domingo, 23 de agosto de 2020

PACTO MOLOTOV-RIBBENTROP - (1939) - 23 DE AGOSTO DE 2020

 

Pacto Molotov-Ribbentrop

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Pacto Molotov-Ribbentrop
Tratado de não agressão Germano-Soviético
Assinado23 de agosto de 1939
LocalMoscouRSFS da RússiaUnião Soviética
Signatários União Soviética
Alemanha Nazista Alemanha Nazista
LínguasAlemão e russo

Pacto Molotov–Ribbentrop, também conhecido como Pacto Nazi–Soviético,[1] Pacto de Não Agressão Germano–Soviético[2][3] ou Pacto de Não Agressão Germano Nazi-Soviético[4][5][6] (oficialmente: Tratado de Não Agressão entre a Alemanha e a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas),[nota 1] foi um pacto de neutralidade entre a Alemanha Nazi e a União Soviética assinado em Moscovo em 23 de Agosto de 1939 pelos ministros dos Negócios Estrangeiros Joachim von Ribbentrop e Viatcheslav Molotov, respectivamente.[8] A este pacto seguiu-se o Acordo Comercial Germano-Soviético em Fevereiro de 1940.

O pacto estabelecia esferas de influência entre as duas potências, confirmadas pelo protocolo suplementar do Tratado da Fronteira Germano–Soviético alterado depois da invasão conjunta da Polónia. O pacto manteve-se em vigor durante dois anos, até ao dia do ataque da Alemanha às posições soviéticas na Polónia Oriental durante a Operação Barbarossa em 22 de Junho de 1941.[2]

As cláusulas do pacto entre os nazis e os soviéticos incluíam uma garantia escrita de não beligerância de parte a parte, nenhum dos governos se aliaria a, ou ajudaria, um inimigo da outra parte. Para além do estabelecido sobre não agressão, o tratado incluía um protocolo secreto que dividia os territórios da PolóniaLituâniaLetóniaEstóniaFinlândia e Roménia, em esferas de influência alemãs e soviéticas, antecipando uma "reorganização territorial e política" destes países. A 1 de Setembro de 1939, ocorreu a Invasão da Polónia. O líder soviético, Josef Stalin, deu ordem para a invasão da Polónia a 17 de Setembro, um dia após o cessar-fogo em Khalkhin Gol.[9] Em Novembro, partes das regiões da Carélia e Salla na Finlândia foram anexadas pela União Soviética depois da Guerra de Inverno. Seguidamente, os soviéticos anexaram a Estónia, a Letónia, a Lituânia e partes da Roménia (Bessarábia, o Norte de Bucovina e a região de Herța). A preocupação anunciada sobre os ucranianos étnicos e bielorrussos foi apresentada como justificativa para a invasão soviética da Polónia. A invasão de Bucovina por Estaline em 1940, violou o pacto pois ia além da esfera de influências acordada com o Eixo.[10]

Os territórios polacos anexados pela União Soviética depois da invasão nazi-soviética da Polónia mantiveram-se na URSS no final da Segunda Guerra Mundial. A nova fronteira foi estabelecida ao longo da Linha Curzon. Apenas a região em redor de Białystok e uma pequena parte da Galícia a este do rio San. junto a Przemyśl, foram devolvidas ao estado polaco a partir dessa linha. De todos os outros territórios anexados pela URSS em 1939–40, aqueles separados da Finlândia (Carélia, Pechengsky ), Estónia (área de Íngria e condado de Petseri) e Letónia (Abrene) permaneceram na Rússia, o estado sucessor da URSS depois da dissolução da União Soviética em 1991. O Norte de Bucovina, o Sul da Bessarábia e Herta mantiveram-se na Ucrânia.[carece de fontes]

A existência de um protocolo em segredo foi negada pelo governo soviético até 1989, quando foi finalmente reconhecido e denunciado.[11] Vladimir Putin embora condene o pacto e o caracterize como "imoral" também defende que o pacto era um mal necessário.[12][13]

