sábado, 25 de julho de 2020

PROGRAMA VIKING - (1975) - 25 DE JULHO DE 2020


Programa Viking

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Programa Viking
Viking Orbiter releasing the lander.jpg
Orbitador Viking
Descrição
Operador(es)NASA/JPL
Propriedades
Massa de lançamento3527 kg (total)
Produção
Unidades fabricadas2
Missão
Data de lançamentoViking1: 20/08/1975

Viking2: 09/09/1975

Veículo de lançamentoTitan IIIE-Centaur
Data de inserção orbitalViking1: 19/06/1976

Viking2: 07/08/1976.

Data de aterrissagemViking1: 20/07/1976

Viking2: 03/09/1976

Local de aterrissagemViking1: Marte - Chryse Planitia (22.27° N, 312.05° E)

Viking2: Marte - Utopia Planitia (47.64° N, 134.29° E)

Outros
NotasComposta por orbitador e aterrizador.


Programa Viking foi um programa espacial não-tripulado da NASA que consistiu de um par de sondas espaciais americanas enviadas a Marte, a Viking 1 e a Viking 2. Cada veículo era composto de duas partes principais: uma projetada para estudar o planeta a partir da órbita, o orbitador (ou orbiter na língua inglesa) e outra para estudar o planeta na superfície, o aterrizador (ou lander na língua inglesa).[1]

A Viking 1 foi lançada em 20 de agosto de 1975, e a Viking 2, no dia 9 de setembro de 1975, ambas através de foguetes Titan III-E com estágios superiores Centaur.[1]

O custo total aproximado do programa foi de 1 bilhão de dólares.[2]

Orbitador[editar | editar código-fonte]

Os orbitadores foram baseados na sonda Mariner 9 e possuíam a forma de um octógono de aproximadamente 2,5 m de diâmetro e massa total no lançamento de 2328 kg, dos quais 1445 kg eram carburante e gás de controle de atitude.[2]

A energia elétrica para os orbitadores era fornecida por meio de painéis solares, que mediam 9,7 m de ponta a ponta e forneciam uma potência de 620 W quando em Marte. Possuíam também duas baterias recarregáveis de níquel-cádmio, usadas durante o lançamento, durante as manobras de correção de curso e durante ocultações solares.[2]

A comunicação com a Terra era feita via rádio usando-se a banda S, com duas antenas: uma omnidirecional, usada nas proximidades da Terra e outra parabólica com diâmetro de 1,5 m e direcionável, usada em longas distâncias. Uma antena montada no lado de trás e na ponta de um dos painéis solares era usada para comunicação com o aterrizador.[2][3]

Os orbitadores levaram instrumentos científicos pesando 65 kg e eram compostos de duas câmeras de alta resolução, um espectrômetro infravermelho (para detecção de água na atmosfera), um radiômetro infravermelho (para mapear as emissões térmicas da superfície e da atmosfera) e um transmissor de rádio na banda X (para experimentos usando ondas de rádio).[3][4][5]

Os objetivos principais dos orbitadores Viking foram o transporte dos aterrizadores até Marte, a realização do reconhecimento de possíveis locais de pouso, a atuação como ponte de comunicação entre os aterrizadores e Terra e a realização de suas próprias investigações científicas.[2]

Aterrizador[editar | editar código-fonte]

Os aterrizadores mediam aproximadamente 3 m de largura por 2 m de altura e pesavam cerca de 576 kg sem combustível (sendo 85 kg de combustível) e possuíam três suportes de pouso (“pernas”) com 1,3 m de comprimento.[6][7]

A energia elétrica para os aterrizadores era fornecida por meio de dois geradores termoelétricos de radioisótopos, contendo plutônio 238, capazes de gerar no mínimo 35 W de potência elétrica cada.[6][7][8]

A comunicação podia ser feita diretamente com a Terra, por meio de um sistema de rádio na banda S, que usava uma antena omnidirecional ou uma antena parabólica montada próxima à borda da sonda, ou usando-se o orbitador como ponte com um sistema de rádio de UHF.[6][8]

Aterrizador Viking: 1-coletor de amostras; 2-braço extensível; 3-sensor de vento e temperatura; 4-câmeras; 5-antena de alto ganho (banda S); 6-antena de UHF; 7-sismômetro; 8-sapata de pouso (3); 9-absorvedor de choque (3); 10-motores de descida (3); 11-processador biológico; 12-capa do gerador termoelétrico (2); 13-tanque de combustível (2).[7]

Possuíam duas câmeras de varredura para fotos, com visão de 360 graus (para fotos em preto e branco, coloridas, infravermelho e estereoscópicas), além de um braço com 3 m de comprimento com um coletor de amostras do solo.[7][8]

