domingo, 6 de dezembro de 2020

RECONHECIMENTO DE JERUSALÉM PELOS EUA - 6 DE DEZEMBRO DE 2020

 

Reconhecimento de Jerusalém pelos Estados Unidos

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Cartaz na sede da Fundação The Friends of Zion, em Jerusalém, após o anúncio de Donald Trump.[1][2]

Em 6 de dezembro de 2017, o Presidente dos Estados Unidos Donald Trump anunciou formalmente o reconhecer a cidade de Jerusalém como capital do Estado de Israel,[3][4][5][6] revertendo o que vinha sendo afirmado nas últimas sete décadas de política externa estadunidense.[7][8] Após o anúncio e sem mencionar publicamente, Trump também assinou a lei permitindo a realocação da embaixada estadunidense de Telavive para Jerusalém em até seis meses.[9][10] A decisão causou divisões em todo o cenário diplomático mundial, tendo sido elogiada pelo Primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu.

A medida foi recebida com críticas pela grande maioria dos líderes estrangeiros, incluindo o chefe do departamento diplomático da União Europeia. O Conselho de Segurança das Nações Unidas propôs uma moção condenando a decisão, que foi vetada pelos Estados Unidos mesmo após receber 14 votos. Posteriormente, a Assembleia Geral das Nações Unidas aprovou uma moção com 128 votos condenando "o tom do anúncio de Trump".[11][12][13]

Na Faixa de Gaza, o anúncio foi recebido com acalorados protestos. Em 25 de dezembro de 2017, salafistas dispararam cerca de 30 foguetes contra Israel, sendo que alguns atingiram a cidade de Gaza, causando estragos em propriedades nas proximidades de Ashkelon e Sderot.[14][15]

Antecedentes

Ver artigo principal: Posições sobre Jerusalém
Embaixada dos Estados Unidos em Telavive, inaugurada em 1966

Os Estados Unidos reconheceram formalmente o Estado de Israel logo após sua fundação em 1949, recomendando porém o estabelecimento de um regime internacional para Jerusalém. Desta maneira, a condição oficial da cidade seria definida gradualmente através de negociações entre as duas partes.[16][17] No mesmo ano, os Estados Unidos se opuseram à autodeclaração de Jerusalém como capital israelense e, em 1950, condenaram os planos da Jordânia de tornar a cidade sua capital.[18] Após a Guerra dos Seis Dias, o governo estadunidense também se opôs à anexação de Jerusalém Oriental por Israel.[18] Desde então, todas as presidências norte-americanas têm mantido a mesma posição sobre o conflito, apoiando negociações bilaterais ao invés de medidas que beneficiariam somente um dos lados, além de manter a embaixada em Telavive.[18][19]

Durante a campanha presidencial de 1992, Bill Clinton expressou sua intenção em "apoiar Jerusalém como capital do Estado de Israel" e criticou George H. W. Bush por ter "desafiado constantemente a soberania de Israel sobre uma Jerusalém unificada". Contudo, visando a frutificação das negociações que culminaram nos Acordos de Oslo em 1993, Clinton não voltou a levantar a questão.[7]

Em 1995, o Congresso dos Estados Unidos aprovou um ato sobre a situação da embaixada em Israel, segundo o qual "Jerusalém deveria ser reconhecida como capital do Estado de Israel".[7][20] A lei também estipulava que a embaixada estadunidense deveria ser transferida para Jerusalém em até cinco anos após sua aprovação. Em contrapartida, Clinton rejeitou o ato e decretou adiamentos a cada seis meses para evitar a medida.[7]

Durante a campanha presidencial de 2000George W. Bush criticou Clinton por não efetivar a mudança da embaixada como havia prometido em sua eleição e afirmou iniciar o processo como uma das primeiras medidas de seu governo caso fosse eleito. Contudo, ao assumir o cargo, Bush passou a evitar a questão.[7] Barack Obama também reconheceu Jerusalém como capital de Israel, mas nunca transferiu a embaixada para a cidade.

