sábado, 4 de julho de 2020

OBSERVADOR - 4 DE JULHO DE 2020

Observador

Manhã de sábado

As principais notícias do dia
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SAÚDE

Os infetados que estão à espera de ser contactados

Todos os infetados devem ser contactados no prazo máximo de 24 horas pelas autoridades de saúde. Marta Temido garante que isso está a ser feito. Aida, João, Ana e Odete dizem que não.
SAÚDE

200 mil pessoas em confinamento na Catalunha

Triplo de hospitalizações em 10 dias obriga autoridades catalãs a impôr confinamento a mais de 200 mil pessoas na região de Lérida. EUA registaram 754 mortes e um novo recorde de 60.383 infetados.
SAÚDE

Rio questiona "utilidade" de reuniões do Infarmed

Em entrevista ao Porto Canal, presidente do PSD diz que reuniões têm sido "um pouco mais do mesmo" e pede aos especialistas uma "fotografia muito curta e objetiva", com "conselhos técnicos".
SAÚDE

Cancro da mama. 75 mil rastreios adiados no Norte

Impasse burocrático está a impedir a reabertura das unidades de rastreio no Norte, deixando milhares de exames por fazer. ARS e Liga contra o Cancro não se entendem sobre a renovação do contrato.
EDUCAÇÃO

Próximo ano letivo vai ter menos 6 dias de férias

Férias de Natal e da Páscoa perdem dias, mas ano arranca mais tarde. Créditos anunciados dão mais 3 professores por agrupamento de escolas. Promessa de Costa de computadores para todos cai por terra.
SAÚDE

Mutação D614G facilita transmissão do coronavírus?

Uma equipa norte-americana e britânica afirma que sim e até tem o apoio de Anthony Fauci, o conselheiro de Trump. Mas há outros investigadores que preferem ser mais cautelosos nas conclusões.
MUNDO

Trump arranca 4 de julho a defender monumentos

Em pleno debate sobre racismo e símbolos nacionais, Presidente dos EUA denunciou o que chamou de "revolução cultural de esquerda", "orquestrada para derrubar a revolução americana".
CULTURA

"Bocage era diferente, remava contra a maré"

Bocage dificilmente encaixaria no Portugal do seu tempo. Transgressor, amante da liberdade e crítico dos costumes instituídos, foi perseguido pela censura e preso. Falámos com o biógrafo Daniel Pires.
DESPORTO

FPF. Fernando Gomes quer seleções com novo título

O atual presidente e candidato único à FPF apresentou este sábado os 120 compromissos para o próximo mandato. Um dos objetivos é a conquista de um título de futebol masculino.
MUNDO

Quem te avisa... Os conselhos de Philippe a Castex

1.144 dias depois de ter aceitado ser primeiro-ministro de Macron, Édouard Philippe demitiu-se. Para trás, fica uma relação difícil com o chefe — tudo lições a reter por Castex, o homem que se segue.

OPINIÃO

Fotografia do Colunista
Helena Garrido

Eutanásia, eficiência, equidade e liberdade

A despenalização da eutanásia viola o contrato social entre o Estado e os cidadãos. Estamos a privilegiar a eficiência, como as tribos que consideramos primitivas.
Fotografia do Colunista
Luís Rosa

A eutanásia e os oportunistas

Se a democracia representativa assenta num mandato dos cidadãos para os seus representantes, como classificamos os partidos que escondem ideias como a eutanásia dos eleitores?
Fotografia do Colunista
Eduardo Sá

Os filhos e a divisão das tarefas domésticas

Os pais são “tributados” três vezes: 1) como todos os cidadãos; 2) as deduções do IRS talvez suponham que educamos os nossos filhos nas “lojas dos 300"; 3) são penalizados na carreira por serem pais.
Fotografia do Colunista
João Carlos Espada

Eutanásia: a dupla escolha do Parlamento e do PR

A eventual aprovação da eutanásia no Parlamento, sem ter havido um debate prévio com os eleitores, constituiria uma irresponsável aventura política.
Fotografia do Colunista
João Adrião

A conta do fogo: e você, como a quer pagar?

Não estamos a pagar a pronto um padrão aceitável de fogo – pagamos a prazo e com juros, uma elevada fatura que não apaga a dimensão trágica deste fenómeno recorrente... É assim que queremos fazer?

