segunda-feira, 30 de novembro de 2020

SANTO ANDRÉ, Apóstolo (Irmão de São PEDRO) - 30 DE NOVEMBRO DE 2020

 


André, o Apóstolo

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Santo André
Santo André representado em um ícone búlgaro.
ApóstoloMártir e
Patriarca de Constantinopla
Nascimentoinício do século I em BetsaidaGalileiaImpério Romano
Morte60 (60 anos) em PatrasAcaiaImpério Romano
Veneração porToda a cristandade
Principal temploIgreja de Santo André, em Patras, onde estão suas relíquias.
Festa litúrgica30 de novembro
AtribuiçõesCrux decussata (cruz em forma de "x")
PadroeiroEscóciaUcrâniaRomêniaRússiaGréciaSicíliaPatriarcado de Constantinopla
Gloriole.svg Portal dos Santos

Santo André ou Santo André Apóstolo (em grego'Ανδρέαςromaniz.: Andréas) (BetsaidaGalileia,[1] século I a.C., — Patras60 d.C.),[2] conhecido na tradição ortodoxa como Protocletos (o "primeiro [a ser] chamado"), é um apóstolo cristão, irmão de São Pedro. O nome "André" (do grego "ανδρεία", andreía, "hombridade" ou "coragem"), como diversos outros nomes gregos, parece ter sido comum entre os judeus dos séculos III ou II a.C. Não se tem registro de qualquer nome hebraico ou aramaico seu.

De acordo com Hipólito de Roma, ele pregou na Trácia[3] e sua presença em Bizâncio também é mencionada no apócrifo "Atos de André", escrito no século II.[4] Esta diocese se desenvolverá e acabará por se tornar o Patriarcado de Constantinopla. André é, por isso, considerado como seu fundador.[5]

Evangelhos

Novo Testamento registra que Santo André era irmão de S. Pedro, do que se pode concluir que ele também era filho de Jonas, ou João (Mateus 16:17João 1:42). Nasceu em Betsaida, às margens do Mar da Galileia (João 1:44). Tanto ele quanto seu irmão Pedro eram pescadores, por profissão, e segundo a tradição Jesus teria lhes chamado para serem seus discípulos dizendo que faria deles "pescadores de homens" (em grego: ἁλιείς ἀνθρώπων, transl. halieís anthrópon).[6] André também teria ocupado a mesma casa que Jesus, no início da vida pública deste, em Cafarnaum. (Marcos 1:21-29).

Evangelho segundo João conta que André era um discípulo de João Batista, cujo testemunho levou o próprio André e João, o Evangelista, a seguirem Jesus (João 1:35-40). André imediatamente reconheceu Jesus como o Messias, e apressou-se a apresentá-lo a seu irmão (João 1:41). A partir daí os dois irmãos se tornaram discípulos fiéis de Jesus. Numa ocasião posterior, antes do derradeiro chamado ao apostolado, passaram a ser companheiros mais íntimos e abandonaram todos os seus pertences para seguir Jesus.

André é mencionado nos evangelhos como estando presente em diversas ocasiões de importância, como um dos discípulos mais próximos de Jesus (Marcos 13:3João 6:8João 12:22); os Atos dos Apóstolos apenas o mencionam uma única vez (Atos 1:13).

Padres da Igreja

Eusébio de Cesareia, citando Orígenes, conta que André pregou na Ásia Menor e na Cítia, ao longo do mar Negro, chegando até o rio Volga e Kiev - daí que se tenha tornado padroeiro da Romênia e da Rússia. De acordo com a tradição, teria fundado a sede de Bizâncio (Constantinopla), em 38,[7] e instaurado Estácio como bispo. Esta diocese iria posteriormente se transformar no Patriarcado de Constantinopla, do qual André é reconhecido como santo padroeiro.