Os aterrizadores levaram instrumentos científicos pesando 60 kg e consistiam de cromatógrafos para gásespectrômetros de massa, instrumentos para estudos biológicos, duas câmeras, medidores de pressão, temperatura e sensores de vento, sismômetroespectrômetros de fluorescência de raios X entre outros.[4][7]

Os objetivos principais dos aterrizadores eram estudar a biologia, a composição química, a meteorologia, a sismologia, as propriedades magnéticas, as propriedades físicas e a aparência da superfície e atmosfera de Marte.[8]

Resultados científicos[editar | editar código-fonte]

Alguns resultados científicos obtidos pelo programa Viking podem ser resumidos como se segue:[5][6][9]

  • Pequenos ímãs permanentes no coletor de amostras, indicaram que a superfície contém alguns por cento de material magnético, provavelmente magnetita.
  • A velocidade média do vento é da ordem de alguns metros por segundo, com rajadas de 19 m/s.
  • A superfície marciana é um tipo de argila rica em ferro, que contém substâncias altamente oxidantes, que liberam oxigênio quando umedecidas. Acredita-se que os componentes principais são silicatos (SiO3)(45%) e óxido de ferro (Fe2O3) (18%), além de Al2O3 (5%), MgO (8%), CaO (5%) e SO3 (8%). A alta proporção de óxido de ferro dá a Marte sua cor avermelhada.
  • Foto da Viking 2 de Utopia Planitia.
    A superfície não contém moléculas orgânicas (a sensibilidade do método é de parte por bilhão).
  • A atmosfera consiste principalmente de CO2 (95%), com pequenas quantidades de nitrogênio (2,7%), argônio (1,6%), oxigênio (0,15%). Isótopos de nitrogênio juntamente com o argônio, indicam que a densidade da atmosfera foi muito maior no passado distante.
  • Variações na superfície ocorrem de forma extremamente lenta.
  • A maior concentração de vapor de água na atmosfera localiza-se perto da calota polar norte no meio do verão. O hemisfério sul, tem muito pouco vapor de água.
  • A densidade dos satélites de Marte (Phobos e Deimos) é baixa, da ordem de 2 gr/cm3, o que implica que eles originaram-se como asteroides capturados pela gravidade de Marte.
  • Medidas do tempo de chegada dos sinais de rádio, feitas quando Marte estava atrás do Sol (conjunção), mostraram um atraso devido ao campo gravitacional do Sol, confirmando a teoria da relativade geral de Albert Einstein com uma precisão de 0,1 % (20 vezes melhor que os testes anteriores).
  • A pressão atmosférica é aproximadamente 8 mbar e varia 30% durante um ano marciano, por que o dióxido de carbono condensa e sublima nas calotas polares.
  • A calota polar norte permanente é composta de gelo de água, a calota sul retém algum gelo de dióxido de carbono durante o verão.
  • O vapor de água é maior durante o verão no hemisfério norte, mas há grande quantidade de água congelada na subsuperfície (permafrost).
  • Os hemisférios norte e sul são bastante diferentes climaticamente, em função das tempestades de areia globais que se originam no verão do hemisfério sul.
  • A temperatura da atmosfera próximo à superfície medida nos locais de pouso variam de -90 °C até -8 °C. A temperatura do solo é da ordem de -43 °C.

No total, os dois orbitadores Viking produziram 52663 imagens de Marte e mapearam aproximadamente 97% da superfície com uma resolução de 300 m (em alguns locais escolhidos a resolução foi de 8 m). Os aterrizadores produziram 4500 imagens dos sítios de pouso.[1][10][11]

Fim do programa[editar | editar código-fonte]

Ao longo do tempo as sondas foram falhando por diversos motivos, levando ao final do programa Viking:[1][10][12]

SondaData da chegada

em Marte

Data do

desligamento

Tempo de

operação

Causa da falha
Orbitador

Viking 1

19/06/197617/08/19804 anos, 1 mês

e 19 dias

Desligado após o esgotamento do combustível

para controle de atitude.

Aterrizador

Viking 1

20/07/197613/11/19826 anos, 3 meses

e 22 dias

Um comando errado enviado da Terra

resultou na interrupção das comunicações.

Orbitador

Viking 2

07/08/197625/07/19781 ano, 11 meses

e 18 dias

Desligado após uma série de vazamentos

de combustível.

Aterrizador

Viking 2

03/09/197611/04/19803 anos, 7 meses

e 8 dias

Desligado após falha na bateria.

Vida em Marte[editar | editar código-fonte]

Modelo do aterrissador Viking.

