quarta-feira, 25 de novembro de 2020

RAMALHO ORTIGÃO - ESCRITOR - NASCEU EM 1836 - 25 DE NOVEMBRO DE 2020

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Ramalho Ortigão

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Ramalho Ortigão
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Ramalho Ortigão
Nome completoJosé Duarte Ramalho Ortigão
Nascimento24 de outubro de 1836
Casa de Germalde, Santo IldefonsoPortoReino de Portugal
Morte27 de setembro de 1915 (78 anos)
MercêsLisboaRepública Portuguesa
Nacionalidadeportuguês
CônjugeEmília Isaura Vilaça de Araújo Vieira (3 filhos)
OcupaçãoEscritor
Magnum opusAs Farpas
Assinatura
AssinaturaRamalhoOrtigão.svg

José Duarte Ramalho Ortigão ComC (PortoSanto Ildefonso, Casa de Germalde, 24 de Outubro de 1836 — LisboaMercês27 de Setembro de 1915) foi um escritor português.[1]

Vida e Obra

José Duarte Ramalho Ortigão nasceu no Porto, na Casa de Germalde, freguesia de Santo Ildefonso. Era o mais velho de nove irmãos e irmãs, filhos e filhas do primeiro-tenente de artilharia Joaquim da Costa Ramalho Ortigão e de sua mulher Antónia Alves Duarte Silva.

Viveu a sua infância numa quinta do Porto com a avó materna, com a educação a cargo de um tio-avô e padrinho Frei José do Sacramento. Na Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra, frequentou brevemente o curso de Direito. Ensinou francês e dirigiu o Colégio da Lapa no Porto, do qual seu pai havia sido director. Iniciou-se no jornalismo colaborando no Jornal do Porto e no jornal de cariz monárquico O CorreioSemanário Monárquico [2] (1912-1913). Também foi colaborador em diversas publicações periódicas, em alguns casos postumamente, entre as quais se destaca: Acção realista (1924-1926); O António Maria[3] (1879-1885;1891-1898); Branco e Negro[4] (1896-1898); Brasil-Portugal[5] (1899-1914); Contemporânea (1915-1926); A Esperança[6] (1865-1866; Galeria republicana (1882-1883); Gazeta Literária do Porto[7] (1868), Ideia Nacional[8] (1915), Lisboa creche: jornal miniatura[9] (1884), A Imprensa[10] (1885-1891); O Occidente[11] (1878-1909); Renascença[12] (1878-1879?); Revista de Estudos Livres[13] (1883-1886), A semana de Lisboa[14] (1893-1895); A Arte Portuguesa[15] (1895); Tiro e Sport[16] (1904-1913); Serões (1901-1911); O Thalassa: semanario humoristico e de caricaturas (1913-1915) e, a título póstumo, no periódico O Azeitonense[17] (1919-1920).

Em 24 de Outubro de 1859, casou com D.ª Emília Isaura Vilaça de Araújo Vieira, de quem veio a ter três filhos: Vasco, Berta e Maria Feliciana.

Ainda no Porto, envolveu-se na Questão Coimbrã com o folheto «Literatura de hoje», acabando por enfrentar Antero de Quental num duelo de espadas, a quem apodou de cobarde por ter insultado o cego e velhinho António Feliciano de Castilho. Ramalho ficou fisicamente ferido no duelo travado, em 6 de Fevereiro de 1866, no Jardim de Arca d'Água.

No ano seguinte, em 1867, visitou a Exposição Universal em Paris, de que resultou o livro Em Paris, primeiro de uma série de livros de viagens. Insatisfeito com a sua situação no Porto, mudou-se para Lisboa com a família, obtendo uma vaga para oficial da Academia das Ciências de Lisboa.

Reencontrou em Lisboa o seu ex-aluno Eça de Queirós e com ele escreveu um «romance execrável» (classificação dos autores no prefácio de 1884): O Mistério da Estrada de Sintra (1870), que marcou o aparecimento do romance policial em Portugal. No mesmo ano, Ramalho Ortigão publicou ainda Histórias cor-de-rosa e iniciou a publicação de Correio de Hoje (1870-71).[1] Em parceria com Eça de Queiroz, surgiram em 1871 os primeiros folhetos de As Farpas, do que veio a resultar a compilação em dois volumes sob o título Uma Campanha Alegre. Em finais de 1872, o seu amigo Eça de Queiroz partiu para Havana exercer o seu primeiro cargo consular no estrangeiro, continuando Ramalho Ortigão a redigir sozinho As Farpas.

