sábado, 31 de outubro de 2020

REVOLUÇÃO DA HUNGRIA EM 1956 - 31 DE OUTUBRO DE 2020

 


Revolução Húngara de 1956

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Revolução Húngara de 1956
Parte da Guerra Fria
Hole in flag - Budapest 1956.jpg
O símbolo da revolução: a Bandeira da Hungria com o emblema comunista cortado
Data23 de Outubro a 10 de Novembro de 1956
LocalRepública Popular da Hungria
DesfechoVitória soviética, revolução esmagada
Combatentes
União das Repúblicas Socialistas Soviéticas União Soviética

Flag of Hungary (1949-1956).svg República Popular da Hungria

Flag of the Hungarian Revolution (1956).svg Revolucionários húngaros
Líderes e comandantes
União das Repúblicas Socialistas Soviéticas Nikita Khrushchov
União das Repúblicas Socialistas Soviéticas Iúri Andropov
União das Repúblicas Socialistas Soviéticas Ivan Konev
Flag of Hungary (1949-1956).svg Ernő Gerő
Flag of Hungary (1949-1956).svg János Kádár
Flag of the Hungarian Revolution (1956).svg Imre Nagy
Flag of the Hungarian Revolution (1956).svg Pál Maléter
Forças
31.550 tropas
1.130 tanques[1]
Número desconhecido de milicianos, soldados e civis armados
Vítimas
722 mortos
1.251 feridos (apenas soviéticos)
2.500 mortos (est.)
13.000 feridos (est.)

Revolução Húngara[2] de 1956 (em húngaro1956-os forradalom) ou Contra-Revolução[3] foi uma revolta popular espontânea contra as políticas impostas pelo governo da República Popular da Hungria e pela União Soviética. O movimento durou de 23 de outubro até 10 de novembro de 1956.

A revolta começou como uma manifestação estudantil que atraiu milhares que marcharam pelo centro de Budapeste até o parlamento. Uma delegação de estudantes quis entrar no prédio da Rádio Free Europe em uma tentativa de transmitir as suas demandas, mas foi detida. Quando a libertação da delegação foi exigida pelos manifestantes do lado de fora, eles foram alvejados pela Autoridade de Proteção de Estado (ÁVH) de dentro do prédio. As notícias espalharam-se rapidamente e desordem e violência irromperam por toda a capital.

A revolta espalhou-se rapidamente pela Hungria, e o governo caiu. Milhares organizaram-se em milícias, combatendo a Polícia de Segurança do Estado (ÁVH) e as tropas soviéticas. Comunistas pro-soviéticos e membros da ÁVH eram frequentemente executados ou aprisionados, enquanto os antigos prisioneiros eram libertados e armados. Conselhos improvisados tiraram o controle municipal do Partido dos Trabalhadores Húngaros e exigiram mudanças políticas. O novo governo formalmente dissolveu a ÁVH, declarou a sua intenção de se retirar do Pacto de Varsóvia e prometeu livres eleições restabelecidas. Pelo final de outubro, as lutas tinham quase parado e um senso de normalidade começava a retornar.

Depois de anunciar a boa vontade para negociar uma retirada das forças soviéticas, o Politburo mudou de ideia e decidiu suprimir a revolução. Em 4 de novembro, um grande exército soviético invadiu Budapeste e outras regiões do país. A resistência húngara continuou até 10 de novembro. Mais de 2,5 mil soldados húngaros e cerca de 700 soldados soviéticos foram mortos no conflito, tendo 200 mil húngaros fugido, passando a ser refugiados. Prisões em massa e denúncias continuaram durante meses. Em janeiro de 1957, o novo governo soviético instalado suprimiu toda a oposição pública. Essas ações soviéticas fizeram duvidar das suas convicções muitos marxistas ocidentais, ainda mais pelo brutal reforço do controle soviético na Europa Central.