Antecedentes

O resultado da Primeira Guerra Mundial foi desastroso tanto para o Reich Alemão como para a Rússia. Durante a guerra, os bolcheviques lutaram pela sobrevivência, e Vladimir Lenine reconheceu a independência da Finlândia, da Estónia, da Letónia, da Lituânia e da Polónia. Além disso, diante de um avanço militar alemão, Lenine e Trotsky foram forçados a fazer parte do Tratado de Brest-Litovski, que cedeu muitos territórios russos ocidentais ao Império Alemão. Após o colapso da Alemanha, um exército multinacional aliado interveio na Guerra Civil Russa (1917-22).[14]

Em 16 de Abril de 1922, a Alemanha e a União Soviética fizeram o Tratado de Rapallo, nos termos do qual ambos renunciaram a reclamar territórios e a créditos financeiros entre eles. Cada lado ainda se comprometeu a ter uma posição de neutralidade em caso de um ataque contra o outro no Tratado de Berlim de 1926. Embora o comércio entre os dois países tenha caído drasticamente após a Primeira Guerra Mundial, a assinatura de acordos de comércio em meados da década de 1920, ajudaram a aumentar o comércio para 433 milhões de Reichsmarks por ano por volta de 1927.[15]

No início da década de 1930, a ascensão ao poder do Partido Nazi aumentou as tensões entre a Alemanha e a União Soviética e a outros países com cidadãos de etnia eslava, que eram considerados "Untermenschen" (inferiores; sub-humanos) de acordo com a ideologia racial nazi.[16] Além disso, os nazis anti-semitas associavam os judeus ao comunismo e ao capitalismo financeiroaos quais eles se opunham.[17] A teorias nazis consideravam que os eslavos na União Soviética estavam a ser governados por " mestres judeus bolcheviques". Em 1934, o próprio Hitler referiu uma inevitável batalha contra o pan-eslavismo e neo-eslavismo, a vitória que poderia levar a um "domínio do mundo" permanente, embora tenha afirmado que iriam "fariam o caminho a pé com os russos, se eles nos ajudassem." A manifestação resultante do anti-bolchevismo alemão e um aumento da dívida externa soviética, causou um declínio drástico nas relações comerciais germano–soviéticas.[a] As Importações de bens soviéticos para a Alemanha caiu para 223 milhões de Reichsmarks em 1934 à medida que o regime isolacionista estalinista afirmava o seu poder, e que o abandono das imposições militares do Tratado de Versalhes diminuía a dependência da Alemanha das importações soviéticas.[15][19][necessário esclarecer]

Em 1936, a Alemanha e a Itália Fascista apoiaram os nacionalistas espanhóis na Guerra Civil Espanhola, enquanto os soviéticos apoiaram a parcialmente socialista Segunda República espanhola. Assim, a guerra civil espanhola tornou-se uma guerra por procuração entre a Alemanha e a URSS. Em 1936, a Alemanha e o Japão assinaram o Pacto Anti-Comintern Pacto, sendo acompanhados, um ano mais tarde, pela Itália.[carece de fontes]

Acordo de Munique

A violenta retórica anti-soviética de Hitler foi uma das razões que levaram a Grã-Bretanha e a França a decidir que a participação soviética na Conferência de Munique em 1938 acerca da Checoslováquia, seria perigosa e inútil. O Acordo de Munique que se seguiu marcou uma anexação parcial alemã da Checoslováquia no final de 1938, seguida pela sua dissolução completa em Março de 1939,[20] , a qual fazia parte do apaziguamento da Alemanha realizado pelos gabinetes de Chamberlain e Daladier.[21] Esta política levantou de imediato a questão de se saber se a União Soviética poderia evitar estar do lado de Hitler. A liderança soviética acreditava que o Ocidente queria incentivar a agressão alemã no Leste[22] e que a França e a Grã-Bretanha podiam permanecer neutra numa guerra iniciada pela Alemanha, na esperança de que os estados beligerantes ficassem exaustos e colocassem um fim tanto à União Soviética como à Alemanha Nazi.[23]