André teria sofrido o martírio através da crucifixão, em Patras (Patrae), na Acaia. Embora os textos mais antigos, como os Atos de André, mencionados por Gregório de Tours,[8] descrevem que ele teria sido atado, e não pregado, a uma cruz latina, desenvolveu-se uma tradição de que André teria sido crucificado numa cruz do tipo conhecido como Crux decussata ("cruz em forma de 'x'"), comumente conhecida como "cruz de Santo André", e que isto teria sido feito a pedido dele próprio, que se julgava indigno de ser crucificado no mesmo tipo de cruz que havia sido usada para crucificar Cristo.[9] A iconografia familiar de seu martírio, que mostra o apóstolo atado à cruz em forma de 'x', não parece ter sido padronizada até o fim da Idade Média.[10]

Relíquias

Relicário contendo restos de Santo André, em Patras

O destino de suas relíquias varia de acordo com as diversas tradições de sua lenda; seus ossos, inicialmente em Patras, cidade da qual Santo André é o patrono, teriam sido levados para Constantinopla, por decreto imperial, onde foram exibidas num triunfo magnífico em 3 de março de 357, quando chegaram à capital do Império Romano do Oriente, até seu lugar de repouso final, na Igreja dos Apóstolos. Durante a Quarta Cruzada (1203/1204) foram roubadas pelos cruzados - supostamente para protegê-los dos turcos. A cabeça do santo, considerada um dos tesouros da Basílica de São Pedro, seria um presente do déspota bizantino Tomás Paleólogo ao papa Pio II, em 1461. Recentemente, por decisão do papa Paulo VI, em 1964, as relíquias que ainda eram mantidas no Vaticano, que consistiam de um dedo, parte do topo do crânio e pequenos pedaços da cruz, foram enviadas de volta a Patras - onde são mantidas na Igreja de Santo André, num santuário especial, e reverenciados anualmente a 30 de novembro - ato que foi visto como um gesto de reaproximação entre as igrejas Romana e Ortodoxa. Uma tradição escocesa afirma que as relíquias teriam sido levadas para o país, mais especificamente a cidade que leva o seu nome, Saint Andrews; a bandeira da Escócia apresentaria a sua cruz, que, após a união da Escócia com a Inglaterra, também passaria a fazer parte da bandeira do Reino Unido.


Commons possui uma categoria contendo imagens e outros ficheiros sobre André, o Apóstolo

Referências

  1.  Rami Arav, Richard A. Freund (novembro de 2014). Bethsaida: A City by the North Shore of the Sea of Galilee Betsaida: Uma cidade na Margem Norte do Mar da Galileia (em inglês). [S.l.]: Truman State University Press. p. 264. ISBN 1931112398. Consultado em 4 de agosto de 2017
  2.  «St. Andrew» (em inglês). The Catholic Encyclopedia. Consultado em 4 de agosto de 2017
  3.  Hipólito de RomaSobre os apóstolos e discípulos (em inglês). [S.l.: s.n.]
  4.  «Atos de André» (em inglês). NewAdvent. Consultado em 6 de abril de 2011
  5.  Wikisource-logo.svg "Constantinople" na edição de 1913 da Enciclopédia Católica (em inglês). Em domínio público.
  6.  Metzger & Coogan (1993) Oxford Companion to the Bible, p 27.
  7.  O único bispado naquela região até então havia sido estabelecido em Heracleia.
  8.  Monumenta Germaniae Historica II, cols. 821-847, traduzido em M.R. James, The Apocryphal New Testament (Oxford) republicado em 1963:369.
  9.  As lendas em torno de André foram discutidas em F. Dvornik, The Idea of Apostolicity in Byzantium and the Legend of the Apostle Andrew. Dumbarton Oaks Studies, IV (Cambridge) 1958.
  10.  Calvert, Judith. "The Iconography of the St. Andrew Auckland Cross" The Art Bulletin 66.4 (Dezembro de 1984:543-555) p. 545, nota 12; de acordo com Louis Réau, Iconographie de l'art chrétien III.1 (Paris) 1958:79, a cruz de Sto. André aparece pela primeira vez no século X, porém só acaba por se tornar um padrão iconográfico a partir do século XVII; Calvert não encontrou qualquer representação escultural de André na referida cruz anterior ao início do século XII.
Santo André
(? - 54 ou 60)
Precedido por:Cruz ortodoxa.png

Patriarcas ecumênicos de Constantinopla

Sucedido por:
-1.ºEstácio


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domingo, 29 de novembro de 2020

VOO DAS LINHAS AÉREAS DE MOÇAMBIQUE 470 DESPENHA-SE NA NAMÍBIA EM 2013 - 29 DE NOVEMBRO DE 2020

 