Discussões públicas sobre essa revolução foram reprimidas na Hungria por trinta anos, mas desde os anos 1980 ela tem sido objeto de intenso estudo e debate. Na inauguração da Terceira República da Hungria, em 1989, o dia 23 de outubro foi declarado feriado nacional.

Antecedentes

Durante a Segunda Guerra Mundial, a Hungria foi membro das potências do Eixo. Em 1941, forças húngaras participaram da ocupação da Iugoslávia e da invasão da União Soviética. Por volta de 1944, exércitos soviéticos estavam avançando em direção à Hungria e o governo começou negociações de um armistício com os Aliados, que acabaram com a ocupação alemã e mudança de regime. Em 1945, forças húngaras e alemãs foram derrotadas por exércitos soviéticos.

Depois da Segunda Guerra Mundial, as Forças Armadas Soviéticas ocuparam a Hungria e gradualmente substituíram o governo eleito de coalizão pelo Partido de Pequenos Produtores Independentes, Trabalhadores Agrários e Cívicos com um governo dominado pelo Partido Comunista Húngaro.[4] Nacionalização radical da economia baseada no modelo soviético produziu estagnação econômica, baixos padrões de vida e um profundo mal-estar.[5] Escritores e jornalistas foram os primeiros a abrir publicamente o criticismo, publicando artigos críticos em 1955.[6] Por 22 de outubro de 1956, estudantes da Universidade Técnica tinham ressuscitado a banida união dos estudantes MEFESZ,[7] e organizaram uma manifestação em 23 de outubro que começava uma cadeia de eventos levando diretamente à revolução.[8]

Ocupação pós-guerra

Depois da Segunda Guerra Mundial, a Hungria caiu na esfera de influência soviética e foi ocupada pelo Exército Vermelho.[9] Em 1949, os soviéticos tinham concluído um tratado de assistência mútua com a Hungria que garantia direitos à União Soviética para uma contínua presença militar, assegurando o último controle político.[10]

A Hungria começou o período pós-guerra como uma livre democracia pluripartidária, e as eleições em 1945 produziram um governo de coalizão sob o primeiro-ministro Zoltán Tildy.[11] Entretanto, o Partido Comunista, apoiado pela União Soviética, que tinha recebido somente 17% dos votos, constantemente obtinha pequenas concessões em um processo nomeado "tática do salame", que fatiava a influência do governo eleito.[12]

Depois das eleições de 1945, os poderes do Ministro do Interior - que supervisionava a Autoridade de Proteção de Estado (ÁVH) - foram transferidos do Partido dos Pequenos Proprietários Independentes para gente de confiança do Partido Comunista.[13] A ÁVH empregava métodos de intimidação, falsas acusações, prisões e tortura para suprimir a oposição política.[14] O breve período de democracia pluripartidária acabou quando o Partido Comunista fundiu-se com o Partido Social-Democrata para se tornar o Partido Popular dos Trabalhadores Húngaro, cuja lista de candidatos foi a votos sem oposição em 1949. A República Popular Húngara foi então declarada.[4]

Repressão política e declínio econômico

A Hungria tornou-se um estado socialista sob a severamente autoritária liderança de Mátyás Rákosi.[15] A Polícia de Segurança (ÁVH) começou uma série de purgas de mais de 7 mil dissidentes, que eram denunciados como "titoístas" ou "agentes ocidentais", e forçados a se confessarem em processos públicos, depois dos quais eles eram realocados para campos no leste da Hungria.[16][17]

De 1950 a 1952, a Polícia de Segurança forçadamente realocou milhares de pessoas para obter propriedades e moradias para os membros do Partido Popular dos Trabalhadores, e remover a ameaça da classe intelectual e burguesa. Milhares foram presos, torturados, julgados e aprisionados em campos de concentração, deportados para o leste, ou eram executados, incluindo o fundador da ÁVH László Rajk.[16][18] Num único ano, mais de 26 mil pessoas foram forçadamente realocadas de Budapeste. Como consequência, empregos e moradias eram muito difíceis de se obter. Os deportados geralmente experimentavam terríveis condições de habitação e eram recrutados para trabalho escravo em fazendas coletivas. Muitos morreram como resultado das pobres condições de vida e desnutrição.[17]