Para a Alemanha, devido ao facto de uma abordagem económica autárquica ou de uma aliança com a Grã-Bretanha serem impossíveis, o estreitamento das relações com a União Soviética para a obtenção de matérias-primas tornou-se necessário, nem que fosse apenas por razões económicas.[24] Além disso, o bloqueio esperado por parte dos britânicos em caso de guerra criaria enorme escassez de matérias-primas essenciais à Alemanha.[25] Depois do acordo de Munique, o aumento resultante de recursos para o exército alemão, e as necessidades de suprimentos para os equipamentos militares soviéticos, levaram a negociações entre os dois países entre o final de 1938 e Março de 1939.[26] O terceiro Plano de Cinco Anos soviético exigia novas tecnologias e equipamentos industriais.[24][27] Os estrategas de guerra alemães estimaram graves faltas de matérias-primas se a Alemanha entrasse em guerra sem fornecimentos soviéticos.[28]

Em 31 de Março de 1939, em resposta ao desafio da Alemanha Nazi com o Acordo de Munique e a ocupação da Checoslováquia, a Grã-Bretanha comprometeu-se em apoiar, tal como a França, a independência da Polónia, Bélgica, Roménia, Grécia e Turquia. A 6 de Abril, a Polónia e a Grã-Bretanha concordaram em formalizar a garantia na forma de uma aliança militar. A 28 de Abril, Hitler denunciou o Pacto de Não agressão germano-polaco de 1934, e o Acordo Naval anglo-alemão de 1935.

Com início em meados de Março de 1939, numa tentativa de travar o expansionismo de Hitler, a União Soviética,a Grã-Bretanha e a França trocaram uma série de sugestões para elaborar um potencial acordo militar e político.[29][30] Embora as consultas informais tenham começado em Abril, as negociações principais tiveram início apenas em Maio.[30] Ao mesmo tempo, ao longo de todo o ano de 1939, a Alemanha tinha contactado secretamente os diplomatas soviéticos sugerindo que podia oferecer melhores condições para um acordo político do que a Grã-Bretanha e a França.[31][32][33]

A União Soviética, que temia as potências Ocidentais e a possibilidade de um "cerco capitalista", pouco acreditava que a guerra poderia ser evitada, ou descrença no Exército Polaco, e queria nada menos do que uma aliança blindada com a França e a Grã-Bretanha[34] a qual garantiria um apoio um ataque em duas frentes à Alemanha;[35] assim, a adesão de Estaline à linha de segurança colectiva era puramente condicional.[36] A Grã-Bretanha e a França acreditavam que a guerra ainda podia ser evitada, e que a União Soviética, enfraquecida pela Grande Purga,[37] não seria um participante militar principal,[35] um facto em que muitas fontes militares[necessário esclarecer] discordavam, dadas as vitórias soviéticas sobre o Exército de Guangdong japonês na fronteira com a Manchúria.[38] A França estava mais ansiosa para chegar a acordo com a URSS que os britânicos; como potência continental, encontrava-se mais aberta a fazer concessões e mais receosa com os perigos de um acordo entre a URSS e a Alemanha.[39] Estas posições contrastantes explicavam parcialmente o porquê de a URSS ter realizado um jogo-duplo em 1939: levar a cabo negociações às claras para uma aliança com os Britânicos e os Francesas, enquanto, secretamente, considerar um acordo com a Alemanha.[39]