Voo Linhas Aéreas de Moçambique 470

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Voo Linhas Aéreas de Moçambique 470
Acidente aéreo
Embraer ERJ 190 (C9-EMA) das Linhas Aéreas de Moçambique, similar ao avião destruído.
Sumário
Data29 de novembro de 2013 (7 anos)
CausaProgramação indevida do piloto automático da aeronave, supostamente intencional, pelo piloto.[1]pg.2
LocalNamíbia Parque Nacional Bwabwata, Namíbia
OrigemFlag of Mozambique.svg Aeroporto Internacional de Maputo, Maputo
DestinoAngola Aeroporto Internacional 4 de FevereiroLuanda
Passageiros27
Tripulantes6
Mortos33
Feridos0
Sobreviventes0
Aeronave
ModeloBrasil Embraer ERJ 190-100 IGW (ERJ-190AR)
OperadorFlag of Mozambique.svg Linhas Aéreas de Moçambique
PrefixoC9-EMC
Primeiro voo2012

voo 470 das Linhas Aéreas de Moçambique fazia parte de uma linha aérea regular entre as cidades de Maputo e Luanda, operada pela empresa Linhas Aéreas de Moçambique. No dia 29 de novembro de 2013, a aeronave que cobria essa linha aérea (um modelo Embraer ERJ-190) caiu no Parque Nacional Bwabwata (EN), na Namíbia, e explodiu, causando a morte dos 33 passageiros e tripulantes a bordo. Uma análise preliminar das caixas pretas do avião revelou que seu comandante, Hermínio dos Santos Fernandes, teve "uma intenção clara" de derrubar a aeronave, conforme o chefe do Instituto de Aviação Civil de Moçambique, João Abreu.

Trata-se do segundo pior acidente aéreo da história da Namíbia (atrás apenas da queda do Voo South African Airways 228 (EN)[2] e do pior acidente com uma aeronave comercial na história de Moçambique e das Linhas Aéreas de Moçambique.[3]

Acidente

O Embraer 190 prefixo C9-EMC das Linhas Aéreas de Moçambique decolou do Aeroporto Internacional de Maputo às 9h26 (UTC) do dia 29 de novembro de 2013, transportando 27 passageiros e 6 tripulantes. A aeronave realizava o voo 470 e tinha como destino a cidade de Luanda, capital de Angola, onde sua chegada era prevista para as 13h10 (UTC).

O contato do controle de voo com a aeronave foi perdido por volta das 11h30 (UTC), quando ocorreu seu desaparecimento na fronteira da Namíbia com a Botsuana, em meio a um intenso temporal.[4] Após algum tempo, os serviços de resgate foram acionados em busca da aeronave desaparecida. Patrulhas policiais da Namíbia e de Botsuana realizaram buscas na fronteira dos dois países, local do último contato com o voo 470. Os destroços da aeronave foram localizados apenas na manhã do dia seguinte.[5] O governo da Namíbia acusou as autoridades de Botsuana de não informar rapidamente o desaparecimento da aeronave, o que poderia ter causado a demora na localização dos destroços.[6]

Investigações

As investigações do acidente foram conduzidas por autoridades de Botsuana, Moçambique, Angola, Brasil e Estados Unidos.[7]

Uma análise preliminar das caixas pretas do avião mostrou que o comandante Hermínio dos Santos Fernandes tinha "uma intenção clara" de derrubar o avião, declarou o chefe do Instituto de Aviação Civil de Moçambique, João Abreu, em entrevista coletiva. As gravações revelam que a aeronave caiu quando Fernandes acionou o piloto automático do Embraer 190 e se trancou na cabine, ignorando sinais de alerta e não permitindo a entrada do copiloto.

“Durante esses atos é possível ouvir alarmes de alta intensidade e constantes batidas na porta, de alguém que exige entrar na cabine”, disse Abreu durante a coletiva.

Além disso, a altitude foi alterada manualmente três vezes, de 38.000 pés para 592 pés, assim como a velocidade, também modificada pelo piloto.