O estudo do idioma russo e instrução política comunista foram tornados parte do currículo escolar e universitário pelo país. Escolas religiosas foram nacionalizadas e líderes de igrejas foram substituídos.[19] Em 1949 o líder da Igreja Católica Húngara, cardeal József Mindszenty, foi preso e condenado à prisão perpétua por traição.[20] Sob o comando de Rákosi, o governo húngaro era um dos mais repressores na Europa.[4][18]

A economia húngara pós-guerra sofreu de múltiplos baques. A Hungria concordou em pagar reparações de guerra de aproximadamente US$ 300 milhões à União Soviética, Tchecoslováquia e Iugoslávia, e apoiar tropas soviéticas.[21] O Banco Nacional Húngaro em 1946 estimou o custo das reparações "entre 19 e 22 por cento das receitas nacionais anuais".[22] Em 1946, o pengő, moeda húngara, passou por depreciação, resultando nos mais altos índices de hiperinflação conhecidos.[23] A participação da Hungria na COMECON (Conselho de Assistência Econômica Mútua), impediu-a de de fazer comércio com os países do oeste europeu ou de receber empréstimos pelo Plano Marshall.[24] Apesar da renda nacional per capita ter crescido no primeiro terço dos anos 1950, deduções dela para financiar investimentos industriais aconteciam, além de assinaturas compulsórias para obrigações estatais. Erros de gestão e a má situação financeira criaram falta crônica de alimentos básicos, resultando no racionamento de pão, açúcar, farinha e carne.[25] Assim, a renda real disponível para os trabalhadores e empregados em 1952 era de dois terços do que fora em 1938, ao passo que, comparado a 1949, a proporção era de 90%.[26] Essas políticas tiveram um efeito negativo cumulativo e aumentaram o descontentamento, assim como os débitos estrangeiros cresceram e houve escassez de bens.[5]

Cronologia

Um tanque soviético destruído na praça Móricz Zsigmond.

O levantamento húngaro começou em 23 de Outubro de 1956, com uma manifestação pacífica de estudantes em Budapeste. Exigiam o fim da ocupação soviética e a implantação do "socialismo verdadeiro". Quando os estudantes tentaram resgatar alguns colegas que haviam sido presos pela polícia política, esta abriu fogo contra a multidão.

No dia seguinte, oficiais e soldados juntaram-se aos estudantes nas ruas da capital. A estátua de Josef Stálin foi derrubada por manifestantes que entoavam, "russos, voltem para casa", "abaixo Gerő" e "viva Nagy". Em resposta, o comitê central do Partido Comunista Húngaro recomendou o nome de Imre Nagy para a chefia de governo.

Em 25 de outubro, tanques soviéticos dispararam contra manifestantes na Praça do Parlamento. Chocado com tais acontecimentos, o comitê central do partido forçou a renúncia de Gerő e substituiu-o por Imre Nagy.

Nagy foi à Rádio Kossuth e anunciou a futura instalação das liberdades, como seja o multipartidarismo, a extinção da polícia política, a melhoria radical das condições de vida do trabalhador e a busca do socialismo condizente com as características nacionais da Hungria.

Em 28 de outubro, o primeiro-ministro Nagy vê as suas opções serem aceites por todos os órgãos do Partido Comunista. Os populares desarmam a polícia política.