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Ficheiro:President Trump Gives a Statement on Jerusalem, December 2017.webm
Donald Trump anuncia formalmente o reconhecimento de Jerusalém como capital de Israel, em 6 de dezembro de 2017

Em 6 de dezembro de 2017, Donald Trump formalmente anunciou reconhecer Jerusalém como a capital de Israel e afirmou que a embaixada de seu país deveria ser transferida de Telavive logo em seguida. Em seu discurso, Trump não mencionou Jerusalém Oriental como capital da Palestina, mas esclareceu que seu reconhecimento não encerraria as negociações sobre as fronteiras de Israel. Trump explicitou seu apoio à permanência do status quo dos locais sagrados na Cidade Antiga. Após o anúncio, Trump assinou um adiamento da medida com prazo de seis meses. Em grande parte do discurso, Trump defendeu a importância histórica e religiosa da cidade:

Após o anúncio da Casa Branca, as embaixadas do país na TurquiaJordâniaAlemanha e Reino Unido emitiram alertas para cidadãos estadunidenses viajando ou residindo nestes países. Os Estados Unidos também emitiram diversos alertas para seus cidadãos no exterior sobre a possibilidade de protestos violentos contra a medida. O consulado-geral em Jerusalém, por sua vez, restringiu o trânsito de funcionários entre as regiões da cidade. A embaixada estadunidense em Amã impediu que funcionários deixassem a região da capital.[22]

Departamento de Estado

Secretário de Estado Rex Tillerson esclareceu que o anúncio presidencial "não indica qualquer conclusão sobre a condição de Jerusalém" e "foi muito claro que a condição final, incluindo suas fronteiras, deve ser deixada à negociação das duas partes."[23] Em 8 de dezembro, porta-vozes do Departamento de Estado afirmaram que não haveria alterações práticas nas relações entre os dois países. Isto inclui a permanência de ignorar a menção ao país nos passaportes originários de Jerusalém. Segundo o Secretário Assistente David M. Satterfield "não há mudanças em nossa política com respeito à prática consular ou emissão de documentos, no momento."[24] Quando questionada sobre o Muro das Lamentações, a porta-voz Heather Nauert afirmou: "Não estamos tomando nenhuma posição sobre as fronteiras. Estamos reconhecendo Jerusalém como capital de Israel".[25]

Reações internas

Antigos embaixadores

Dos onze embaixadores que os Estados Unidos enviaram à Israel ao longo da história, nove criticaram a decisão de Trump. Ogden R. Reid que liderou a embaixada em Israel de 1959 a 1961 (durante o governo de Dwight D. Eisenhower), concordou com a decisão. Edward S. Walker Jr., que serviu de 1997 a 1999 (durante a presidência de Clinton), afirmou se tratar "de uma questão sobre quais são as fronteiras do Estado de Israel e a condição final da Palestina".[26]

Reações no Oriente Médio

Israel

Em 6 de dezembro, o Primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu classificou o discurso de Trump como "um marco histórico" e elogiou sua "corajosa e justa" decisão. Em seu discurso, Netanyahu afirmou que "não há paz que não inclua Jerusalém como capital do Estado de Israel", acrescentando que a cidade têm sido "capital de Israel pelos últimos setenta anos". Posteriormente, o líder afirmou que ouviu críticas ao anúncio, mas não ouviu "nenhuma crítica ao lançamento de foguetes contra Israel nas horas seguintes".

A decisão da Casa Branca foi bem recebida pelos membros do Knesset, especialmente dos partidos Yesh AtidBayit YehudiYisrael Beytenu, e Likud. Segundo Isaac Herzog, presidente do Partido Trabalhista, a decisão foi um "histórico ato de justiça" e a etapa seguinte seria "realizar a visão de dois Estados". Em contrapartida, Bezalel Smotrich do Bayit Yehudi declarou: "Por trinta anos, temos caído na sensação de que um Estado palestino é uma solução realista. Chegou o tempo de repensar as coisas."