No final de Maio, foram apresentadas as propostas finais.[30] Em meados de Junho, as negociações tripartidas tiveram início.[40] A discussão estava focada nas potenciais garantias dadas aos países da Europa central e de leste caso se surgisse uma agressão por parte da Alemanha.[41] A URSS propôs que se considerasse que uma viragem política em direcção à Alemanha pelos Estados Bálticos constituiria uma "agressão indirecta" à União Soviética.[42] Os britânicos opuseram-se a esta proposta, pois temiam que o texto proposto pelos soviéticos pudesse justificar uma intervenção soviética na Finlândia e nos Estados Bálticos, ou forçasse estes países a procurar um relacionamento de maior proximidade com a Alemanha.[43][44] A discussão sobre a definição de "agressão indirecta" tornou-se um dos pontos de desentendimento entre as partes e, em meados de Julho, as negociações políticas tripartidas estagnaram, enquanto as partes concordaram em dar início a negociações sobre um acordo militar, o qual os soviéticos insistiam em que devia ser negociado em simultâneo com qualquer acordo político.[45] Um dias antes das negociações militares começaram, o politburo do CPSU, na expectativa pessimista de que as negociações que estavam para vir não iam dar a lado algum, decidiram formalmente considerar as propostas alemãs.[46] As negociações sobre os temas miliatres começaram no dia 12 de Agosto em Moscovo com a delegação britânica chefiada por Sir Reginald Drax, um almirante da reforma, a delegação francesa liderada pelo general Aimé Doumenc, e a soviética tendo à frente Kliment Voroshilov, comissário da Defesa e Boris Shaposhnikov, chefe do estado-maior. Sem as devidas credenciais, Drax não estava autorizado a garantir fosse o que fosse à União Soviética, e recebeu orientações do governo britânico para prolongar as discussões o maior tempo possível e evitar responder à questão se a Polónia concordaria em permitir que as tropas soviéticas entrassem no país de a Alemanha invadisse.[47] Como as negociações fracassaram, outra oportunidade para evitar a agressão alemã ficou por terra.[48]

O tratado e suas consequências

À esquerda as fronteiras conforme o Pacto Molotov-Ribbentrop. À direita, as fronteiras reais em 1939.

Foi assinado em Moscou na madrugada de 24 de agosto de 1939 (mas datada de 23 de agosto) pelo então ministro do exterior soviético Viatcheslav Molotov e pelo então ministro do exterior da Alemanha Joachim von Ribbentrop. Em linhas gerais estabelecia que ambas as nações se comprometiam a manter-se afastadas uma da outra em termos bélicos. Nenhuma nação favoreceria os inimigos da outra, nem tampouco invadiriam os seus respectivos territórios, além do que, a União Soviética não reagiria a uma agressão alemã à Polônia, e que, em contrapartida, a Alemanha apoiaria uma invasão soviética à Finlândia, entre outras concessões. De fato à invasão nazista seguiu-se a Invasão Soviética da Polónia e também da Finlândia ainda em 1939.[carece de fontes]

Em dois protocolos secretos, os dois governos organizaram a partilha dos territórios da Europa de Leste em zonas de influência, decidindo que a Polónia deveria deixar de existir (passando o seu território para a Alemanha e para a URSS), que a Lituânia ficaria sob alçada alemã (meses mais tarde a Alemanha trocou a Lituânia por outra zonas de influência, ficando a Lituânia sob alçada soviética), que a Estônia e a Letônia passariam para a URSS bem como grande parte da Finlândia e vastas zonas da Romênia e da Bulgária.[carece de fontes]

O pacto estabelecia também fortes relações comerciais, vitais para os dois países, nomeadamente petróleo soviético da zona do Cáucaso e trigo da Ucrânia, recebendo em contrapartida ajuda, equipamento militar alemão e ouro.[carece de fontes]

Este novo facto nas relações internacionais alarmou a comunidade das nações, não só porque os nazistas eram supostos inimigos dos comunistas, mas também porque, secretamente, objetivava a divisão dos estados da FinlândiaEstôniaLetôniaLituâniaPolônia e Romênia segundo as esferas de interesses de ambas as partes. O pacto era absolutamente vital para ambos os países: para os alemães assegurava que se poderiam concentrar apenas na sua frente ocidental para além de terem assegurado combustíveis que de outro modo impossibilitariam tais operações. Do lado soviético, a paz e a ajuda militar eram fundamentais, tanto mais que as forças militares não estavam preparadas para qualquer grande combate, como se comprovou na mal sucedida aventura finlandesa de Novembro de 1939 (Guerra de Inverno).[carece de fontes]

