terça-feira, 20 de outubro de 2020

COVILHÃ - FERIADO - 20 DE OUTUBRO DE 2020

 


Covilhã

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Covilhã
Município de Portugal
6215 Unhais da Serra, Portugal - panoramio (cropped).jpg
Covilhã (2113308782) (cropped).jpgCovilha-CCBY.jpg155641 - Cine-teatro da Covilhã (cropped).jpg
Covilhã (2114030866).jpgCentrodacovilha.JPG
Brasão de CovilhãBandeira de Covilhã
Localização de Covilhã
Mapa de Covilhã
GentílicoCovilhanense
Área555,60 km²
População51 797 hab. (2011[1])
Densidade populacional93,2  hab./km²
N.º de freguesias21
Presidente da
câmara municipal
Vítor Pereira (PS)
Fundação do município
(ou foral)
Foral outorgado por D. Sancho I em 1186
Região (NUTS II)Centro
Sub-região (NUTS III)Beiras e Serra da Estrela
DistritoCastelo Branco
ProvínciaBeira Baixa
OragoS. Tiago
Feriado municipal20 de Outubro
Código postal6200
Sítio oficialwww.cm-covilha.pt

Covilhã DmC • GCMAI é uma cidade portuguesa pertencente ao distrito de Castelo Branco, na província da Beira Baixaregião estatística do Centro e sub-região das Beiras e Serra da Estrela. É a porta da Serra da Estrela e tem 36 356 habitantes[2] no seu perímetro urbano formado por cinco freguesias: Covilhã e CanhosoTeixoso e SarzedoCantar-Galo e Vila do CarvalhoBoidobra e Tortosendo.

É sede dum município com 555,60 km² de área[3] e 51 797 habitantes (2011),[4][5] subdividido em 21 freguesias.[6] O município é limitado a norte pelos municípios de Seia e Manteigas, a nordeste pela Guarda, a leste por Belmonte, a sul pelo Fundão e a oeste por Pampilhosa da Serra e Arganil.

É a terra da indústria da lã, de cariz operário, berço de descobridores de quinhentos, hoje uma cidade com Universidade pública.

A cidade da Covilhã está situada na vertente sudeste da Serra da Estrela e é um dos centros urbanos de maior relevo da região juntamente com CoimbraAveiroViseuFigueira da FozGuardaCastelo Branco, etc. O seu núcleo urbano estende-se entre os 450 e os 800 m de altitude.

O ponto mais alto de Portugal Continental, a Torre (1 993 m), pertence às freguesias de Unhais da Serra (Covilhã), São Pedro (Manteigas), Loriga (Seia) e Alvoco da Serra (Seia), estando incluída em três municípios: Covilhã, Manteigas e Seia,[7] mas dista cerca de 20 km do núcleo urbano da Covilhã, sendo a Covilhã, por isso, a cidade portuguesa mais próxima do ponto mais alto de Portugal Continental.

É uma cidade de características próprias desde há séculos, conjugando em simultâneo factos interessantes da realidade portuguesa.

Num estudo elaborado em 2007 pelo jornal Expresso, sobre a qualidade de vida nas cidades portuguesas, a Covilhã ocupa a 14ª posição, situando-se à frente das restantes cidades do interior do país.[8]

História

Claustro do Convento de S. António.
Capela Românica de S. Martinho.

O passado da Covilhã remonta aos tempos da romanização da Península Ibérica, quando foi castro proto-histórico, abrigo de pastores lusitanos e fortaleza romana conhecida por Cava Juliana ou Silia Hermínia. Quem mandou erguer as muralhas do seu primitivo castelo foi D. Sancho I que em 1186 concedeu foral de vila à Covilhã. E, mais tarde, foi D. Dinis que mandou construir as muralhas do admirável bairro medieval das Portas do Sol.

Era já na Idade Média uma das principais "vilas do reino", situação em seguida confirmada pelo facto de grandes figuras naturais da cidade ou dos arredores se terem tornado determinantes em todos os grandes Descobrimentos dos séculos XV e XVI: o avanço no Oceano Atlântico, o caminho marítimo para a Índia, as descobertas da América e do Brasil, a primeira viagem de circum-navegação da Terra. Em plena expansão populacional quando surge o Renascimento, sector económico tinha particular relevo na agricultura, pastorícia, fruticultura e floresta. O comércio e a indústria estavam em franco progresso. Gil Vicente cita "os muitos panos finos". O Infante D. Henrique, conhecendo bem esta realidade, passou a ser "senhor" da Covilhã. A gesta dos Descobrimentos exigia verbas avultadas. As gentes da vila e seu concelho colaboraram não apenas através dos impostos, mas também com o potencial humano.

A expansão para além-mar iniciou-se com a conquista de Ceuta em 1415. Personalidades da Covilhã como Frei Diogo Alves da Cunha, que se encontra sepultado na Igreja da Conceição, participaram no acontecimento. A presença de covilhanenses em todo o processo prolonga-se com Pêro da Covilhã (primeiro português a pisar terras de Moçambique e que enviou notícias a D. João II sobre o modo de atingir os locais onde se produziam as especiarias, preparando o Caminho Marítimo para a Índia) João Ramalho, Fernão Penteado e outros.