ADOLFO CASAIS MONTEIRO - POETA - NASCEU EM 1908 - 4 DE JULHO DE 2020

Adolfo Casais Monteiro

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Adolfo Casais Monteiro
Nome completoAdolfo Vítor Casais Monteiro
Nascimento4 de julho de 1908
Portugal PortoPortugal
Morte23 de julho de 1972 (64 anos)
Brasil São PauloBrasil
NacionalidadePortugal Portuguesa
CônjugeMaria Alice Pereira Gomes
Filho(s)João Paulo Gomes Monteiro
Alma materUniversidade do Porto
OcupaçãoPoetatradutorensaístaprofessor e tradutor
PrémiosOrdem da Liberdade
Magnum opusA poesia de Fernando Pessoa

Adolfo Vítor Casais Monteiro GCL (Porto4 de Julho de 1908 - São Paulo23 de Julho/24 de Julho de 1972) foi um poetatradutorcrítico e novelista português.

Biografia[editar | editar código-fonte]

Licenciou-se em Ciências Histórico-Filosóficas na Faculdade de Letras da Universidade do Porto, onde foi colega de Agostinho da Silva e Delfim Santos, tendo-se formado em 1933. Foi também nessa cidade que iniciou como professor no Liceu Rodrigues de Freitas, até ao momento em que foi afastado da carreira docente, por motivos políticos, em 1937. Viria a exilar-se no Brasil em 1954, pelas mesmas razões.

Após o afastamento de Miguel TorgaBranquinho da Fonseca e Edmundo de Bettencourt, em 1930, Adolfo Casais Monteiro foi director da revista literária coimbrã Presença, juntamente com José Régio e João Gaspar Simões. A revista viria a extinguir-se em 1940, tendo provavelmente contribuído para o seu encerramento as opções políticas de Casais Monteiro. Foi preso diversas vezes, devido às suas opiniões políticas, adversas ao Estado Novo e dirigiu, sob anonimato, o semanário Mundo Literário [1] em 1936 e 1937. Expulso do ensino, Casais Monteiro fixa-se em Lisboa, vivendo da literatura como autor, tradutor e editor. Tal como Agostinho da Silva ou Jorge de Sena, acabaria por partir para o Brasil, dado o seu estatuto de opositor ao Estado Novo, o qual não se adequavam à sua maneira de ser.[2] Também dirigiu a revista Princípio [3] (1930) e colaborou na revista de cinema Movimento [4] (1933-1934) e nas revistas Sudoeste [5] (1935), Prisma [6] (1936-1941), Variante (1942-43) e Litoral [7] (1944-1945).

Tendo participado nas comemorações do 4.º Centenário de Cidade de São Paulo, em 1954, Adolfo Casais Monteiro fixou-se no Brasil, leccionado desde então Literatura Portuguesa em diversas universidades brasileiras, designadamente na Universidade da Bahia (Salvador), até se fixar em 1962 na Universidade Estadual Paulista (UNESP), Campus de Araraquara-SP. Escreveu por essa altura vários ensaios, ao mesmo tempo que escrevia, como crítico, para vários jornais brasileiros, tendo deixado contributos para o estudo de Fernando Pessoa e do grupo da "Presença".

Entre os seus trabalhos de tradução conta-se A Germânia, de Tácito, publicado em 1941. O seu único romance, Adolescentes, foi publicado em 1945.

A sua obra poética, iniciada em 1929 com "Confusão", foi influenciada pelo primeiro modernismo português, aproximando-se estilisticamente do esteticismo de André Gide.[8] As suas críticas ao concretismo baseavam-se na ideia de que esta corrente estética promovia a impessoalidade, partindo da "mais pura das abstracções" na construção de uma "uma linguagem nova ao serviço de nada, uma pura linguagem, uma invenção de objectos - em resumo: um lindo brinquedo". Enquanto alguns autores o descrevem como independente do Surrealismo outros acentuam a influência que esta corrente estética teve no autor, como se pode verificar nos seus ensaios sobre autores como Jules SupervielleHenri Michaux e Antonin Artaud (designando o último como "presença insustentável). Muita da sua obra poética dedica-se ao período histórico específico por ele vivido, como acontece no poema "Europa"[ligação inativa], de 1945, que foi lido pelo seu amigo e companheiro no Mundo Literário António Pedro aos microfones da BBC de Londres.

Casou com Maria Alice Pereira Gomes, também escritora, e irmã de Soeiro Pereira Gomes, da qual teve um filho, João Paulo Pereira Gomes Casais Monteiro.

