quinta-feira, 6 de agosto de 2020

PONTE 25 DE ABRIL (Antes SALAZAR) - INAUGURADA EM 1966 - 6 DE AGOSTO DE 2020

 


Ponte 25 de Abril

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Ponte 25 de Abril
Ponte 25 de Abril vista de Alcântara (Lisboa). Ao fundo pode ver-se o Santuário Nacional de Cristo Rei.
Nome oficialPonte 25 de Abril
Outros nomesPonte Sobre o Tejo (nome oficial do projecto)

Ponte Salazar

Arquitetura e construção
DesignPonte suspensa
Início da construção5 de Novembro de 1962
Término da construção1966
Data de abertura6 de Agosto de 1966
Dimensões e tráfego
Comprimento total2 277,64 m
Altura máxima70 m
Tráfego150.000 carros

157 comboios

Pedágio1.85 € (Apenas no sentido Sul => Norte, Jan 2019)
Geografia
ViaA2 / IP7 e Linha do Sul
CruzaRio Tejo
LocalizaçãoLisboaPortugal
Coordenadas38° 41′ 27″ N, 9° 10′ 39″ O

Ponte 25 de Abril é uma ponte suspensa rodoferroviária sobre o rio Tejo que liga a cidade de Lisboa (margem norte) à cidade de Almada (margem sul), em Portugal. A ponte atravessa o estuário do Tejo na parte final e mais estreita — o designado gargalo do Tejo.

A Ponte tem 2 277 metros de comprimento. Com um vão livre de 1 013 metros, a Ponte 25 de Abril é a 33.ª maior ponte suspensa do mundo. O tabuleiro superior alberga 6 vias rodoviárias (3 por sentido), enquanto que o tabuleiro inferior alberga duas linhas ferroviárias eletrificadas a 25 kv AC.

Projetos para a construção de uma ponte sobre o estuário do Tejo existem desde finais do século XIX; no entanto, apenas na década de 1950 o governo português do Estado Novo avançou com a construção de uma ponte para ligar as duas margens da área metropolitana de Lisboa. A construção começou em novembro de 1962 e prolongou-se por quatro anos. A Ponte foi inaugurada em 6 de agosto de 1966, então apenas com um tabuleiro rodoviário. Em 29 de julho de 1999 foi inaugurado o tabuleiro ferroviário.[1] A Ponte 25 de Abril foi concessionada à empresa privada Lusoponte em 1996, que também foi incumbida de construir a Ponte Vasco da Gama. A concessão destas duas pontes termina em março de 2030.

Até 1974, a Ponte 25 de Abril chamava-se Ponte Salazar. O nome 25 de Abril faz alusão à revolução de 25 de Abril de 1974.

História[editar | editar código-fonte]

A primeira ideia sobre a construção de uma ponte que ligasse a cidade de Lisboa a Almada, situada na margem esquerda do Tejo, remonta ao ano de 1876. Naquela altura, o engenheiro Miguel Pais sugeriu que a sua construção fosse feita entre Lisboa e o Montijo.

Mais tarde, em 1888, um engenheiro norte-americano de nome Lye, propôs que a ponte fosse construída entre a zona do Chiado, no centro de Lisboa, e Almada.

A Ponte 25 de Abril com o Cristo Rei e a Serra da Arrábida ao fundo.
Vista da ponte iluminada à noite

No ano seguinte (1889), dois engenheiros franceses, Bartissol e Seyrig, sugeriram a ligação rodoviária e ferroviária a partir da zona da Rocha Conde de Óbidos, do lado de Lisboa, a Almada. Um ano depois (1890), surgiu uma nova proposta, feita por uma empresa alemã, que propunha a ligação entre a zona do Beato, do lado de Lisboa, e o Montijo. Esta última ideia teve bastante aceitação por parte da opinião pública à época.

Já no século XX, no ano de 1913, o governo português recebeu uma sugestão para a construção de uma ponte, retomando a ligação entre a zona da Rocha Conde de Óbidos e Almada. Esta proposta foi reatada, em 1921, pelo engenheiro espanhol Alfonso Peña Boeuf, chegando o seu projecto a ser discutido no parlamento português.