Entre os missionários encontramos o Beato Francisco Álvares, morto a caminho do Brasil; frei Pedro da Covilhã, capelão na expedição de Vasco da Gama para a Índia, o primeiro mártir da Índia; o padre Francisco Cabral missionário no Japão; padre Gaspar Pais que de Goa partiu para a Abissínia; e muitos outros que levaram, juntamente com a fé, o nome da Covilhã e do Fundão para todas as partes do mundo. Os irmãos Rui e Francisco Faleiro, cosmógrafos, tornaram-se notáveis pelo conhecimento da ciência náutica. Renascentista é Frei Heitor Pinto, um dos primeiros portugueses a defender, publicamente, a identidade portuguesa. A sua obra literária está expressa na obra "Imagem da Vida Cristã". Um verdadeiro clássico.

A importância da Covilhã, neste período, explica-se não apenas pelo título "notável" que lhe concedeu o rei D. Sebastião [9] como também pelas obras aqui realizadas e na região pelos reis castelhanos. A Praça do Município foi até há poucos anos, de estilo filipino. Nas ruas circundantes encontram-se vários vestígios desse estilo. No concelho também. Exemplos de estilo manuelino também se encontram na cidade. É o caso de uma janela manuelina da judiaria da Rua das Flores. É o momento de citar o arquitecto Mateus Fernandes, covilhanense, autor do projecto da porta de entrada para as Capelas imperfeitas, no mosteiro da Batalha.

As duas ribeiras que descem da Serra da Estrela, Carpinteira e Degoldra, atravessam o núcleo urbano e estiveram na génese do desenvolvimento industrial. Elas forneciam a energia hidráulica que permitiam o laborar das fábricas. Junto a essas duas ribeiras deve hoje ser visto um interessante núcleo de arqueologia industrial, composto por dezenas de edifícios em ruínas. Nos dois locais são visíveis dezenas de antigas unidades, de entre as quais se referem a fábrica-escola fundada pelo Conde da Ericeira em 1681 junto à Carpinteira e a Real Fábrica dos Panos criada pelo Marquês de Pombal em 1763 junto à ribeira da Degoldra. Esta é agora a sede da Universidade da Beira Interior na qual se deve visitar o Museu de Lanifícios, já considerado o melhor núcleo museológico desta indústria na Europa.[10] A Covilhã foi, finalmente, elevada à condição de cidade a 20 de Outubro de 1870 pelo Rei D. Luís I, por ser "uma das villas mais importantes do reino pela sua população e riqueza.".[11]

População

Número de habitantes [12]
186418781890190019111920193019401950196019701981199120012011
29 36833 99847 96844 42748 40045 58349 93460 60868 52272 95762 01460 94553 99954 50551 797

(Obs.: Número de habitantes "residentes", ou seja, que tinham a residência oficial neste concelho à data em que os censos se realizaram.)

Número de habitantes por Grupo Etário [13]
190019111920193019401950196019701981199120012011
0-14 Anos15 63917 31814 79516 66819 16020 90521 84816 42514 33210 0547 5406 369
15-24 Anos8 4839 1538 3639 87411 78812 77712 74311 13510 1318 2587 4325 013
25-64 Anos18 40119 64819 79721 14325 97829 94733 32228 62528 74327 20728 96728 166
= ou > 65 Anos1 8242 1121 9972 6293 3194 3105 0446 3807 7398 48010 56612 249
> Id. desconh04129980189

(Obs: De 1900 a 1950 os dados referem-se à população "de facto", ou seja, que estava presente no concelho à data em que os censos se realizaram. Daí que se registem algumas diferenças relativamente à designada população residente)

Estes dados são referentes à globalidade do Concelho.

Relativamente à cidade propriamente dita temos, segundo os censos de 2011, a seguinte distribuição demográfica:[14]

Freguesias da CidadePopulação 2011
Boidobra3 246
Cantar-Galo e Vila do Carvalho3 974
Covilhã e Canhoso19 022
Teixoso e Sarzedo4 490
Tortosendo5 624
Total36 356

Geografia

Relevo

Torre vista das Penhas da Saúde, na Covilhã
Nevão nas Penhas da Saúde, em Janeiro de 2007.

Situada na parte sudeste da Serra da Estrela, a área urbana da Covilhã possui altitudes que variam de 450 a 800 metros. É também a cidade portuguesa mais proxíma do ponto mais alto de Portugal Continental, a Torre (1.993 metros), distando cerca de 20 km do cume da Serra da Estrela. A Torre pertence aos concelhos de Covilhã, Manteigas e Seia. A Torre também dá o nome à localidade onde está situada, a parte mais elevada da serra.[7]

Vegetação

Há o predomínio de bosques, com árvores como o carvalho e a azinheira, entre outras. Entre a vegetação arbustiva, a carqueja é bastante encontrada. A vegetação torna-se escassa em direcção à Torre.

Clima

O clima do município é mediterrânico (Csa, segundo a classificação climática de Köppen-Geiger), sendo que as precipitações são mais escassas no verão. Os Verões apresentam temperaturas altas, enquanto os Invernos têm temperaturas amenas durante o dia e mais baixas à noite.

O frio aumenta conforme a altitude, variando de temperaturas mais altas nas partes mais baixas a temperaturas negativas e ocorrências de neve, por vezes abundantes, nas áreas mais elevadas, como a localidade de Penhas da Saúde, acima de 1 500 metros de altitude, a apenas 9 km da Torre. Na área urbana da Covilhã, a neve raramente aparece e geralmente não acumula sobre o solo.

