardeiro estratégico, supersónico desenvolvido na ex União Soviética.
Construído em pequenas quantidades, ainda no tempo da ex URSS estima-se que cerca de 32 unidades foram produzidas incluindo protótipos,[1] em finais de 2010 apenas 16 apresentavam capacidade operacional.[2] Embora várias aeronaves de transporte civis e militares tenham dimensões maiores, o Tu-160 é a maior aeronave de combate, a maior aeronave supersônica e a maior aeronave com asas de geometria variável.[3][4]

Desenvolvimento e produção

A génese do Tu-160 remonta ao ano de 1965, quando três importantes acontecimentos coincidem no tempo:

28 de Novembro de 1967 é iniciada uma competição para a construção de um bombardeiro estratégico, com especificidades técnicas elevadas, como:

  • Alcance bélico entre 11 000 e 13 000Km
  • Velocidade máxima entre 3 200 e 3 500Km/h
  • Alcance em velocidade subsónica e alta altitude entre 16 000 e 18 000m
  • Armamento constituído por mísseis de cruzeiro nucleares Kh-45 e Kh-2000.[5]

Sukhoi apresentou um projecto com asa de geometria variável o qual designou T-4M, mas que rapidamente evoluiu, porque a disposição dos motores não permitia o transporte de armamento em casulos internos. Foi assim apresentada uma nova versão designada T-4MS que nada tinha de comum com a anterior, mas capaz de transportar dois mísseis Kh-45 internamente e outros dois externamente.
O gabinete de Myasishchev trabalhou em quatro modelos diferentes sob a designação M-20, no período entre 1967-1968.[6]
Tupolev juntou-se na demanda de um bombardeiro estratégico, optando por desenhar um projecto que não visava as especificações pretendidas pelo governo, argumentando que o esforço tecnológico e financeiro para obter um bombardeiro de mach 3.0 não compensava, em comparação com um capaz de mach 2.3. Todos os seus projectos designados 160M foram baseados na asa delta do avião supersónico de transporte comercial Tupolev Tu-144.[5]

Tupolev Tu-160 Blackjack ("Vasily Sen'ko") acompanhado por um Sukhoi Su-27

Em 1972 a Força Aérea o escolheu o gabinete de Sukhoi como vencedor, que no entanto se mostrou incapaz de atingir as especificações exigidas, obrigando à abertura de uma segunda fase da competição, na qual foi diminuída a velocidade máxima para mach 2.3, possibilitando assim o regresso de Tupolev com o seu projecto 160MSukhoi retirou-se do projecto decidindo concentra-se no desenvolvimento de caças.[5] Nesta segunda fase o projecto M-18, uma derivação dos esboços elaborados por Myasishchev e designados M-20, foi declarado vencedor, pela Força Aérea com o apoio do TsAGI[nota 2] e do Conselho Científico-Tecnológica do Ministério da Indústria que apostaram na utilização de uma asa de geometria variável. Devido à equipe de desenvolvimento do gabinete de Myasishchev ter sido considerada demasiado pequena, para assegurar a grandeza do projecto, foi o departamento Tupolev encarregue do desenvolvimento, também mas não só devido à experiência acumulada desde 1930 no fabrico e desenvolvimento de bombardeiros.[5] Com o auxílio dos respectivos departamentos governamentais e institutos de investigação científica foram escolhidos os sistemas da aeronave, bem como os motores que numa fase inicial seriam os Kuznetsov NK-25 que equipavam o Tu-22M3 Backfire, mas que devido à alta taxa de consumo de combustível foram preteridos a favor de um novo modelo (NK-32) desenvolvido especificamente para o Tu-160.[nota 3][7]
Em 1977 o projecto preliminar e uma maqueta à escala real, foram apresentados para apreciação da comissão estadual de aceitação, nesta fase Tu-160 seria equipado com dois mísseis nucleares Kh-45, no entanto o desenvolvimento do míssil de cruzeiro Americano AGM-86 ALCM, desencadeou na parte Russa uma contra resposta materializada no míssil de cruzeiro nuclear de longo raio de acção Kh-55SM ou Kh-55 com carga explosiva convencional os quais passaram a ser a arma primária do Tu-160.[8] Posteriormente os Kh-55 foram adaptados para ogivas nucleares. [9] Os mísseis de cruzeiro convencionais usados são os Kh-555 e Kh-101.

