quinta-feira, 3 de dezembro de 2020

PLAYSTATION - CONSOLE - LANÇAMENTO EM 1994 NO JAPÃO - 3 DE DEZEMBRO DE 2020

 

PlayStation (console)

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Disambig grey.svg Nota: Este artigo é sobre o primeiro console da marca PlayStation, da Sony. Para informações sobre essa marca, veja PlayStation.
PlayStation
Playstation logo colour.svg
PlayStation black logo.png
PSX-Console-wController.png
PSone-Console-Set-NoLCD.jpg
Acima: O modelo original com o controlador DualShock.

Abaixo: O modelo PSOne, menor e redesenhado

FabricanteSony Computer Entertainment
Família do
produto
PlayStation
TipoConsole de videogame
GeraçãoQuinta[1]
Lançamento
Preço
inicial
US$299[2]
Descontinuado24 de março de 2006
Unidades
vendidas
102,4 milhões[3]
MídiaCDs (para músicas) E (para jogos)
CPUMIPS R3000 a 33,8688 MHzl
Capacidade de
armazenamento
Cartão de memória: 128 KB divididos em 15 unidades de gravação
Gráficos32-bits sony GPU
Controladores1 a 8 gamepadsDualShock
ConectividadePocketStationPorta paralela
Jogo mais
vendido
Gran Turismo, 11 milhões de unidades[4]
SucessorPlayStation 2

PlayStation (プレイステーション Pureisutēshon?, oficialmente abreviado PS), frequentemente chamado de PlayStation 1 ou ainda PSOne, foi o primeiro console de vídeo game fabricado pela Sony, lançado em 3 de dezembro de 1994 no Japão9 de setembro de 1995 nos Estados Unidos e em 29 de setembro de 1995 na Europa.

O desenvolvimento do console começou após uma parceria fracassada com a Nintendo de desenvolver um CD-ROM para seu console Super Nintendo no início dos anos 1990. A produção de jogos para o console foi projetada para ser simplificada e inclusiva, trazendo o suporte de muitos desenvolvedoras terceiras. Em julho de 2000, uma versão melhorada e mais fina chamada de PS One foi lançada, substituindo o console cinza original e nomeado apropriadamente para evitar confusão com seu sucessor, o PlayStation 2.

O PlayStation introduziu a Sony para a indústria de jogos eletrônicos. O uso de CDs para o armazenamento dos jogos no console foi uma transição dos cartuchos utilizado por outras empresas de jogos. Desde o seu lançamento até 2006, quando sua produção de jogos foi interrompida, o PlayStation vendeu mais de 100 milhões de unidades.[5] Ocupa a posição de segundo console de mesa mais vendido no mundo, com mais de cem milhões de unidades vendidas, superado apenas pelo seu sucessor, o PlayStation 2, que teve mais de 150 milhões de unidades comercializadas.[6]

História

O início do que se tornou o PlayStation lançado remonta a 1986 com uma joint venture entre a Nintendo e a Sony.[7] A Nintendo já havia produzido a tecnologia de disquete para complementar os cartuchos, na forma do Family Computer Disk System, e queria continuar essa estratégia de armazenamento complementar para o Super Famicom.[8][9] A Nintendo procurou a Sony para desenvolver um complemento de CD-ROM, provisoriamente intitulado "Play Station" ou "SNES-CD".[10] Um contrato foi assinado e o trabalho começou. A escolha da Nintendo de alguém com quem eles haviam trabalhado antes, Ken Kutaragi, que mais tarde foi chamado de "O Pai do PlayStation", foi o indivíduo que vendeu a Nintendo usando o processador Sony SPC-700 para uso. como o som ADPCM de oito canais definido no console Super Famicom / SNES através de uma impressionante demonstração dos recursos do processador. A empresa de videogame, no entanto, rompeu com a Sony, uma neófitoa da indústria, porque considerou que perderia muito controle e benefícios derivados da venda de jogos em CD.