O mês mais quente é Agosto, com temperatura média de 22,2 °C, enquanto o mês mais frio é Janeiro, com média de 6,2 °C. A temperatura média anual da Covilhã é de 13,6 °C e a precipitação média anual é de 1 082 mm.

[Esconder]Dados climatológicos para Covilhã (altitude - 614m)
MêsJanFevMarAbrMaiJunJulAgoSetOutNovDezAno
Temperatura máxima média (°C)9,411,213,516,419,224,728,128,424,418,913,19,818,1
Temperatura média (°C)6,27,49,511,814,319,121,922,219,114,79,76,713,6
Temperatura mínima média (°C)3,13,65,67,29,513,515,716,013,910,56,33,69,0
Precipitação (mm)1621501099076491010471051461281 082
Fonte: Climate Data[15] 02 de Setembro de 2013
[Esconder]Dados climatológicos para Penhas da Saúde (altitude - 1 606m)
MêsJanFevMarAbrMaiJunJulAgoSetOutNovDezAno
Temperatura máxima média (°C)4,45,06,48,811,517,220,821,117,312,17,14,811,4
Temperatura média (°C)1,62,03,25,27,812,916,116,513,38,94,32,17,8
Temperatura mínima média (°C)-1,1-1,00,11,74,18,711,411,99,45,81,5-0,64,4
Precipitação (mm)261237182131116832218671612341981 710
Fonte: Climate Data[16] 03 de Setembro de 2013

Condecorações

Personalidades ilustres

Postscript-viewer-blue.svgVer também a categoria: Naturais da Covilhã
Torre de S. Tiago

Economia

Vista da Covilhã, Biblioteca Central da Universidade da Beira Interior

Há 800 anos aqui existe o trabalho da  que hoje se reflecte em modernas unidades industriais, sendo a Covilhã um dos principais centros de lanifícios da Europa e é por esse motivo uma localidade com forte cultura operária. Poucos centros urbanos podem assumir uma actividade económica regular ao longo de oito séculos, mas é esse o caso da Covilhã e do trabalho dos lanifícios. Como manufactura primeiro, como indústria depois, o certo é que ainda hoje a cidade é um dos principais centros europeus de produção de lanifícios. Actualmente, esta indústria produz por ano cerca de 40 000 km de tecido,e através de várias empresas têxteis com destaques para a Paulo de Oliveira,[18] a Penteadora,[19] a Tessimax[20], A. Saraiva e a filial portuguesa da Haco Etiquetas, as quais são fornecedoras de grandes marcas têxteis mundiais como a Hugo BossArmaniZegnaMarks & SpencerYves St. LaurentCalvin Klein e Christian Dior. É a cidade mais próxima da estância de inverno onde se localizam as únicas pistas de esqui portuguesas e às quais se acede percorrendo espantosas paisagens de montanha. A Covilhã é, nos dias de hoje, uma cidade que para além das tradicionais "ubelhas" (pronúncia serrana para Ovelhas), tem também uma miríade de actividades económicas marcadas pelo capitalismo moderno. Ainda assim, mantém viva uma tradição serrana bem manifestada pela produção e venda de produtos lácteos e de genérica proveniência ovina.

A cidade da Covilhã conta ainda com um shopping de grande dimensão, o Serra Shopping do grupo Sonae, inaugurado em 2005, que resultou da ampliação da galeria Modelo. O Serra Shopping conta com cerca de 75 lojas.

Política

Eleições autárquicas

Data%V%V%V%V%V%V%V
PSCDS-PPAPU/CDUPPD/PSDADPRDIND
197639,01418,30115,55111,881
197940,203AD19,281AD34,593
198243,86419,10129,972
198521,29227,14231,44214,651
198930,85229,27234,543CDU
199342,6644,48-11,26137,254
199733,0634,25-11,78148,295
200118,6612,60-8,57-65,976
200524,6621,62-7,89-58,945
200926,8332,78-7,47-56,696
201337,51311,01115,01128,322
201746,41515,1016,21-7,37-18,161

Eleições legislativas

Data%
PSCDSPSDPCPUDPADAPU/

CDU

FRSPRDPSNB.E.PANPàFLCHIL
197643,4414,7114,6413,011,58
197927,79ADADAPU2,7537,3924,42
1980FRS1,2037,8520,6933,07
198339,9213,5017,020,9421,76
198519,7610,7318,591,4917,8825,58
198727,004,5736,62CDU0,9216,088,03
199137,693,9540,5410,310,961,94
199558,866,9622,730,617,51
199957,316,0921,5210,241,32
200255,276,5626,496,411,68
200564,773,6317,376,594,05
200948,156,4220,888,4410,10
201144,327,8426,798,404,800,70
201543,67PàFPàF10,2412,140,7525,200,62
201944,913,8217,877,6513,922,430,810,820,57

Ensino

2º e 3ª Ciclos

Secundário

A nível do ensino secundário a cidade da Covilhã conta com três escolas, Escola Secundária Campos Melo (antiga escola industrial), Escola Secundária Frei Heitor Pinto (antigo liceu) e Escola Secundária das Palmeiras.

