Greve climática de setembro de 2019
Greve climática de setembro de 2019 | |
---|---|
Data | 20—27 de setembro de 2019 |
Local | No mundo todo |
Tipo | Manifestação |
Causa | Mudança do clima |
Organizado por | Coalizão do Futuro Fridays for Future |
Participantes | Katie Eder Greta Thunberg |
As greves climáticas de setembro de 2019, também conhecidas como Semana Global do Futuro, foram uma série de greves e protestos internacionais liderados por jovens e adultos para exigir que sejam tomadas medidas para combater as mudanças climáticas. As greves ocorreram entre 20 de setembro, três dias antes da cimeira de ação climática das Nações Unidas, e 27 de setembro.[1][2] Os protestos ocorreram em 4.500 locais em mais de 150 países.[3][4] O evento fez parte da greve escolar pelo movimento climático, inspirado pela ativista climática sueca Greta Thunberg.[5][6]
Os protestos de 20 de setembro foram provavelmente as maiores greves climáticas da história mundial, porque os organizadores relataram que mais de 4 milhões de pessoas participaram das greves em todo o mundo,[7] incluindo 1.4 milhão de participantes na Alemanha. Estima-se que 300.000 manifestantes participaram de greves na Austrália, outras 300.000 pessoas se juntaram a protestos no Reino Unido e manifestantes em Nova Iorque — onde Greta Thunberg fez um discurso — totalizaram aproximadamente 250.000. Mais de 2.000 cientistas em 40 países se comprometeram a apoiar as greves.
Uma segunda onda de protestos ocorreu em 27 de setembro, com mais de 2.400 protestos planejados. Foram relatados números de 1 milhão de manifestantes na Itália e 170.000 pessoas na Nova Zelândia. No Canadá, onde Greta Thunberg deve falar, o conselho escolar de Montreal cancelou as aulas para seus 114.000 alunos.
Contexto[editar | editar código-fonte]
A greve foi a terceira greve global da greve escolar pelo movimento climático. A primeira greve em março de 2019 teve 1,6 milhão de participantes de mais de 125 países.[2][8] A segunda, que ocorreu em maio de 2019, foi marcado para coincidir com a eleição do Parlamento Europeu de 2019, consistindo em mais de 1.600 eventos em 125 países.[8][9][10][11] As terceiras greves ocorreram entre 20 e 27 de setembro. Elas ocorreram durante as cimeiras das Nações Unidas, na Cimeira do Clima para a Juventude (21 de setembro) e na Cimeira de Ação Climática (23 de setembro).[1] 27 de setembro também foi o aniversário da publicação de Silent Spring, um livro de 1962 que foi fundamental para iniciar o movimento ambientalista.[1]
Protestos[editar | editar código-fonte]
20 de setembro[editar | editar código-fonte]
No Brasil, nomeadamente em Rio de Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte, Fortaleza, Maceió, Recife, São Luís e Salvador, diversas manifestações ocorreram, onde as pessoas protestaram contra os incêndios na Amazônia, contra as indústrias poluentes (termoelétricas), contra as mudanças climáticas e para que todos ajudem a "salvar o planeta".[12]
Centenas de estudantes na capital portuguesa de Lisboa protestaram a uma demanda do governo por medidas ambientais, incluindo o fechamento de usinas de carvão e gás no país, além de várias outras questões sobre o meio ambiente em Portugal.[13]
Os principais protestos ocorreram nos Estados Unidos, nomeadamente em Nova Iorque (onde irá ocorrer a Cúpula do Clima da ONU) e na capital Washington, D.C.[12] Outros protestos também ocorreram em dezenas de outros países ao redor do mundo. Na Austrália, cerca de 300 mil pessoas foram às ruas em mais de 100 cidades; em Londres, Inglaterra, o número foi de 100 mil pessoas.[12] Na Alemanha, cerca de 1,4 milhão de pessoas compareceram nos protestos.[12] Milhares e milhares de pessoas também foram às ruas em África do Sul, Bolívia, Dinamarca, Países Baixos, Oceania, Índia, Noruega, Polônia, Ucrânia e em diversos outros países.[12]
Alguns meios de comunicação previram que as greves fossem o maior protesto climático da história mundial,[2][14] sendo que, posteriormente, os organizadores relataram que mais de 4 milhões de pessoas participaram das greves em todo o mundo, confirmando assim as expectativas.[7]
27 de setembro[editar | editar código-fonte]
Em 27 de setembro, mais de 2.400 protestos foram planejados e realizados ao redor do mundo.[15][16] Os principais protestos ocorreram na Itália, onde houve mais de 1 milhão de manifestantes nas ruas,[17] e na Nova Zelândia, onde houve mais de 170.000 protestantes.[18] No Canadá, onde Greta Thunberg deve falar nos próximos dias, o conselho escolar de Montreal cancelou as aulas para seus 114.000 alunos.[19][20]
Reações[editar | editar código-fonte]
