quinta-feira, 22 de outubro de 2020

JOSÉ LEITÃO DE BARROS - CINEASTA - NASCEU EM 1896 - 22 DE OUTUBRO DE 2020

 


José Leitão de Barros

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José Leitão de Barros
Nome completoJosé Júlio Marques Leitão de Barros
Nascimento22 de outubro de 1896
LisboaPortugal
NacionalidadePortuguês
Morte29 de junho de 1967 (70 anos)
LisboaPortugal
OcupaçãoCineasta
CônjugeHelena Roque Gameiro

José Júlio Marques Leitão de Barros GOC • ComSE (LisboaSanta Isabel22 de outubro de 1896 — LisboaSão Mamede29 de junho de 1967) foi um professor, cineasta, jornalista, dramaturgo e pintor português, que se distingue dos da sua geração pelo sentido estético das suas obras e por antecipar, sem bases teóricas, todo um movimento cinematográfico que se dedicou à prática da antropologia visual. É o autor da primeira docuficção portuguesa e segunda etnoficção mundial na história do cinema (Maria do Mar, 1930), tendo sido Moana (1926), de Robert Flaherty, a primeira.

Biografia

Filho de Joaquim José de Barros, militar, primeiro-tenente da Armada, do Porto, e de sua mulher D. Júlia Amélia Marques Leitão, de Lisboa.[1] O seu irmão Carlos Joaquim Marques Leitão de Barros foi também tenente, Cavaleiro e Oficial da Ordem Militar de Avis e Oficial da Ordem de Benemerência, e a sua irmã Teresa Emília Marques Leitão de Barros foi Dama da Ordem Militar de Sant’Iago da Espada.[2]

Frequentou a Faculdade de Ciências e também a Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. Depois de concluir um curso da Escola Normal Superior de Lisboa, foi professor do ensino secundário (desenho, matemática).[3] Tirou também o curso de arquitectura na Escola de Belas-Artes. Expôs várias obras de pintura em museus portugueses, em Espanha, no Museu de Arte Contemporânea de Madrid e ainda no Brasil.

Casou em Oeiras, a 17 de Agosto de 1923, com Helena Roque Gameiro, com quem teve dois filhos, José Manuel e Maria Helena.[1]

Dramaturgo, peças suas subiram à cena em Lisboa, no Teatro Nacional e noutras salas. Cenógrafo, responsabilizou-se pela montagem de muitas peças. Jornalista, dirigiu a revista Notícias Ilustrado (1928-1935) e colaborou, por exemplo, nos jornais O SéculoA Capital, e ABC, na revista Contemporânea[4] (1915-1926). Fundou e dirigiu O Domingo Ilustrado[5] (1925-1927), e Século Ilustrado. O seu nome consta da lista de colaboradores da revista de cinema Movimento[6] (1933-1934) e também no Boletim do Sindicato Nacional dos Jornalistas [7] (1941-1945). Foi o principal animador da construção dos estúdios da Tobis Portuguesa, concluídos em 1933 em conjunto com a qual realizou mais tarde, em 1966, o filme "A Ponte Salazar sobre o Rio Tejo em Portugal".[8]

Celebrizado pela sua carreira cinematográfica, Leitão de Barros deixou também marcas duradouras no jornalismo português. Em 1938, foi protagonista de uma longa entrevista à rainha Dona Amélia em Paris, publicada nas páginas de "O Século" e "O Século Ilustrado". A peça terá sido um instrumento de propaganda para aproximar a rainha viúva do Estado Novo e a monarca aproveitou a oportunidade para gabar algumas das obras do salazarismo.[9] Anos antes, em 1932, quando ainda trabalhava no "Notícias Ilustrado", Leitão de Barros protagonizou outro caso célebre, dando cobertura à alegação infantil de que um sósia de António Oliveira Salazar estava representado nos Painéis de São Vicente. A informação foi relatada entusiasticamente pelo suplemento do Diário de Notícias, conferindo uma aura providencial ao ditador.[10] Organizou, a partir de 1934, vários cortejos históricos e marchas populares das Festas da Cidade, actividade que regularmente manteve durante a década seguinte. Foi secretário-geral da Exposição do Mundo Português e responsável pela organização da ‘’Feira Popular’’ de Lisboa (1943). Foi director da Sociedade Nacional de Belas-Artes.

