domingo, 16 de agosto de 2020

SÃO ROQUE - DIA DE - 16 DE AGOSTO DE 2020

 

Roque de Montpellier

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São Roque de Montpellier
Estátua de São Roque em PragaRepública Checa.
Nascimento1295 em MontpellierFrança
Morte16 de agosto de 1327 (32 anos) em MontpellierFrança
Veneração porIgreja Católica
Religiões Afro-Brasileiras
Canonização(1590-1591) por Papa Gregório XIV
Festa litúrgica16 de agosto
AtribuiçõesFerimento na coxa;
Gloriole.svg Portal dos Santos

Roque de Montpellier (c. 1295 – 1327) é um santo da Igreja Católica Romana, protetor contra a peste e padroeiro dos inválidos, cirurgiões, e dos cães[1]. É também considerado por algumas comunidades católicas como protetor do gado contra doenças contagiosas. A sua popularidade, devido à intercessão contra a peste, é grande sendo padroeiro de múltiplas comunidades em todo o mundo católico e padroeiro de diversas profissões ligadas à medicina, santo protetor contra a peste, padroeiro dos inválidos, ao tratamento de animais e dos seus produtos e aos cães. A sua festa celebra-se a 16 de agosto.

Biografia[editar | editar código-fonte]

Roque de Montpellier, Palmi

Não existem grandes certezas sobre a vida de São Roque, permanecendo a maior partes dos seus dados biográficos envolvidos em mistério. Até o seu verdadeiro nome é desconhecido, já que Roch (aportuguesado para Roque) seria o seu nome de família e não o nome de batismo (está documentada a existência no século XII de uma família com aquele apelido na cidade).

Embora haja considerável variação nas datas apontadas para o seu nascimento e morte (consoante os hagiógrafos, a data de nascimento varia de 1295 a 1350; a da morte de 1327 a 1390), Roque teria nascido em MontpellierFrança, por volta de 1350, e falecido na mesma cidade em 1379 (embora outra versão da sua biografia o dê como morto naquele mesmo ano, mas na Lombardia). Sabe-se contudo que teria falecido jovem.

Era filho de um mercador rico, de nome João, que teria funções governativas na cidade, e de sua mulher Libéria. Estava ligada a famílias importantes de Montpellier, sendo herdeiro de considerável fortuna.

Diz a lenda que Roque teria nascido com um sinal em forma de cruz avermelhada na pele do peito, o que o predestinaria à santidade. Roque teria ficado órfão de pai e mãe muito jovem, sendo a sua educação confiada a um tio. Teria estudado medicina na sua cidade natal, não concluindo os estudos.

Levando desde muito cedo uma vida ascética e praticando a caridade para com os menos afortunados, ao atingir a maioridade, por volta dos 20 anos, resolveu distribuir todos os seus bens aos pobres, deixando uma pequena parte confiada ao tio, partindo de seguida em peregrinação a Roma.

No decorrer da viagem, ao chegar à cidade de Acquapendente, próxima de Viterbo, encontrou-a assediada pela peste (aparentemente a grande epidemia da Peste Negra de 1348). De imediato ofereceu-se como voluntário na assistência aos doentes, operando as primeiras curas milagrosas, usando apenas um bisturi e o sinal da cruz. Em seguida visitou Cesena e outras cidades vizinhas, MântuaModenaParma, e muitas outras cidades e aldeias. Onde surgia um foco de peste, lá estava Roque ajudando e curando os doentes, revelando-se cada vez mais como místico e taumaturgo.

Depois de visitar Roma (período que alguns biógrafos situam de 1368 a 1371), onde rezava diariamente sobre o túmulo de São Pedro e onde também curou vítimas da peste, na viagem de volta para Montpellier, ao chegar a Piacenza, foi ele próprio contagiado pela doença, o que o impediu de prosseguir a sua obra de assistência. Para não contagiar alguém, isolou-se na floresta próxima daquela cidade, onde, diz a lenda, teria morrido de fome se um cão não lhe trouxesse diariamente um pão e se da terra não tivesse nascido uma fonte de água com a qual matava a sede. O cão pertenceria a um homem rico, de nome Gottardo Palastrelli, que apercebendo-se miraculosamente da presença de Roque, o teria ajudado, sendo por ele convertido a emendar a sua má vida.