Kutaragi quase demitido foi pela Sony porque ele estava originalmente trabalhando com a Nintendo sem o conhecimento da Sony (enquanto ainda estava empregado pela Sony).[11] Foi então que o CEO Norio Ohga, que reconheceu o potencial do chip de Kutaragi e trabalhou com a Nintendo no projeto. Ohga manteve Kutaragi na Sony, e não foi até a Nintendo cancelar o projeto que a Sony decidiu desenvolver seu próprio console.[12]

A Sony também planejava desenvolver um console da marca Sony compatível com Super NES, mas que seria mais um sistema de entretenimento doméstico, reproduzindo cartuchos Super NES e um novo formato de CD que a Sony projetaria. Esse também deveria ser o formato usado nos SNES-CDs, dando um alto grau de controle à Sony, apesar da posição de liderança da Nintendo no mercado de videogames.[13][14]

A Sony lançou o PlayStation no Japão em 3 de dezembro de 1994. O sucesso foi imediato. A chave estava nas instalações oferecidas pela empresa aos desenvolvedores de videogames, empolgadas com as grandes possibilidades técnicas, as três dimensões e o disco. Os desenvolvedores assumiram vários riscos financeiros ao criar cartuchos para Sega ou Nintendo; pelo contrário, a Sony ofereceu todas as facilidades para ter um catálogo variado de jogos. Imediatamente os grandes nomes do setor se juntaram. Títulos como Gran TurismoMetal Gear ou Final Fantasy são história fundamental dos videogames.

Memory Card do PlayStation.

O PlayStation popularizou um acessório que, embora já existente em outros consoles (NEO-GEO, por exemplo), não havia ganhado vida plena: o Memory Card. O cartão de memória permitia salvar dados dos jogos e o progresso do usuário no jogo para continuar do ponto em que parou.

Mesmo com a chegada de concorrentes mais poderosos como Nintendo 64Sega Saturn e o Dreamcast, o PlayStation continuava sendo o console mais vendido e com uma extensa biblioteca de jogos de grande sucesso. O sucesso da marca Playstation havia se estabelecido.

Em meados de 2000, o PlayStation foi redesenhado, ficando menor e com curvas arredondadas. Esse modelo recebeu o nome de PSOne, agora na cor branca. Nesse mesmo ano também foi lançado o sucessor PlayStation 2.

O PlayStation foi sendo abandonado aos poucos e teve sua produção encerrada em 2006 com a incrível marca de mais de 100 milhões de unidades vendidas em todo mundo. Foi o console mais vendido da quinta geração, superando Sega Saturn e Nintendo 64.

Controle

Controle original do PlayStation
Controle DualShock, lançado em 1997.

O controle do PlayStation, que implantou um design completamente inovador e bastante ergonômico, graças às duas saliências inferiores para melhor empunhadura das mãos, veio a se tornar quase um molde para controles de plataformas futuras (de fato, para os PS seguintes o formato permaneceu inalterado enquanto que para a maioria das outras plataformas o desenho foi tomado como base). Teve, contudo, ao que parece, um elemento de inspiração no controle do SNES: botões na parte superior (os chamados L e R); mas, como melhoria ao recurso, a manete da Sony implementou quatro botões no topo (L1, L2, R1 e R2).

Em 1997, após colocar o console na liderança, a Sony decidiu lançar um upgrade para o controle do aparelho: o DualShock, que introduziu duas mini-alavancas analógicas, além de um sistema rumble, recurso que fazia o dispositivo vibrar nas mãos do jogador de acordo com o que acontecia nos jogos. Controles analógicos (entradas de dados não-digitais). Contudo, a partir do controle DualShock do PlayStation, a possibilidade de movimentos de intensidade variável - por exemplo, o esterçar de volante em um carro ou a própria intensidade de aceleração e frenagem em um jogo de corrida - foi possível em jogos rodados em TVs.

Modelos

Comparação dos diferentes modelos do PlayStation.