Na construção da célula foram usadas de modo extensivo, materiais nada usuais na construção aeronáutica Soviética à época, (exceptuando casos pontuais), como ligas de titânio e de alumínio, ligas de aço de alta qualidade e materiais compósitos os quais constituem 28%, 48%, 15% e 3% respectivamente, do peso vazio do avião.[8]

Pormenor da parte frontal do Tu-160

O primeiro de dois protótipos ficou pronto em 1981 e foi fotografado pela primeira vez[nota 4] a 25 de Novembro do mesmo ano, por um satélite de reconhecimento Norte-Americano. junto a um Tupolev Tu-144. Voou pela primeira vez a 18 de Dezembro de 1981, iniciando uma série de testes que de um modo geral tiveram sucesso, exceptuando a necessidade de uma nova geometria da cauda e pormenores de pouca importância relatados pela imprensa Soviética. Em 1985 foi tomada a decisão para a construção de cem exemplares, o que veio a ser contrariado pela evolução política e consequente desmembramento da União Soviética.[10]

Modernização

Desde 2008 o governo russo fala sobre modernizações nos bombardeiros Tu-160. Apenas 4 unidades foram modernizadas.

Em Abril de 2015 o Ministro da Defesa da Rússia Serguei Choigu disse que os Tu-160 voltarão a ser produzidos e modernizados.

Segundo Choigu a nova versão do Tu-160 terá capacidades "Stealth" O bombardeiro pesado Tupolev Tu-160 será equipado com um sistema rádio-eletrônico de combate avançado, altamente eficaz contra mísseis antiaéreos. Conhecido como "KRET".

Em 2018 dois Tu 160 estiveram presentes em manobras militares na Venezuela e no mar do Caribe, em conjunto com um Antonov An-124 e um Ilyushin Il-62 [11][12]

Variantes

  • Tu-160
Bombardeiro estratégico.[1]
  • TU-160M
Proposta de uma versão aumentada para transporte de dois mísseis de cruzeiro, hipersônicos e longo alcance (5 000 Km) Kh-90. 4 Unidades estão em serviço na Força Aérea Russa.
  • TU-160 "KRET"

Versão "Steath" do Bombardeiro que contará com um sistema rádio-eletrônico de combate avançado.

O KRET está desenvolvendo um novo sistema de navegação, um complexo de mira, um sistema de controle de armas e outros equipamentos eletrônicos. Um total de 800 firmas e organizações estão envolvidas na modernização da aeronave.

  • TU-160 NK-74

Versão com "Raio Operacional" estendido com Turbinas NK-74

  • TU-160P
Proposta para uma variante de caça de escolta de muito longo raio de ação.[1]
  • TU-160PP
Proposta de uma variante de avião de escolta para interferência electrônica.[1]
  • TU-160R
Proposta para uma plataforma de reconhecimento estratégico.[1]
  • Tu-160SK
Versão comercial destinada ao lançamento de satélites, apresentada no Singapura Air Show de 1994 pelos parceiros Russos MKB RadugaOKB MEITupolev e a empresa Alemã OHB-System. No Paris air show de 1995, foi apresentado em exposição estática o Tu-160 0401, equipado com um foguete de dois andares para o lançamento de satélites. Em 1998 os Alemães retiraram-se do projecto.[1]