A 10 de Junho de 1992 foi agraciado com a Grã-Cruz da Ordem da Liberdade a título póstumo.[9]

Obra[editar | editar código-fonte]

Poesia[editar | editar código-fonte]

  • Confusão - 1929
  • Correspondência de Família (coletânea poética em colaboração com Ribeiro Couto) - 1933
  • Poemas do Tempo Incerto - 1934
  • Sempre e Sem Fim - 1937
  • Versos (reúne os 3 livros anteriores) - 1944
  • Canto da Nossa Agonia - 1942
  • Noite Aberta aos Quatro Ventos - 1943
  • Europa - 1946
  • Simples Canções da Terra - 1949
  • Voo sem Pássaro Dentro - 1954
  • Poesias Escolhidas - 1960
  • Poesias Completas - 1969

Novela[editar | editar código-fonte]

  • Adolescentes - 1945

Tradução[editar | editar código-fonte]

Ensaios[editar | editar código-fonte]

  • Considerações Pessoais - 1935
  • A Poesia de Ribeiro Couto - 1935
  • A Poesia de Jules Supervielle - 1938
  • Sobre o Romance Contemporâneo - 1940
  • De Pés Fincados na Terra - 1941
  • Manuel Bandeira - 1944
  • O Romance e os seus Problemas - 1950
  • Fernando Pessoa e a Crítica - 1952
  • Fernando Pessoa, o Insincero Verídico - 1954
  • Problemas da Crítica de Arte (A Crítica e a Arte Moderna) - 1956
  • Estudos sobre a Poesia de Fernando Pessoa - 1958
  • A Poesia da Presença (com uma antologia) - 1959
  • Clareza e Mistério da Crítica - 1961
  • O Romance (Teoria e Crítica) - 1964
  • A Palavra Essencial - 1965
  • A Literatura Popular em Verso no Brasil - 1965
  • Estrutura e Autenticidade como Problemas da Teoria e da Crítica Literárias - 1968
  • Figuras e Problemas da Literatura Brasileira Contemporânea - 1972
  • O País do Absurdo - 1974
  • O que foi e o que não foi o Movimento da «Presença» - 1995
  • Melancolia do Progresso - 2003

Epistolografia[editar | editar código-fonte]

  • Cartas Inéditas de António Nobre (com introd. e notas de ACM) - 1933
  • Cartas em Família - 2008
  • Cartas a Sua Mãe - 2008

Notas

  1.  Helena Roldão (27 de janeiro de 2014). «Ficha histórica: Mundo literário : semanário de crítica e informação literária, científica e artística (1946-1948).» (pdf)Hemeroteca Municipal de Lisboa. Consultado em 3 de Novembro de 2014
  2.  «LEONE, Carlos - Adolfo Casais Monteiro.»Instituto Camões. Arquivado do original em 14 de junho de 2008
  3.  Rita Correia (11 de dezembro de 2008). «Ficha histórica:Princípio : publicação de cultura e política (1930)» (PDF)Hemeroteca Municipal de Lisboa. Consultado em 27 de março de 2015
  4.  Jorge Mangorrinha (25 de Fevereiro de 2014). «Ficha histórica: Movimento : cinema, arte, elegâncias (1933-1934)» (pdf)Hemeroteca Municipal de Lisboa. Consultado em 9 de Janeiro de 2015
  5.  Rita Correia (18 de maio de 2011). «Ficha histórica: Sudoeste : cadernos de Almada Negreiros (1935)» (pdf)Hemeroteca Municipal de Lisboa. Consultado em 5 de novembro de 2015
  6.  Alda Anastácio (24 de fevereiro de 2018). «Ficha histórica:Prisma : revista trimensal de Filosofia, Ciência e Arte (1936-1941)» (PDF)Hemeroteca Municipal de Lisboa. Consultado em 13 de julho de 2018
  7.  Helena Roldão (19 de Junho de 2018). «Ficha histórica:Litoral : revista mensal de cultura (1944-1945)» (pdf)Hemeroteca Municipal de Lisboa. Consultado em 25 de Janeiro de 2019
  8.  MENDES, João - "Monteiro (Adolfo Casais)", "Enciclopédia Verbo Luso-Brasileira da Cultura", volume XX, Setembro de 2001.
  9.  «Cidadãos Nacionais Agraciados com Ordens Portuguesas». Resultado da busca de "Adolfo Casais Monteiro". Presidência da República Portuguesa. Consultado em 7 de março de 2015

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