quarta-feira, 9 de setembro de 2020

TESTE NUCLEAR NORTE COREANO EM SETEMBRO DE 2016 - 9 DE SETEMBRO DE 2020

 


Teste nuclear norte-coreano de setembro de 2016

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Parte da série sobre
Programa nuclear norte-coreano
North Korea nuclear.svg
Portal da Coreia do Norte

teste nuclear norte-coreano de Setembro de 2016 foi o 5° experimento do tipo realizado no país (sendo o terceiro sob o comando do líder Kim Jong-Un), ocorrido no dia 9 de setembro de 2016, exatamente no 68° aniversário da criação do país[1] e passados apenas 8 meses da realização do último teste.

Antecedentes[editar | editar código-fonte]

2002: Foi revelado o programa secreto de Pyongyang de enriquecimento de urânio. Agentes da AIEA foram expulsos do país.

2003: Coreia do Norte se retirou do Tratado de Não Proliferação Nuclear (TNP)

2005: Governo norte-coreano confirmou ter armas nucleares.

2006Primeiro teste nuclear norte-coreano, realizado no dia 9 de outubro.

2009: Míssil Taepodong-2 foi lançado no dia 5 de abrilSegundo teste nuclear, no dia 25 de maio.

2013Terceiro teste nuclear. Reator de Yongbyon, principal fonte de plutônio enriquecido dos norte-coreanos foi reativado

2015: O líder norte-coreano Kim Jong-Un anunciou que o país detém bombas de hidrogênio.

2016: Foi realizado o quarto teste nuclear norte-coreano, no dia 6 de janeiro, supostamente com uma bomba de hidrogênio.[2]

Eventos[editar | editar código-fonte]

No dia 7 de julho de 2016, o site especializado 38 North já alertava, baseado em imagens de satélite, que a Coreia do Norte poderia estar preparando um novo teste, pois havia uma intensa movimentação na área de Punggye-Ri.[3]

Entre julho e agosto, os militares norte-coreanos realizaram vários testes com mísseis de médio e longo alcance. Um deles foi lançado de submarino, segundo as autoridades sul-coreanas.[4][5]

Às 00:30 (UTC) do dia 9 de setembro, o Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS) detectou um sismo de magnitude 5,3 na região de Punggye-ri, onde os norte-coreanos costumam realizar seus testes.[6] [7] Esse tremor foi consideravelmente mais potente do que os anteriores, e foi sentido na China[8] e até mesmo na região russa de Primorsky Krai.[9] Fontes japonesas e sul-coreanas confirmaram que o terremoto foi artificial.[10][11]

Logo em seguida, a televisão estatal norte-coreana KCTV confirmou que houve uma detonação atômica "com sucesso", para comemorar o 68° aniversário da fundação do país. Ademais, que o novo teste atômico foi uma resposta às novas sanções da ONU e que reafirmam a Coreia do Norte como potência nuclear.

Neste teste, Pyongyang alega ter detonado uma ogiva nuclear, capaz de ser montada em um míssil ICBM.[12]

Local da explosão segundo o USGS.
Sismogramas da explosão, registrados pela Agência Meteorológica do Japão.

As autoridades norte-coreanas não divulgam a potência de suas bombas, nem a dimensão de seu arsenal nuclear. Baseado na intensidade do tremor, o Ministério da Defesa Sul-Coreano concluiu que o artefato teve um rendimento de no mínimo 10 quilotons, o que seria o mais potente teste já realizado pela Coreia do Norte. Para comparar, a bomba atômica que destruiu Hiroshima em 1945 tinha uma potência de 16 quilotons.[13] Outras medições falam em 20 a 30 kt, sendo portanto até mais potente do que as bombas empregadas ao final da Segunda Guerra Mundial[14] Um quiloton equivale à potencia explosiva de 1000 toneladas de TNT (Trinitrotolueno).[15] Autoridades chinesas suspeitam que a Coreia do Norte possa ter até 20 bombas atômicas,[16] enquanto que estimativas ocidentais falam em 10 bombas. [17]