  • Escola Secundária com 3º ciclo do ensino básico de Campos Melo
  • Escola Secundária com 3º ciclo do ensino básico de Frei Heitor Pinto
  • Escola Secundária com 3º ciclo do ensino básico Quinta das Palmeiras

Profissional e Artístico

  • AFTEBI - Associação para a Formação Tecnológica e Profissional da Beira Interior
  • EPABI - Escola Profissional de Artes da Beira Interior
  • Escola Profissional Agrícola Quinta da Lageosa (Aldeia do Souto)
  • Centro de Formação Empresarial da Cova da Beira (Tortosendo)
  • Conservatório de Música da Covilhã

Universidade da Beira Interior

Vista do pólo I da Universidade da Beira Interior

O ensino superior está presente na cidade da Covilhã desde a fundação do Instituto Politécnico, em 1973. Este acontecimento surgiu a partir das actividades do grupo de trabalho para o Planeamento Regional da Cova da Beira, tendo a instituição começado a receber os primeiros alunos dos cursos de Engenharia Têxtil e Administração e Contabilidade. No ano de 1979, o então Instituto Politécnico, converteu-se em Instituto Universitário da Beira Interior e, em 1986, o Instituto Universitário passa a Universidade da Beira Interior. O seu primeiro Reitor foi o Prof. Doutor Cândido Manuel Passos Morgado, seguindo-se o Prof. Doutor Manuel José dos Santos Silva, o Prof. Doutor João António de Sampaio Rodrigues Queiroz, atual diretor geral do ensino superior e, presentemente, o Prof. Doutor António Fidalgo.[21] A UBI é frequentada por cerca de 8000 alunos repartidos pelas trinta e duas licenciaturas do primeiro ciclo de Bolonha, quarenta e seis mestrados do segundo ciclo de Bolonha e vinte e nove áreas de doutoramento.[22]

Desporto

Futebol

Ao nível do futebol a cidade conta com o Sporting da Covilhã, o clube mais bem sucedido no distrito, tendo ao todo 15 presenças na Primeira Liga e sido uma vez finalista da Taça de Portugal. A sua equipa principal disputa atualmente a Segunda Liga tendo também outras equipas nas camadas jovens, ainda nesta modalidade existe a Associação Desportiva da Estação, que compete no Campeonato Distrital de Castelo Branco, onde já conquistou alguns títulos, destacando-se também nas camadas jovens.

Atletismo

A nível de atletismo existem três clubes na Covilhã:

  • Estrela Campo da Aviação FC
  • Penta Clube da Covilhã
  • CCD Leões da Floresta

Comunicação social

Desde Outubro de 2006 que a Covilhã tem um jornal de distribuição gratuita da Beira Interior: o Já Agora[23] tem uma tiragem de 14 mil exemplares por edição e é distribuído nas caixas de correio da zona urbana da cidade, quinzenalmente, às quartas-feiras. Existem dois jornais locais semanários, o Fórum Covilhã e o Notícias da Covilhã, sendo este o semanário mais antigo do distrito. A rádio local é a Rádio Covilhã (95.6 97.0 MHz). Há ainda a Tribuna Desportiva, um suplemento semanal sobre o desporto de todo o distrito e região.

Espaços públicos e património

Jardim do Lago
Igreja da Misericórdia
Capela do Calvário

A Praça do Município (ou do Pelourinho) é a principal praça e a mais central da Covilhã. Situa-se em pleno centro histórico. Há muitos anos, nela se podia admirar um pelourinho do século XVI que foi destruído, juntamente com o edifício filipino da câmara, aquando da reformulação deste espaço.[24]

A Covilhã possui ainda grandes jardins e parques, como o Jardim Público, Jardim do Lago, Parque Alexandre Aibéo, Jardim de N. Sra. da Conceição e o Parque da Goldra.

Como monumentos classificados mais significativos, a cidade tem, entre outros, os seguintes imóveis:

Igreja de Santa Maria Maior - igreja barroca que tem a particularidade de ter a fachada coberta por azulejos;

Igreja de São Francisco - igreja gótica, pertenceu ao antigo Convento de S. Francisco;

Igreja da Misericórdia da Covilhã - igreja maneirista, situada no coração da cidade;

Capela de São João de Malta - pequena capela que, em tempos, pertenceu à Ordem de Malta;

Capela Românica de S. Martinho - capela românica. Trata-se da mais antiga edificação na cidade. Consta-se que aqui casou Pêro da Covilhã em 1478;

Capela do Calvário - capela gótica cujo interior foi coberto por talha dourada e pinturas alusivas à vida de Jesus Cristo.

Torre de São Tiago - edificada no século XIX, é um dos ex-libris da Covilhã por se avistar praticamente de qualquer ponto da cidade;

Real Fábrica de Panos - manufactura real, fundada pelo Marquês de Pombal em 1764. Actualmente reconvertida em Museu dos Lanifícios;

Muralhas da Covilhã - edificadas por ordem de D. Sancho I, mais tarde alargadas por D. Dinis. Ficaram muito danificadas pelo terramoto de 1755. Actualmente restam apenas alguns troços desta edificação.

Monumento a Nossa Senhora da Boa Estrela - Monumento esculpido na rocha em homenagem à padroeira dos pastores. Fica situado junto à Torre, ponto mais alto de Portugal Continental.

