segunda-feira, 16 de novembro de 2020

MENSAGEM DE ARECIBO ENVIADA AO ESPAÇO EM 1974 - 16 DE NOVEMBRO DE 2020

 

Mensagem de Arecibo

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Saltar para a navegaçãoSaltar para a pesquisa
Mensagem de Arecibo, a cor foi adicionada apenas para separar por partes a mensagem e facilitar a compreensão, haja vista que a transmissão em binário não contém informação de cores.

mensagem de Arecibo foi enviada ao espaço com o objetivo de transmitir a uma possível civilização extraterrestre, informações sobre o planeta Terra e a civilização humana em 1974, pelo SETI com o uso do radiotelescópio porto-riquenho Arecibo. Algumas alterações foram efetuadas no transmissor do radiotelescópio, permitindo transmitir sinais com até 20 terawatts de potência. Como teste inaugural, foi decidido pelo SETI transmitir uma mensagem codificada para o universo. Este sinal foi direcionado para o agrupamento globular estelar M 13, que está a aproximadamente 25 mil anos-luz de distância, e possui cerca de 300 mil estrelas na Constelação de Hércules. A mensagem foi transmitida exatamente em 16 de Novembro de 1974, e consistia-se em 1679 impulsos de código binário que levaram três minutos para serem transmitidos na frequência de 2 380 MHz.

1 679 dígitos

Escolheu-se enviar 1 679 dígitos pois esse número é um número semiprimo, isto é, o produto de apenas dois números primos. No caso, 1679 é o produto de 23 e 73. A ideia foi escolher um semiprimo para que um eventual receptor pudesse deduzir que os sinais formam uma matriz bidimensional.

Codificação

Com o objetivo de entender a mensagem codificada na transmissão, é essencial compreender o código binário. Ele é muito mais simples que a nossa base 10, o sistema decimal. Na base 10, conta-se até 9 e, em seguida, eleva-se o 1 para uma nova coluna (dezenas), reiniciando a contagem, até termos novamente 9 na primeira coluna (unidades). Neste ponto, incrementa-se novamente a coluna das dezenas, procedendo a nova contagem de 0 a 9 na coluna das unidades assim por diante. Ou seja, sempre que uma coluna passa do 9, é incrementada a coluna à sua esquerda.

No sistema binário, acrescentamos uma coluna à esquerda quando se passa de 1. Assim, temos uma nova coluna a cada potência de 2, (2, 4, 8, 16...).

Decodificando a mensagem original

Números

Part 1 — Os números de 1 a 10
1 2 3 4 5 6 7 8  9  10
----------------------
0 0 0 1 1 1 1 00 00 00
0 1 1 0 0 1 1 00 00 10
1 0 1 0 1 0 1 01 11 01
X X X X X X X X  X  X

A mensagem original compreendia diversas "seções", cada uma representando um particular aspecto da nossa civilização. No topo havia a representação binária do número um até o número dez, mostrando os números oito, nove e dez como duas colunas. Isto mostra a qualquer um que decifrar a mensagem que nós podemos especificar que números grandes demais para serem escritos numa linha podem ser elevados à potência.

DNA elementos

Part 2 — Os elementos primários para a vida (DNA)
1 6 7 8 15
----------
0 0 0 1 1
0 1 1 0 1
0 1 1 0 1
1 0 1 0 1
X X X X X

A próxima seção contem os valores binários 1, 6, 7, 8 e 15 que indicam os números atómicos dos elementos primários para a constituição da vida na TerraHidrogénio (H), Carbono (C), Nitrogénio (N), Oxigénio (O) e Fósforo (P) respectivamente.

Nucleotídeos

Part 3 — The nucleotides of DNA
Desoxirribose Adenina  Timina    Desoxirribose
(C5OH7)     (C5H4N5)  (C5H5N2O2) (C5OH7)

Fosfato                       Fosfato
(PO4)                           (PO4)

Desoxirribose Citosina  Guanina   Desoxirribose
(C5OH7)     (C4H4N3O)  (C5H4N5O) (C5OH7)

Fosfato                       Fosfato
(PO4)                           (PO4)

A seção maior das três colunas, representa as fórmulas para os açúcares e bases para os nucleotídeos do DNA.

Dupla hélice

Part 4 — O DNA dupla hélice
11
11
11
11

11
01
11
11
   1111 1111 1111 0111 1111 1011 0101 1110 (binário)
01                         = 4,294,441,822 (decimal) 
11
01
11

10
11
11
01
X

Abaixo disto, havia a representação gráfica da nossa "dupla hélice" do DNA ao lado de uma "barra vertical" que indica o número dos nucleotídeos no DNA.