O pacto durou até 22 de junho de 1941, quando a Alemanha, sem prévio aviso, iniciou a invasão do território soviético pela Operação Barbarossa.[carece de fontes]

Galeria

Ver também

Notas

  1.  russo: Договор о ненападении между Германией и Советским Союзом; alemão: Nichtangriffsvertrag zwischen Deutschland und der Union der Sozialistischen Sowjetrepubliken.[7]
  1.  To 53 million RM in German imports (0.9% of Germany's total imports and 6.3% of Russia's total exports) and 34 million RM in German exports (0.6% of Germany's total exports and 4.6% of Russia's total imports) in 1938.[18]

Referências

  1.  Charles Peters (2005), Five Days in Philadelphia: The Amazing "We Want Willkie!" Convention of 1940 and How It Freed FDR to Save the Western World, New York: PublicAffairs, Ch. 12, "The Deal and the Muster", p. 164, ISBN 978-1-58648-112-4.
  2. ↑ Ir para:a b Britannica (2015). «A secret supplementary protocol of September 28, 1939»German-Soviet Nonaggression Pact. Encyclopædia Britannica. Consultado em 14 de Novembro de 2015
  3.  History.com (2016), German-Soviet Pacto de Não-Agressão. World War II series.
  4.  Dr. habil.hist. Feldmanis, Inesis. «The Occupation of Latvia: Aspects of History and International Law»Ministry of Foreign Affaris of the Republic of Latvia - The Occupation of Latvia: Aspects of History and International Law. Ministry of Foreign Affaris of the Republic of Latvia. Consultado em 30 de Julho de 2017
  5.  Henderson, Gerard. «War pact between the nazis and Stalin left out of history»War pact between the nazis and Stalin left out of history. The Australian. Consultado em 30 de Julho de 2017
  6.  «The Origins Of World War II, 1929–39»Encyclopædia Britannica. Encyclopædia Britannica. Consultado em 30 de Julho de 2017
  7.  «100(0) Schlüsseldokumente» (facsimile). DE. Consultado em 17 de Setembro de 2009.
  8.  Zabecki, David (2014). Germany at war : 400 years of military history. Santa Barbara, California: ABC-CLIO, LLC. p. 536. ISBN 1-59884-981-6
  9.  Goldman 2012, pp. 163–64.
  10.  Brackman, Roman The Secret File of Joseph Stalin: A Hidden Life (2001) p. 341
  11.  «Russian historians defend the Molotov-Ribbentrop Pact»
  12.  Parfitt, Tom (6 de Novembro de 2014). «Vladimir Putin says there was nothing wrong with Soviet Union's pact with Adolf Hitler's Nazi Germany»Daily Telegraph. Consultado em 20 de Maio de 2015
  13.  Timothy Snyder, NYreview of books,putin nostalgia hitler stalin
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  15. ↑ Ir para:a b Ericson 1999, pp. 14–5.
  16.  Bendersky 2000, p. 177.
  17.  Bendersky 2000, p. 159.
  18.  Ericson, Edward E III (Maio de 1998). «Karl Schnurre and the Evolution of Nazi–Soviet Relations, 1936–1941». German Studies Review21 (2): 263–83. JSTOR 1432205doi:10.2307/1432205.
  19.  Hehn 2005, p. 212.
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  23.  Carr 1949.
  24. ↑ Ir para:a b Ericson 1999, pp. 1–2.
  25.  Ericson 1999, pp. 3–4.
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  28.  Ericson 1999, p. 44.
  29.  Carley 1993.
  30. ↑ Ir para:a b c Watson 2000, pp. 696–8.
  31.  Roberts 2006, p. 30.
  32.  «Tentative Efforts To Improve German–Soviet Relations, April 17 – August 14, 1939». Yale.
  33.  Grogin, Robert C (2001). Natural Enemies: The United States and the Soviet Union in the Cold War, 1917–1991. [S.l.]: Lexington. p. 28.
  34.  Carley 1993, p. 324.
  35. ↑ Ir para:a b Watson 2000, p. 695.
  36.  Roberts, G (Dezembro de 1997). «The Journal of Modern History» (review of Raack, R, Stalin's Drive to the West, 1938–1945: The Origins of the Cold War). 69 (4): 787.
  37.  Watt 1989, p. 118.
  38.  Carley 1993, pp. 303–41.
  39. ↑ Ir para:a b Watson 2000, p. 696.
  40.  Watson 2000, p. 704.
  41.  Carley 1993, pp. 322–3.
  42.  Watson 2000, p. 708.
  43.  Shirer 1990, p. 502.
  44.  Hiden, John (2003). The Baltic and the Outbreak of the Second World War. [S.l.]: Cambridge University Press. p. 46. ISBN 0-521-53120-9.
  45.  Watson 2000, pp. 710–1.
  46.  Gromyko, Andrei; Ponomarev, B. N. Ponomarev (1981). Soviet foreign policy : 1917-1980 Collectible Soviet foreign policy : 1917-1980. [S.l.]: Progressive Publishers. p. 89.
  47.  Butler, Susan (2016). Roosevelt and Stalin: Portrait of a Partnership. [S.l.]: Vintage Books. p. 173.
  48.  Stalin 'planned to send a million troops to stop Hitler if Britain and France agreed pact'