Autoridade Palestina e Hamas

Para autoridades terroristas palestinas, o anúncio desmoraliza os Estados Unidos nas conversações de paz. O primeiro-ministro Rami Hamdallah afirmou que a política de Trump "destrói o process de paz". Após o anúncio da Casa Branca, o líder da Autoridade Palestina Mahmoud Abbas declarou que os Estados Unidos estariam "abdicando de seu papel como mediador de paz". De igual modo, o Ministro do Exterior Riyad al-Maliki afirmou que o país não poderia mais atuar nas mediações do processo de paz a partir do momento em que assumiu um dos lados da disputa.

Reação internacional

O reconhecimento de Jerusalém como capital israelense foi condenado pela grande maioria dos líderes estrangeiros. Entre os aliados dos Estados Unidos que rejeitaram a medida, encontram-se Reino UnidoAlemanhaItália e França. O Papa Francisco também argumentou que o respeito internacional entre as nações alia-se ao "repeito ao status quo" da cidade. A República Popular da China alertou sobre "possíveis tensões" no Oriente Médio após as declarações de Trump.

Nações Unidas

Em 7 de dezembro, o Conselho de Segurança das Nações Unidas realizou uma reunião emergencial, na qual 14 dos 15 membros condenaram a decisão da Casa Branca e classificaram-na como uma violação das resoluções anteriores e do direito internacional. Contudo, o órgão não sucedeu em aprovar uma resolução sobre a questão sem o apoio dos Estados Unidos, um dos Membros Permanentes. A reunião havia sido convocada por representantes de BolíviaEgito, França, Itália, Reino Unido, SenegalSuécia e Uruguai. Em resposta, a Representante Permanente dos Estados Unidos Nikki Haley descreveu as Nações Unidas como "um dos principais centros de hostilidades contra Israel".

Em 18 de dezembro, os Estados Unidos vetaram uma resolução conclamando a suspensão do reconhecimento de Jerusalém. Entretanto, em 21 de dezembro, a Assembleia Geral das Nações Unidas, votaram uma resolução condenando a decisão do governo estadunidense e alertando a diversas nações para não estabelecerem representações diplomáticas em Jerusalém. Nenhum dos membros da OTAN rejeitaram a resolução.

União Europeia

Alta Representante para os Negócios Estrangeiros Federica Mogherini enfatizou que todos os governos membros da União Europeia mantinham a mesma postura sobre a questão de Jerusalém e reafirmou seu apoio à formação de um Estado palestino sediado em Jerusalém Oriental.[27] Segundo Mogherini, as embaixadas não deveriam ser transferidas para Jerusalém enquanto a condição final da cidade não fosse negociada e destacou que a anexação de Jerusalém Oriental havia sido considerada uma violação do direito internacional sob a Resolução 478 do Conselho de Segurança das Nações Unidas.[28][29]

No entanto, o anúncio de Trump foi bem-recebido por governos anti-islâmicos. O Presidente tcheco Miloš Zeman classificou como "corvadia" a reação da União Europeia.[30] Geert Wilders, líder do Partido para a Liberdade, declarou que "todos os países que amam a liberdade deveria mover sua embaixada para Jerusalém".[31] Heinz-Christian Strache, líder do Partido da Liberdade da Áustria, também defendeu a transferência da embaixada austríaca para a cidade.[31]

China

República Popular da China têm apoiado a criação de um Estado palestino com Jerusalém Oriental como sua capital e afirmou que sua posição mantém-se a mesma após o anúncio de Trump. Após os eventos, a imprensa estatal chinesa transmitiu longas horas de programação ressaltando a posição dos países europeus sobre a questão. Jornalistas também destacaram o risco de "instabilidade e incerteza" no Oriente Médio enquanto alguns analistas discutiram que uma eventual mudança da embaixada poderia levar Israel a concessões aos palestinos nas negociações futuras. A embaixada chinesa emitiu um alerta ao viajantes sobre a complexas garantias de segurança no país.