Decorria o ano de 1929, quando o engenheiro português António Belo solicitou a concessão de uma via férrea a estabelecer sobre o rio Tejo, a partir da zona do Beato, em Lisboa, e o Montijo. Perante esta iniciativa, o então ministro das Obras Públicas, Duarte Pacheco, acabou por nomear, no ano de 1933, uma Comissão com o fim de analisar a proposta em causa, tendo ele próprio, apresentado, em 1934, uma proposta ao Governo, de que fazia parte, para a construção de uma ponte rodo-ferroviária sobre o Tejo.

Contudo, todas estas propostas acabaram por ser preteridas em favor das obras da Ponte Marechal Carmona, em Vila Franca de Xira, aberta em 1951.

Apenas no ano de 1953 é que o Governo português criou uma comissão com o objectivo de estudar e apresentar soluções sobre a questão do tráfego ferroviário e rodoviário entre Lisboa e a margem sul do Tejo.

Finalmente, em 1958, os governantes portugueses decidiram oficialmente a construção de uma ponte. A concessão foi liderada pelo Eng. José Estevão de Abranches Couceiro do Canto Moniz (então nomeado director do Gabinete da Ponte sobre o Tejo e depois ministro das Comunicações) que foi o responsável pela abertura de um concurso público internacional, para que fossem apresentadas propostas para a construção. Após a apresentação de quatro propostas, o que aconteceu em 1960, a obra foi adjudicada à empresa norte-americana United States Steel Export Company, que, já em 1935, tinha apresentado um projecto para a sua construção.

A 5 de Novembro de 1962 iniciaram-se os trabalhos de construção. Menos de quatro anos após o início destes, ou seja, passados 45 meses, a ponte sobre o Tejo foi inaugurada (seis meses antes do prazo previsto [carece de fontes]), cerimónia que decorreu no dia 6 de Agosto de 1966, do lado de Almada, na presença das mais altas individualidades portuguesas, entre as quais se destacou o Presidente da República, Almirante Américo de Deus Rodrigues Tomás, o Presidente do Conselho de Ministros, António de Oliveira Salazar e o Cardeal Patriarca de Lisboa, D. Manuel Gonçalves Cerejeira, recebendo a denominação de Ponte Salazar.[2]

O seu custo rondou, preço à época da sua construção, o valor de dois milhões e duzentos mil contos, o que corresponde, sem ajustes à inflação, a perto de 11 milhões de euros

A ponte 25 de Abril exige uma manutenção permanente. Este colosso de aço é inspeccionado há 50 anos pelo ISQ.


Imprensa[editar | editar código-fonte]

No dia da inauguração a imprensa estava lá para festejar, laudatoriamente, a maior obra pública do país. Várias centenas de páginas de jornais e revistas foram preenchidas tendo-se difundido o grande projeto além fronteiras. Jornais de renome como o Diário de NotíciasO SéculoDiário de LisboaDiário PopularComércio do Porto entre muitos outros, mostraram ao mundo o impacto da fundação através de imagens e testemunhos.[3] Ainda no mesmo ano nasceu o filme "A Ponte Salazar sobre o Rio Tejo em Portugal", filme oficial encomendado pelo regime, produzido pela Tobis Portuguesa sob a direção de imagem de Leitão de Barros.[4]


A Revolução[editar | editar código-fonte]

Aspecto da ligação ferroviária entre o Túnel do Pragal e a Ponte 25 de Abril, na Linha do Sul.
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estrondo da ponte 25 de abril

Após a Revolução de 25 de Abril de 1974, a "Ponte Salazar" conservou o seu nome durante mais de cinco meses. Foi mudado para "Ponte 25 de Abril" na sequência do putsch falhado de 28 de Setembro, por iniciativa do coronel João Varela Gomes, que depois da intentona fora nomeado, improvisadamente, para presidir às primeiras comemorações em liberdade da revolução republicana de 5 de Outubro de 1910.[5]

Ainda que projectada para suportar, em simultâneo, tráfego ferroviário e rodoviário, nesta fase só ficou preparada para a passagem de veículos rodoviários. Apenas em 1996, é que o Governo português procedeu à elaboração de um projecto para a instalação do tráfego ferroviário, através da montagem de um novo tabuleiro, alguns metros abaixo do tabuleiro do trânsito rodoviário, já em funcionamento. A 30 de Julho de 1999 foi inaugurada este novo tipo de travessia.