Utilizadores

 Rússia

Em Dezembro de 2010 estavam operacionais 26 Tu-160.[13] Contudo no relatório dos acordos START apenas estão referenciados 16 aeronaves com capacidade operacional. Os 26 Tu-160 pertencem 121.º Regimento de Guardas de Bombardeiros Pesados a operar na Base aérea de Engels e estão referenciados do seguinte modo:
  • 02 - Vasili Reshetnikov
  • 03 - Pavel Taran
  • 04 - Ivan Yarygin
Энгельс Ту-160 02 фото 3.jpg
  • 05 - Aleksandr Golovanov
  • 06 - Il'ya Muromets
  • 07 - Aleksandr Molodchiy
  • 08 - Vitali Kopylov
  • 10 - Nikolai Kuznetsov
  • 11 - Vasili Sen'ko
  • 12 - Aleksandr Novikov
  • 14
  • 15 - Vladimir Sudets
  • 16 - Aleksei Plokhov
  • 17 - Valeri Chkalov
  • 18
  • 19 - Valentin Bliznyuk,
Além destas unidades, existem mais três baseadas em Zhukovskiy considerados aviões de teste, dos quais apenas um possui capacidade de voo. Uma quarta unidade de teste deu entrada na fábrica de Kazan para ser submetido a um programa de actualização.[14]

 Ucrânia

Após o desmembramento da União Soviética a Ucrânia por decisão do seu parlamento tomou posse de todo o equipamento militar estacionado no seu território, no qual estavam englobados 19 Tu-160. 12 Unidades foram devolvidas a Rússia. as outras foram desmanteladas. Em 2001 o ultimo Tu-160 Ucraniano foi desmantelado.
As unidades foram desmanteladas pelo alto custo de mantimento,falta de combustível e falta de peças.

Especificações

  • Tripulação: 4
  • Comprimento, : 54,1m
  • Altura: 13,1m
Tupolew Tu 160 8001.png
  • Envergadura: 55,7m
  • Àrea alar: 371,6m²
  • Peso vazio: 110 000 kg
  • Peso normal : 267 600 kg
  • Peso máx. descolagem: 275 000 kg
  • Combustível máximo: 171 000 kg
  • Tecto de serviço: 15 000m
  • Velocidade de descolagem: 270 km/h
  • Velocidade de aproximação: 270 km/h
  • Pista p/ descolar c/ peso máximo: 2,200m
  • Pista p/ aterrar c/ peso máximo: 1,600m
  • Veloc. máx. ao nível do mar: mach 1,0
  • Veloc. máx em altitude: mach 2,05
  • Carga G limite: +2,0
  • Taxa de subida ao nível do mar: 70 m/s
  • Alcance só combustível interno: 12 300 km
  • Armamento: até 40 000 kg em compartimento (2) interno
  • Motores: 4x Kuznetsov NK-32
  • Potência: 4x 245.17Kn com pós-combustão

(Fonte[15])

Comparativo

8x Pratt & Whitney
TF33-PW-3

Especificações comparativas entre o TU-160 e outros bombardeiros estratégicos[16]
Northrop B-2ARockwell B-1 BBoeing B-52HTu-160Tu-95MS
Tripulação24647
Propulsão4xGeneral Electric
F118-GE-100
4xGeneral Electric
F101-GE-102
8x Pratt & Whitney
TF33-PW-3
4xKuznetsov
NK-32
4xKuznetsov
NK-12MP (turbo Prop.)
Potência máxima4x 84,34Kn4x 104,05Kn8x 75.51Kn4x 245.17Kn4x 15,000 Cv
Comprimento21.0m45.78m47.8m54.95m49.13m
Altura no solo5.45m10.24m12.41m13.00m13.30m
Envergadura52.4m41.67/23,84m56.39 m57.7/35,6m50.04m
Área das asas465.m²181.2m²371,6m²293,15m²289.9m²
Peso máx. à descolagem181,500Kg216,400Kg221,400Kg275,000Kg185,000Kg
Carga militar22,600Kg34,000Kg23,000Kg40,000Kg20,800Kg
Carga de combustível73,000Kg88,450Kg181,800Kg171,000Kg87,000Kg
Velocidade de cruzeiro850Km/h855Km/h837Km/h1,000Km/h750Km/h
Velocidade máxima1,000Km/h1,270Km/h1,014Km/h2,000Km/h830Km/h
Tecto máximo12,500m15,240m16,700m15,000m10,500m
Autonomia máxima
(carregado, combust. interno)
11,100Km5,540Km15,470Km12,300Km10,500Km
Autonomia máxima
(carregado, 1 reabastecimento)
18,500Kmn.d.n.d.n.d.14,100Km
Tupolev TU-160