Entretanto, Ramalho Ortigão tornara-se uma das principais figuras da chamada Geração de 70. Aconteceu-lhe o que aconteceu a quase todos os membros dessa geração. Numa primeira fase, pretendiam aproximar Portugal das sociedades modernas europeias, cosmopolitas e anticlericais. Desiludidos com as luzes europeias do progresso material, porém, voltaram-se, numa segunda fase, para as raízes de Portugal e para o programa de um «reaportuguesamento de Portugal». Foi dessa segunda fase que resultou a constituição do grupo «Os Vencidos da Vida», do qual fizeram parte, além de Ramalho Ortigão, o Conde de Sabugosa, o Conde de Ficalho, o Marquês de Soveral, o Conde de ArnosoAntero de QuentalOliveira MartinsGuerra JunqueiroCarlos Lobo de ÁvilaCarlos de Lima Mayer e António Cândido.[1] À intelectualidade proeminente da época juntava-se então a nobreza, num último esforço para restaurar o prestígio da Monarquia, tendo o Rei D. Carlos I, significativamente, sido eleito por unanimidade «confrade suplente do grupo».[1]

Na sequência do assassínio do Rei, em 1908, escreveu Rei D. Carlos: o martyrizado. Com a implantação da República, em 1910, pediu imediatamente a Teófilo Braga a demissão do cargo de bibliotecário da Real Biblioteca da Ajuda, escrevendo-lhe que se recusava a aderir à República «engrossando assim o abjecto número de percevejos que de um buraco estou vendo nojosamente cobrir o leito da governação». Saiu em seguida para um exílio voluntário em Paris, onde começou a escrever as Últimas Farpas (1911-1914) contra o regime republicano. O conjunto de As Farpas, mais tarde reunidas em quinze volumes, a que há que acrescentar os dois volumes das Farpas Esquecidas, e o referido volume das Últimas Farpas, foi a obra que mais o notabilizou, escrita num português muito rico, com intuitos pedagógicos, sempre muito crítico e revelando fina capacidade de observação. Eça de Queiroz escreveu que Ramalho Ortigão, em As Farpas, «estudou e pintou o seu país na alma e no corpo».[18]

Regressou a Portugal em 1912 e, em 1914, dirigiu a célebre Carta de um velho a um novo, a João do Amaral, onde saudou o lançamento do movimento de ideias políticas denominado Integralismo Lusitano:

«A orientação mental da mocidade contemporânea comparada à orientação dos rapazes do meu tempo estabelece entre as nossas respectivas cerebrações uma diferença de nível que desloca o eixo do respeito na sociedade em que vivemos obrigando a elite dos velhos a inclinar-se rendidamente à elite dos novos».[19]

Vítima de cancro, recolheu-se na casa de saúde do D.r Henrique de Barros, na então Praça do Rio de Janeiro, em Lisboa, falecendo em 27 de Setembro de 1915, na sua casa da Calçada dos Caetanos, na Freguesia da Lapa.

Foi Comendador da Ordem de Cristo e Comendador da Imperial Ordem da Rosa do Brasil. Além de bibliotecário na Real Biblioteca da Ajuda, foi secretário e oficial da Academia Nacional de Ciências, vogal do Conselho dos Monumentos Nacionais, membro da Sociedade Portuguesa de Geografia, da Academia das Belas Artes de Lisboa, do Grémio Literário, do Gabinete Português de Leitura do Rio de Janeiro,[1] e da Sociedade de Concertos Clássicos do Rio de Janeiro. Em Espanha, foi-lhe atribuído o grau de Excelentíssimo Senhor Grã-Cruz da Real Ordem de Isabel a Católica e foi membro da Academia de História de Madrid, da Sociedade Geográfica de Madrid, da Real Academia de Bellas Artes de San Fernando, da Unión Iberoamericana e da Real Academia Sevillana de Buenas Letras.

Foram impressas duas notas de 50$00 Chapa 6 e 6A de Portugal com a sua imagem.