Em 30 de outubro, Nagy comunicou a libertação do cardeal Mindszenty e de outros prisioneiros políticos. Reconstituíram-se os Partidos dos Pequenos Proprietários, Social-Democrata e Camponês Petőfi. O Politburo Soviético decide, numa primeira fase (30 de Outubro) mandar as tropas sair de Budapeste, e mesmo da Hungria se viesse essa a ser a vontade do novo governo. Mas no dia seguinte volta a trás e decide-se pela intervenção militar e instauração de um novo governo. A 1 de Novembro, o governo húngaro, ao tomar conhecimento das movimentações militares em direcção a Budapeste, comunica a intenção húngara de se retirar do Pacto de Varsóvia e pede a protecção das Nações Unidas.

A 3 de Novembro, Budapeste está cercada por mais de mil tanques. Em 4 de novembro, o Exército Vermelho invade Budapeste, com o apoio de ataques aéreos e bombardeamentos de artilharia, derrotando rapidamente as forças húngaras. Calcula-se que 20 000 pessoas foram mortas durante a intervenção soviética. Nagy foi preso (e posteriormente executado) e substituído no poder pelo simpatizante soviético János Kádár. Mais de 2 mil processos políticos foram abertos, resultando em 350 enforcamentos. Dezenas de milhares de húngaros fugiram do país e cerca de 13 mil foram presos. As tropas soviéticas apenas saíram da Hungria em 1991.