Foi o menor intervalo de tempo registrado entre duas experiências nucleares norte-coreanas. No teste anterior, realizado a 6 de janeiro de 2016, Pyongyang declarou ter detonado uma bomba H, fato esse questionado por especialistas, devido aos fracos efeitos da explosão. [18]

No dia 10 de setembro, o jornal estatal norte-coreano Rodong Sinmun alertou que não aceitará "chantagens nucleares" das potências ocidentais, especialmente dos Estados Unidos, e ainda chamou a presidente Sul-Coreana Park Geun-Hye de "prostituta" das tropas estrangeiras.[19] Simultaneamente, houve protestos em Seul contra o teste e o regime autoritário de Kim Jong-Un. Jornais sul-coreanos alertaram que até o momento, as sanções da ONU contra a Coreia do Norte se mostraram inúteis contra o avanço do programa nuclear daquele país. Chegaram até mesmo a defender que os Estados Unidos deveriam posicionar armas nucleares táticas em território sul-coreano. Yun Byung-Se, ministro sul-coreano das relações exteriores, teme que a capacidade nuclear do vizinho do norte esteja evoluindo muito rapidamente[20]

Em 12 de setembro, Moon Sang-Gyun, porta-voz do Ministério da Defesa Sul-coreano, informou a jornalistas que a Coréia do Norte teria concluído os preparativos para realizar uma nova experiência nuclear no campo de Punggye-ri. Também deixou claro que Seul está pronta para responder a qualquer provocações do vizinho. O jornal norte-coreano Rodong Sinmun classificou o programa nuclear como um "êxito milagroso" e que o país tem capacidade de atacar não só as bases americanas no Oceano Pacífico como também o território continental dos Estados Unidos.[21][22]

No dia 13 de setembro, em uma manobra de dissuasão, bombardeiros americanos B-1 decolaram da base aérea de Guam e sobrevoaram o território sul-coreano, acompanhados por caças dos dois países. Vincent Brooks, comandante das tropas americanas na região, declarou que os Estados Unidos e a Coreia do Sul estão devidamente preparados para quaisquer eventualidades na região. [23][24]

14 de setembro, houve um grande ato em Pyongyang para comemorar o teste nuclear, que contou com a presença de milhares de pessoas assim como de vários membros do primeiro escalão do regime (curiosamente Kim Jong-Un não participou do evento). Kim Ki-nam, secretário do Partido dos Trabalhadores da Coreia do Norte, disse que o teste foi um ato de autodefesa contra os Estados Unidos, e que a capacidade nuclear de seu país continuará a aumentar "qualitativa e quantitativamente".[25][26]

Zhang Yesui, vice-primeiro ministro da China, alertou ao embaixador norte-coreano em Pequim que a insistência de Pyongyang em desenvolver armas atômicas não levará à paz, pelo contrário, irá desestabilizar a região.[27][28] Kim Hyun-joong, embaixador da Coreia do Norte na Rússia, também foi alertado pelo vice-chanceler Igor Morgulov de que as frequentes violações às resoluções da ONU podem aumentar a tensão na região.[29]

No dia 23 de setembro, o ministro dos Negócios Estrangeiros da Coreia do Norte Ri Yong Ho procurou justificar, na Assembléia Geral das Nações Unidas, a existência de armas nucleares em seu país. Segundo o ministro, enquanto houverem Estados nuclearizados hostis à RPDC (especialmente os Estados Unidos), a dissuasão nuclear será necessária para manter a paz na península coreana. Por outro lado, alertou que as provocações da Coréia do Sul e seus aliados americanos podem resultar em uma guerra nuclear na região "a qualquer momento".[30]

Tecnicamente, as duas Coreias estão em guerra desde 1950. A Guerra da Coreia foi interrompida em 1953 após um armistício, mas até hoje não foi assinado um acordo de paz.[31]

Reações internacionais[editar | editar código-fonte]

O teste foi amplamente condenado pela comunidade internacional.