Ver também

  1. B-1 Lancer
  2. Tupolev Tu-22M
  3. Tupolev Tu-144

Notas

  1.  Também referenciado como código NATO. São nomes dados ao equipamento militar da Ex URSS e actual Rússia, afim de identificar com clareza e evitar confusões na identificação de determinado modelo. Principalmente durante a "guerra fria" onde era usual serem atribuídas várias designações pela parte Soviética, fazendo crer que existiam mais unidades do que aquelas que efectivamente tinham existência física. Por outro lado nunca houve uma política Russa de denominação dos seus aviões, como acontece com as aeronaves Ocidentais, no entanto o código NATO é adoptado oficialmente se o nome for do agrado das lideranças militares, como no caso do MIG-29 Fulcrum.
  2.  Salvas as devidas proporções, tratava-se de um instituto de pesquisa técnica, tipo MIT mas de índole estatal, na era Soviética.
  3.  Este veio a ser o mais potente motor jamais construído, para propulsionar um avião. Foi testado pela primeira vez num TU-142 em 1980 e a sua produção inciada em 1983.
  4.  Não foi contudo esta a primeira vez que o Ocidente teve conhecimento do Tu-160. Nas negociações preliminares dos acordos de limitação de armas estratégicas nucleares (START) já tinha sido referido a existência do Tu-160 como bombardeiro estratégico, vector de lançamento de mísseis nucleares.

Referências

  1. ↑ Ir para:a b c d e f P. Jackson, Jane's. ALL THE WORLD'S AIRCRAFT. 2004-2005, Jane's Information Group Limited, CD2, ISBN 0710626142
  2.  FLIGHT INTERNATIONAL, Flightglobal Insight - World Air Forces 2010(em formato pdf Arquivado em 26 de abril de 2011, no Wayback Machine.)
  3.  «Top 7 Bombers | Military-Today.com»www.military-today.com. Consultado em 2 de dezembro de 2015
  4.  «Tu-160 Blackjack: Putin deploys world's largest combat warplane against Isis»International Business Times, India Edition. plus.google.com/+IbtimesCoInInternationalBusinessTimesIndia/posts. Consultado em 2 de dezembro de 2015
  5. ↑ Ir para:a b c d Yefim Gordon, Tupolev TU-160 Blackjack, Midland Publishing, 2003, pag. 25 e 26, ISBN 1857801474
  6.  Bill Gunston (1966). Tupolev Aircraft Since 1922. [S.l.]: Naval Institute Press. p. 219. ISBN 1557508828
  7.  Yefim Gordon & Vladimir Rigmant, OKB Tupolev A History of the Design Bureau and its Aircraft, Midland, 2005, pag.197 ISBN 1857802144
  8. ↑ Ir para:a b Yefim Gordon & Vladimir Rigmant, OKB Tupolev A History of the Design Bureau and its Aircraft, Midland, 2005, pag.199, ISBN 1857802144
  9.  https://www.aereo.jor.br/2018/12/10/bombardeiros-estrategicos-russos-tu-160-pousam-na-venezuela/
  10.  Bill Gunston & Peter Gilchrist, Jet Bombers: From the Messerschmitt Me 262 to the Stealth B-2, Osprey Aerospace, 1993, pag. 288, ISBN 1855322587
  11.  https://www.aereo.jor.br/2018/12/10/bombardeiros-estrategicos-russos-tu-160-pousam-na-venezuela/
  12.  https://br.sputniknews.com/defesa/2018121312900208-ministerio-defesa-tu160-voo-mar-caribe-video/
  13.  FLIGHT INTERNATIONAL, Flightglobal Insight - World Air Forces 2010 (em formato pdf Arquivado em 26 de abril de 2011, no Wayback Machine.)
  14.  RussianForces.org. «Movements of bombers in 2009». 2009. Consultado em 1 de Março de 2011
  15.  Gerard Frawley and Jim Thorn, The International Directory of Military Aircraft, 1996/97, Aerospace Publications Ltd, ISBN 1 87567120X
  16.  Yefim Gordon (2003). Tupolev TU-160 Blackjack. [S.l.]: Midland Publishing. p. 117. ISBN 1857801474