Se existe vida em Marte, provavelmente está na forma de micro-organismos. Para procurar evidências de sua existência nas amostras de solo, três experimentos foram executados:[4][5][13]

  • Análise de fotossíntese: neste experimento, uma amostra de solo era exposta ao gás dióxido de carbono e deixado incubando em uma luz que simulava o sol em Marte. Posteriormente uma análise era feita para verificar se algum dióxido de carbono havia sido incorporado ao solo, uma indicação de que a fotossíntese havia ocorrido.
  • Análise metabólica: compostos orgânicos eram adicionados a uma amostra de solo, “alimentado-o”, se houvessem organismos vivos, eles consumiriam os compostos e descartariam gás carbônico.
  • Respiração: uma amostra de solo era umedecida com um meio de cultura, semelhante ao da análise metabólica descrita acima, uma amostra da atmosfera marciana era bombeada sobre a amostra de solo e monitorada para verificar se havia alterações na sua composição, como resultado de respiração celular.

Além desses três experimentos biológicos, as amostras de solo também eram analisadas em busca de moléculas orgânicas e de sua composição química.[4]

Os três experimentos encontraram uma surpreendente atividade química no solo marciano, mas não forneceram uma evidência clara da presença de micro-organismos no solo nos dois sítios de pouso dos aterrizadores. Todos os três experimentos produziram resultados, mas sujeitos a variadas interpretações. Acredita-se que o solo contenha reagentes criados pelo intenso bombardeio de luz ultravioleta que poderiam simular características de organismos vivos quando no solo terrestre.[5][6][10][13]

Segundo os biólogos, Marte é um ambiente auto esterilizante, devido a uma combinação de radiação ultravioleta, extrema secura do solo e natureza oxidante do solo, que impedem a formação de organismos vivos. Assim a questão da vida em Marte no presente ou no passado ainda é uma questão em aberto.[6]

Nas palavras do Dr. Gerald Soffen, que supervisionou o trabalho de vários cientistas do programa Viking, “os cientistas finalmente concluíram que não encontramos evidência de vida em Marte, mas isso não prova que não há vida em Marte, indica apenas que em dois locais distintos no planeta onde pousamos, provavelmente não há organismos vivos.”[14]

Referências

  1. ↑ Ir para:a b c d David R. Williams (12 de Abril de 2018). «Viking mission to Mars» (em inglês). NASA. Consultado em 26 de fevereiro de 2020
  2. ↑ Ir para:a b c d e David Williams. «Viking 1 Orbiter» (em inglês). NASA-NSSDCA. Consultado em 26 de fevereiro de 2020
  3. ↑ Ir para:a b Neil A. Holmberg, Robert P. Faust, and H. Milton Holt (Novembro de 1980). «Viking '75 Spacecraft Design and Test Summary Volume II - Orbiter Design» (PDF) (em inglês). NASA. Consultado em 7 de março de 2020
  4. ↑ Ir para:a b c d «Viking» (PDF) (em inglês). NASA-NEWS-RELEASE-75-42. NASA. Fevereiro de 1975. Consultado em 7 de março de 2020
  5. ↑ Ir para:a b c d SOFFEN, G. A. (17 de dezembro de 1976). «Scientific Results of the Viking Missions»Science194 (4271): 1274–1276. ISSN 0036-8075doi:10.1126/science.194.4271.1274
  6. ↑ Ir para:a b c d e f «Viking Mission to Mars» (PDF) (em inglês). NASA Facts. 1988. Consultado em 2 de março de 2020
  7. ↑ Ir para:a b c d e Neil A. Holmberg, Robert P. Faust, and H. Milton Holt (Novembro de 1980). «Viking '75 Spacecraft Design and Test Summary Volume I - Lander Design» (PDF) (em inglês). Consultado em 7 de março de 2020
  8. ↑ Ir para:a b c d David R. Williams. «Viking 1 Lander» (em inglês). NASA-NSSDCA. Consultado em 2 de março de 2020
  9.  Asimov, Isaac (1982). «Cap.11 - O pouso em Marte». Marte. Rio de Janeiro: Francisco Alves Editora S.A.
  10. ↑ Ir para:a b c Siddiqi, Asif A., 1966- author. Beyond Earth : a chronicle of deep space exploration, 1958-2016. [S.l.: s.n.] ISBN 978-1-62683-043-1OCLC 1015264295
  11.  «In Depth | Viking 2»NASA Solar System Exploration. Consultado em 7 de março de 2020
  12.  Gunter Dirk Krebs. «Gunter´s Space Page» (em inglês). Consultado em 7 de março de 2020
  13. ↑ Ir para:a b Sagan, Carl (1982). «Cap.5 - Toadas para um planeta vermelho». Cosmos. Rio de Janeiro: Francisco Alves Editora S.A.
  14.  «Viking 20th Anniversary»NASA Solar System Exploration. 15 de julho de 1996. Consultado em 7 de março de 20