Museus

Bandas filarmónicas do concelho da Covilhã

Existem ao todo oito bandas filarmónicas em atividade espalhadas por algumas freguesias do concelho, são elas:[25]

  • Associação Filarmónica Sanjorgense - São Jorge da Beira
  • Banda Filarmónica Caseguense - Casegas
  • Filarmónica Recreativa Eradense - Erada
  • Banda Filarmónica do Paúl - Paúl
  • Sociedade Filarmónica Recreativa Estrela de Unhais da Serra - Unhais da Serra
  • Filarmónica Recreativa Cortense - Cortes do Meio
  • Associação Recreativa e Musical Covilhanense (Banda da Covilhã)
  • Filarmónica Recreativa Carvalhense - Vila do Carvalho

Freguesias

Freguesias do concelho da Covilhã.

O concelho da Covilhã está dividido em 21 freguesias:

Geminações

A cidade da Covilhã é geminado com as seguintes cidades:[26]

Referências

  1.  «População residente, segundo a dimensão dos lugares, população isolada, embarcada, corpo diplomático e sexo, por idade (ano a ano)». Informação no separador "Q601_Centro". Instituto Nacional de Estatística. Consultado em 1 de Março de 2014Cópia arquivada em 4 de dezembro de 2013
  2.  INE (2013). Anuário Estatístico da Região Centro 2012. Lisboa: Instituto Nacional de Estatística. p. 33. ISBN 978-989-25-0217-5ISSN 0872-5055. Consultado em 5 de maio de 2014
  3.  Instituto Geográfico Português (2013). «Áreas das freguesias, municípios e distritos/ilhas da CAOP 2013»Carta Administrativa Oficial de Portugal (CAOP), versão 2013. Direção-Geral do Território. Consultado em 28 de novembro de 2013. Arquivado do original (XLS-ZIP) em 9 de dezembro de 2013
  4.  INE (2012). Censos 2011 Resultados Definitivos – Região Centro. Esta página tem um erro: os nomes dos concelhos e freguesias estão deslocados duas linhas para baixo em relação aos respectivos dados. Lisboa: Instituto Nacional de Estatística. p. 116. ISBN 978-989-25-0184-0ISSN 0872-6493. Consultado em 27 de julho de 2013
  5.  INE (2012). «Quadros de apuramento por freguesia»(XLSX-ZIP)Censos 2011 (resultados definitivos). Tabelas anexas à publicação oficial; informação no separador "Q101_CENTRO". Instituto Nacional de Estatística. Consultado em 27 de julho de 2013
  6.  Lei n.º 11-A/2013, de 28 de janeiro: Reorganização administrativa do território das freguesias. Anexo I. Diário da República, 1.ª Série, n.º 19, Suplemento, de 28/01/2013.
  7. ↑ Ir para:a b Carta Administrativa Oficial de Portugal
  8.  Classificação do semanário Expresso
  9.  «Cópia arquivada». Consultado em 20 de agosto de 2008. Arquivado do original em 17 de maio de 2008
  10.  [1]
  11.  [2]
  12.  «Recenseamentos Gerais da População». Instituto Nacional de Estatística
  13.  INE - http://censos.ine.pt/xportal/xmain?xpid=CENSOS&xpgid=censos_quadros
  14.  IGEO.pt
  15.  «Climate data: Covilhã». Climate-data. Consultado em 2 de setembro de 2013
  16.  «Climate data: Penhas da Saúde». Climate-data. Consultado em 3 de setembro de 2013
  17. ↑ Ir para:a b «Cidadãos Nacionais Agraciados com Ordens Portuguesas». Resultado da busca de "Cidade da Covilhã". Presidência da República Portuguesa. Consultado em 22 de outubro de 2014
  18.  Paulo de Oliveira, S.A.
  19.  A Penteadora, S.A.
  20.  Tessimax - Lanifício, S.A.
  21.  «História da UBI». Consultado em 21 de agosto de 2008. Arquivado do original em 22 de maio de 2009
  22.  Página da UBI
  23.  «jaagora.surprisebox.pt». Consultado em 7 de abril de 2019. Arquivado do original em 4 de fevereiro de 2016
  24.  O Pelourinho da Covilhã: Silo-Auto versus Praça Urbana
  25.  Lista de bandas filarmónica no Distrito de Castelo Branco
  26.  http://www.anmp.pt/anmp/pro/mun1/gem101l0.php?cod_ent=M6200

Ver também

Ligações externas

Commons possui uma categoria contendo imagens e outros ficheiros sobre Covilhã

DIA NACIONAL DA PARALISIA CEREBRAL - 20 DE OUTUBRO DE 2020

 


Paralisia cerebral

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Paralisia cerebral
Criança com paralisia cerebral
EspecialidadePediatrianeurologiafisiatria
SintomasMá coordenação, rigidez muscular, fraqueza muscular, tremores[1]
ComplicaçõesCrises epilépticasdeficiência intelectual[1]
Início habitualInício da infância[1]
DuraçãoPermanente[1]
CausasGeralmente desconhecidas[1]
Fatores de riscoParto prematuro, ser um gémeo, algumas infeções durante a gravidez, parto difícil[1]
Método de diagnósticoBaseado no desenvolvimento da criança[1]
TratamentoFisioterapiaterapia ocupacionalterapia da falaortóteses, cirurgia ortopédica[1]
MedicaçãoDiazepambaclofenotoxina botulínica[1]
Frequência2,1 em cada 1000[2]
Classificação e recursos externos
CID-10G80
CID-9343
OMIM603513 605388
DiseasesDB2232
MedlinePlus000716
eMedicineneuro/533 pmr/24
MeSHD002547
A Wikipédia não é um consultório médico. Leia o aviso médico 