  • Flag of IAEA.svg AIEA: O secretário geral da Agência, Yukiya Amano, declarou que o teste foi algo "preocupante e lamentável"[32]
  • Flag of the United Nations.svg ONUBan Ki-Moon, secretário geral das Nações Unidas, classificou o ato como "inaceitável" e foi mais um alerta da necessidade de se reforçar a proibição de testes nucleares em todo o mundo.[33]
  • Flag of South Korea.svg Coreia do Sul: A presidente Park Geun-hye chamou o teste de um ato de auto-destruição[34]
  • Japan flag - variant.pngJapão: O primeiro-ministro Shinzo Abe alertou que a Coreia do Norte se torna uma ameaça cada vez maior, não só para seu país como também para toda a Comunidade Internacional.
  • Flag of the United States.svg Estados Unidos: O presidente Barack Obama classificou como "provocação" e que o ato terá "sérias consequências". Obama também deixou claro que os Estados Unidos "não aceitam" e "jamais aceitarão" a Coreia do Norte como um Estado Nuclear. [35]
  • Flag of Russia (WFB 2004).gif Rússia: O Chanceler Russo Serguei Lavrov declarou estar "severamente preocupado" com o teste
  • China Flag - Alternative.svg China: O governo chinês, ainda que seja o principal aliado de Pyongyang, declarou se "opôr firmemente" aos testes nucleares de seu vizinho.[36]
  • Brazil flag 300.png Brasil: Através do Itamaraty, o governo brasileiro declara que "repudia veementemente" o teste nuclear realizado pela Coreia do Norte e ainda afirmou que continuará a lutar por um mundo livre de armas de destruição em massa.[37]
  • Flag of Colombia.svg Colômbia: O governo colombiano "condenou categoricamente" o teste nuclear, e pede à Coreia do Norte que cumpra com suas obrigações internacionais.[38]
  • Chile flag 300.png Chile: "Uma grave provocação que coloca em risco a paz e a segurança, não só da península coreana como de todo o mundo", segundo o comunicado do governo chileno.[39]
  • Spain flag 300.png Espanha: O governo espanhol considerou o teste "uma ameaça muito grave para a paz e a estabilidade da península coreana"[40]
  • Flag of Europe.svg União Européia: "Só há um caminho a ser seguido pela Coréia do Norte e não há outra alternativa: o país tem que cumprir com suas obrigações e abandonar completamente suas armas nucleares, assim como seu programa nuclear, de forma irreversível". [41]

Sanções da ONU[editar | editar código-fonte]

No dia 30 de novembro de 2016, o Conselho de Segurança das Nações Unidas aprovou de forma unânime endurecer ainda mais as sanções contra a Coreia do Norte. As novas medidas são[42][43]:

  • A partir de 1 de janeiro de 2017, as exportações de carvão da Coreia do Norte (a principal fonte de renda do país) não poderão ultrapassar 7,5 milhões de toneladas métricas ou US$ 400 milhões anuais (o que for menor). Com isso, a RDPC deverá perder até 700 milhões de dólares ao ano em divisas;
  • A venda ou transferência de ferro e minério de ferro de origem norte-coreano fica proibida, exceto para fins de subsistência.

O Japão também decidiu de forma unilateral proibir em seu território qualquer navio que tiver como destino ou pararem em portos norte-coreanos.[44]