Bibliografia

  • Bill Gunston, Tupolev Aircraft Since 1922, Naval Institute Press, 1966, ISBN 1557508828
  • Bill Gunston & Peter Gilchrist, Jet Bombers: From the Messerschmitt Me 262 to the Stealth B-2, Osprey Aerospace, 1993, ISBN 1855322587
  • John C. Fredriksen, International Warbirds: An Illustrated Guide to World Military Aircraft, 1914-2000, ABC-Clio, 2001, ISBN 1576073645
  • Gerard Frawley and Jim Thorn, The International Directory of Military Aircraft, 1996/97, Aerospace Publications Ltd, ISBN 1 87567120X
  • Yefim Gordon, Tupolev TU-160 Blackjack, Midland Publishing, 2003, ISBN 1857801474
  • Yefim Gordon & Vladimir Rigmant, OKB Tupolev A History of the Design Bureau and its Aircraft, Midland, 2005, ISBN 1857802144
  • P. Jackson, Jane's. ALL THE WORLD'S AIRCRAFT. 2004-2005, Jane's Information Group Limited, ISBN 0710626142

Ligações externas

EPIMETEU - SATÉLITE NATURAL DE SATURNO TAMBÉM CHAMADO DE "SATURNO XI" DESCOBERTO EM 1966 - 18 DE DEZEMBRO DE 2020

 


Epimeteu (satélite)

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Saltar para a navegaçãoSaltar para a pesquisa
Disambig grey.svg Nota: Se procura por pelo asteróide, veja 1810 Epimetheus.
Epimeteu
Satélite Saturno XI
Epimetheus.jpg
Características orbitais
Semieixo maior151 410 ± 10 km
Excentricidade0.0098
Período orbital0.694 333 517 d
Velocidade orbital média15.87 km/s
Inclinação0.351 °
Características físicas
Diâmetro equatorial115 km
Área da superfície40.000 km²
Volume760.000 km³
Massa5.304 ± 0.013 ×1017 kg
Densidade média0.69 ± 0.11 g/cm³
Gravidade equatorial0.0078 g
Período de rotação16 h 42 m
Velocidade de escape0.032 km/s
Albedo0.73 ± 0.03
Temperaturamédia: 195,2 ºC
Composição da atmosfera
Pressão atmosféricaInexistente

Epimeteu (do grego Επιμηθεύς), também conhecido como Saturno XI, é um satélite interior de Saturno. Foi batizado em homenagem ao Epimeteu da mitologia grega.

Descoberta

Epimeteu ocupa essencialmente a mesma órbita que a lua Jano. Os astrônomos presumiram que havia um único corpo celeste naquela órbita, e concomitantemente, tiveram sérios problemas para calcular suas características orbitais; é obviamente impossível conciliar as observações de dois objetos distintos como um único objeto.

Audouin Dollfus observou uma lua em 15 de dezembro de 1966, o qual propôs que fosse chamado de Jano.[1] Em 18 de dezembroRichard Walker fez uma observação similar que hoje é creditada como sendo a descoberta de Epimeteu.[2] Todavia, nesta época, acreditava-se que havia uma única lua, denominada Jano, naquela órbita.

Doze anos mais tarde, em outubro de 1978Stephen M. Larson e John W. Fountain perceberam que as observações de 1966 podiam ser melhor explicadas por dois objetos distintos (Jano e Epimeteu) compartilhando órbitas bastante semelhantes. Isto foi confirmado em 1980 pela Voyager I e então Walker passou a compartilhar oficialmente a descoberta de Epimeteu com Larson e Fountain.