Paralisia cerebral (PC) é um grupo de perturbações do movimento permanentes que surge durante o início da infância. Os sinais e sintomas variam entre pessoas. Os sintomas mais comuns são má coordenação motora, rigidez muscular, fraqueza muscular e tremores. Podem também verificar-se dificuldades a nível dos sentidosvisãoaudiçãodeglutição e fala. É frequente que os bebés com paralisia cerebral comecem a rebolar, sentar, gatinhar ou caminhar mais tarde do que outras crianças da mesma idade. Em cerca de um terço das pessoas com PC verificam-se dificuldades ao nível da cognição e convulsões epilépticas. Embora os sintomas se possam tornar mais evidentes ao longo dos primeiros anos de vida, os problemas que estão na sua origem não se agravam com o tempo.[1]

A paralisia cerebral é causada pelo desenvolvimento anormal ou lesões nas partes do cérebro que controlam o movimento, equilíbrio e postura.[1][3] Na maior parte dos casos estes problemas ocorrem durante a gravidez. No entanto, podem também ocorrer durante o parto ou imediatamente após o parto. Muitas vezes a causa é desconhecida. Entre os fatores de risco estão, entre outros, o parto prematuro, a ocorrência de gémeos, algumas infeções durante a gravidez como a toxoplasmose ou rubéola congénita, a exposição a metil mercúrio durante a gravidez, complicações no parto e trauma craniano durante os primeiros anos de vida.[1] Acredita-se que cerca de 2% dos casos se devam a causas genéticas hereditárias.[4] Alguns sub-tipos são classificados de acordo com os problemas específicos que se manifestam. Por exemplo, as pessoas com rigidez muscular apresentam paralisia cerebral espástica, as pessoas com má coordenação apresentam paralisia cerebral atáxica e as pessoas com movimentos instáveis apresentam paralisia cerebral atetoide. O diagnóstico tem por base o desenvolvimento da criança ao longo do tempo. É possível o recurso a análises ao sangue e imagiologia médica para descartar outras possíveis causas.[1]

A paralisia cerebral é parcialmente evitável através de vacinação da mãe e de cuidados de segurança no sentido de evitar lesões cerebrais nas crianças. Não existe cura para a doença. No entanto, os existem tratamentos de apoio, medicação e cirurgia que podem ajudar muitas das pessoas. Entre estes estão a fisioterapiaterapia ocupacional e terapia da fala. Alguns medicamentos, como o diazepam, o baclofeno e a toxina botulínica, podem ajudar a relaxar os músculos. Entra as opções cirúrgicas estão o alongamento muscular e o corte de nervos hiperativos. Pode ser ainda possível o recurso a ortóteses ou outras tecnologias de apoio. Com tratamento adequado, algumas crianças afetadas conseguem alcançar em adultos uma qualidade de vida próxima do normal. Embora seja comum o recurso a medicina alternativa, não há evidências que apoiem a sua eficácia.[1]

A paralisia cerebral é o distúrbio de movimento mais comum em crianças,[5] afetando cerca de 2,1 em cada 1000 nados-vivos.[2] Ao longo da História, têm sido documentados inúmeros casos de paralisia cerebral As primeiras descrições conhecidas são as da obra de Hipócrates do século V a.C. O estudo sistemático da condição teve início no século XIX através de William John Little.[6] A denominação da condição foi feita por William Osler, a partir do termo alemão "zerebrale Kinderlähmung" (paralisia cerebral infantil).[7] Estão atualmente a ser investigados uma séria de potenciais tratamentos, entre os quais a terapia com células estaminais. No entanto, é ainda necessário aprofundar a investigação de modo a determinar a sua eficácia e segurança.[1]

Causas

Como foi citado anteriormente, suas causas encontram-se nos três períodos da gestação (antes, durante ou após).

O cérebro é o órgão que controla todas as funções do organismo e para isso necessita do oxigênio. A falta deste nutriente é uma das maiores causas de lesão cerebral, trazendo prejuízo para o desenvolvimento.

sistema nervoso central é formado pelo cérebro e medula espinhal, seu desenvolvimento inicia dentro do útero e continua até os 21 anos de idade. Conforme as etapas de desenvolvimento do cérebro, as suas áreas vão criando novas conexões, desta forma as lesões cerebrais tem efeitos diferentes. Após ser lesado, o sistema nervoso passa a contar com as áreas não afetadas para continuar exercer suas funções porém é possível que ele consiga estabelecer algumas novas redes nervosas. Esta capacidade é conhecida como neuro-plasticidade.

Entretanto, como a paralisia cerebral é raramente diagnosticada até pelo menos vários meses após o nascimento, a causa precisa da lesão cerebral numa criança é frequentemente especulativa.