Miraculosamente curado, regressou a Montpellier, mas logo foi preso e levado diante do governador, que alguns biógrafos afirmam seria um tio materno seu, que declarou não o conhecer. Roque foi considerado um espião e passou alguns anos numa prisão (alguns biógrafos dizem ter sido 5 anos) até morrer, abandonado e esquecido por todos, só sendo reconhecido depois de morto, pela cruz que tinha marcada no peito.

Uma versão alternativa situa o local da prisão em Angera, próximo do Lago Maggiore, afirmando que teria sido mandado prender pelo duque de Milão sob a acusação de ser espião a soldo do Papa. Não se podendo livrar da acusação de espionagem (ou de disseminar a peste), morreu prisioneiro naquela cidade (diz-se que em 1379).

Embora não haja consenso sobre o local do evento, parece certo que ele morreu na prisão, depois de um largo período de encarceramento.

Descoberta a cruz no peito, a fama da sua santidade rapidamente se espalhou por todo o sul de França e pelo norte da Itália, sendo-lhe atribuídos numerosos milagres. Passou a ser invocado em casos de epidemia, popularizando-se como o protector contra a peste e a pestilência. O primeiro milagre póstumo que lhe é atribuído foi a cura do seu carcereiro, que se chamaria Justino e coxeava. Ao tocar com a perna no corpo de Roque, para verificar se estaria realmente morto, a perna ficou milagrosamente curada.

Embora sem provas que o consubstanciem, afirma-se que Roque teria pertencido à Ordem Terceira de São Francisco.

Canonização e culto[editar | editar código-fonte]

Tumba de São Roque em Veneza

Não se conhece a data da canonização, a qual terá sido por devoção popular e não por decisão eclesiástica, como aliás era comum na época. A primeira decisão oficial da Igreja sobre o culto a São Roque aconteceu em 1414, quando no decurso do Concílio de Constança se declarou uma epidemia de peste. Levados pela fé popular em São Roque, os padres conciliares ordenaram preces e procissões em sua honra, tendo de imediato o contágio cessado.

papa Urbano VIII aprovou os ofícios eclesiásticos para serem recitados a 16 de agosto, dia da sua festa.

papa Paulo III erigiu uma confraria, sob a invocação de São Roque, para administrar a igreja e o hospital erigidos em Roma durante o pontificado de Alexandre VI. A confraria cresceu rapidamente, de tal forma que o papa Paulo IV a elevou a arquiconfraria, como a faculdade de agregar outras confrarias da mesma invocação que tinham surgido noutras cidades. A confraria tinha um cardeal protector (ver Reg. et Const. Societatis S. Rochi). Vário papas concederam privilégios a esta confraria, nomeadamente Pio IV (1561), Gregório XIII (1577) e Gregório XIV (1591).

O culto a São Roque, que tinha declinado durante o século XVI reavivou-se com a aprovação papal da respectiva confraria, tendo surgido igrejas dedicadas ao santo em todas as capitais católicas, recrudescendo a devoção sempre que surgiam epidemias. O último grande ressurgimento ocorreu com a cólera nos princípios do século XIX.

Diz-se que as suas relíquias foram transportadas para Veneza em 1485, sendo aqui objeto de grande veneração. A magnificente igreja seiscentista que as alberga, a chiesa di San Rocco, ao lado da magnífica Scuola Grande di San Rocco, foram ambas decoradas por Tintoretto. A cidade dedica-lhe uma festa anual (uma das obras primas de Canaletto retrata a saída da procissão de São Roque em Veneza).

É sincretizado nas religiões afro-brasileiras com o orixá Omulú juntamente com São Lázaro.[2][3]

Iconografia[editar | editar código-fonte]

São Roque é geralmente representado em trajes de peregrino, por vezes com a vieira típica dos peregrinos de Santiago de Compostela, e com um longo bordão do qual pende uma cabaça. Um dos joelhos é geralmente mostrado desnudado a perna, sendo aí visível uma ferida (bubão da peste). Por vezes é acompanhado por um cão, que aparece a seu lado trazendo-lhe na boca um pão.

No livro «a Caminho de Santiago, roteiro do peregrino», do Conde de Almada, em janeiro de 2000, na página 91, chama a atenção que curiosamente a lâmina do "O Louco", do Tarô de Marselha, se identifica muito com ele, pelo ar de viajante, pelo bordão e o cão que lhe sobe a perna.