A principal característica dos diferentes modelos do console eram suas entradas na parte traseira, as entradas RCA foram retiradas na segunda versão do console e a entrada paralela foi retirada na terceira versão, também foi vendida a versão Net Yaroze focada para desenvolvedores de jogos.

PS One

PlayStation reestilizado, o PS One.

Em 7 de julho de 2000 foi lançado o PS One, a primeira grande revisão do console, sendo menor e mais leve, suas vendas no ano 2000 foram superiores até mesmo do seu sucessor, o PlayStation 2, uma versão chamada de PS One Combo foi lançada junto com uma tela LCD de 5 polegadas.[15]

Sucessores

PS One Combo com o monitor LCD acoplado.

O console PlayStation deu início a uma linha de sucessores, sob a marca PlayStation. Seu primeiro sucessor, o PlayStation 2 (PS2) foi lançado em 2000 com a promessa de revolucionar o ambiente doméstico, pois possuía a capacidade de reproduzir filmes em DVD e competir com os modernos jogos de computador 3D. Graças à grande e variada biblioteca de jogos e a capacidade de também rodar jogos do PlayStation, o PS2 vendeu mais de 157 milhões de unidades em 10 anos de historia, tornando-se o videogame console mais vendido da história

Em 2005, a Sony lança o PlayStation Portable (PSP), o primeiro Vídeo-Game portátil lançado pela mesma, capaz de reproduzir filmes, visualizar imagens de câmaras digitais, tocar músicas no formato MP3, além de, é claro, rodar jogos de alto padrão em qualquer lugar com ajuda de uma bateria recarregável. A qualidade dos jogos (gráficos) está próxima à do PlayStation 2. Em 2011 foi lançado o PlayStation Vita, que apresenta gráficos melhores que o PS2, e usando varias novas tecnologias como uma tela de 5 polegadas sensível ao toque e também um recurso chamado realidade aumentada nunca antes presente em consoles.

Em 2006, o PlayStation 3 entra no mercado, carregado com recursos avançados do chip Cell e dotado de um leitor de discos Blu-Ray - formato de disco sucessor do DVD. Por conter tecnologias muito avançadas, o console foi lançado a um preço alto, em duas versões: uma de US$ 499 (20GB) e outra de US$ 599 (60GB). Em 2007, o PlayStation 3 de 80GB (US$ 499) e o de 40GB (US$ 399) foram lançados. Atualmente, o mínimo de capacidade de armazenamento é de 120 GB, indo até 500 GB, além de serem comercializadas apenas versões "Slim". A exemplo do PlayStation 2 quanto à compatibilidade com o PS1, os primeiros modelos de PS3 podiam reproduzir jogos do PS1 e PS2, mas a função de reprodução de jogos de PS2 (que era executada por emulação em alguns modelos e por hardware em outros) foi removida de unidades posteriores (apesar disto, há hoje, na PlayStation Store, alguns jogos de PS2 para serem jogados em qualquer PS3).

Em 2013, é a vez do PlayStation 4 entrar no mercado. Várias franquias do PS1 foram revividas nele, dentre elas, as franquias que se destacam são Resident Evil, com Resident Evil 7: Biohazard e Crash Bandicoot, com Crash Bandicoot N. Sane Trilogy.

Atualmente, a Sony disponibiliza atualizações periódicas para os sistemas operacionais de todos os seus aparelhos (exceto PS1 e PS2).

Brasil

No Brasil, de acordo com a Sony, o PlayStation não foi vendido oficialmente devido a pirataria e uma disputa judicial pelos nomes Playstation e PS2, pois estas marcas já estavam registradas por uma empresa.[16][17] Apesar disso, houve um grande "mercado informal" de consoles e jogos. Em 2009 a Sony do Brasil finalmente lançou a linha PlayStation 2 no país, vendendo ainda jogos de PlayStation 3.[18]

Portugal

Em Portugal, todos os consoles PlayStation são distribuídos oficialmente pela Sony Computer Entertainment Europe. Há postos de assistência técnica espalhados por todo país, linha directa de apoio consumidor e jogos vendidos (oficialmente) segundo o calendário europeu de lançamentos.