As consequências resultantes desta travessia não se fizeram esperar, desde a sua entrada em funcionamento, designadamente no que se refere à explosão urbanística que surgiu na margem esquerda do Rio Tejo, de Almada a Setúbal, estimulando, igualmente, o crescimento económico e turístico do sul de Portugal, destacando-se, neste caso, a região do Algarve.

Desde o início do seu funcionamento que a circulação rodoviária é intensa, do que resultam situações de congestionamento automóvel diárias. Esclarecedores são os números referentes ao início do ano de 2006: passam na Ponte 25 de Abril sete mil carros, nos dois sentidos, na "hora de ponta" e cento e cinquenta mil, em média, por dia, o que corresponde a mais de 300 mil utilizadores diários.

Também a circulação ferroviária é intensa, correspondendo esta à passagem de 157 comboios, diariamente, nos dois sentidos, transportando estes cerca de oitenta mil passageiros dia.

Só no ano de 2007 foram transportados 22 milhões de utentes pela via ferroviária.

A grandeza e a imponência da Ponte 25 de Abril está bem expressa no facto de, à data da sua inauguração, ser a quinta maior ponte suspensa do mundo e a maior fora dos Estados Unidos. Passados cinquenta anos, após a sua inauguração, ocupa, agora, o 20º[6] lugar, a nível mundial.

Anualmente, em meados de Março, a ponte é cortada ao trânsito por umas horas para a realização da Meia-Maratona de Lisboa.

Em 27 de setembro de 2017, abre na ponte um miradouro junto ao tabuleiro por onde circulam os carros na Ponte 25 de Abril, a 80 metros de altura, junto ao pilar 7 permitindo uma vista privilegiada de Lisboa até à outra margem. O projeto custou 5,3 milhões de euros, assegurados parcialmente pela taxa turística que é cobrada aos turistas que visitam Lisboa. A estrutura tem chão e paredes de vidro.[7]

Características técnicas[editar | editar código-fonte]

Outros dados relevantes sobre a Ponte 25 de Abril, à data da sua inauguração:

  • 1 012,80 metros de comprimento do vão principal
  • 2 277,64 metros de distância de amarração a amarração
  • 70 metros de altura do vão acima do nível da água
  • 190,47 metros de altura das torres principais acima do nível da água (o que a torna a segunda mais alta construção de Portugal [carece de fontes] e uma das pontes mais altas da Europa, com o viaduto de Millau em França)
  • 58,6 centímetros de diâmetro de cada cabo principal
  • 11 248 fios de aço com 4,87 milímetros de diâmetro, em cada cabo (o que totaliza 54,196 quilómetros de fio de aço)
  • 79,3 metros de profundidade, abaixo do nível de água, no pilar principal, Sul
  • 30 quilómetros de rodovias nos acessos Norte e Sul com 32 estruturas de betão armado e pré-esforçado
    • Estes resultados foram obtidos com a aplicação de 263 000 metros cúbicos de betão e 72 600 toneladas de aço.

Na Ponte 25 de Abril pode ouvir-se constantemente este som (59s) que corresponde à vibração dos cabos de aço, e à passagem dos carros em cima da grelha nas vias da esquerda.

Ponte 25 de Abril vista do Cemitério dos Prazeres.
A Ponte vista do Padrão dos Descobrimentos.
Panorama da Ponte vista do Palácio das Necessidades.

