sexta-feira, 28 de agosto de 2020

DESASTRE DE RAMSTEIN - (1988) - 28 DE AGOSTO DE 2020

 


Desastre de Ramstein

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Desastre de Ramstein
Acidente aéreo
Diagrama do acidente
Sumário
Data28 de agosto de 1988 (32 anos)
LocalAlemanhaBase Aérea de RamsteinAlemanha Ocidental
Mortos70 (3 pilotos e 67 em terra)
Feridosaprox. 500
Aeronave
OperadorItália Força Aérea Italiana

desastre de Ramstein foi um dos piores acidentes aéreos da história ocorridos durante um festival aéreo. Aconteceu frente a um público de 300 000 pessoas em 28 de agosto de 1988, durante a exibição aérea Flugtag '88, realizada na Base Aérea de Ramstein em Ramstein-Miesenbach (Condado de Kaiserslautern), na Alemanha Ocidental. Morreram 70 pessoas (67 espectadores e três pilotos) e ficaram feridas cerca de 500, devido ao fogo e explosões resultantes.

Antecedentes[editar | editar código-fonte]

Dez caças Aermacchi MB-339 da equipa acrobática (Pattuglia Acrobatica Nazionale) da Aeronautica Militare Italiana, os Frecce Tricolori (Flechas Tricolores) realizavam uma demonstração de acrobacia que incluía o exercício "cardioide" (um coração atravessado). Durante este exercício, dois grupos de aviões criam a forma de um coração sobre a pista principal. No momento de fechar a figura (pela parte inferior do coração, a 45 metros de altura) os dois grupos cruzam-se paralelos à pista, enquanto que o "solista" (nome dado ao executante que faz manobras em solitário) atravessa o coração em direção aos espetadores.

O acidente[editar | editar código-fonte]

A colisão aérea ocorreu enquanto os dois grupos de aviões se cruzavam na parte baixa, momento em que o "solista" chocou contra uma das formações. O avião solitário despenhou-se chocando contra uma camioneta de gelados e formando uma grande bola de fogo. Outro dos aviões envolvidos despenhou-se contra o helicóptero de assistência médica que assistia o evento, ferindo o co-piloto, que morreu dias mais tarde. O piloto ejetou-se, mas morreu ao não se abrir a tempo o seu paraquedas. O terceiro aparelho envolvido, parcialmente desintegrado pela colisão, despenhou-se sobre a pista principal.[1] Depois do acidente, os aviões restantes reagruparam-se e aterraram na Base Aérea de Sembach.

Resposta das equipas de emergência[editar | editar código-fonte]

Das 67 vítimas mortais civis registadas, 28 foram atingidas pelos escombros (antes de arderem).[2] As restantes mortes foram devidas a graves queimaduras durante a tragédia e nos dias posteriores, sendo a última morte o co-piloto do helicóptero medicalizado. No total, cerca de 500 pessoas tiveram de receber tratamento hospitalar.[3]

A tragédia revelou sérios defeitos na gestão de emergências de grande escala por parte das autoridades civis alemãs e militares norte-americanas, e na sua cooperação. As ambulâncias alemãs tiveram que esperar na entrada da base aérea e não puderam ajudar de forma imediata. A equipa de resgate foi criticada pela falta de coordenação e eficiência. O centro de coordenação de resgates em Kaiserslautern não soube a magnitude da tragédia senão uma hora depois, embora vários helicópteros médicos alemães e ambulâncias já tivessem chegado à zona e saído com pacientes. Os meios norte-americanos (ambulâncias e helicópteros) foram os mais rápidos e de maior capacidade para evacuar as vítimas com queimaduras, mas não tinham suficiente capacidade para as tratar ou tiveram dificuldades para as encontrar. Mais de duas horas depois, as equipas médicas alemãs chegavam ao hospital militar norte-americano de Landstuhl, encontrando grande quantidade de vítimas gravemente queimadas ainda por atender. Um autocarro que transportava vítimas não-atendidas chegou ao hospital de Ludwigshafen, a 80 km de distância do lugar do acidente e que dispunha de uma unidade especializada em queimados, quase três horas mais tarde, com um condutor que não falava alemão e não conhecia a zona. As equipas de emergência alemãs usavam catéteres intravenosos e vias incompatíveis com as utilizadas pelos norte-americanos, facto que contribuiu para criar ainda mais confusão.

Investigação[editar | editar código-fonte]

Atuação dos Frecce tricolori.

Em vez de atravessar a figura, o avião que devia fazê-lo (Pony 10) chegou demasiado baixo e demasiado rápido ao ponto de cruzamento com os outros dos grupos (5 aviões pela esquerda e 4 pela direita), que estavam a fechar a figura. O tenente-coronel Nutarelli, piloto do "Pony 10" (o avião em solitário) foi incapaz de corrigir a sua altura ou diminuir a velocidade e colidiu com o avião líder (Pony 1) do grupo da esquerda (direita segundo a direção que tomava), atravessando a sua parte posterior com o nariz do seu avião, como se pode ver em várias gravações do acidente. O avião "Pony 1", comandado pelo tenente-coronel Mario Naldini, começou a girar fora de controlo e atingiu outro avião da formação (Pony 2, pilotado pelo capitão Giorgio Alessio) antes de se despenhar na pista. O terceiro avião envolvido, "Pony 2", despenhou-se também após o impacto.