Especificações

Especificações técnicas
CPUGPU
Sony Playstation 1 CPU.jpgLSI Logic CorpR3000A RISC
Frequência de clock:
33.8 Mhz
Lisura:
Barramento:
32 bits

  • Centro de capacidade: 30 MIPS
  • Largura de banda: 132 Mb / s
CXD8561CQ 02.JPGSonyCXD8561C0

  • GPU 53,2 MHz
  • 16,7 milhões de cores
  • Resolução: 256x224 - 640x480
  • Sprite / desenho BG
  • Frame buffer ajustável
  • Não há restrição de linha
  • Unlimited Cluts (Color Look-Up Tables)
  • 4.000 8x8 pixel sprites com escala e rotação individual
  • Backgrounds simultânea (movimento paralaxe)
  • 360.000 polígonos / sec
ÁudioMídia
Canais de áudio:
24

  • ADPCM
  • Frequência de amostragem: 44,1 kHz
OD Compact disc.svgCD
Capacidade normal:
700 MB

  • Double speed
  • XA-Compliant

  • Multiplayer: permite que até 8 jogadores joguem simultaneamente com controles e multitaps.

Data Engine (MDEC)

  • Centro de capacidade: 80 MIPS
  • CPU, ligação de autocarro directa
  • Também compatível com JPEG, arquivos H.261

3D Geometry Engine

Calculadora de matriz de alta velocidade

  • Centro de capacidade: 66 MIPS
  • 1,5 milhões de polígonos flat-shaded / sec
  • 500.000 textura mapeada e leve-sourced polígonos / sec

Memória

  • RAM principal: 2 Megabytes
  • VRAM: 1 Megabyte
  • Sound RAM: 512 K
  • CD-ROM buffer: 32K
  • Operating System ROM: 512K
  • Cartão de memória RAM para guardar dados: 128K EEPROM

Ver também

Referências

  1.  «A História dos Vídeo Games #19: a quinta geração e as novas tendências da indústria»Nintendo Blast. 29 de janeiro de 2011. Consultado em 14 de junho de 2011Apesar do olho gordo de várias empresas na lucrativa indústria dos vídeo games – que resultou no lançamento do Amiga CD32, 3DO, PC-FX e Atari Jaguar –, essa geração foi dominada pelo Sega Saturn, Nintendo 64 e PlayStation. Mais do que isso, a quinta geração foi marcada pela evolução do console portátil da Nintendo, o Game Boy, que recebeu o Game Boy Light, Game Boy Pocket e o Game Boy Color.
  2.  https://web.archive.org/web/20120227100114/http://www.scei.co.jp/corporate/data/bizdatausa_e.html
  3.  «Dados do sítio VGChartz, em inglês». www.vgchartz.com/analysis/platform_totals. Consultado em 3 de julho de 2014
  4.  «Polyphony Digital Inc. – Software Title List –». www.polyphony.co.jp. Consultado em 14 de fevereiro de 2011. Arquivado do original em 6 de fevereiro de 2007
  5.  «Sony stops making original PS». IGN. 23 de Março de 2006
  6.  «Dados do sítio VGChartz, em inglês». www.vgchartz.com/analysis/platform_totals. Consultado em 3 de julho de 2014
  7.  «The evolution of the PlayStation games console - Pocket-lint»web.archive.org. 20 de agosto de 2014. Consultado em 31 de maio de 2020
  8.  «Farewell, Father Article • Page • Articles • Eurogamer.net»web.archive.org. 17 de agosto de 2012. Consultado em 31 de maio de 2020
  9.  «CDi Retrospective from 1UP.com»web.archive.org. 4 de novembro de 2012. Consultado em 31 de maio de 2020
  10.  «Gamasutra - Features - Birthday Memories: Sony PlayStation Turns 15»web.archive.org. 14 de fevereiro de 2011. Consultado em 31 de maio de 2020
  11.  «Sony's Ken Kutaragi leaving SCE chairman and CEO spots in June»Engadget (em inglês)
  12.  «Great Intrapreneurs in Business History - CBS News»web.archive.org. 12 de outubro de 2013. Consultado em 31 de maio de 2020
  13.  «The Making Of: PlayStation - Edge Magazine»web.archive.org. 16 de maio de 2012. Consultado em 31 de maio de 2020
  14.  «History of the PlayStation - PSX Feature at IGN»web.archive.org. 18 de fevereiro de 2012. Consultado em 31 de maio de 2020
  15.  http://www.bit-tech.net/modding/2004/07/07/psone_lcd/1
  16.  «INFO Online - Julho/2002 - Antena Digital - <!2>Sony, a miragem». info.abril.com.br. Consultado em 14 de fevereiro de 2011. Arquivado do original em 1 de janeiro de 2008
  17.  «INFO Online - Plantão Info - Sony: não dá para vender PlayStation no Brasil - (26/11/2004)». info.abril.com.br. Consultado em 14 de fevereiro de 2011. Arquivado do original em 7 de abril de 2005
  18.  «INFO Online - Julho/2002 - Antena Digital - <!2>Sony, a miragem». info.abril.com.br. Consultado em 14 de fevereiro de 2011. Arquivado do original em 1 de janeiro de 2008