Celebrações de São Roque em todo o mundo[editar | editar código-fonte]

  • PalmiItália, 16 de agosto é feita a "festa de San Rocco". Existem inúmeras tradições. Durante a procissão da estátua pelas ruas, alguns fiéis vestindo participar de ofertas votivas, despido da cintura para cima, uma capa de espinhos de vassoura selvagem (chamados de "spalas"). A procissão dura quatro horas e meia e abrange sete quilômetros de estrada, com uma participação de cerca de 30 mil devotos. Outra forma de oferenda é cera, humano anatômica, como um sinal de gratidão por uma cura milagrosa. Nos dias do festival correr pelas ruas ao ritmo de tambores, dois gigantes de papelão chamado de "Mata" e "Grifone".

Referências

São Roque/SP/Brasil Fundada na segunda metade do século XVII pelo bandeirante Pedro Vaz de Barros - mais conhecido como Vaz-Guaçu - a cidade surgiu de uma enorme fazenda e uma capela por ele erigida no local. A capela - então localizada onde hoje é a Praça da Matriz - foi levantada em devoção a São Roque. As Festas de Agosto dedicada ao Santo São Roque iniciam-se no primeiro domingo de agosto com a entrada dos carros de lenha e a festa vai até o dia 16 de agosto com uma monumental procissão dedicada ao Santo São Roque.Referida procissão parte da Igreja Matriz e percorre as ruas de São Roque e o andor é acompanhado por milhares de peregrinos.

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

A versão on-line da Catholic Encyclopedia aponta a seguinte bibliografia:

  • BRUGADA, Martirià, São Roque Serviço ao Próximo, Edit. Paulinas, São Paulo 2003, Coleçâo Amigas e amigos de Deus
  • WADDING, Annales Min. (Roma, 1731), VII, 70; IX, 251; Acta SS. (Veneza, 1752), 16 de agosto; Gallia Christiana, VI ad an. 1328;
  • ANDRE, Hist. de S. Roch (Carpentras, 1854);
  • CHAVANNE, S. Roch Hist. completa, etc. (Lyon, 1876);
  • COFFINIERES, S. Roch, études histor. sur Montpellier au XIVe siècle (Montpellier, 1855);
  • BEVIGNANI, Vita del Taumaturgo S. Rocco (Roma, 1878); Vita del glorioso S. Rocco, figlio di Giovanni principe di Agatopoli, ora detta Montpellieri, con la storica relazione del suo corpo (Veneza, 1751);
  • BUTLER, Lives of the Saints;
  • LEON, Lives of the Saints of the Three Orders of S. Francis (Taunton, Inglaterra, 1886);
  • PIAZZA, Opere pie di Roma (Roma, 1679).

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

sábado, 15 de agosto de 2020

DO TEMPO DA OUTRA SENHORA

 /2020 10:34

  •  Você

Do Tempo da Outra Senhora


O Peralta de Luísa Batalha

Posted: 12 Aug 2020 09:29 AM PDT


Peralta (2020). Luísa Batalha (1959-  ). Colecção do autor.