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1.  «Coreia do Norte faz novo teste nuclear e provoca terremoto». Consultado em 9 de setembro de 2016
  2.  «Veja a cronologia do programa nuclear norte-coreano». 7 de fevereiro de 2016. Consultado em 9 de setembro de 2016
  3.  «Imagem de satélite mostra atividade de teste nuclear na Coreia do Norte - JCNET». Consultado em 9 de setembro de 2016
  4.  «Coreia do Norte lança míssil balístico, diz governo sul-coreano». 2 de agosto de 2016. Consultado em 10 de setembro de 2016
  5.  «Coreia do Norte lança míssil de um submarino». 23 de agosto de 2016. Consultado em 10 de setembro de 2016
  6.  «Forte terremoto é sentido na Coreia do Norte próximo a local de testes nucleares». 9 de setembro de 2016. Consultado em 9 de setembro de 2016
  7.  «M5.3 Explosion - 19km ENE of Sungjibaegam, North Korea»earthquake.usgs.gov. Consultado em 9 de setembro de 2016
  8.  «Coreia do Norte realiza novo teste nuclear e líderes mundiais criticam»Vídeos - Noticias - | Band.com.br. Consultado em 14 de setembro de 2016
  9.  «Землетрясение магнитудой 5,3 в КНДР: вновь ядерное испытание» (em russo). 9 de setembro de 2016. Consultado em 3 de outubro de 2016
  10.  «Maior teste nuclear da história da Coreia do Norte gerou terremotos sentidos até na Rússia - Notícias - R7 Internacional»noticias.r7.com. Consultado em 9 de setembro de 2016
  11.  «Teste nuclear norte-coreano provoca terremoto de 5.3 magnitudes»www.apolo11.com. Consultado em 9 de setembro de 2016
  12.  «Coreia do Norte anuncia ter realizado 5º e maior teste nuclear - Notícias - UOL Notícias». Consultado em 9 de setembro de 2016
  13.  «Site simula impacto da bomba de Hiroshima em cidades brasileiras». 6 de agosto de 2015. Consultado em 9 de setembro de 2016
  14.  «Coreia do Norte faz teste nuclear: o país é capaz de promover um ataque?». 9 de setembro de 2016. Consultado em 9 de setembro de 2016
  15.  «Quiloton». Consultado em 9 de setembro de 2016
  16.  «Coreia do Norte tem mais armas nucleares do que se pensava, avisa Pequim». Consultado em 10 de setembro de 2016
  17.  «Top 10 maiores potências em armas nucleares»top10mais.org. Consultado em 10 de setembro de 2016
  18.  «Novo teste nuclear da Coreia do Norte "foi o mais forte de sempre"». 9 de setembro de 2016. Consultado em 9 de setembro de 2016
  19.  «Coreia do Norte diz em jornal que não aceitará 'chantagem' nuclear dos EUA». 10 de setembro de 2016. Consultado em 10 de setembro de 2016
  20.  «Coreia do Norte desafia Estados Unidos após teste nuclear». 10 de setembro de 2016. Consultado em 10 de setembro de 2016
  21.  «Coreia do Norte concluiu preparativos para novo teste nuclear, afirma Seul - ISTOÉ Independente». 12 de setembro de 2016. Consultado em 12 de setembro de 2016
  22.  «Coreia do Norte conclui preparativos para novo teste nuclear». 12 de setembro de 2016. Consultado em 12 de setembro de 2016
  23.  «Bombardeiros americanos sobrevoam Coreia do Sul após teste nuclear do Norte - ISTOÉ Independente». 13 de setembro de 2016. Consultado em 13 de setembro de 2016
  24.  «EUA enviam bombardeiros para a Coreia do Sul após teste nuclear de Pyongyang»Observador. Consultado em 13 de setembro de 2016
  25.  «Coreia do Norte comemora último teste nuclear com grande ato | EXAME.com». Consultado em 14 de setembro de 2016
  26.  «Corea del Norte celebra éxito de prueba nuclear». Consultado em 14 de setembro de 2016
  27.  «China diz que teste nuclear norte-coreano desestabiliza a região». Consultado em 11 de setembro de 2016
  28.  «China diz que teste nuclear norte-coreano 'desestabiliza região'». 11 de setembro de 2016. Consultado em 11 de setembro de 2016
  29.  «Moscou manifesta preocupação com teste nuclear norte-coreano»br.sputniknews.com. Consultado em 13 de setembro de 2016
  30.  «Testes nucleares são para continuar, reforça Coreia do Norte». Consultado em 26 de setembro de 2016
  31.  «História do mundo - A História da Humanidade a um Clique»História do mundo. Consultado em 10 de setembro de 2016
  32.  «Coreia do Norte faz novo teste nuclear e provoca terremoto». Consultado em 9 de setembro de 2016
  33.  «Teste nuclear mais poderoso da história da Coreia do Norte gera reações negativas no mundo»
  34.  «Coreia do Norte realiza maior teste nuclear desde Hiroshima e causa medo nos países vizinhos - Notícias - R7 Internacional»noticias.r7.com. Consultado em 9 de setembro de 2016
  35.  «Statement by the President on North Korea's Nuclear Test». 9 de setembro de 2016. Consultado em 10 de setembro de 2016
  36.  «Mundo condena 5º teste nuclear da Coreia do Norte; Obama propõe sérias consequências - Notícias - UOL Notícias». Consultado em 9 de setembro de 2016
  37.  «Testes realizados pela República Popular Democrática da Coreia»www.itamaraty.gov.br. Consultado em 9 de setembro de 2016
  38.  «El Ministerio de Relaciones Exteriores, en nombre del Gobierno de Colombia, condena categóricamente el ensayo nuclear realizado por la República Popular Democrática de Corea (RPDC), el 9 de septiembre de 2016». 9 de setembro de 2016. Consultado em 9 de setembro de 2016
  39.  «Ministerio de Relaciones Exteriores de Chile - Gobierno de Chile condena el ensayo nuclear realizado por Corea del Norte»www.minrel.gob.cl. Consultado em 9 de setembro de 2016
  40.  «La Moncloa. 09/09/2016. España condena enérgicamente el ensayo nuclear en la República Popular Democrática de Corea [Prensa/Actualidad/Asuntos Exteriores y de Cooperación]»www.lamoncloa.gob.es. Consultado em 10 de setembro de 2016
  41.  «Statement on the nuclear test in the DPRK - eeas - European Commission»eeas. Consultado em 11 de setembro de 2016
  42.  «ONU aprova sanções contra Coreia do Norte - Folha de Londrina - O Jornal do Paraná - Brasil»Folha de Londrina
  43.  «ONU aprova novas sanções contra a Coreia do Norte | VEJA.com»VEJA.com. 30 de novembro de 2016
  44.  «Coreia do Sul e Japão anunciam novas sanções contra Coreia do Norte - Internacional - Estadão»Estadão