Obras

Estátua de Ramalho Ortigão no Porto.
Estátua de Ramalho Ortigão por Leopoldo de Almeida (Parque D. Carlos ICaldas da Rainha.)
  • Litteratura de hoje (1866).
  • Em Pariz (1868).
  • Historias cor-de-rosa (1869).
  • O mysterio da estrada de Cintra (1870, com Eça de Queiroz). (eBook)
  • Correio de hoje (1870-71).
  • Biographia de Emília Adelaide Pimentel (1871).
  • As Farpas (1871-72, com Eça de Queiroz).
  • As Farpas (1871-1882).
  • Banhos de caldas e aguas mineraes (1875).
  • As praias de Portugal (1876).
  • Theophilo Braga: esboço biographico (1879).
  • Notas de viagem, Pariz e a exposic̦ão universal (1878-1879) (1879).
  • A Instrucção Secundaria na Camara dos Senhores Deputados (1883).
  • A Hollanda (1883).
  • John Bull, depoimento de uma testemunha ácerca de alguns aspectos da vida e da civilisação ingleza. (1887).
  • O culto da Arte em Portugal (1896). (eBook)
  • Rei D. Carlos: o martyrizado (1908).
  • Últimas Farpas (1911-14).
  • Carta de um Velho a um Novo (1914).
  • Pela terra alheia; notas de viagem, 1878-1910 (1916).

Referências

  1. ↑ Ir para:a b c d e «Ramalho Ortigão»Porto Editora. Infopédia. Consultado em 24 de Outubro de 2012
  2.  Rita Correia (4 de Agosto de 2015). «Ficha histórica: O correio : semanario monarchico (1912-1913)» (PDF)Hemeroteca Municipal de Lisboa. Consultado em 27 de Junho de 2016
  3.  Rita Correia (27 de Outubro de 2006). «Ficha histórica: O António Maria (1879-1885;1891-1898).» (pdf)Hemeroteca Municipal de Lisboa. Consultado em 12 de Maio de 2014
  4.  Rita Correia (1 de Fevereiro de 2012). «Ficha histórica: Branco e Negro : Semanario illustrado (1896-1898)» (pdf)Hemeroteca Municipal de Lisboa. Consultado em 21 de Janeiro de 2015
  5.  Rita Correia (29 de Abril de 2009). «Ficha histórica: Brasil-Portugal : revista quinzenal illustrada (1899-1914).» (pdf)Hemeroteca Municipal de Lisboa. Consultado em 26 de Junho de 2014
  6.  Helena Roldão (26 de Fevereiro de 2016). «Ficha histórica: A esperança : semanario de recreio litterario dedicado ás damas» (pdf)Hemeroteca Municipal de Lisboa. Consultado em 11 de Abril de 2016
  7.  Helena Roldão (19 de março de 2015). «Ficha histórica: Gazeta litteraria do Porto (1868)» (PDF)Hemeroteca Municipal de Lisboa. Consultado em 5 de Maio de 2015
  8.  Rita Correia (5 de Fevereiro de 2015). «Ficha histórica: A ideia nacional : revista politica bi-semanal (1915)» (PDF)Hemeroteca Municipal de Lisboa. Consultado em 28 de Fevereiro de 2015
  9.  Catálogo BLX. «Lisboa crèche : jornal miniatura oferecido em benefício das creches a sua majestade a Rainha a Senhora Dona Maria Pia, maio de 1884, página 2, ficha técnica – registo bibliográfico.». Consultado em 21 de maio de 2020
  10.  Helena Bruto da Costa (11 de Janeiro de 2006). «Ficha histórica: A imprensa : revista scientifica, litteraria e artistica (1885-1891)» (PDF)Hemeroteca Municipal de Lisboa. Consultado em 21 de Abril de 2015
  11.  Rita Correia (16 de Março de 2012). «Ficha histórica: O occidente : revista illustrada de Portugal e do estrangeiro (1878-1915)» (PDF)Hemeroteca Municipal de Lisboa. Consultado em 4 de Janeiro de 2015
  12.  Helena Roldão (3 de Outubro de 2013). «Ficha histórica: A renascença : orgão dos trabalhos da geração moderna» (pdf)Hemeroteca Municipal de Lisboa. Consultado em 31 de Março de 2015
  13.  Pedro Mesquita (22 de Outubro de 2013). «Ficha histórica: Revista de estudos livres (1883-1886)» (pdf)Hemeroteca Municipal de Lisboa. Consultado em 17 de Abril de 2015
  14.  Álvaro de Matos (29 de Abril de 2010). «Ficha histórica: A semana de Lisboa : supplemento do Jornal do Commercio» (pdf)Hemeroteca Municipal de Lisboa. Consultado em 3 de Maio de 2016
  15.  Helena Roldão (17 de Maio de 2016). «Ficha histórica: A arte portugueza: revista de archeologia e arte moderna(1895)» (pdf)Hemeroteca Municipal de Lisboa. Consultado em 30 de Maio de 2017
  16.  Rita Correia (22 de Abril de 2014). «Ficha histórica: Tiro e sport : revista de educação physica e actualidades (1904-1913)» (pdf)Hemeroteca Municipal de Lisboa. Consultado em 18 de Dezembro de 2015
  17.  Jorge Mangorrinha (1 de Abril de 2016). «Ficha histórica: O Azeitonense: orgão independente defensor dos interesses de Azeitão (1919-1920)» (pdf)Hemeroteca Municipal de Lisboa. Consultado em 18 de Setembro de 2016
  18.  Novas cartas inéditas de Eça de Queirós, Camilo, etc., a Ramalho Ortigão, Rio de Janeiro, Alba Editora, 1940, p. 95
  19.  Leão Ramos Ascensão, O Integralismo Lusitano, Edições Gama, Porto, 1943, p. 49