Ver também

Referências

  1.  variam largamente no número de forças soviéticas envolvidas na intervenção. O Comitê Especial para o Problema da Hungria da (1957) estimou 75.000-200.000 tropas e 1.600-4.000 tanques OSZK.hu (p. 56, para. 183), mas arquivos soviéticos liberados recentemente (disponíveis em Lib.ru, Biblioteca de Maksim Moshkow) lista a força das tropas soviéticas como 31.550 tropas com 1.130 tanques e peças de artilharia autopropulsadaLib.ru Arquivado em 9 de fevereiro de 2010, no Wayback Machine. (em russo)
  2.  Referências alternativas são "Revolta Húngara" e "Insurreição Húngara". O termo "revolução" é usado assim para convenções tanto inglesas (ver pano de fundo do Departamento de Estado dos EUA na Hungria) quanto húngaras ("forradalom"). Há uma distinção entre a "completa destruição" de uma revolução e uma insurreição ou revolta que talvez não seja bem sucedida (Oxford English Dictionary). O evento húngaro de 1956, apesar de ter tido vida curta, é uma verdadeira "revolução" na qual o governo da situação foi de fato deposto. Ao contrário de "coup d'etat" ou "putsch", que implicam ação de poucos, a revolução de 1956 foi efetivada pelas massas.
  3.  PCB/KKE contra-revolução na Hungria
  4. ↑ Ir para:a b c "Por 1948, líderes dos partidos não-comunistas tinham sido silenciados, tinham fugido para o estrangeiro ou tinham sido presos, e, em 1949, a Hungria oficialmente tornou-se uma República Popular. O poder real estava nas mãos de Mátyás Rákosi, um comunista treinado em Moscou. Sob o seu regime, a Hungria foi modelada mais e mais fechada com o padrão soviético. Liberdade de expressão e liberdade individual cessaram de existir. Aprisionamentos arbitrários tornaram-se comuns e expurgos foram empreendidos, ambos dentro e fora das fileiras do Partido. Em junho de 1949, o Ministro do Exterior, László Rajk, foi preso; ele foi acusado de tentar destruir a ordem democrática e enforcado. Muitas outras pessoas foram vítimas de ação similar.(1) Isso era feito mais facilmente pelo aparato da polícia de segurança do Estado, ou ÁVH, usando métodos de terror nas mãos do regime, que se tornaram identificados com o regime de Rákosi nas mentes das pessoas." Comitê Especial para o Problema da Hungria da Assembleia Geral da ONU (1957) (1957) Chapter II. A (Developments before 22 October 1956), paragraph 47 (p. 18), 1.47 MB
  5. ↑ Ir para:a b Library of Congress: Country Studies: Hungary, Chapter 3 Economic Policy and Performance, 1945–85. Retrieved 27 August 2006.
  6.  Comitê Especial para o Problema da Hungria da Assembleia Geral da ONU (1957) Chapter II. A (Developments before 22 October 1956), paragraphs 49 (p. 18), 379–380 (p. 122) and 382–385 (p. 123), 1.47 MB
  7.  Crampton, R. J. (2003). Eastern Europe in the Twentieth Century–and After, p. 295. Routledge: London. ISBN 0-415-16422-2.
  8.  Szolcsányi, János (novembro de 2005). «Szegedi szikra gyújtotta fel az '56-os forradalmi lángot» (em húngaro). p. 6. Consultado em 30 de outubro de 2009. Arquivado do original em 21 de julho de 2011. A forradalom szikrája Szegedről pattant ki, mivel október 16–21. között nem csupán reformgondolatokat, hanem pontokba foglalt politikai követeléseket először itt fogalmaztak meg, és ezek megvalósításához a párttól (MDP, DISZ) független szervezetet alapítottak, országos szintű aktív cselekvési programmal. A küldöttek késedelem nélküli szétrajzása vezetett országos szintű forradalmi megmozdulásokhoz és azok betetőzéséhez, nevezetesen olyan közismert eseményekhez, melyek Budapesten október 23-tól a forradalom és szabadságharc kitöréséhez vezettek. (János Szolcsányi (Budapeste - 24/02/1938-) Membro da Academia Húngara de Ciências, professor universitário)
  9.  The Library of Congress: Country Studies; CIA World Factbook. Acessado em 13/10/2006.
  10.  Em 1949, os partidos comunistas regulamentados dos estados fundadores do Conselho Pra Assistência Econômica Mútua eram também ligados internacionalmente através do Cominform Library of Congress Country Studies Appendix B – Germany (East)