Trata-se de uma figura antropomórfica masculina de aspecto citadino trajando um fato e um chapéu vistosos e calçando um par de sapatos com sola. A imagem assenta numa base quadrangular com os vértices cortados em bisel, tem topo verde-escuro e orla cor de zarcão.
Ao modelar o Boneco em epígrafe, Luísa Batalha decidiu conceder volumetria a alguns componentes da sua composição. Deste modo, a gola do casaco, os botões do mesmo, o lenço em torno do pescoço, a camisa, a fita do chapéu e o cabelo ondulado foram modelados em barro. Despertam a atenção os vincos das mangas na região dos cotovelos, os quais reforçam a noção de curvatura.
O chapéu tem aba circular voltada para cima e copa de formato cilíndrico, cortada a meio.
A camisa tem colarinho algo revirado para cima e punhos que se destacam das mangas do casaco. Junto ao pescoço um lenço cujas pontas se cruzam junto ao peito.
O fato, os botões do casaco e a fita do chapéu são cor violeta. A gola, a orla do casaco, assim como o chapéu, são cor azul de petróleo (azul-verde). A camisa é branca. O lenço é vermelho e os sapatos são negros. O cabelo é castanho.
Análise
A representação apresenta um rosto bem gizado, com olhos, nariz, boca, queixo e orelhas bem definidas, o mesmo se passando com o cabelo, a que há que acrescentar maçãs do rosto de ténue tonalidade rosa e uma representação do olhar inconfundível. Tudo isto parece ser marcas identitárias da barrista. Para além disso, o modelo tem um perfil e um aspecto elegante, com mãos bem definidas, que fazem lembrar mãos reais, mãos de pessoas de carne e osso. E essas parecem-me ser outras das marcas distintivas da barrista.
A cor dominante no artefacto é a cor violeta, que historicamente está muito associada ao poder e à nobreza. Nunca é encarada como estando ligada à humildade. Usada no vestuário chama a atenção e é vista como um sinal de extravagância. É considerada a cor da vaidade ou seja do sentimento de grande valorização que alguém tem em relação a si próprio.  A vaidade está associada à soberba, crença de alguém ser superior a todos, o que de acordo com o Cristianismo constitui um dos sete pecados capitais. Tendo em conta o conceito de “Peralta” creio que a cor violeta foi a melhor cor escolhida para o vestuário, visando transmitir a ideia de extravagância associada à figuração.
A excelência do trabalho da barrista é merecedor de toda a minha admiração e por isso lhe dou os meus sinceros parabéns. Formulo ainda votos de que continue a trilhar com êxito a senda recentemente iniciada.


Luísa Batalha pintando o Peralta.

O JOGO - 15 DE AGOSTO DE 2020

 

BLOG HUMANISTA - 15 DE AGOSTO DE 2020

 

O Blog Humanista


Crise Demográfica - O Problema Europeu

Posted: 15 Aug 2020 12:15 AM PDT


A ascensão dos partidos de Extrema-direita na Europa e de sentimentos de xenofobia e racismo, têm vindo a recrudescer no seio da União Europeia, através de choque e confronto de culturas entre população autóctone e imigrante. Mas por outro lado, estão a ofuscar o verdadeiro problema que está por trás disso, a crise demográfica verificada com a queda de natalidade e as consequências que terá para o futuro da Europa.
Num estudo publicado pela Pordata, e realizado pela União Europeia, sobre o índice de fecundidade, efetuado entre os 27 Estados membros da UE, Portugal ficou em 20.ª posição com 1,4 filhos por mulher e a Alemanha em 13.ª com 1,6 filhos por mulher, esta queda de natalidade vem acentuando de forma acelerada o declínio da população, pela incapacidade de reposição da população autóctone. A Taxa de reposição populacional teria que ser no mínimo de 2,2 filhos por mulher, todavia, nenhum país da Europa tem este índice.
Os países que se encontram nos últimos lugares são Chipre, Itália, Espanha e Malta com 1,3 filhos por mulher. Ou seja, a incapacidade de a Europa repor a sua população autóctone é negativa, pelo que os Estados membros recorrem à Imigração de mão-de-obra estrangeira para poder repor o índice populacional e manter a dimensão da economia e a capacidade de consumo no mercado interno.
Os estudos Demográficos juntamente com estudos sociológicos, ajudam-nos a obter respostas para podermos compreender aspetos importantes na alteração da cultura e dos valores, bem como das relações sociais que surgem entre a população autóctone e a população imigrante, fazendo surgir mais questões, como:
1 - "Será que haverá uma simbiose de culturas, ou manter-se-ão separadas num "Melting Pot" típico de uma sociedade multicultural e multiétnica?
2 - "A cultura tradicional dos povos europeus conseguirá ceder lugar às tradições trazidas pelos imigrantes?
3 - "Visto que há uma séria crise demográfica denominada por "Envelhecimento Populacional", verificada no Topo da pirâmide pela longevidade da população adulta, e na  Base, pela redução da natalidade, resta saber quais as consequências para os Estados europeus devido ao declínio da sua população"?
Autor Filipe de Freitas Leal


Sobre o Autor

Filipe de Freitas Leal é Licenciado em Serviço Social pelo Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa. Trabalhou como Técnico de Serviço Social numa ONG vocacionada à reinserção social de ex-reclusos e ao apoio de famílias em vulnerabilidade social, é Blogger desde 2007 e escritor desde 2015, tem livros publicados da poesia à política, passando pelo Serviço Social.

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