A descoberta de 1980 da Voyager foi designada S/1980 S 3, e apenas em 1983 foi denominada oficialmente como Epimeteu. O nome Jano foi oficialmente aprovado pela União Astronômica Internacional na mesma época, embora o nome estivesse sendo usado informalmente desde que Dollfus o propôs, poucos dias após a descoberta de 1966.

Relacionamento orbital entre Epimeteu e Jano

Epimeteu e Jano são co-orbitais: o raio orbital de Jano para Saturno é a(c)tualmente somente cerca de 50 km menor que o de Epimeteu. Visto que órbitas internas possuem altas velocidades, as duas luas inevitavelmente aproximam-se uma da outra, e visto que o diâmetro médio de Epimeteu é de 115 km e o de Jano é de 178 km, pareceria à primeira vista que uma colisão se tornaria inevitável. Mas, quando a lua interna alcança a lua externa, a atração gravitacional incrementa o momento da lua interior e aumenta sua órbita, enquanto a lua externa igualmente perde momento e cai para uma órbita inferior. As luas assim barganham e começam a se mover separadamente de novo, visto que a lua avançada está agora na órbita mais baixa e mais rápida. O mais perto que ambas se aproximam está em torno de 10.000 km. A troca ocorre cerca de uma vez a cada quatro anos, tendo a última abordagem ocorrido em 21 de janeiro de 2006,[3] e a próxima ocorrerá em 2010. Nesta ocasião, o raio orbital de Jano aumentará em cerca de 20 km, enquanto Epimeteu diminuirá cerca de 80 km; a órbita de Jano é menos afetada porque ele é 4 vezes mais maciço do que Epimeteu. Até onde se sabe, esse arranjo é único no Sistema Solar.

O relacionamento orbital entre Jano e Epimeteu pode ser entendida nos termos do problema dos três corpos, como um caso no qual as duas luas (o terceiro corpo sendo Saturno) são similares um do outro em tamanho. Outros exemplos do problema dos três corpos incluem os asteróides troianos e as luas troianas, a órbita ferradura do Cruithne em relação à Terra, e potencialmente dúzias de outros objetos em órbitas similares.[4]

Características físicas

Existem várias crateras em Epimeteu com mais de 30 km de diâmetro, bem como pequenos e grandes espinhaços e ravinas. O extenso número de crateras indica que Epimeteu deve ser bem antigo. Jano e Epimeteu podem ter se formado da divisão de um único corpo que deu origem a satélites co-orbitais, mas se esse for o caso, a divisão deve ter acontecido muito cedo na história do sistema de satélites. Por sua baixíssima densidade e albedo relativamente alto, parece que Epimeteu é um corpo congelado altamente poroso. Todavia, há ainda muita incerteza sobre estes valores, e isto permanece por ser confirmado.

Anel

Há um pálido anel de poeira ao redor da região ocupada pelas órbitas de Epimeteu e Jano, como revelado por imagens tomadas em luz difusa pela sonda Cassini em 2006. O anel tem uma extensão radial de cerca de 5 000 km.[5] Sua origem são partículas ejetadas da superfície das luas pelo impacto de meteoritos, as quais formam um anel difuso circundando as trilhas orbitais.[6]

O orbitador da sonda Cassini-Huygens realizou um sobrevoo de Epimeteu em 3 de dezembro de 2007.

Referências

  1.  [1][ligação inativa]
  2.  [2][ligação inativa]
  3.  «Cópia arquivada». Consultado em 9 de dezembro de 2006. Arquivado do original em 2 de outubro de 2006
  4.  [3]
  5.  Fotojornal Planetário da NASA PIA08328: Moon-Made Rings
  6.  Press release da sonda Cassini-Huygens.NASA Finds Saturn's Moons May Be Creating New Rings Arquivado em 16 de outubro de 2006, no Wayback Machine., 11 de outubro de 2006.

Ligações externas

Etiquetas

Seguidores

Pesquisar neste blogue