Placa em memória das vítimas do desastre.

O avião que iniciou o acidente, com a secção dianteira destruída depois de colidir com o Pony 1, continuou na direção do público que assistia ao show aéreo. O trem de aterragem foi baixado, no que se sugere ter sido uma tentativa desesperada de Nutarelli para reduzir a velocidade e evitar a colisão, mas não há provas suficientes e o abaixamento do trem poderá ter ocorrido por outros fatores. O avião colidiu com o solo, diante dos espetadores, originando uma bola de fogo antes de chocar com uma camioneta de gelados que se encontrava estacionada. O incidente durou menos de 10 segundos, o que impediu os espetadores de fugir. A baixa altura com que concluía a manobra (45 metros aproximadamente) contribuiu para o escasso tempo de reação.

A investigação concluiu que uma melhor coordenação e organização dos esforços das equipas de resgate poderia ter prevenido algumas mortes. As autoridades alemãs propuseram evitar tais falhas realizando simulacros a grande escala, incluindo todos os serviços de emergência.

Cultura popular[editar | editar código-fonte]

Diz-se que a banda alemã Rammstein adotou o nome depois da tragédia na base aérea, e escreveu uma canção intitulada do mesmo modo "Rammstein", a qual faz um resumo de tudo o que passou no acidente.

Referências

Ver também[editar | editar código-fonte]

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

Commons possui uma categoria contendo imagens e outros ficheiros sobre Desastre de Ramstein

MARCHA SOBRE WASHINGTON - (1963) - 28 DE AGOSTO DE 2020

 


Marcha sobre Washington

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Marcha sobre Washington
A multidão em volta do espelho d´água do Monumento a Washington.
Outros nomesThe Great March on Washington
ParticipantesMartin Luther King, Jr.
Walter Reuther
Floyd McKissick
Harry Belafonte
Sidney Poitier
John Lewis
Josephine Baker
Mahalia Jackson
Bob Dylan, etc
LocalizaçãoLincoln MemorialWashington, D.C. Estados Unidos[1]
Data28 de agosto de 1963
ResultadoLei de Direitos Civis de 1964

Marcha sobre Washington por Trabalho e Liberdade foi uma manifestação política de grandes proporções ocorrida na cidade de Washington D.C., capital dos Estados Unidos, em 28 de agosto de 1963, organizada e liderada entre outros pelo advogadopastor, ativista dos direitos humanos e pacifista Martin Luther King, que reuniu mais de 250.000 pessoas na cidade para clamar, discursar, orar e cantar por liberdadetrabalho, justiça social e pelo fim da segregação racial contra a população negra do país.[2][3][4]

Durante o dia, manifestantes de toda parte do país, cuja maior percentagem era de negros (75 a 80 %),chegaram a Washington, muitos deles após caminharem pelas estradas, para a manifestação programada pelas lideranças negras dos EUA, causando grande preocupação ao governo do Presidente John Kennedy, um político simpático à causa, de que a aglomeração acabasse causando conflitos e transtornos irreparáveis, que prejudicassem a aprovação da legislação dos direitos civis, então em curso de aprovação pelo Congresso e manchasse a imagem do país internacionalmente.

Entretanto, esses temores não se concretizaram, com o ato transcorrendo em profunda ordem e civismo, e sua repercussão mundial o tornou na maior força política para a aprovação das leis de direitos civis e direito de voto, em 1964 e 1965.

Martin Luther King discursa: "Eu tenho um sonho!"

Foi nesta manifestação de massas que Luther King fez o discurso com a frase que entraria para a história da oratória americana e seria adaptada e copiada a partir dali por oradores de todo tipo de causas em todas as partes do mundo: “Eu tenho um sonho!” (I Have a Dream!)”.[4]

Entre líderes civis, políticos, personalidades e artistas que discursaram, cantaram ou apenas manifestaram apoio com sua presença neste dia, estavam diversos líderes de sindicatos, congressistas, o Arcebispo de Washington, Cardeal Patrick O’Boyle, líderes civis como Gordon Parks, o escritor James Baldwin, astros de cinema como Marlon BrandoHarry BelafonteSidney Poitier e Charlton Heston, estrelas de musicais como Josephine Baker, e cantores como Joan BaezMahalia Jackson e Bob Dylan, o último a se apresentar ao povo após o discurso de Luther King.

Referências

  1.  T.V. Parasuram (29 de agosto de 1963). «Washingotn march for civil rights- Kennedy's Call». The Indian Express, Volume XXXI, Edição 216, páginas 1 e 7. Consultado em 31 de agosto de 2013
  2.  «Marcha anti-racista leva 200 mil a Washington». Jornal do Brasil, Ano LXXIII, número 202, páginas 1 e 2. 29 de agosto de 1963. Consultado em 31 de agosto de 2013
  3.  «200.000 mil personas em la marcha sobre Washington». El Tiempo (Colômbia), Ano 52, número 18017, páginas 1 e 9. 29 de agosto de 1963. Consultado em 31 de agosto de 2013
  4. ↑ Ir para:a b AP (29 deagosto de 1963). «200 000 in quiet march». The Montreal Gazette, Ano 186, páginas 1 e 4. Consultado em 31 deagosto de 2013 Verifique data em: |acessodata=, |data= (ajuda)

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