DESASTRE DE BOPAL - ÍNDIA - (1984)

 



DESASTRE DE BOPAL  -  ÍNDIA  -  


(Redirecionado de Desastre de Bhopal)
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Desastre de Bopal
Memorial da artista holandesa Ruth Kupferschmidt para os mortos e inválidos pela liberação de gás tóxico em 1984.
Outros nomesTragédia de Bopal
LocalizaçãoBopal
 Índia
Data3 de dezembro de 1984
Resultado500 mil pessoas expostas a gases tóxicos.
13 mil mortes diretas e indiretamente.

Tragédia ou Desastre de Bopal[1] foi um vazamento de gás ocorrido na noite entre 2 e 3 de dezembro de 1984 na fábrica de pesticidas Union Carbide India Limited (UCIL) em BopalMadia PradexeÍndia. É considerado o pior desastre industrial da história.[2][3] Mais de 500.000 pessoas foram expostas ao gás isocianato de metila (MIC). A substância altamente tóxica atingiu várias pequenas cidades localizadas ao redor da fábrica.[4]

As estimativas variam no número de mortes. O número oficial de mortes imediatas foi de 2.259. O governo de Madia Pradexe confirmou um total de 3.787 mortes relacionadas com a liberação do gás.[5] Uma declaração do governo em 2006 afirmou que o vazamento causou 558.125 feridos, incluindo 38.478 ferimentos parciais temporários e aproximadamente 3.900 ferimentos graves e permanentemente incapacitantes.[6] Outros estimam que 8.000 morreram em duas semanas e outras 8.000 ou mais morreram desde então devido a doenças relacionadas ao gás.[7] A causa do desastre continua em debate. O governo indiano e ativistas locais argumentam que o gerenciamento de folgas e a manutenção diferida criaram uma situação em que a manutenção rotineira do tubo causava um refluxo de água para um tanque MIC, desencadeando o desastre. A Union Carbide Corporation (UCC) argumenta que a água entrou no tanque por meio de um ato de sabotagem.

A proprietária da fábrica, a UCIL, era detida maioritariamente pela UCC, sendo que bancos controlados pelo governo indiano detinham uma participação de 49,1%. Em 1989, a UCC pagou 470 milhões de dólares (equivalente a 929 milhões em dólares em 2017) para resolver litígios decorrentes do desastre. Em 1994, a UCC vendeu sua participação na UCIL para a Eveready Industries India Limited (EIIL), que posteriormente se uniu à McLeod Russel (Índia) Ltd. A Eveready encerrou a limpeza no local do desastre em 1998, quando encerrou seu contrato de 99 anos e devolveu controle da área ao governo do estado de Madia Pradexe. A Dow Chemical Company comprou a UCC em 2001, dezessete anos após o desastre.