Bibliografia

  • 1997 - Quintas, José Manuel - O Integralismo Lusitano e a herança de «Os Vencidos da Vida», Sintra, Academia da Força Aérea, 1997.
  • 1999 - Oliveira, Maria João L. Ortigão de - O essencial sobre Ramalho Ortigão, Lisboa, INCM, 1999.
  • 2000 - Oliveira, Rodrigo Ortigão de - A Família Ramalho Ortigão, Porto, Ed. Lit. Rodrigo Ortigão de Oliveira, 2000, 368 p. ISBN 972-95094-8-4
  • António Cândido [et al.] - Os vencidos da vida, Porto, Fronteira do Caos, 2006.

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SANTA CATARINA DE ALEXANDRIA - 25 DE NOVEMBRO DE 2020

 

Catarina de Alexandria

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Disambig grey.svg Nota: Para outros significados, veja Santa Catarina (desambiguação).
Santa Catarina de Alexandria
Grande MártirVirgemSanta auxiliar
Nascimento287 em AlexandriaEgito
Morte305 (18 anos) em AlexandriaEgito
Principal temploMosteiro Ortodoxo de Santa Catarina, no Monte SinaiEgito
Festa litúrgica25 de novembro na Igreja Católica, Igreja Ortodoxa e Igreja Anglicana.
Atribuiçõesroda de tortura é o principal atributo. Também espada; uma coroa em seu pés; véu e anel; pomba; flagelo; livro; mulher argumentando com filósofos pagãos.
PadroeiraApologéticaartesãos que trabalham com uma roda (ceramistas, fiação, etc), arquivistas, moribundos, educadores, jovens, juristasadvogados, bibliotecários, bibliotecas, Balliol College em Oxford, trituradores, enfermeiros, filósofos, pregadores, acadêmicos, estudantes, escribas, secretários, taquigrafia, professores, teólogos, Universidade de Paris, jovens solteiros, Estado de Santa Catarina.
Gloriole.svg Portal dos Santos

Catarina de Alexandria, também conhecida como A Grande Mártir Santa Catarina (em gregoἡ Ἁγία Αἰκατερίνη ἡ Μεγαλομάρτυς) é uma santa e mártir cristã que foi uma notável intelectual no início do século IV. Passados 1 100 anos, Joana d'Arc disse que Santa Catarina apareceu-lhe várias vezes. A Igreja Ortodoxa a venera como uma "grande mártir", e na Igreja Católica, ela é tradicionalmente reverenciada como um dos Catorze santos auxiliares.

Vida

Catarina nasceu na cidade egípcia de Alexandria e cresceu como uma pagã, mas em sua adolescência converteu-se ao cristianismo. Diz-se que ela visitou seu contemporâneo, o imperador romano Maximino Daia, e tentou convencê-lo do erro moral na perseguição aos cristãos. Ela conseguiu converter a esposa de Maximiano, e também muitos pagãos que o imperador enviou para disputar com ela.[1]

Conversão

Numa visão, Catarina foi transportada para o céu, encontrou-se com o menino Jesus e a Virgem Maria e, em êxtase, casou-se misticamente com Cristo, convertendo-se ao cristianismo. Ela tinha, na época, dezoito anos de idade.[1]