Humanos

Part 5 — Forma Humana, altura e população
        ^
        |
        |
        |             X011011
                       111111
esq: X0111     dir:    110111
                       111011
        |              111111
        |              110000
        v
            1110 (binário) = 14 (decimal)
000011 111111 110111 111011 111111 110110 (binário)
                          = 4,292,853,750 (decimal)

Diretamente abaixo da dupla hélice do DNA está uma pequena representação de nós, humanos, com um corpo e dois braços e duas pernas (como um homem esticado). Na direita está um valor binário da população da terra. Isto pode ser calculado como 4,29 bilhões, que era a população mundial aproximada em 1974.

No lado esquerdo da forma humanóide existe um número binário correspondente à altura do ser humano. Pelo fato de não podermos usar "medidas humanas" (como pés e polegadas) a altura é representada em "unidades de comprimento de onda".

Como mencionado antes, a atual mensagem foi transmitida em 2 380 MHz. Para converte-la no seu comprimento de onda nós dividimos por 300, para obter um comprimento de onda em metros.

300 / 2 380 = 0,12605042 m = 12,6 cm. Esta é nossa "unidade de comprimento de onda" do código para a altura de um humano, nós podemos ver que o valor é 1 110 em binário, ou 14 em decimal. Se multiplicarmos 14 pela nossa unidade de comprimento de onda (12,6) nós obtemos 176,4 cm, ou aproximadamente 1,76 m que é a altura média dos humanos.

Planetas

Part 6 — O Sol e os planetas
                  Terra
Sol Mercurio Vênus       Marte Jupiter Saturno Urano Neptuno Plutão

Na próxima seção está a representação simplificada do nosso Sistema Solar, onde nós vivemos. Ele mostra o Sol e oito Planetas, além de Plutão (antes classificado com planeta) , numa representação aproximada de tamanhos. Deixando representado que o terceiro planeta, a Terra, é significativo em relação aos outros.

Rádiotelescópio

Part 7 — Rádiotelescópio Arecibo
duas linhas do fundo:  100101
                 <---  111110X  --->
100101 111110 (binário) = 2,430 (decimal)

A última seção indica a origem da mensagem por si própria. O rádio telescópio de Arecibo, que é a estrutura curvada. Abaixo disto, nas últimas duas linhas da mensagem, outro número binário. Desta vez é 100101111110 (cortado em duas linhas no centro) e igualado a 2 430 em decimal.

Novamente, usando nossa universal "unidade de comprimento de onda" nós obtemos: 2 430 x 12,6 cm = 30 618 cm (306,18 m) ou aproximadamente 1 000 pés, que é o diâmetro do prato da antena de Arecibo.

Força do sinal

sinal enviado foi tão forte que um radiotelescópio como o de Arecibo seria capaz de detectá-la em qualquer lugar da nossa galáxia.[1]

Bibliografia

  • SPIGNESI, Stephen J.Os 100 Maiores Mistérios do Mundo. Rio de Janeiro: Editora DFL, 2009. Pág 138, cap 25, Círculos nas plantações. ISBN 978-85-7432-090-8.

Referências

Ver também

Commons possui uma categoria contendo imagens e outros ficheiros sobre Mensagem de Arecibo

Ligações externas


CATARATAS DE VITÓRIA - DESCOBERTAS POR LIVINGSTONE EM 1855 - 16 DE NOVEMBRO DE 2020

 


Cataratas de Vitória

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Saltar para a navegaçãoSaltar para a pesquisa
Cataratas de Vitória
Vista lateral das cataratas, no lado zambiano
Características
Altura128 m
Posiçãoleste–oesteª mais alta do mundo
Localização
RioZambeze
País Zâmbia  Zimbabwe
LocalParque Nacional de Victoria Falls
Coordenadas17° 55' 28" S 25° 51' 24" E
Posição das cataratas no mapa da África

As cataratas de Vitória ou quedas de Vitória (o conjunto de quedas é chamado de Mosi-o-Tunya em tonga, que em português significa a fumaça que troveja[1]) são uma das mais espetaculares quedas d'água do mundo. Situam-se no rio Zambeze, na fronteira entre a Zâmbia e o Zimbabwe, e têm cerca de 1,5 km de largura e altura máxima de 128 m. Ao saltar, o Zambeze mergulha na garganta de Kariba e atravessa várias cataratas basálticas.[2]

Tanto o Parque Nacional de Mosi-oa-Tunya quanto o Parque Nacional de Victoria Falls, no Zimbabwe, estão inscritos desde 1989 na lista de Património Cultural da Humanidade mantida pela Unesco. Esta igualmente conservada por estar dentro da Área de Conservação Transfronteiriça Cubango-Zambeze.

História

Um mapa datado de cerca de 1750, desenhado por Jacques-Nicolas Bellin para o abade Antoine François Prévost, marca as quedas como "cataractes" e assinala uma povoação ao norte do Zambeze como sendo na época "MORTAL" aos portugueses.[3][nota 1] Antes ainda, um mapa da África Austral feito por Nicolas de Fer, em 1715, tem a queda claramente marcada na posição correta. Ele também apresenta linhas pontilhadas que denotam rotas comerciais que o explorador escocês David Livingstone seguiria 140 anos mais tarde.