  11.  Norton, Donald H. (2002). Essentials of European History: 1935 to the Present, p. 47. REA: Piscataway, New Jersey. ISBN 0-87891-711-X.
  12.  Kertesz, Stephen D. (1953). «VIII (Hungary, a Republic)». Diplomacy in a Whirlpool: Hungary between Nazi Germany and Soviet Russia. Notre Dame, Indiana: University of Notre Dame Press. pp. 139-52]. ISBN 0-8371-7540-2. Consultado em 8 de outubro de 2006. Arquivado do original em 3 de setembro de 2007
  13.  UN General Assembly Special Committee on the Problem of Hungary (1957) Chapter IX D, para 426 (p. 133), 1.47 MB
  14.  UN General Assembly Special Committee on the Problem of Hungary (1957) Chapter II.N, para 89(xi) (p. 31), 1.47 MB
  15.  Video: Hungary in Flames CEU.hu Arquivado em 17 de outubro de 2007, no Wayback Machine. produtor: CBS (1958) - Fonds 306, Materiais audiovisuais relacionados à evolução Húngara de 1956, Arquivo OSA, Budapeste, número ID da Hungria: HU OSA 306-0-1:40}}
  16. ↑ Ir para:a b Tőkés, Rudolf L. (1998). Hungary's Negotiated Revolution: Economic Reform, Social Change and Political Succession, p. 317. Cambridge University Press: Cambridge. ISBN 0-521-57850-7
  17. ↑ Ir para:a b John Lukacs (1994). Budapest 1900: A Historical Portrait of a City and Its Culture. [S.l.]: Grove Press. p. 222. ISBN 9780802132505
  18. ↑ Ir para:a b Gati, Charles (Setembro de 2006). Failed Illusions: Moscow, Washington, Budapest and the 1956 Hungarian Revolt. [S.l.]: Stanford University Press. ISBN 0-8047-5606-6 (page 49). Gati descreve "as formas mais horríveis de tortura psiológica e física... O reino do terror (pelo governo de Rákosi) apagou-se para ser mais rigoroso e mais extenso do que era em qualquer dos outros satélites soviéticos nas Europas Central e do Leste". Ele além disso referencia um relatório preparado depois do colapso do comunismo, a Comissão de Busca de Fatos Torvenytelen szocializmus (Socialismo sem Lei): "Entre 1950 e o início de 1953, os tratados de cor com 650.000 casos (de crimes políticos), dos quais 387.000 ou 4 por cento da população foi declarada culpada. (Budapest, Zrinyi Kiado/Uj Magyarorszag, 1991, 154).
  19.  Burant (Ed.), Stephen R. (1990). Hungary: a country study (2nd Edition). [S.l.]: Federal Research Division, Library of Congress. pp. 320 pages, Capítulo 2 (A sociedade e seu ambiente) "Religão e organização religiosa"
  20.  Douglas, J. D. and Philip Comfort (eds.) (1992). Who's Who in Christian History, p. 478. Tyndale House: Carol Stream, Illinois. ISBN 0-8423-1014-2
  21.  The Avalon Project at Yale Law School: Armistice Agreement with Hungary; 20 de janeiro de 1945 Arquivado em 9 de abril de 2006, no Wayback Machine.. Acessado em 27/08/2007.
  22.  Kertesz, Stephen D. (1953). «Memorandum of the Hungarian National Bank on Reparations, Appendix Document 16». Diplomacy in a Whirlpool: Hungary between Nazi Germany and Soviet Russia. Notre Dame, Indiana: University of Notre Dame Press. ISBN 0-8371-7540-2. Consultado em 8 de outubro de 2006. Arquivado do original em 25 de janeiro de 2007
  23.  Magyar Nemzeti Bank - English Site: History Arquivado em 30 de agosto de 2006, no Wayback Machine. Acessado em 27 de agosto de 2006. De acordo com o artigo da Wikipédia anglófona , era de 4,19 * 1016 por cento por mês (preços dobravam a cada quinze horas).
  24.  Kertesz, Stephen D. (1953). «Chapter IX (Soviet Russia and Hungary's Economy)». Diplomacy in a Whirlpool: Hungary between Nazi Germany and Soviet Russia. Notre Dame, Indiana: University of Notre Dame Press. p. 158. ISBN 0-8371-7540-2. Consultado em 10 de outubro de 2006. Arquivado do original em 7 de setembro de 2007
  25.  Bognár, Sándor; Iván Pető, Sándor Szakács (1985). A hazai gazdaság négy évtizedének története 1945–1985 (The history of four decades of the national economy, 1945–1985). [S.l.]: Budapest: Közdazdasági és Jogi Könyvkiadó. ISBN 9632215540 pp. 214, 217 (em húngaro)
  26.  «Transformation of the Hungarian economy» The Institute for the History of the 1956 Hungarian Revolution (2003). Acessado em 27/08/2006.