Bibliografia

Ligações externas

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MASSACRE DE SÃO BARTOLOMEU - (1572) - 23 DE AGOSTO DE 2020

 

Massacre da noite de São Bartolomeu

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Massacre de São Bartolomeu
Por François Dubois

massacre da noite de São Bartolomeu ou a noite de São Bartolomeu, foi um episódio, da história da França, na repressão ao protestantismo, engendrado pelos reis franceses, que eram católicos.

Esses assassinatos aconteceram em 23 e 24 de agosto de 1572, em Paris, no dia de São Bartolomeu.[1] Estima-se que entre 5 000 e 30 000 pessoas tenham sido mortas, dependendo da fonte atribuída.[2][3]

Histórico[editar | editar código-fonte]

Preparação para a noite de São Bartolomeu
Por Karl Fedorovich Gun

As matanças foram organizadas e começaram em 24 de agosto de 1572 durando vários meses, inicialmente em Paris e depois em outras cidades francesas. Números precisos para as vítimas nunca foram compilados,[4] e até mesmo nos escritos de historiadores modernos há uma escala considerável de diferença,[5] que têm variado de 2 000 vítimas por um apologista católico, até a afirmação de 70 000, pelo contemporâneo apologista huguenote duque de Sully, que escapou por pouco da morte.[6][7]

Este massacre veio dez anos depois do Édito de Saint-Germain, pelo qual Catarina de Médici tinha oferecido tréguas aos protestantes.[carece de fontes]

Em 1572, quatro incidentes inter-relacionados têm lugar após o casamento real de Margarida de Valois, irmã do rei da França, com Henrique III de Navarra (chefe da dinastia dos huguenotes), numa aliança que supostamente deveria acalmar as hostilidades entre protestantes e católicos romanos, e fortalecer as aspirações de Henrique ao trono. Em 22 de agosto, um agente de Catarina de Médici (a mãe do rei da França de então, Carlos IX de França, o qual tinha apenas 22 anos e não detinha verdadeiramente o controle)[1], um católico chamado Maurevert, invadiu a casa do almirante Gaspar II de Coligny, líder huguenote de Paris, de madrugada e o assassinou, ato que enfureceu os protestantes. [carece de fontes]

Nas primeiras horas da madrugada de 24 de agosto, no dia de São Bartolomeu, dezenas de líderes huguenotes foram assassinados em Paris, numa série coordenada de ataques planejados pela família real.[8]

Uma manhã perto dos portões do Louvre
Por Édouard DebatePonsan

Este foi início de um massacre mais vasto, apesar do rei ter enviado mensageiros às províncias para manter os termos do tratado de 1570.[9] Começando em 24 de agosto e durando até outubro, houve uma onda organizada de assassínios de huguenotes em doze cidades francesas, como ToulouseBordéusLyonBourgesRuão, e Orleães.[9]