Classificação

Os pacientes com paralisia cerebral possuem principalmente comprometimento motor, influenciando no seu desempenho funcional. Segundo Schwartzman (1993) e Souza & Ferraretto (1998), a paralisia cerebral pode ser classificada por: tipo de disfunção motora extrapiramidal ou discinético (atetoide, coreico e distônico), atáxico, misto e espástico; ou pela topografia das lesões (localização no corpo), que inclui tetraplegia, monoplegia, diplegia e hemiplegia. A forma espástica é a mais encontrada e frequente em 88% dos casos.3, 4

Quanto a disfunção motora:

  • Atetoide: caracterizada por movimentos involuntários; neste tipo, os movimentos são involuntários devido a um estímulo ineficaz e exagerado que o cérebro envia ao músculo, não sendo capaz de manter um padrão;
  • Coreico: acomete crianças e jovens do sexo feminino com movimentos involuntários e descoordenados dos membros e dos músculos da face (Dança de S. Guido);
  • Distônico: incoordenação do tônus muscular;
  • Atáxico: dificuldade de coordenação motora (tremores ao realizar um movimento);
  • Mistos: quando apresentam pelo menos dois tipos associados de alteração do movimento (exemplo: espástico e atetoide);
  • Espástico: ocorre uma lesão do córtex cerebral, diminuindo a força muscular e aumentando o tônus muscular. A tensão muscular encontra-se aumentada notada ao realizar algum alongamento da musculatura ou mesmo um estiramento.

Quanto a topografia da lesão

  • Tetraplegia (hemiplegia bilateral ou quadriplegia): ocorrendo em 9 a 43% dos casos, com lesões difusas bilateral no sistema piramidal apresentando tetraparesia espástica com retrações em semiflexão severas, síndrome pseudobulbar (hipomimia, disfagia e disartria), e até microcefalia, deficiência mental e epilepsia.
  • Diplegia: surge em 10 a 30 % dos pacientes, sendo mais comum em prematuros, comprometendo os membros inferiores, podendo apresentar hipertonia dos músculos adutores, denominado síndrome de Little (cruzamento dos membros inferiores e marcha "em tesoura"). Existem vários graus para classificar a intensidade do distúrbio, podendo ser pouco afetado (com um prognóstico bom, sendo capaz de se adaptar à vida diária) ou graves com limitações funcionais. Ao 1º ano de vida, a criança pode se apresentar hipotônica, passando para distonia intermitente, com tendência ao opistótono quando estimulada. Nos casos mais graves a criança pode permanecer num destes estágios por toda a sua vida, porém geralmente passa a exibir hipertonia espástica, inicialmente extensora e, finalmente, com graves retrações semiflexoras.
  • Hemiplegia: é a mais comum de todas, comprometendo mais o membro superior; acompanhada de espasticidade, hiperreflexia e sinal de Babinski. O padrão hemiplégico caracteriza-se pela postura semiflexora do membro superior, com o membro inferior hiperestendido e aduzido, e o pé em postura equinovara, podendo aparecer ser encontrado hipotrofia dos segmentos acometidos, hemi-hipoestesia ou hemianopsia.

Associado ao distúrbio motor, o quadro clínico pode incluir:

  1. Deficiência cognitiva: ocorre de 30 a 70% dos pacientes. Está mais associada às formas tetraplégicas, diplégicas ou mistas;
  2. Epilepsia: varia de 25 a 35% dos casos, ocorrendo mais associado com a forma hemiplégica ou tetraplégica;
  3. Distúrbios da linguagem;
  4. Distúrbios visuais: pode ocorrer perda da acuidade visual ou dos movimentos oculares (estrabismo);
  5. Distúrbios do comportamento: são mais comuns nas crianças com inteligência normal ou limítrofe, que se sentem frustradas pela sua limitação motora, quadro agravado em alguns casos pela super proteção ou rejeição familiar;
  6. Distúrbios ortopédicos: mesmo nos pacientes submetidos à reabilitação bem orientada, são comuns retrações fibrotendíneas (50%) cifoescoliose (15%), "coxa valga"(5%) e deformidades nos pés.

Nota:

  • Hemi-hipoestesia: diminuição da sensibilidade de uma metade do corpo;
  • Hemianopsia: deficit visual de um lado;
  • Opistótono: posição assumida pelo corpo, durante os ataques convulsivos, em que ele fica de tal maneira arqueado que pode ficar levantado da cama unicamente pelos calcanhares e pela cabeça.

Diagnóstico

O diagnóstico está ligado ao atraso no desenvolvimento neuropsicomotor com associação ou não de outros sintomas. A criança apresenta alguns reflexos indevidos para sua idade e dificuldade em adquirir outros próprios de sua idade atual.

Uma boa avaliação da criança com anamnese e exame físico detalhado auxiliam na definição precisa do tipo de distúrbios do sistema nervoso central. Conforme a intensidade e o tipo de anormalidades neurológicas, um eletroencefalograma (EEG) e tomografia computadorizada (TC) podem ser úteis para identificar o local e a extensão das lesões ou malformações congênitas. Outros testes podem ser incluídos para auxiliar o diagnóstico. Como esta doença está ligada a diversas complicações dos sistemas, é importante uma abordagem multidisciplinar na avaliação e tratamento.

Os profissionais que atendem este tipo de criança devem dispor de várias técnicas e recursos com objetivos de melhorar a espasticidade, eliminar os fatores agravantes, reabilitar através do uso de órteses, farmacoterapia, cirurgias ortopédicas e neurocirurgia.

Tratamento

O tratamento visa controlar as crises convulsivas, as complicações decorrentes das lesões e a prevenção de outras doenças, contraturas ou problemas.