PIO XII CONSAGRA O MUNDO AO IMACULADO CORAÇÃO DE MARIA EM 1942 - 31 DE OUTUBRO DE 2020


 

Consagração do mundo ao Imaculado Coração de Maria

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Monumento dedicado ao Papa Pio XII no Santuário de Fátima.
Beata Alexandrina de Balazar foi a grande mensageira de Jesus para o pedido de Consagração do Mundo ao Imaculado Coração de Maria realizada pelo Papa Pio XII.

Consagração do Mundo ao Imaculado Coração de Maria foi um ato consecratório feito pelo Papa Pio XII a 31 de outubro de 1942, no seguimento dos pedidos que lhe foram endereçados a partir de Portugal pela Beata Alexandrina de Balazar, e ocorreu imediatamente antes dos principais pontos de viragem da Segunda Guerra Mundial. O Santo Padre consagrou à Santíssima Virgem Maria não somente a Igreja Católica, mas toda a Humanidade.

A consagração solene ao Imaculado Coração de Maria foi pronunciada em um momento crítico da Segunda Guerra Mundial. Sob o comando de Erwin Rommel, as tropas alemãs haviam conquistado partes estratégicas da África do Norte e estavam avançando para o Canal de Suez. No Pacífico, as forças imperiais japonesas ocupavam territórios cada vez maiores, enquanto a União Soviética sofria com a contínua expansão da invasão alemã. Diante da situação, o Papa Pio XII, como seus antecessores, depositou sua confiança na oração. Em 31 de outubro de 1942, convocou uma cruzada de oração para a Rainha da Paz, porque somente ela poderia ajudar. Em seguida, dedicou todo o gênero humano, em especial a Rússia, ao Imaculado Coração de Maria.

(...) Rainha do Santíssimo Rosário, auxílio dos cristãos, refúgio do gênero humano, vencedora de todas as grandes batalhas de Deus! Ao vosso trono súplice nos prostramos, seguros de conseguir misericórdia e de encontrar graça e auxílio oportuno nas presentes calamidades, não pelos nossos méritos, de que não presumimos, mas unicamente pela imensa bondade do vosso Coração materno.

A Vós, ao vosso Coração Imaculado, Nós como Pai comum da grande família cristã, como Vigário d’Aquele a quem foi dado o poder no céu e na terra (Mt. 28, 18), e de quem recebemos a solicitude de quantas almas remidas com o seu sangue povoam o mundo universo, - a Vós, ao vosso Coração Imaculado, nesta hora trágica da história humana, confiamos, entregamos, consagramos não só a Santa Igreja, corpo místico de vosso Jesus, que pena e sangra em tantas partes e por tantos modos atribulada, mas também todo o mundo, dilacerado por exiciais discórdias, abrasado em incêndios de ódio, vítima de suas próprias iniquidades.

Comovam-Vos tantas ruínas materiais e morais; tantas dores, tantas agonias dos pais, das mães, dos esposos, dos irmãos, das criancinhas inocentes; tantas vidas ceifadas em flor; tantos corpos despedaçados numa horrenda carnificina; tantas almas torturadas e agonizantes, tantas em perigo de se perderem eternamente.

Vós, Mãe de misericórdia, impetrai-nos de Deus a paz! E primeiro as graças que podem num momento converter os humanos corações, as graças que preparam, conciliam, asseguram a paz! Rainha da paz, rogai por nós e dai ao mundo em guerra a paz por que os povos suspiram, a paz na verdade, na justiça, na caridade de Cristo. Dai-lhe a paz das armas e das almas, para que na tranqüilidade da ordem se dilate o Reino de Deus. (...)[1]

Os defensores do Papa Pio XII e de suas ideias marianas observam que, de fato, a situação na guerra melhorou notadamente para os Aliados. Pouco depois, na Segunda Batalha de El Alamein, as forças britânicas obtiveram uma virada de grande importância. Segundo Winston Churchill - que não era conhecido como devoto mariano -, pode-se praticamente dizer que, antes de El Alamein, não tivemos nenhuma vitória, mas, depois, nenhuma derrota. No Pacífico, as forças dos Estados Unidos venceram uma batalha crucial poucos dias depois da consagração. A queda de Estalinegrado teve início poucos dias depois, com o cerco de 19 de novembro de 1942. A rendição dos alemães ocorreu em 2 de fevereiro de 1943, dia da festa mariana da Candelária (chamada, popularmente, de festa de Nossa Senhora das Candeias). A opinião não é unânime, mas popular entre os devotos marianos do Papa Pio XII.

O renomado mariologista Gabriel Roschini designou a consagração da humanidade ao Imaculado Coração de Maria de 1942 "a maior honra imaginável. É a mais elevada manifestação da veneração mariana". A consagração abre novas perspectivas para a história da salvação. Ele e outros vêem a consagração como uma nova "via mariana", uma nova definição do que significa o humano, entre o coletivismo e o liberalismo ilimitado. A consagração à Virgem Maria feita pelo Papa significa o início de uma "era da Igreja": por intermédio de Maria, compreendemos o destino sobrenatural da humanidade e de todos os seres humanos.

Referências

Ver também

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