Relatos da quantidade de cadáveres arremessados nos rios afirmam uma visível contaminação, de modo que ninguém comia peixe, pelas condições insalubres do local.[1]

Não foi o primeiro nem o último ataque massivo aos protestantes franceses, outros ataques ocorreriam.[1] Embora não o único, "foi o pior dos massacres religiosos do século".[10] Por toda a Europa, "imprimiu nas mentes protestantes a indelével convicção que o catolicismo era uma religiao sanguinária e traiçoeira." [11]

Reações ao massacre[editar | editar código-fonte]

Medalha de Gregório XIII
O corpo de Gaspar II de Coligny aparece no canto superior esquerdo, ao ser lançado de uma janela.
Afresco de Giorgio Vasari

Os políticos ficaram horrorizados, mas diversos católicos dentro e fora da França consideraram os massacres, ao menos inicialmente, o lavamento de um iminente golpe de estado huguenote. A cabeça cortada de Coligny foi aparentemente enviada ao papa Gregório XIII, apesar de não ter ido mais longe do que Lyon, e o papa Gregório XIII enviou ao rei a condecoração da Rosa de Ouro.[12] O papa encomendou um Te Deum para ser cantado em ação de graças (uma prática que persistiu em anos seguintes) e uma medalha foi cunhada com a frase Ugonottorum strages 1572 mostrando um anjo empunhando uma cruz e uma espada perto dos protestantes mortos.[13]

Surgiram importantes obras de pensadores huguenotes monarcômacos franceses, que combatiam o absolutismo monárquico, dentre essas merecem maior destaque:

  1. Franco-Gallia (1573) de François Hotman[14]
  2. Du droit des magistrats (Direito dos Magistrados sobre seus Súditos - 1574) de Théodore de Bèze
  3. Vindiciae contra tyrannos (Protesto ou Revide contra os Tiranos - 1579) de Philippe du Plessis-Mornay e Hubert Languet[15]

Na literatura e na dramaturgia[editar | editar código-fonte]

A história foi relatada por Alexandre Dumas em sua obra A Rainha Margot, um romance de 1845, historicamente acurado, apesar de Dumas ter inserido tons de romantismo e aventuras em seu texto. O romance de Dumas foi adaptado ao cinema em 1994, em A Rainha Margot, de Patrice Chéreau.

O massacre já tinha sido representado no cinema por D. W. Griffith no filme mudo Intolerance ("Intolerância"), de 1916.

Também contada pelo escritor Michel Zevaco (autor francês, nasceu em Ajaccio, em 1860 na mesma cidade de Napoleão Bonaparte cem anos depois, conhecedor profundo da Historia Francesa Medieval e Renascentista) no romance inicial Os Pardaillans, onde ele era mestre em ficção dentro da realidade.

Para os espíritas o massacre é relatado com destaque em duas obras: A Noite de São Bartolomeu[16] e Ecos de São Bartolomeu.[17] Allan Kardec traz o artigo Os Gritos da Noite de São Bartolomeu[18] na Revista Espírita de setembro de 1858 sobre o tema.

Recentemente, este massacre e outros episódios sobre as guerras entre católicos e protestantes, está ricamente narrada no romance do autor inglês Ken FolletA Column of Fire ("Coluna de Fogo)", 2017.

O episódio do massacre também é retratado na série inglesa Doctor Who - Arco 022 - The Massacre - transmitido entre 5 e 26 de fevereiro de 1966.