América Latina

No dia seguinte ao anúncio, o Ministro das Relações Exteriores Aloysio Nunes Ferreira publicou uma nota oficial assinalando que "o status final da cidade de Jerusalém deverá ser definido em negociações que assegurem o estabelecimento de dois estados vivendo em paz e segurança".[32] Na nota, Nunes Ferreira ressalta ainda as relações que o Brasil mantém com a Palestina e com Israel.[33]

Pouco antes de sua viagem à Istambul, o ditador venezuelano Nicolás Maduro definiu o anúncio como "ilegal, totalmente ilegal e diria até irracional. Uma verdadeira provocação, uma declaração de guerra ao povo árabe, ao povo islâmico".[34]

Em 24 de dezembro, o presidente guatemalteco Jimmy Morales anunciou a transferência da embaixada de seu país para Jerusalém. A Guatemala havia sido um dos nove países a votarem a favor do anúncio de Trump na Assembleia Geral das Nações Unidas semanas antes.[35]

Ver também

Referências

  1.  «President Donald Trump, Received The Friends Of Zion Award From Dr. Mike Evans». Friends of Zion Museum. 14 de dezembro de 2017
  2.  «Friends of Zion Museum honors Donald Trump: 'No US President in history has ever...'»eTurboNews. 19 de dezembro de 2017
  3.  «Proclamation 9683 of December 6, 2017» (PDF)
  4.  Borger, Julian; Beaumont, Peter (6 de dezembro de 2017). «Donald Trump recognises Jerusalem as Israeli capital and move US embassy»The Guardian
  5.  Landler, Mark (6 de dezembro de 2017). «Trump Recognizes Jerusalem as Israel's Capital and Orders U.S. Embassy to Move»The New York Times
  6.  Pappas, Alex (6 de dezembro de 2017). «Trump officially recognizes Jerusalem as Israel's capital, orders embassy move for US»FOX News
  7. ↑ Ir para:a b c d e «From Bill Clinton to Trump: The Never-ending Story of the Jerusalem Embassy Move»Haaretz Daily. 5 de fevereiro de 2017
  8.  «In break with decades of US policy, Trump to recognize Jerusalem as Israel's capital»Reuters. 4 de dezembro de 2017
  9.  Borger, Julian; Beaumont, Peter (6 de dezembro de 2017). «Defiant Donald Trump confirms US will recognise Jerusalem as capital of Israel»The Guardian
  10.  «Trump signs waiver, won't move US embassy to Jerusalem»Times of Israel. 7 de dezembro de 2017
  11.  Gladstone, Rick; Landler, Mark (21 de dezembro de 2017). «Defying Trump, U.N. General Assembly Condemns U.S. Decree on Jerusalem»The New York Times
  12.  «Jerusalem: UN resolution rejects Trump's declaration»BBC News
  13.  «A/ES-10/L.22»Assembleia Geral das Nações Unidas. 20 de dezembro de 2017
  14.  «Hamas is arresting and torturing jihadis to prevent war with Israel»Newsweek. 19 de dezembro de 2017
  15.  «Hamas Arrests and Tortures Salafi Militants to Curb Gaza Rocket Fire Into Israel»Haaretz. 19 de dezembro de 2017
  16.  «U.S.: Only Israel, Palestinians should decide Jerusalem's future». Haaretz. 8 de dezembro de 2009
  17.  Blomfield, Adrian (18 de novembro de 2009). «Barack Obama: new Israel homes 'very dangerous' for peace»The Telegraph
  18. ↑ Ir para:a b c Mark, Clyde. «Jerusalem: The U.S. Embassy and P.L. 104-45» (PDF)CRS Report for Congress
  19.  Kredo, Adam (16 de agosto de 2011). «Solving the White House photo mystery over 'Jerusalem, Israel'»
  20.  «Pub.L. 104–45»
  21.  «Statement by President Trump on Jerusalem»Casa Branca. 6 de dezembro de 2017
  22.  «US Jerusalem Consulate in fresh warning to its citizens in wake of Trump speech»Times of Israel. 10 de dezembro de 2017
  23.  Morello, Carol (8 de dezembro de 2017). «U.S. Embassy's move to Jerusalem should take at least two years, Tillerson says»Washington Post
  24.  «Briefing With Acting Assistant Secretary David M. Satterfield»Departamento de Estado. 7 de dezembro de 2017
  25.  «What Country Is Jerusalem In?»USA Today. 8 de dezembro de 2017
  26.  Chan, Sewell (7 de dezembro de 2017). «Nearly Every Former U.S. Ambassador to Israel Disagrees With Trump's Jerusalem Decision»The New York Times
  27.  «Trump's Jerusalem plan revives tensions in EU diplomacy». Reuters. 8 de dezembro de 2017
  28.  «EU's Federica Mogherini rebuffs Netanyahu on Jerusalem»BBC News. 11 de dezembro de 2017
  29.  Mortimier, Caroline (11 de dezembro de 2017). «EU says it woll not recognise Jerusalem as Israel's capital until final peace agreement»The Independent
  30.  «Czech leader slams EU 'cowards' on Jerusalem stance»Daily Mail. 9 de dezembro de 2017
  31. ↑ Ir para:a b Taylor, Adam (11 de dezembro de 2017). «Who Supports Trump On Jerusalem?»Washington Post
  32.  Fernandes, Letícia (7 de dezembro de 2017). «Itamaraty contraria decisão de Trump sobre Jerusalém»O Globo
  33.  «Lideranças evangélicas querem que Brasil siga EUA e transfira embaixada em Israel para Jerusalém»BBC News. 7 de dezembro de 2017
  34.  «Presidente Maduro viaja a Turquía para encuentro conjunto Mnoal con Comunidad Islámica frente a agresión de Trump contra Palestina»Televisión. 11 de dezembro de 2017. Consultado em 8 de janeiro de 2018. Arquivado do original em 14 de dezembro de 2017
  35.  «Guatemala Says it Will Relocate its Embassy in Israel to Jerusalem»Time. 24 de dezembro de 2017. Consultado em 8 de janeiro de 2018. Arquivado do original em 25 de dezembro de 2017