O tratamento medicamentoso baseia-se no uso de anticonvulsivantes e psiquiátricos, quando necessários para obter controle dos distúrbios afetivos-emocionais e da agitação psicomotora.

O tratamento cirúrgico envolve cirurgias ortopédicas para corrigir deformidades e estabilizar a articulação, além de preservar a função e aliviar a dor.

A terapia ocupacional é geralmente indicada, visto que estes apresentam dificuldades em níveis variados na realização de suas atividades de vida diária, como alimentação, banho, vestuário, higiene pessoal, mobilidade e transferências. O terapeuta ocupacional trabalha com a rotina do indivíduo e o auxilia a desempenhar suas atividades de maneira autônoma e independente, buscando o melhor nível de desempenho em todas suas atividades, incluindo autocuidado, lazer, trabalho, participação social e educação.

A fisioterapia tem por objetivo inibir a atividade reflexa anormal normalizando o tônus muscular e facilitar o movimento normal, consequentemente melhorando a força, flexibilidade, amplitude de movimento (ADM), e as capacidades motoras básicas para a mobilidade funcional. As metas de um programa de reabilitação são reduzir a incapacidade, prevenir contraturas e deformidades e otimizar a função. Os alongamentos músculo-tendinosos devem ser lentos e realizados diariamente para manter a amplitude de movimento e reduzir o tônus muscular. Exercícios de grande resistência podem auxiliar no fortalecimento muscular, mas com as devidas precauções em pacientes com lesões centrais, pois reforçarão as reações tônicas anormais já existentes aumentando a espasticidade.

Há quatro categorias de intervenção, as quais devem apresentar uma combinação para suprir todos os aspectos das disfunções dos movimentos nas crianças com paralisia cerebral:

  1. Enfoque biomecânico;
  2. Enfoque neurofisiológico;
  3. Enfoque do desenvolvimento; e
  4. Enfoque sensorial.

O enfoque biomecânico utiliza-se dos princípios da cinética e cinemática para dos movimentos humano, com movimento, resistência e as forças necessárias para melhorar as atividades de vida diária.

O neurofisiológico e do desenvolvimento sendo assim chamado de neuroevolutivo. Inclui uma combinação de técnicas neurofisiológicas e do conhecimento da sequência do desenvolvimento, como se observa no tratamento de Rood, de Brunnstrom, na facilitação neuromuscular proprioceptiva (Kabat) e no tratamento neuroevolutivo Bobath.

As técnicas de tratamento sensorial promovem experiências sensoriais apropriadas e variadas (Tátil, proprioceptiva, cinestésica, visual, auditiva, gustativa, etc.) para as crianças com espasticidade facilitando assim uma aferência motora apropriada.

O acompanhamento psicológico familiar é importante, pois ajuda os pais a entenderem melhor, auxiliar no atendimento e prevenir complicações.

Deve-se reconhecer quando as deficiências são muito graves, sendo desnecessário a utilização de recursos caros e demorados que geram ansiedade e expectativa da família, sem alterar o quadro clínico do paciente.

Prognóstico

O prognóstico da encefalopatia crônica não progressiva (paralisia cerebral) depende do grau das lesões dos sistemas e da disponibilidade e qualidade da reabilitação. Porém, mesmo nos casos de bom prognóstico existem 3 fatores de grande relevância no desenvolvimento da criança: o grau de deficiência mental, o número de crises epilépticas e a intensidade do distúrbio de comportamento. Crianças com deficiência mental moderada ou grave, associadas a crises epilépticas de difícil controle ou com atitudes negativistas ou agressivas, não respondem bem a reabilitação.

Epidemiologia

A incidência ocorre de forma moderada a severa entre 1,5 e 2,5 por 1000 nascidos vivos em países desenvolvidos; porém também há registros de 7:1000. Em Inglaterra estuda-se que a incidência ocorre em cerca de 1,5/1000, já no Brasil os estudos não foram capazes de especificar a proporção de incidência, suspeitando apenas de que seja alta.

Referências

  1. ↑ Ir para:a b c d e f g h i j k l m n o «Cerebral Palsy: Hope Through Research». National Institute of Neurological Disorders and Stroke. Julho de 2013. Consultado em 18 de março de 2017
  2. ↑ Ir para:a b Oskoui, M; Coutinho, F; Dykeman, J; Jetté, N; Pringsheim, T (Junho de 2013). «An update on the prevalence of cerebral palsy: a systematic review and meta-analysis.». Developmental Medicine & Child Neurology55 (6): 509–19. PMID 23346889doi:10.1111/dmcn.12080
  3.  «Cerebral Palsy: Overview»National Institutes of Health. Consultado em 21 de fevereiro de 2017
  4.  «CEREBRAL PALSY, SPASTIC QUADRIPLEGIC, 1; CPSQ1»Online Mendelian Inheritance in Man. 13 de novembro de 2012. Consultado em 4 de março de 2015
  5.  «How many people are affected?»National Institutes of Health. 5 de setembro de 2014. Consultado em 4 de março de 2015
  6.  Panteliadis, C; Panteliadis, P; Vassilyadi, F (abril de 2013). «Hallmarks in the history of cerebral palsy: from antiquity to mid-20th century.». Brain & Development35 (4): 285–92. PMID 22658818doi:10.1016/j.braindev.2012.05.003
  7.  «What is cerebral palsy?». The Cerebral Palsied Association of the Philippines Inc.

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