Perfil[editar | editar código-fonte]

TroçoPerfilExtensão
Lisboa - Almada
Spain traffic signal s11b.svg
2,27764 km

Histórico de Troços[editar | editar código-fonte]

TroçoSituaçãokm
Lisboa - AlmadaEm serviço (08/1966)
2,27764

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1.  Inauguração da Travessia de Comboio na Ponte 25 de Abril. RTP. 29 de julho de 1999. Consultado em 12 de novembro de 2018
  2.  Cf. Decreto-Lei n.º 48112, de 14 de dezembro.
  3.  Hemeroteca Digital (2016). «Dossier digital:A inauguração da Ponte sobre o Tejo na imprensa»Hemeroteca Municipal de Lisboa. Consultado em 8 de junho de 2017
  4.  Hemeroteca Digital (2016). «Dossier digital:A inauguração da Ponte sobre o Tejo na imprensa»Hemeroteca Municipal de Lisboa. Consultado em 8 de junho de 2017
  5.  Sobre a denominação oficial cf., entre muitos outros, o Decreto-Lei 145/77, de 9 de abril. Vd. também Louçã, António. Varela Gomes. "Que outros triunfem onde nós fomos vencidos". Biografia. Lisboa, Ed. Parsifal, 2016, pg. 160.
  6.  http://en.structurae.de/structures/data/index.cfm?id=s0000237
  7.  «Miradouro na Ponte 25 de Abril abre na quarta-feira»

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

Outros projetos Wikimedia também contêm material sobre este tema:
CommonsImagens e media no Commons

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • RODRIGUES, Luís Ferreira (2016). A ponte inevitável: a história da Ponte 25 de Abril. Lisboa: Guerra e Paz

MONTE TABOR - (TRANSFIGURAÇÃO DO SENHOR) - 6 DE AGOSTO DE 2020

 


Monte da Transfiguração

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Igreja franciscana da Transfiguração sobre o monte Tabor
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Uma das incógnitas do Novo Testamento é a identificação da montanha onde Jesus passou por sua Transfiguração. Segundo Evangelho de Mateus:

"Seis dias depois, tomou Jesus consigo a Pedro, Tiago e João, seu irmão, e os conduziu em particular a um alto monte, E transfigurou-se diante deles; o seu rosto resplandeceu como o sol, e as suas vestes tornaram-se brancas como a luz. E eis que lhes apareceram Moisés e Elias, falando com ele. Então Pedro, e disse a Jesus: Senhor, é bom para nós estarmos aqui: se queres, farei aqui três tendas; uma para ti, outra para Moisés e outra para Elias. Enquanto ele ainda falava, eis que uma nuvem luminosa os cobriu; e eis que uma voz fora da nuvem, que dizia: Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo; a ele ouvi. E quando os discípulos, ouvindo isto, caíram sobre seus rostos, e tiveram grande temor. E Jesus veio e tocou-lhes, e disse: Levantai-vos, e não tenhais medo. E quando eles tinham levantaram os olhos, não viram a ninguém senão a Jesus somente. E, descendo eles do monte, Jesus ordenou-lhes, dizendo: Dize a visão de ninguém, até que o Filho do homem seja ressuscitado dentre os mortos." (Mateus 17:1–9, KJV)

Identificações[editar | editar código-fonte]

Vários candidatos a serem a montanha da Transfiguração foram sugeridos, dentre eles:

Tabor[editar | editar código-fonte]

Monte Tabor é o local tradicional. A mais antiga identificação do Monte da Transfiguração foi o Tabor por Orígenes, no século terceiro. Ele também é mencionado por São Cirilo de Jerusalém e São Jerônimo no século IV. A Igreja da Transfiguração está localizada no topo do Monte Tabor.[1] Mais tarde é mencionado no século V na Transitus Beatae Mariae Virginis.

Hermon[editar | editar código-fonte]

Monte Hermon, foi sugerido por R. H. Fuller e J. Lightfoot[2] por duas razões: é o monte mais alto da região - e a Transfiguração ocorreu em "um monte alto" (Mateus 17: 1) -, e está localizado perto de Cesareia de Filipe (Mateus 16:13), onde os eventos anteriores ocorreram.

Referências[editar | editar código-fonte]

  1.  Meistermann, Barnabas (1912), «Transfiguration»The Catholic EncyclopediaXV, New York: Robert Appleton Company, consultado em 15 de agosto de 2007
  2.  Jesus and Archaeology - Page 176 James H. Charlesworth - 2006 "R. H. Fuller and J. Lightfoot proposed Mount Hermon as the mount of the transfiguration, because the place"

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