Interessou-se entretanto pelo cinema: Malmequer e Mal de Espanha (1918) foram os seus primeiros filmes. Neles se salientam duas tendências: a evocação histórica dos temas e a crónica anedótica. Assimilou, por influência de Rino Lupo, o conceito de filme pictórico, desenvolvido por Louis Feuillade, o do Film Esthétique, e depois algumas das ideias formais do cinema soviético teorizadas por Eisenstein.

Com o documentário Nazaré (1927), retomando um tema já explorado pelo francês Roger Lion em 1923, registou aspectos de rude beleza plástica e de aguda observação humana, tal como no filme Lisboa, Crónica Anedótica de uma Capital (1930), em que misturou actores conhecidos com a gente da rua, antecipando assim tendências modernas. No mesmo ano, rodou ainda na Nazaré a Maria do Mar. Depois filmou A Severa (1931), o primeiro filme sonoro português. Ala Arriba! (1942), escrito por Alfredo Cortês, apresentava os pescadores da Póvoa de Varzim com uma força dramática pouco vulgares. A Bienal de Veneza deu-lhe um dos seus prémios. Seria, a partir dos anos sessenta, um dos cineastas preferidos do regime. Publicou também Elementos de História de Arte e, em livro, Os Corvos (crónicas publicadas no jornal Diário de Notícias).

A 4 de Setembro de 1935 foi feito Comendador da Ordem Militar de Sant'Iago da Espada e a 4 de Março de 1941 foi feito Grande-Oficial da Ordem Militar de Cristo.[2]

Uma vasta obra e fervilhantes décadas de produção marcaram a vida deste homem, desde a aquarela ao cinema, passando pelo ensino e arquitectura. Aos 70 anos, viria a falecer de um tumor retroperitoneal, na sempre sua cidade, em 1967, estando sepultado no Cemitério dos Prazeres.

Filmografia

  • Mal de Espanha (1918)
  • O Homem dos Olhos Tortos(1918) (inacabado)
  • Malmequer (1918)
  • Sidónio Pais - Proclamação do Presidente da República (1918) (esta obra não sobreviveu)
  • Nazaré, Praia de Pescadores(1929) (perdeu-se a 2ª parte do filme)
  • Festas da Curia (1927)
  • Lisboa (1930)
  • Maria do Mar (1930)
  • A Severa (1931)
  • As Pupilas do Senhor Reitor(1935)[11]
  • Bocage (1936)
  • Las Tres Gracias (1936)
  • Maria Papoila (1937)
  • Legião Portuguesa (1937)
  • Mocidade Portuguesa (1937)
  • Varanda dos Rouxinóis (1939)
  • A Pesca do Atum (1939)
  • Ala-Arriba! (1942)
  • A Póvoa de Varzim (1942)
  • Inês de Castro (1944)
  • Camões (1946) realizador[12]
  • Vendaval Maravilhoso (1949) realizador, co-autor [13][14]
  • Comemorações Henriquinas(1960)
  • A Ponte da Arrábida Sobre o Rio Douro (1961)
  • Escolas de Portugal (1962)
  • A Ponte Salazar Sobre o Rio Tejo(1966)