NRP AFONSO DE ALBUQUERQUE - TRIPULAÇÃO AMOTINA-SE - (1936) - 9 DE SETEMBRO DE 2020

 


NRP Afonso de Albuquerque

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NRP Afonso de Albuquerque
NRP Afonso de Albuquerque em 1935
Carreira   Bandeira da marinha que serviu
ConstruçãoHawthorn Leslie and Company
Lançamento1935
PatronoAfonso de Albuquerque
Período de serviço1935 - 1961
EstadoDestruído em combate
Fatalidade18 de dezembro de 1961
Características gerais
Deslocamento1780 t (padrão)
2440 t (máximo)
Comprimento100 m
Boca13,49 m
Calado3,81 m
Propulsão2 caldeiras Yarrow e 2 turbinas acopladas Parsons, com 2 eixos
Velocidade20 nós
Autonomia18 000 km a 10 nós
Tripulação189

NRP Afonso de Albuquerque foi um navio da Marinha Portuguesa, destruído, em combate, durante a Invasão de Goa em 1961.

O navio foi o primeiro dos avisos de 1ª classe da classe Afonso de Albuquerque, construídos para a Marinha Portuguesa, em 1935. Como aviso colonial a sua função principal era a defesa da soberania de Portugal no seu Império Ultramarino. Nessa função, o navio estava sobretudo, vocacionado para apoiar desembarques anfíbios e a ação de tropas em terra.

Depois da Segunda Guerra Mundial, o Afonso de Albuquerque foi equiparado a uma fragata, recebendo o número de amura "F470".

O navio passou a maioria da sua carreira em serviço nos oceanos Índico e no Pacífico, patrulhando os territórios portugueses do Oriente.