BATALHA DE OURIQUE - (1139) - 25 DE JULHO DE 2020


Batalha de Ourique

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Batalha de Ourique
Reconquista
Battle-of-Ourique.png
Genealogia dos Reis de Portugal, 1530-1534.
Data25 de Julho de 1139
LocalOuriquePortugal
DesfechoVitória decisiva dos portugueses
Beligerantes
PortugueseFlag1143.svg PortuguesesFlag of Almohad Dynasty.svg Almorávidas
Comandantes
D. Afonso HenriquesAli ibne Iúçufe
  

Batalha de Ourique desenrolou-se muito provavelmente nos campos de Ourique, no atual Baixo Alentejo (sul de Portugal), em 25 de Julho de 1139 — significativamente, de acordo com a tradição, no dia do provável aniversário D. Afonso Henriques e de São Tiago, que a lenda popular tinha tornado patrono da luta contra os mouros; um dos nomes populares do santo, era precisamente "Matamouros".[1]

Foi travada numa das incursões que os cristãos faziam em terra de mouros para apreenderem gado, escravos e outros despojos. Nela se defrontaram as tropas cristãs, comandadas por D. Afonso Henriques, e as muçulmanas, em número bastante maior.

Inesperadamente, um exército mouro saiu-lhes ao encontro e, apesar da inferioridade numérica, os cristãos venceram. A vitória cristã foi tamanha que D. Afonso Henriques resolveu autoproclamar-se Rei de Portugal (ou foi aclamado pelas suas tropas ainda no campo de batalha), tendo a sua chancelaria começado a usar a intitulação Rex Portugallensis (Rei dos Portucalenses ou Rei dos Portugueses) a partir 1140 — tornando-o rei de facto, sendo o título de jure (e a independência de Portugal) reconhecido pelo rei de Leão em 1143 mediante o Tratado de Zamora e, posteriormente o reconhecimento formal pela Santa Sé em Maio de 1179, através da bula Manifestis probatum, do Papa Alexandre III.

A primeira referência conhecida ao milagre ligado a esta batalha é do século XIV, depois da batalha. Ourique serve, a partir daí, de argumento político para justificar a independência do Reino de Portugal: a intervenção pessoal de Deus era a prova da existência de um Portugal independente por vontade divina e, portanto, eterna.[1]

A tradição narra que, naquele dia, consagrado a Santiago, o soberano português teve uma visão de Jesus Cristo rodeado de anjos na figura do Anjo Custódio de Portugal,[2] garantindo-lhe a vitória em combate. Contudo, esse detalhe da narrativa, é semelhante ao da narrativa da Batalha da Ponte Mílvio, opondo Magêncio a Constantino, segundo a qual Deus teria aparecido a este último dizendo IN HOC SIGNO VINCES (latim, «Com este sinal vencerás!»).

A lenda marcou de tal forma o imaginário português, que o referência como um milagre e se encontra retratado no brasão de armas da nação de Portugal: cinco escudetes (cada qual com cinco besantes), representando as Cinco Chagas de Jesus e os cinco reis mouros vencidos na batalha.[3]

O local da peleja[editar | editar código-fonte]

Não há consenso entre os historiadores acerca do local exato onde se travou a batalha de Ourique.[1] A mais antiga descrição da batalha figura na Crónica dos Godos sob a entrada dos acontecimentos da Era Hispânica de 1177 (1139 da Era Cristã).

Séculos mais tarde, Alexandre Herculano opinou que "A grande religiosidade da Idade Média, foi um dos factores, para o desenvolvimento do carácter místico atribuído à batalha de Ourique - na crença que havia na existência de milagres interventivos na vida dos povos e neste caso colocando Portugal como país amparado pela vontade de Deus.".[1]

Mais recentemente outros historiadores, entre eles José Hermano Saraiva, voltaram a abordar e a reinterpretar essa questão.