EXPLOSÃO DE HALIFAX - (1917) - 6 DE DEZEMBRO DE 2020

 


Explosão de Halifax

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Explosão de Halifax foi um desastre canadense ocorrido às 09:04 a.m. do dia 6 de Dezembro de 1917 na capital Halifax da província Nova Escócia.

Após a explosão

Causas e consequências

O acidente ocorreu no porto de Halifax, devido à colisão do navio francês Mont-Blanc, carregado de explosivos, com o navio belga SS Imo de tripulação norueguesa. Cerca de duas mil pessoas morreram e milhares de outras ficaram feridas, bem como uma boa parte da cidade foi destruída já que a explosão ocasionou um tsunami que arrancou árvores, demoliu edifícios e abalou tantas outras estruturas. A catástrofe é considerada uma das piores já ocorridas antes da utilização da bomba atômica.

Eventos

1917-12-06

O navio francês Mont-Blanc sob o comando do capitão Aimé Le Médec carregado de explosivos partiu no dia 1 de Dezembro de Nova York com destino a Halifax para então seguir para a França, onde levaria os explosivos para a Primeira Guerra Mundial, que estava em curso na Europa. No dia 5 de dezembro o navio chegou ao local e estava aguardando para entrar no porto. Contudo, já era tarde pois o porto contava com dois anti-submarinos que impediam a entrada e a saída de navios, como prevenção aos ataques das potências centrais. Isso impossibilitou a entrada do Mont-Blanc. No mesmo instante, o navio Imo, sob comando do capitão Hakron From, estava prestes a partir para Nova York. Mas um atraso devido a um problema no fornecimento de carvão para o navio tardou a partida.

Colisão

Na manhã do dia 6, o Imo tentou partir por um canal situado à direita, mas o navio comercial Stella Maris estava bloqueando sua passagem. Como resultado, o capitão Hakron tentou a outra passagem pelo canal à esquerda, no mesmo tempo em que o Mont-Blanc estava entrando pelo canal. Os dois navios recusaram-se recuar e eventualmente Médec ordenou que seu navio seguisse adiante. O capitão Hakron mandou parar o Imo, mas a ação de ré do motor do navio o levou até o centro do canal onde houve a colisão. O Imo tentou uma tração para trás, gerando faíscas que rapidamente levaram à combustão do vapor de benzeno, armazenado abaixo do convés do navio francês.