O último combate[editar | editar código-fonte]

Foi justamente numa missão no Índico que a carreira do Afonso de Albuquerque chegou ao fim, defendendo Goa da invasão da União Indiana. No final de 1961 o navio, sob o comando do capitão de mar e guerra António da Cunha Aragão, encontrava-se na dependência do Comando Naval da Índia Portuguesa, baseado em Goa. Era, naquela altura, a única unidade naval significativa da Marinha Portuguesa na Índia, já que, algum tempo antes, tinham sido retirados da área os três outros escoltadores oceânicos que a acompanhavam, inclusive o seu irmão gémeo, o NRP Bartolomeu Dias.

Na madrugada do dia 18 de dezembro de 1961, estando no porto do Mormugão, o navio recebe a comunicação de que tinha sido iniciada a invasão inimiga de Goa, entrando em postos de combate. Durante a manhã, o Afonso de Albuquerque assegura as comunicações entre as Forças Portuguesas na Índia e Lisboa, em virtude da destruição das infraestruturas de telecomunicações em terra, duramente bombardeadas pela Força Aérea Indiana.

Às 09h00 o Afonso de Albuquerque detecta, ao largo do porto do Mormugão, um grupo de três fragatas, que constitue a ponta de lança da força naval da União Indiana, que inclui o porta-aviões Vikrant e mais de uma dezena de cruzadorescontratorpedeiros, fragatas e outros navios. Às 11h00 o porto do Mormugão e o vizinho aeroporto são bombardeados, a grande altitude, pela Força Aérea Indiana.

Às 12h00, as fragatas da Marinha Indiana entram no porto e abrem fogo de artilharia. Ao mesmo tempo, o comandante do Afonso de Albquerque ordena que o navio levante âncora e se dirija aos navios inimigos para os enfrentar, não sem antes agarrar nos retratos de Oliveira Salazar e Américo Thomaz, que estavam no navio, e, atirando-os borda fora, diz: "Vamo-nos bater por Portugal, não por estes gajos", tendo este gesto custado-lhe as estrelas de Almirante[1]. Entretanto, para Lisboa, o navio transmite a sua última mensagem "Estamos a ser atacados. Respondemos.".

A artilharia do Afonso de Albuquerque atinge uma das fragatas indianas, que se retira do combate. No entanto, a fragata indiana é logo rendida por um contratorpedeiro que entra também no combate. Entretanto, o Afonso de Albuquerque é também atingido pelo fogo inimigo.

Às 12h20, quando tentava manobrar no espaço confinado do porto, de modo a poder utilizar toda a sua artilharia, o Afonso de Albquerque é, novamente, atingido, ocorrendo uma explosão em que fica gravemente ferido o seu comandante. Cunha Aragão manda o imediato assumir o comando do navio e ordena-lhe que não se renda.

Às 12h35, já com as caldeiras e as máquinas atingidas, a guarnição do Afonso de Albuquerque encalha-o na praia de Bambolim para ser usado como bataria de artilharia fixa.

Continuando o navio a ser duramente atingido, às 12h50 é dada ordem para o pessoal não essencial para o abandonar. O resto da guarnição continua em combate até cerca das 13h10.

Durante o combate calcula-se que o Afonso de Albuquerque tenha disparado quase 400 tiros de artilharia, sofrendo, a sua guarnição, 5 mortos e 13 feridos. O navio enfrentou um inimigo que, face ao maior número de navios e à maior rapidez de tiro das suas armas, tinha uma vantagem de cerca de 90 para 1. A heroicidade da guarnição do Afonso de Albuquerque foi reconhecida pelo próprio inimigo, sendo Cunha Aragão visitado no hospital, pelos comandantes dos navios que enfrentou.

Depois de capurado, o navio foi rebatizado "Saravasti" pelos indianos, sendo rebocado para Bombaim.

Referências gerais[editar | editar código-fonte]

Ver também[editar | editar código-fonte]

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