Entre as teorias consideradas, citam-se:

  • Hipótese de Ourique (Baixo-Alentejo), outrora conhecida como «Campo d'Ourique»: mais ou menos equidistante entre Évora e Silves, é a hipótese tradicionalmente sustentada. À época, o poder Almorávida estava em fragmentação na Península Ibérica, e o território correspondente ao moderno Portugal, ainda em mãos muçulmanas, encontrava-se repartido em, pelo menos, quatro taifas, sediadas respectivamente em SantarémÉvoraSilves, e Badajoz. Neste cenário, uma razia do infante D. Afonso Henriques que incidisse numa zona tão a sul como o Baixo Alentejo, não seria, de todo, improvável, uma vez que era durante os períodos de maior discórdia entre os muçulmanos que as fronteiras cristãs mais progrediam para o Sul. Nesse sentido, a razia que seu filho, o infante D. Sancho, fez em 1178 a Sevilha, acha-se bem documentada, demonstrando na prática, a possibilidade de se percorrer uma distância tão significativa em território hostil.
Estátua de D. Afonso Henriques no Alentejo, comemorativa da vitória na batalha de Ourique.
A visão de D. Afonso Henriques
  • Hipótese de Vila Chã de Ourique (c. 2 km do Cartaxo), no Ribatejo; a sua localização era ocidental demais para atrair o interesse e as forças do emir de Badajoz. Contudo é o mais forte dos quatro supramencionados, dado que nesta localidade foram encontradas imensas ossadas no Vale de Ossos.
  • Hipótese de Campo de Ourique (c. 7 km de Leiria), na Beira Litoral: tal como no caso de Vila Chã, a sua localização era próxima demais ao litoral para atrair da mesma forma o interesse e as forças do emir de Badajoz;
  • Hipótese de Campo de Ourique (Lisboa): Presente no imaginário popular, sem qualquer fundamentação.
  • Hipótese de Aurélia (possivelmente, a moderna Colmenar de Oreja, próxima a Madrid e Toledo): Há quem defenda uma confusão entre Ourique (Aurik) e Aurélia (Aureja, com o "j" aspirado como em castelhano), aumentando a dúvida sobre a localização da batalha. É possível que tivesse havido um plano acordado entre Afonso Henriques e o rei de Leão e CastelaAfonso VII; embora inimizados dois anos antes na batalha de Cerneja, a guerra ao inimigo comum (o Islão) constituía uma razão forte o suficiente para suscitar um entendimento entre ambos os soberanos cristãos, no sentido de este último poder atacar a fortaleza de Aurélia. Para evitar ser cercado pelo inimigo muçulmano, Afonso VII teria pedido ao primo D. Afonso Henriques que providenciasse uma manobra de diversão, que passaria por esta incursão portuguesa no Alentejo, e que forçaria os emires das taifas do Algarbe Alandalus a combatê-la em autodefesa. Com isso, Afonso VII esperava ter a sua retaguarda livre para atacar Aurélia, confiante em uma rendição rápida, dada a impossibilidade de resposta do inimigo, ocupado com a manobra dos portugueses.
  • Hipótese de Panoias, segundo a tradição local foi em Panoias-Ourique que se travou a Batalha de Ourique essa mesma tradição fala que D. Afonso Henriques depois da batalha discursou ao povo desta localidade e mudou-lhe o nome para Panonias, pelo que a confirmar-se o rei estaria a dar à localidade da batalha, o nome da terra de seu pai, pois segundo alguns antigos historiadores e Luís Camões, advogam que o Conde D. Henrique era natural da Hungria (Panonias). O próprio epitáfio do túmulo do conde D. Henrique na Sé de Braga diz que ele é natural da Hungria. A tradição também fala do acampamento das tropas junto da localidade e a fundação de um poço que durou até ao tempo de Salazar,e que era conhecido na vila como Poço das Armas. O rei D. Afonso Henriques conquistava as terras e metia-as sob a vassalagem da Igreja de S. Pedro, o Príncipe dos Apóstolos (Santa Sé), por coincidência o padroeiro escolhido para a Igreja Matriz da vila de Panoias foi S. Pedro, o Príncipe dos Apóstolos, Igreja esta que está de uma maneira nebulosa ligada à lenda da Noiva de Panoias.

De qualquer modo, como consequência, quando o Cardeal Guido de Vico, emissário do Papa, reuniu D. Afonso Henriques e Afonso VII em Zamora (1143), para tentar convencê-los que a animosidade entre ambos favorecia os infiéis, o soberano português escreveu ao Papa Inocêncio II, reclamando para si e para os seus descendentes, o status de «censual», isto é, dependente apenas de Roma, invocando para esse fim o «milagre de Ourique», o que ocorrerá apenas em 1179. Entretanto, naquele encontro, pelo tratado então firmado (Tratado de Zamora), Afonso VII considerou D. Afonso Henriques como igual: afirmava-se a independência de Portugal.

Nesta batalha combateu e foi ordenado Cavaleiro o futuro Grão-Mestre da Ordem dos Templários, Dom Gualdim Pais, fundador das cidades de Tomar e Pombal.


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