Casos judiciais civis e criminais foram arquivados no Tribunal Distrital de Bopal, na Índia, envolvendo UCC e Warren Anderson, CEO da UCC na época do desastre.[8][9] Em junho de 2010, sete ex-funcionários, incluindo o ex-presidente da UCIL, foram condenados em Bopal por causar morte por negligência e foram sentenciados a dois anos de prisão e uma multa de 2.000 dólares cada, a punição máxima permitida pela lei indiana. Um oitavo ex-funcionário também foi condenado, mas morreu antes que o julgamento terminasse.[3] Anderson morreu em 29 de setembro de 2014.[10]

A tragédia

A fábrica em BopalÍndia.

Logo após o vazamento, a fábrica foi fechada para estrangeiros (incluindo os da UCC) pelo governo indiano, que posteriormente não divulgou os dados, contribuindo para a confusão. A investigação inicial foi realizada inteiramente pelo Conselho de Pesquisas Científicas e Industriais (CSIR) e pelo Escritório Central de Investigação. O presidente e CEO da UCC, Warren Anderson, juntamente com uma equipe técnica, viajou imediatamente para a Índia. Na chegada, Anderson foi colocado em prisão domiciliar e instado pelo governo indiano a deixar o país em 24 horas. A Union Carbide organizou uma equipe de especialistas médicos internacionais, bem como suprimentos e equipamentos, para trabalhar com a comunidade médica local de Bopal, e a equipe técnica da UCC começou a avaliar a causa do vazamento de gás.[7]

O sistema de saúde local imediatamente ficou sobrecarregado. Nas áreas severamente afetadas, quase 70% eram médicos pouco qualificados. A equipe médica não estava preparada para as milhares de baixas. Médicos e hospitais não estavam cientes dos métodos de tratamento adequados para inalação daquele gás.[7]

Garota do desastre de gás de Bopal, o enterro de uma vítima icônica do vazamento de gás (4 de dezembro de 1984).

Houve funerais e cremações em massa. O fotógrafo Pablo Bartholemew, em comissão com a agência de notícias Rapho, tirou uma foto em cores icônica de um enterro em 4 de dezembro, que ficou conhecida como Garota do desastre de gás de Bopal. Outro fotógrafo presente, Raghu Rai, tirou uma foto em preto e branco da mesma menina. Os fotógrafos não pediram a identidade do pai ou da criança quando ela foi enterrada e nenhum parente apareceu desde então, sendo que a identidade da menina permanece desconhecida. Ambas as fotos se tornaram simbólicas do sofrimento das vítimas do desastre de Bopal e Bartolomeu passou a ganhou o Prêmio de Foto do Ano do World Press Photo em 1984.[11]

Em poucos dias, as árvores nas proximidades tornaram-se estéreis e carcaças de animais inchadas tiveram que ser descartadas. 170.000 pessoas foram tratadas em hospitais e dispensários temporários e 2.000 búfalos, cabras e outros animais foram coletados e enterrados. Suprimentos, incluindo alimentos, tornaram-se escassos devido aos receios de segurança dos fornecedores. A pesca foi proibida causando mais escassez de suprimentos.[7]

Na falta de uma alternativa segura, em 16 de dezembro, os tanques de gás 611 e 619 remanescentes foram esvaziados, a fábrica foi reativada e a fabricação de pesticidas prosseguiu. Apesar das precauções de segurança, como helicópteros transportando água continuamente a sobrevoar a fábrica, isto levou a uma segunda evacuação em massa de Bopal. O governo da Índia aprovou a "Lei de Desastres de Vazamento de Gás de Bopal", que deu ao governo o direito de representar todas as vítimas, independentemente de estar ou não na Índia. Reclamações de falta de informação ou desinformação foram generalizadas. Um porta-voz do governo indiano disse: "A Carbide está mais interessada em obter informações de nós do que em ajudar nosso trabalho de assistência".[7]

Declarações formais foram emitidas de que o ar, a água, a vegetação e os alimentos eram seguros, mas advertiam para não consumir peixe. O número de crianças expostas aos gases foi de pelo menos 200.000.[7]

Processo legal

Protesto contra o desastre.