O líder espiritual, Dalai-lama, publicou uma mensagem na sua conta oficial do Twitter apoiando as manifestações. "Esta é provavelmente a geração mais jovem que tem sérias preocupações com a crise climática e seus efeitos no meio ambiente. Eles estão sendo muito realistas sobre o futuro. Eles veem que precisamos ouvir os cientistas. Nós devemos encorajá-los.", afirmou o líder.[12]
O ator australiano Chris Hemsworth publicou um vídeo em sua conta no Instagram em que aparece em meio à manifestação. "A crise climática está sobre nós. As crianças entendem a ciência básica de que, se continuarmos a poluir o planeta, as mudanças climáticas piorarão e elas não terão futuro", escreveu o ator.[12]
Ver também[editar | editar código-fonte]
- Acordo de Paris
- Cimeira de Ação Climática das Nações Unidas de 2019
- Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2019
- Fridays for Future
Referências
- ↑ ab c Feller, Madison (17 de setembro de 2019). «The World Is Burning, and Teens Are Fighting: What to Know About the Global Climate Strike» (em inglês). ELLE. Consultado em 20 de setembro de 2019
- ↑ ab c Lewis, Aimee (20 de setembro de 2019). «More than 100,000 have gathered in Melbourne as the world begins climate demonstrations». CNN (em inglês). Consultado em 20 de setembro de 2019
- ↑ Milman, Oliver (20 de setembro de 2019). «US to stage its largest ever climate strike: 'Somebody must sound the alarm'»(em inglês). The Guardian. Consultado em 20 de setembro de 2019
- ↑ Tollefson, Jeff (18 de setembro de 2019). «The hard truths of climate change — by the numbers» (em inglês). Nature. Consultado em 20 de setembro de 2019
- ↑ Staff, MTV News. «Inside The Youth-Led Plan To Pull Off The Biggest Climate Strike So Far» (em inglês). MTV News. Consultado em 19 de setembro de 2019
- ↑ Weise, Elizabeth (19 de setembro de 2019). «'It's our future that's at stake': US students plan to skip school Friday to fight climate 'emergency'» (em inglês). USA Today. Consultado em 20 de setembro de 2019
- ↑ ab Barclay, Eliza; Resnick, Brian (21 de setembro de 2019). «How big was the global climate strike? 4 million people, activists estimate» (em inglês). Vox. Consultado em 27 de setembro de 2019. Cópia arquivada em 27 de setembro de 2019
- ↑ ab «Students walk out in global climate strike». BBC (em inglês). 24 de maio de 2019. Consultado em 20 de setembro de 2019
- ↑ «'We're one, we're back': Pupils renew world climate action strike». Aljazeera. 24 de maio de 2019. Consultado em 20 de setembro de 2019
- ↑ CNN, Isabelle Gerretsen. «Global Climate Strike: Record number of students walk out» (em inglês). CNN
- ↑ Haynes, Suyin (24 de maio de 2019). «Students From 1,600 Cities Just Walked Out of School to Protest Climate Change. It Could Be Greta Thunberg's Biggest Strike Yet». Time (em inglês). Consultado em 20 de setembro de 2019
- ↑ ab c d e f g «Greve global pelo clima leva milhares de manifestantes às ruas contra as mudanças climáticas». G1. Grupo Globo. 20 de setembro de 2019. Consultado em 20 de setembro de 2019
- ↑ «Vigília em Lisboa marcou início de semana em defesa do clima». Jornal de Notícias. 21 de setembro de 2019. Consultado em 23 de setembro de 2019
- ↑ Johnson, Jamie (20 de setembro de 2019). «Global climate strike protesters arrested as Britain braces for weekend of chaos» (em inglês). The Daily Telegraph. Consultado em 20 de setembro de 2019
- ↑ Taylor, Matthew; Bartlett, John (27 de setembro de 2019). «Fresh wave of climate strikes takes place around the world». The Guardian (em inglês). Consultado em 27 de setembro de 2019
- ↑ Giuffrida, Angela (27 de setembro de 2019). «Italian minister urges pupils to skip class for global climate strike» (em inglês). The Guardian. Consultado em 27 de setembro de 2019
- ↑ «Fridays for future, al via i cortei in 180 città italiane: "Siamo più di un milione"» [Fridays for future, kids in the streets in 180 Italian cities: "We're more than a million"] (em italiano). La Repubblica. 27 de setembro de 2019. Consultado em 27 de setembro de 2019
- ↑ Walls, Jason (27 de setembro 2019). «Climate change march: Thousands of schoolkids' action inspired by Greta Thunberg» (em inglês). The New Zealand Herald. Consultado em 27 de setembro de 2019
- ↑ «Students across Canada expected to participate in mass climate protests» (em inglês). The Globe and Mail. 20 de setembro de 2019. Consultado em 27 de setembro de 2019
- ↑ «Les écoles de la CSDM en journée pédagogique le 27 septembre 2019» (em francês). Commission scolaire de Montréal (CSDM). 17 de setembro de 2019. Consultado em 27 de setembro de 2019
Ligações externas[editar | editar código-fonte]
- Global Climate Strike (em inglês). Consultado em 21 de setembro de 2019.