“O avião caiu com o piloto alerta e as razões que podem ter dado origem ao seu comportamento são desconhecidas. Naquele momento, o copiloto havia deixado a cabine e estava ausente quando tudo aconteceu”, disse o chefe do Instituto.[8]

Voo Linhas Aéreas de Moçambique 470 (África)
Disc Plain red (edge).svg
Maputo
Disc Plain red (edge).svg
local aproximado da queda
A aeronave caiu na fronteira da Namíbia com a Botsuana

Aeronave

Após o lançamento do ERJ 135, a Embraer projetou o desenvolvimento de uma família de aeronaves destinadas ao atendimento do mercado de aviação regional (entre 70 e 125 passageiros). O Embraer ERJ-190 foi lançado no início dos anos 2000, tendo realizado seu primeiro voo em 12 de março de 2004. Até o momento 482 ERJ-190 foram entregues a 47 companhias aéreas espalhadas pelo globo. As Linhas Aéreas de Moçambique encomendaram duas aeronaves da versão ERJ 190 em 2008, tendo a opção de adquirir mais duas.[9]

A aeronave acidentada foi fabricada em 2012 e tinha o número de construção 19000581. Em Moçambique, a aeronave recebeu o prefixo C9-EMC e, até o momento do acidente, tinha 2 905 horas de voo e 1 877 ciclos.[10]

Relatório final

A conclusão do relatório final, publicado em 30 de março de 2016 pelo Ministério do Trabalho e Transportes da Namíbia, foi que o piloto automático foi programado de forma indevida pelo tripulante que se acredita ser o capitão, que permaneceu sozinho e trancado no cockpit, enquanto o tripulante, que se acredita ser o copiloto havia ido ao lavatório. Os comandos fizeram com que a aeronave saísse do voo de cruzeiro para uma descida constante, controlada e com sustentação, com posterior colisão com o terreno. Nos últimos cinco minutos de voo, a aeronave foi programada para uma razão de descida de aproximadamente 6 000 ft (1 800 m) por minuto e ao colidir contra o solo, estava a uma velocidade aproximada de 300 kn (560 km/h). Como causa secundária, o relatório concluiu que não havia conformidade nos procedimentos adotados pela empresa, permitindo que um membro da tripulação ocupasse sozinho a cabine de comando.[1]

Nacionalidades das vítimas

Segundo a empresa aérea, a aeronave transportava 27 passageiros e 6 tripulantes de 6 nacionalidades distintas[11]:

NacionalidadeTripulaçãoPassageirosTotalSobreviventes
Flag of Mozambique.svg moçambicana610160
Angola angolana0990
Portugal portuguesa0550
França francesa0110
Brasil brasileira0110
China chinesa0110
Total627330

Referências

  1. ↑ Ir para:a b «Relatório final». 30 de março de 2016. Consultado em 20 de fevereiro de 2017Cópia arquivada em 20 de fevereiro de 2017()
  2.  «Namibia air safety profile». Aviation Safety Net. Consultado em 2 de dezembro de 2013
  3.  «Linhas Aéreas de Moçambique - LAM». Aviation Safety Net. Consultado em 2 de dezembro de 2013
  4.  «Embraer participa de buscas após queda de avião de passageiros na Namíbia». Deutsche Welle. 2 de dezembro de 2013. Consultado em 3 de dezembro de 2013
  5.  «Encontrado avião moçambicano. Caiu na Namíbia e não há sobreviventes». Rádio Renascença. 30 de novembro de 2013. Consultado em 3 de dezembro de 2013
  6.  Agência Brasil (2 dedezembro de 2013). «Namíbia acusa Botsuana de atraso na identificação de local onde avião caiu». Jornal do Brasil. Consultado em 23 de dezembro de 2013 Verifique data em: |data= (ajuda)
  7.  Linhas Aéreas de Moçambique (1 de dezembro de 2013). «Comunicado de Imprensa (atualização: 15:00h)». Consultado em 2 de dezembro de 2013
  8.  «Investigação indica que avião foi derrubado de propósito na Namíbia». G1 Mundo. 21 de dezembro de 2013
  9.  Embraer (10 de agosto de 2008). «Embraer fecha contrato com LAM, , de Moçambique, para dois jatos». Consultado em 3 de dezembro de 2013
  10.  «Accident description». Aviation Safety Net. Consultado em 3 de dezembro de 2013
  11.  Linhas Aéreas de Moçambique (30 de novembro de 2013). «Comunicado: TM470 Maputo - Luanda (Actualização: 10:30h)». Consultado em 2 de dezembro de 2013

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