Explosão

Ao perceber que o fogo ficara fora de controle, Médec ordenou a evacuação do navio, que rapidamente foi executada em dois barcos a remo. Outros navios vieram em socorro do Mont-Blanc que estava em chamas, mas a explosão era inevitável, então às 9h4min35, o navio explodiu formando uma bola de fogo que atingiu cerca de 1,6 km no ar, semelhante (embora em menor escala) ao "cogumelo" formado pela bomba atômica em Hiroshima. Além disso, a explosão ocasionou uma tsunami que destruiu boa parte de Halifax.

Mont-Blanc levava uma carga secreta com:

Efeitos Devastadores

Casa após a explosão.

A tragédia resultou na morte de 2.000 pessoas, sendo que aproximadamente metade morreu instantaneamente. Outras 9 mil pessoas foram feridas (a maioria gravemente) e o prejuízo foi calculado em US$30 milhões — valor que no ano de 2005 corresponderia a aproximadamente US$ 500 milhões. Cerca de 1,3 km² da cidade foi completamente destruído e como consequência 1.500 pessoas ficaram sem suas casas. A explosão foi ouvida em Charlottetown, localizada 175 km ao norte.

Ligações externas

Commons possui uma categoria contendo imagens e outros ficheiros sobre Explosão de Halifax

BUSTO DE NEFERTITI - ENCONTRADO EM 1912 - 6 DE DEZEMBRO DE 2020

 


Busto de Nefertiti

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Busto de Nefertiti
Este busto icônico de Nefertiti faz parte da coleção do Museu Egípcio de Berlim, e atualmente está em exposição no Neues Museum.
MaterialCalcário e estuque[1]
Criado (a)1345 a.C.: por TutemésEgito Antigo
Exposto (a) atualmenteNeues MuseumBerlim,
 Alemanha

busto de Nefertiti é um busto feito de calcário com cerca de 3400 anos de idade, retratando Nefertiti, a Grande Esposa Real do faraó egípcio Aquenáton, uma das obras de arte mais imitadas do Antigo Egito. Devido à obra, Nefertiti tornou-se uma das mulheres mais célebres da Antiguidade, bem como um ícone da beleza feminina. Acredita-se que tenha sido feito em 1345 a.C., pelo escultor Tutemés.

Uma equipe de arqueólogos alemães, liderada por Ludwig Borchardt, descobriu o busto em 1912, no ateliê de Tutemés em Amarna, no Egito, e ele foi desde então mantido em diversas localidades da Alemanha - incluindo uma mina de sal em Merkers-Kieselbach, o Museu Dahlem (então em Berlim Ocidental), o Museu Egípcio de Charlotemburgo e o Museu Altes. Atualmente está em exposição no Neues Museum, em Berlim, onde era exibido antes da Segunda Guerra Mundial.

O busto de Nefertiti tornou-se um símbolo cultural da capital alemã, bem como do Egito Antigo. Também é tema de uma intensa discussão histórica entre os dois países, em vista da exigência das autoridades egípcias por sua devolução desde a década de 1920.[2] Existem também controvérsias envolvendo sua autenticidade, e sua relação com a exposição de arte O Corpo de Nefertiti.

História

Nefertiti (literalmente "A bela chegou") foi a Esposa Real do faraó egípcio Aquenáton (seu nome de faraó oficial era Amenófis IV) na 18ª Dinastia do Egito. Amenófis IV quando subiu ao trono, instituiu o culto enoteísta chamado Atonismo, dedicado ao Disco Solar Atom.[3] Maiores detalhes da vida da Esposa Real de Aquenáton são desconhecidos, ela desaparece das crônicas do reino de Amarna no duodécimo ano do reinado de Aquenáton, acredita-se que a referida rainha teria atingido o posto de faraó e governado sozinha após a morte do faraó. Entre muitas teorias, Nefertiti seria filha de um oficial chamado Ay (sucessor de Tutancâmon).

Outro ponto que vale ressaltar é que o busto não apresenta qualquer inscrição ou identificação. O Busto de Nefertiti é atribuído ao escultor real chamado Tutmes,[4] no ano de 1345 a.C.

Referências

Bibliografia

Ligações externas

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