Condenação

Foi então à presença do imperador romano Maximino Daia, que perseguia os cristãos, censurando-o por sua crueldade. Apontou a limitação do imperador, por ser pagão, e afirmou que o seu Deus era o único realmente vivo e o seu rei era Jesus Cristo".[1]

O imperador mandou prendê-la no cárcere até que viessem os 50 maiores sábios da província de Alexandria e a humilhassem por causa da sua argumentação aparentemente simples.[1]

Quando chegaram, os sábios riram-se do imperador por tê-los convocado para contra-argumentar com uma simples garota. Porém, o imperador os advertiu que, se conseguissem convencê-la, ele os presentearia com os melhores bens do mundo; mas se não conseguissem, ele os condenaria à morte. Catarina foi tão plenamente sábia nas suas colocações e argumentos que mesmo perante esta ameaça os sábios não conseguiram convertê-la aos ídolos. Pelo contrário, vencidos pela eloquência de Catarina, converteram-se ao cristianismo. Frustrado, o imperador mandou prender e torturar Catarina na masmorra. Visitada na prisão pela esposa do imperador e pelo chefe de sua guarda, Catarina os converteu, fazendo o mesmo com inúmeros soldados. Mais enfurecido ainda, o imperador mandou assassinar os sábios e sua esposa, lançou os guardas aos leões no Coliseu e condenou a Catarina à morte lenta na roda (instrumento de tortura que mutilava e causava grande sofrimento). Diz a lenda católica que quando foram amarrar Catarina na roda, ela fez o sinal da cruz e a roda quebrou. Ao determinar sua execução, apareceu-lhe o arcanjo Miguel para confortá-la e Catarina rezou suplicando que, em nome do seu martírio, Deus ouvisse as orações de todos aqueles que a ele recorressem e que tudo obtivessem por sua intercessão. Por fim, Catarina de Alexandria morreu decapitada.[1]

Três séculos mais tarde, o seu corpo, incorrupto, foi encontrado por monges e levado para o Mosteiro da Transfiguração, onde algumas das suas relíquias e o seu nome ficaram até hoje.[1]

Foi ouvindo a voz de Santa Catarina que Santa Joana d'Arc encontrou a espada que usaria em sua missão e que mudaria a história da França. Junto de Santa Margarida e do arcanjo Miguel, era uma das vozes que falavam com ela e a instruíram na sua missão de salvar a França.[1]

Santa Catarina é considerada padroeira dos estudantes, filósofos e professores e também invocada pelos que trabalham com rodas e contra acidentes de trabalho. No Brasil, é a padroeira principal do Estado e da Ilha de Santa Catarina, que inclusive são uma homenagem a ela, e co-padroeira da Catedral metropolitana de Florianópolis.[1]

Esclarecimento

Em 1969, a Igreja Católica omitiu do Calendário Litúrgico Universal a celebração do dia 25 de novembro, em memória de seu martírio. Essa omissão foi mal interpretada como uma espécie de cassação, pois Santa Catarina de Alexandria continua a ser legitimamente venerada nos calendários particulares das dioceses e paróquias.

As razões da atual revisão histórica são: a) a descoberta de afrescos dos séculos IX e VIII, em Roma e em Nápoles, com a identificação de seu nome Ekaterina; b) perante essa descoberta, hoje não é mais possível afirmar a falsa ideia de que seu culto começou apenas na época dos cruzados (que era justamente um dos argumentos para a tese de um culto particular que se tornou popular pelos seus devotos); c) devemos salientar o princípio de que não é o documento que está na origem do culto e que não parece científico negar sua historicidade a partir do argumento de escassez documental; d) devemos também frisar a distinção hermenêutica entre o núcleo histórico e lendário nas narrativas.

Suas relíquias no Monte Sinai são autênticas e provam sua existência na sociedade egípcia da época. A grande mártir Santa Catarina de Alexandria então tornou-se popular e venerada em todas as partes do mundo.

Recentemente o papa São João Paulo II recolocou sua memória no Missal Romano, mas como memória facultativa, mostrando claramente a fé da Igreja Católica em sua intercessão.

Ver também

Referências

  1. ↑ Ir para:a b c d e f g h Petry, M. Cecília; Ziviani, Berenice (2001). Jovem corajosa: vida de Santa Catarina de Alexandria. Petrópolis, RJ: Ed. Gráfica Serrana. 48 páginas

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