Referências

  1. ↑ Ir para:a b "Costados", D. Gonçalo de Mesquita da Silveira de Vasconcelos e Sousa, Livraria Esquina, 1.ª Edição, Porto, 1997, N.º 94
  2. ↑ Ir para:a b http://www.ordens.presidencia.pt/
  3.  «Leitão de Barros»Infopédia. Consultado em 2 de Setembro de 2013
  4.  Contemporânea (1915-1926) [cópia digital, Hemeroteca Digital]
  5.  Rita Correia (10 de Novembro de 2007). «Ficha histórica: O Domingo Ilustrado (1925-1927)» (pdf)Hemeroteca Municipal de Lisboa. Consultado em 3 de Outubro de 2014
  6.  Jorge Mangorrinha (25 de Fevereiro de 2014). «Ficha histórica: Movimento : cinema, arte, elegâncias (1933-1934)» (pdf)Hemeroteca Municipal de Lisboa. Consultado em 9 de Janeiro de 2015
  7.  Rita Correia (30 de julho de 2019). «Ficha histórica:Boletim do Sindicato Nacional dos Jornalistas (1941-1945)» (PDF)Hemeroteca Municipal de Lisboa. Consultado em 3 de outubro de 2019
  8.  Hemeroteca Digital (2016). «Dossier digital:A inauguração da Ponte sobre o Tejo na imprensa»Hemeroteca Municipal de Lisboa. Consultado em 8 de junho de 2017
  9.  "A Entrevista Pouco Diplomática de Leitão de Barros com a Rainha Dona Amélia"
  10.  "O Dedo de Ferro na Capa do Notícias Ilustrado"
  11.  RTPAs Pupilas do Senhor Reitor [em linha]
  12.  RTPCamões [em linha]
  13.  RTPVendaval Maravilhoso [em linha]
  14.  Cinemateca Brasileira Vendaval Maravilhoso [em linha]

Bibliografia

  • Corvos, ilustrações de João Abel Manta, Lisboa, Emp. Nac. de Publicidade, 1960, p. 276.
  • Enciclopédia Luso-Brasileira de Cultura (20 volumes) - secretariado por MAGALHÃES, António Pereira; OLIVEIRA, Manuel Alves, 1ª ed., Lisboa, editorial Verbo, vol.3, 1973, p. 729.

Ver também

Ligações externas

  • Leitão de Barros em Cinema Português do Centro Virtual Camões.
  • Leitão de Barros no Centro de Língua Portuguesa da Universidade de Hamburgo.
  • do Futuro: Leitão de Barros, por João Marchante, na Alameda Digital.


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JOSEFINA LEROUX e Companheiras - 22 DE OUTUBRO DE 2020

 

Josefina Leroux

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Josefina Leroux
Nascimento1747
Cambrai
Morte23 de outubro de 1794 (47 anos)
Valenciennes
Ocupaçãofreira
ReligiãoIgreja Católica
Causa da morteguilhotina

Josefina Leroux nascida Anne-Joseph Leroux (Cambrai23 de Janeiro de 1747 - Valenciennes23 de Outubro de 1794) foi uma clarissa beatificada por ter sido martirizada pelos jacobinos.

Biografia

A 10 de Maio de 1779 abandonou a casa paterna e foi recebida no mosteiro de Santa Clara de Valenciennes. No ano seguinte pronunciou os votos.

Sua irmã Maria Escolástica, ao mesmo tempo, ingressou nas religiosas ursulinas da mesma cidade.

Vivia em paz silenciosa do claustro, porém foi "sol de pouca dura" e bem cedo surge a [{laicista]] Revolução Francesa perseguindo tudo que era cristão.

Em 1791 as monjas clarissas foram expulsas de seu mosteiro e Josefina foi hospedada por seus parentes em Cambrai. As irmãs ursulinas com o desejo ardente de continuar sua vida religiosa, atravessaram a fronteira e se uniram à religiosas de Mons.

Este exílio durou de 17 de Setembro de 1792 a 1 de Novembro de 1793, quando as freiras ursulinas puderam regressar a seu convento ela vendo que não lhe era possível regressar ao seu, desejosa de voltar à vida de comunidade, pediu para ser acolhida entre elas tal como aconteceu.

Simplesmente a cidade francesa caiu novamente nas mãos dos revolucionários aprisionando-as e mesmo sem qualquer tipo de defesa condenaram-nas à morte pela guilhotina.

A 23 de outubro de 1794, subiram ao patíbulo ela, sua irmã e dez outras ursulinas para as mãos dos verdugos que accionaram o seu instrumento mortal predilecto.

A sua beatificação aconteceu no dia 13 de Junho de 1920, onde o Papa Bento XV a incluiu no grupo dos Mártires de Valenciennes.

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