terça-feira, 30 de junho de 2020

DOS DOS PROTOMÁRTIRES DE ROMA (SÉC. i) - 30 DE JUNHO DE 2020


Grande incêndio de Roma

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O incêndio de Roma, 18 de julho de 64,
óleo de Hubert Robert, no Museu de Arte Moderna André Malraux, em Le Havre

grande incêndio de Roma teve início na noite do dia 18 de julho de 64 d.C., afetando 10 das 14 zonas da antiga cidade de Roma, três das quais foram completamente destruídas.[1]

O fogo alastrou-se rapidamente pelas áreas mais densamente povoadas da cidade, com as suas ruelas sinuosas. O fato de a maioria dos romanos viverem em ínsulas, edifícios altamente inflamáveis devido à sua estrutura de madeira, de três, quatro ou cinco andares, ajudou à propagação do incêndio.[2]

Nestas condições, o incêndio prolongou-se por seis dias seguidos até que pudesse ser controlado. Mas por pouco tempo, já que houve focos de reacendimento que fizeram o incêndio durar por mais três dias[carece de fontes]. O antigo Templo de Júpiter Estator e o lar das Virgens Vestais foram destruídos, bem como dois terços da antiga cidade.[2]

Nero e o incêndio de Roma[editar | editar código-fonte]

Existem várias versões sobre a causa do incêndio. A versão mais contada é a de que os moradores que habitavam as construções de madeira usavam do fogo para se aquecer e se alimentar. E por algum acidente, o fogo se alastrou. Para piorar a situação, ventos fortes arrastavam o fogo pela cidade.[2]

Outra versão famosa, é de que o imperador Nero teria ordenado o incêndio com o propósito de construir um complexo palaciano, já que o senado romano havia indeferido o pedido de desapropriação para a obra[3]. Há ainda a versão, concebida por romancistas cristãos pósteros que, atribuindo ao imperador a condição de demente, pretende que ele provocou o incêndio para inspirar-se, poeticamente, e poder produzir um poema, como Homero ao descrever o incêndio de Troia.

Segundo algumas fontes, enquanto o fogo consumia a cidade, Nero contemplava o cenário, tocando com sua lira[1]. Esta cena é retratada no romance Quo Vadis.[4]

Há ainda uma versão da história que cita que, no momento do incêndio, Nero estava em outra cidade e, ao saber do ocorrido, retornou a Roma, esforçando-se para socorrer os desabrigados, inclusive mandando abrir os jardins de seu palácio para acolhê-los

[carece de fontes]. Todavia, o fato de, posteriormente, ter usado seus agentes para adquirir, a preço vil, terrenos nas imediações de seu palácio, com a provável intenção de ampliá-lo, tornou-o suspeito, junto ao povo, de ter responsabilidade no sinistro.[5]

Para Massimo Fini, Nero teria sido caluniado, por historiadores romanos e cristãos, nesse episódio do grande incêndio de Roma.[6]

Os cristãos e o incêndio de Roma[editar | editar código-fonte]

Não se sabe ao certo o momento e as razões que levaram os cristãos a serem acusados de responsáveis pelo incêndio. Historiadores cristãos e também romanos (como Tácito e Suetônio, cujas obras denotam acentuada antipatia pelo imperador) sustentam que se tratou de uma manobra de Nero, para desviar as suspeitas de sua pessoa. Uma vez que a tese de "incêndio criminoso" se disseminara, era necessário encontrar os culpados, e os cristãos podem ter-se tornado "bodes expiatórios" ideais, pelo fato de serem mal vistos em Roma.[2] De fato, Suetônio relata que as crenças cristãs eram tidas, na época, como "'superstição nova e maléfica'"[7] enquanto Tácito, embora acusando Nero de ter injustamente culpado os cristãos, declara-se convencido de que eles mereciam as mais severas punições porque cometiam "infâmias" e eram "inimigos do gênero humano".[8]

Hoje a Igreja Católica celebra a memória desses "Santos Protomártires" todos anos no dia 30 de junho. E entre os mais ilustres estavam São Pedro que foi crucificado no Circo de Nero, actual Basílica de São Pedro, e São Paulo que foi decapitado junto à estrada de Roma para Óstia.[9]

Referências

  1. ↑ Ir para:a b «Incêndio de Roma». Infopédia. Consultado em 18 de julho de 2012
  2. ↑ Ir para:a b c d Antonio Gasparetto Junior (14 de novembro de 2011). «Grande Incêndio de Roma». InfoEscola. Consultado em 18 de julho de 2012
  3.  The Great Fire of Rome
  4.  Henryk Sienkiewicz, "Quo Vadis", 1895
  5.  César. Série de Documentários da TV Escola sobre os imperadores romanos: Nero2008
  6.  FINI, Massimo (1993). Nero. o imperador maldito. 1 1 ed. [S.l.]: Scritta. 286 páginas. 8585328436
  7.  SuetônioVidas dos Doze Césares, século I
  8.  Tácito, "Anais". século I
  9.  Santos Protomártires da Igreja de Roma, 64-67, evangelizo.org

SÃO MARÇAL DE LIMOGES - PADROEIRO DAS QUEIMADURAS - 30 DE JUNHO DE 2020


Marçal de Limoges

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São Marçal de Limoges
Estátua de São Marçal
NascimentoSéculo III em Gália
MorteSéculo III em Limoges
Principal temploIgreja de Saint Michel des Lions, Limoges
Festa litúrgica30 de junho
PadroeiroLimoges
Gloriole.svg Portal dos Santos

São MarçalMarçal de LimogesMarcial de Limoges (Gália, século III) foi o primeiro bispo de Limoges.