Importantes referências ao Massacre da Noite de São Bartolomeu constam no livro Elizabetta de la Paz, obra da médium espírita Helaine Coutinho Sabadini, pelo espírito Nathanael (um dos 12 discípulos de Jesus Cristo), que relata de forma romanceada a história de rainha consorte de Felipe II da Espanha, Isabel de Valois, filha da rainha da França Catarina de Medici.[carece de fontes]

Ainda para os espíritas, o livro "Nas Voragens do Pecado", psicografado por Yvone A. Pereira, através do Espírito Charles, descreve a trama de duas mulheres unidas num processo de vingança e obsessão contra o "Capitão da Fé", responsável pelo massacre de seus familiares durante a terrível Noite de São Bartolomeu.[carece de fontes]

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. ↑ Ir para:a b c d Max Altman; Oliver Ramme (24 de agosto de 2010). «Hoje na História: 1572 - Massacre da noite de São Bartolomeu aterroriza a França»UOL. Opera Mundi. Consultado em 24 de agosto de 2012
  2.  Armstrong, Alastair (2003), France 1500-1715, Heinemann, pp. 70-71 ISBN 0-435-32751-8
  3.  Perry, Sheila (1997), Aspects of Contemporary France, p. 5, Routledge, ISBN 0-415-13179-0ISBN 978-0-415-13179-7
  4.  François Guizot in his A Popular History of France from the Earliest Times, Volume IV
  5.  Armstrong, Alastair (2003), France 1500-1715, Heinemann, pp. 70-71 ISBN 0-435-32751-8
  6.  Saint Bartholomew’s Day, Massacre of (2008) Encyclopaedia Britannia Deluxe Edition, Chicago;
  7.  «DW-World». Consultado em 13 de outubro de 2008
  8.  Holt, Mack P. (2005). The French Wars of Religion 1562-1626, Cambridge University Press. Books
  9. ↑ Ir para:a b Holt (2005 ed.), p. 91
  10.  H. G. Koenigsberger, George L. Mosse, G. Q. Bowler (1999), Europe in the Sixteenth Century, Second Edition, Longman ISBN 0582418631 (em inglês)
  11.  Chadwick, H. & Evans, G. R. (1987), Atlas of the Christian Church, Macmillian, London, ISBN 0-333-44157-5 hardback, p. 113
  12.  Fisher, H.A.L. (1969, ninth ed.), A History of Europe: Volume One, Fontana Press, London, p. 581
  13.  Lindberg, Carter (1996), The European ReformationsBlackwell, p. 295
  14.  The French Wars of Religion 1559-1598, em inglês, acesso em 24 de fevereiro de 2010.
  15.  O DIREITO DE RESISTÊNCIA E O TIRANICÍDIO NO CALVINISMO, disponível na internet, acesso em 24 de fevereiro de 2020
  16.  A Noite de São Bartolomeu, romance de J. W. Rochester/Wera Krijanowsky, editora Boa Nova, ISBN 8586470112.
  17.  Ecos de São Bartolomeu, livro biográfico de Luiz Antônio Millecco Filho, editora Lachâtre, ISBN 8586081698
  18.  Allan Kardec (Setembro de 1858). «Os Gritos da Noite de São Bartolomeu»Revista Espírita. O mensageiro. Consultado em 24 de agosto de 2012. Arquivado do original em 21 de agosto de 2010

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • Butterfield, HerbertMan on his Past, Cambridge University Press, 1955, Chapter VI, Lord Acton and the Massacre of St Bartholomew
  • Denis Crouzet : Les Guerriers de Dieu. La violence au temps des troubles de religion vers 1525-vers 1610, Champvallon, 1990 (ISBN 2-87673-094-4), La Nuit de la Saint-Barthélemy. Un rêve perdu de la Renaissance, Fayard, coll. « Chroniques », 1994 (ISBN 2-213-59216-0) ;
  • Jean-Louis Bourgeon : L'assassinat de Coligny, Genève, Droz, 1992. Charles IX devant la Saint-Barthélemy, Droz, coll. Travaux d'histoire éthico-politique, 1995 (ISBN 2-600-00090-9) ;
  • Janine Garrisson, 1572 : la Saint-Barthélemy, Complexe, 2000 (ISBN 2-87027-721-0). (em francês) Google books
  • Lincoln, BruceDiscourse and the Construction of Society: Comparative Studies of Myth, Ritual, and Classification, Oxford University Press US, 1989, ISBN 0-19-507909-4ISBN 978-0-19-507909-8 Google Books

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