Um livro de 1956, There's a Secret Hid Away, corrobora tal tese:

«Os mais antigos exploradores que possivelmente teriam descoberto as cataratas são os portugueses. Alguns de seus mapas, feitos entre os anos de 1600 e 1700 e guardados na livraria do Vaticano, mostram uma grande catarata num rio que deve ser o Zambeze, então conhecido por eles como Cuama. (...) há alguma evidência em favor do padre Silveira, um missionário português que teria visitado as cataratas ainda no começo do século XVII[3][nota 2]

Oficialmente, no entanto, Livingstone foi o primeiro ocidental a avistá-las em 17 de novembro de 1855, dando-lhes o nome em honra à rainha Vitória — o nome local é Mosi-oa-tunya, que quer dizer "fumo que troveja", em referência ao vapor que sobe da garganta das quedas.[7][8]

No livro Seven Natural Wonders of Africa, de 2009, há a seguinte narrativa sobre o explorador:

«Livingstone deu às cataratas um novo nome, ‘Vitória’, em homenagem à rainha Vitória, que na época regia o Reino Unido. Livingstone mais tarde diria que as cataratas foram a coisa mais impressionante que chegou a ver durante seus trinta anos de exploração da África.»[9]

Em 1860, Livingstone voltou à zona das cataratas e fez um estudo detalhado. Formidável explorador, além das quedas de Vitória, atravessou duas vezes o deserto do Kalahari, navegou o rio Zambeze de Angola até Moçambique, procurou as fontes do rio Nilo e foi o primeiro europeu a atravessar o Lago Tanganica.[10]

O explorador português Serpa Pinto também as visitou, mas até que aquela área ficasse mais acessível, o que ocorreu por volta de 1905 com a construção de uma linha de caminho-de-ferro, poucos ocidentais se aventuraram por lá.[11] Hoje o número de visitantes anual ultrapassa os 300 milhares.[12][11]

Em 1905 foi inaugurada a ponte ferroviária Cataratas Vitória, que passa perto das quedas de água e que liga a Zâmbia e o Zimbabwe.

Galeria

Notas

  1.  Aventa-se a hipótese de os portugueses terem-na descoberto décadas antes, visto que já estavam fixados na África Austral desde o século XVI e muitos de seus militares e missionários já empreendiam explorações no interior do continente.[4][5]
  2.  No livro ele está descrito como "Father Silbiera", em virtude de erro de grafia. O frei Gonçalo da Silveira esteve a serviço do Império Português na então África Oriental Portuguesa.[6]

Referências

  1.  Paisagens incríveis BOL
  2.  Editor Joseph Ki-Zerbo (2010). História Geral da África – Vol. I – Metodologia e pré‐história da África. [S.l.]: Unesco. 930 páginas. ISBN 9788576521235
  3. ↑ Ir para:a b Lawrence George Green (1956). There's a Secret Hid Away. [S.l.]: H. Timmins. 244 páginas. ISBN 9780869782071
  4.  Maria Emília Madeira Santos (1978). Viagens de exploração terrestre dos Portugueses em África. [S.l.]: Centro de Estudos de Cartografía Antiga. 414 páginas
  5.  Adm. da Agência (1941). O Mundo português, Volume 8, Ed. 85-96. [S.l.]: Edição de Agência Geral das Colónias e do Secretariado da Propaganda Nacional
  6.  Eric Anderson Walker (1963). The Cambridge History of the British Empire, Volume 2. [S.l.]: CUP Archive
  7.  David Livingstone & Charles Livingstone (1866). Narrative of an Expendition to the Zambesi and Its Tributaries: And of the Discovery of the Lakes Shirwa and Nyassa. 1858-1864. [S.l.]: Harper & Brothers. 638 páginas
  8.  Piotr Migon (2010). Geomorphological Landscapes of the World. [S.l.]: Springer Science & Business Media. 375 páginas. ISBN 9789048130559
  9.  Michael & Mary B. Woods (2009). Seven Natural Wonders of Africa. [S.l.]: Twenty-First Century Books. 80 páginas. ISBN 9780822590712
  10.  Maria Helena Guedes (2015). Os Escravos Sobterrados. [S.l.]: Clube de Autores. 344 páginas
  11. ↑ Ir para:a b Eduardo de Noronha (1936). Edição 25 de Colecção pelo Império: o explorador Serpa Pinto. [S.l.]: Divisão de Publicações e Biblioteca, Agência Geral das Colónias. 31 páginas
  12.  Gastão Sousa Dias (1944). Como Serpa Pinto atravessou a Africa: Desenhos documentados na obra de Serpa Pinto. [S.l.]: Livraria Sá de Costa. 227 páginas

Ligações externas

Etiquetas

Seguidores

Pesquisar neste blogue