Em junho de 2010, sete ex-funcionários, incluindo o ex-presidente da UCIL, foram condenados em Bopal por causar morte por negligência e foram sentenciados a dois anos de prisão e uma multa de 2.000 dólares cada, a punição máxima permitida pela lei indiana. Um oitavo ex-funcionário também foi condenado, mas morreu antes que o julgamento terminasse.[3] Warren Anderson, CEO da UCC na época do desastre, morreu em 29 de setembro de 2014.[10] Muitas das vítimas ainda pleiteiam indenização pelos enormes danos sofridos em decorrência do acidente.[12]

Impacto cultural

Livro

A tragédia de Bopal foi contada em livro. Lançado em 2007, Animal's People, segundo romance do indiano Indra Sinha, foi finalista do Man Booker Prize de 2007 e vence­dor do Commonwealth Writer’s Prize em 2008, dois dos mais importantes prêmios literários de língua inglesa. O livro foi lançado no Brasil em 2009, pela editora Agir, com o nome de A História de Animal.

Ver também

Referências

  1.  Paulo, Correia (Verão de 2020). «Toponímia da Índia — breve análise» (PDF). Bruxelas: a folha — Boletim da língua portuguesa nas instituições europeias. p. 4. ISSN 1830-7809. Consultado em 8 de outubro de 2020
  2.  Mandavilli, Apoorva (9 de julho de 2018). «The World's Worst Industrial Disaster Is Still Unfolding»The Atlantic. Consultado em 10 de julho de 2018
  3. ↑ Ir para:a b c «Bhopal trial: Eight convicted over India gas disaster»BBC News. 7 de junho de 2010. Consultado em 7 de junho de 2010Cópia arquivada em 7 de junho de 2010
  4.  Varma, Roli; Daya R. Varma (2005). «The Bhopal Disaster of 1984». Bulletin of Science, Technology and Society
  5.  «Madhya Pradesh Government : Bhopal Gas Tragedy Relief and Rehabilitation Department, Bhopal». Mp.gov.in. Consultado em 28 de agosto de 2012. Arquivado do original em 18 de maio de 2012
  6.  AK Dubey (21 de junho de 2010). «Bhopal Gas Tragedy: 92% injuries termed "minor"»First14 News. Consultado em 26 de junho de 2010. Arquivado do original em 26 de junho de 2010
  7. ↑ Ir para:a b c d e f Eckerman, Ingrid (2005). The Bhopal Saga—Causes and Consequences of the World's Largest Industrial Disaster. India: Universities Press. ISBN 978-81-7371-515-0doi:10.13140/2.1.3457.5364
  8.  «Company Defends Chief in Bhopal Disaster»New York Times. 3 de agosto de 2009. Consultado em 26 de abril de 2010
  9.  «U.S. Exec Arrest Sought in Bhopal Disaster»CBS News. 31 de julho de 2009. Consultado em 26 de abril de 2010
  10. ↑ Ir para:a b Martin, Douglas (30 de outubro de 2014). «Warren Anderson, 92, Dies; Faced India Plant Disaster»The New York Times. New York Times. Consultado em 8 de agosto de 2017
  11.  «1985 Pablo Bartholomew WY»World Press Photo. Consultado em 9 de junho de 2016
  12.  Thomé, Romeu (2015). Manual de Direito Ambiental. Salvador: JusPODIVM. pp. pp. 40

Ligações externas

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