Pouco há de histórico sobre sua vida, além de dados essenciais como seu envio de Roma, sua atuação missionária na Aquitânia e seu martírio. Tudo o que se sabe provém dos relatos de Gregório de Tours (538 – 593) e pode ser assim resumido, segundo a Catholic Encyclopedia:

Durante o consulado de Décio e Grato, sete bispos foram enviados de Roma para a Gália para atividades missionárias. Graciano para ToursTrófimo para ArlesPaulo para NarbonaSaturnino para ToulouseDenis para ParisAustremônio para Clermont e Marçal para Limoges. Marçal deve ter sido acompanhado por dois presbíteros enviados do Oriente. Parece que ele mesmo era natural da Gália. Evangelizou a Aquitânia a partir de sua  episcopal em Limoges.

Foi martirizado no século III, juntamente com São Alpiniano e São Austricliniano, presbíteros de sua diocese.

Uma lenda medieval o inclui como um dos companheiros de São Pedro e primeiro evangelizador da Gália Aquitanense. As lendas medievais ornaram a vida do santo com feitos extraordinários.

É representado com as vestes episcopais, geralmente casulacapa magnabáculo e mitra. Em representações mais antigas, usa túnica e pálio apostólico. Seus atributos iconográficos são os paramentos episcopais, bastão mágico em forma de mão da justiça, bordão de cruz dupla, em algumas representações um anjo o acompanha.

Vale ressaltar que São Marçal não é um santo reconhecido pela Igreja, porém é venerado pelos brincantes de bumba-meu-boi.

As ostensões de Limoges[editar | editar código-fonte]

Em Limoges há uma prática religiosa denominada Ostensions (ostensões) que são exposições solenes de relíquias de santos limosinos realizadas a cada sete anos.

A primeira ostensão foi realizada em 12 de novembro de 994 quando houve uma epidemia de ergotismo, chamada “mal dos ardentes”. Esta epidemia ocorreu durante as campanhas visigodas de 994 e quase dizimou a população local.

As relíquias dos santos Marçal, Aureliano, Loup e Valério, veneradas em diferentes igrejas da diocese são expostas em relicários ricamente adornados, que percorrem as ruas de Limoges.

Os atos solenes das ostensões são manifestações de religiosidade popular que se realizaram de forma irregular ente 1212 a 1514; mas a partir de 1519 passaram a ocorrer a cada sete anos, com alguma irregularidade devida a fatos políticos e religiosos. Desde 1806, após a concordata de 1801, são regulares. As ostensões são organizadas pela Diocese de Limoges e pela Grã-Confraria de São Marçal.

Parente de Santo Estevão, São Marçal era um dos 72 discípulos de Cristo que o seguiu continuamente. Filho de Marcelo e Elizabeth, era menino quando Jesus tomou de suas mãos o peixe e os pães com os quais alimentou cinco mil homens no deserto. Foi batizado por São Pedro aos 15 anos por ordem do Messias. Esteve presente na Última Ceia e o ajudou a lavar os pés dos apóstolos. Depois da ascensão de Jesus, acompanhou Pedro em sua evangelização. Em um sonho em que foi visitado por Cristo, Pedro recebeu ordens de encaminhar Marçal para pregar na França.

Um de seus milagres foi uma ressurreição, quando São Marçal ainda estava vivo. Para tal feito, utilizou-se de um cajado que lhe tinha sido dado por São Pedro. Com esse mesmo instrumento, curou paralíticos e apagou incêndios - por essa razão é o santo que livra a humanidade do fogo.

Sua força era tanta que sobre ele há uma história de conversão de doze mil pessoas num único dia. Ao repreender os adoradores de imagens, foi preso e açoitado.

Uma enorme claridade invadiu a cela onde ele se encontrava e o libertou, juntamente com todos que ali estavam. No mesmo instante, um raio matou todos os seus algozes.

A proporção do acontecido foi tamanha que milhares de pessoas, que estiveram ali, quiseram ser batizadas naquele momento.

São Marçal no Brasil[editar | editar código-fonte]

No folclore brasileiro é celebrado com fogueiras de paneiros e palhas secas no dia de sua festa litúrgica (30 de junho) que encerra os festejos juninos.

Em São Luís, em 2007, foi erguido um monumento em sua homenagem, dada a popularidade de seus festejos, realizados na cidade desde 1928 e que anualmente reúnem milhares de pessoas no bairro do João Paulo, no Festejo de São Pedro e São Marçal.[1]

Galeria de imagens[editar | editar código-fonte]

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  1. Attwater, Donald. Dicionário de santos. Lisboa: Europa-América, 1992.424 p.
  2. Lorêdo, Wanda Martins. Iconografia religiosa: dicionário prático de identificação. Rio de Janeiro: Pluri, 2002. 397 p.
  3. Sgarbossa, Mario. Os santos e os beatos da Igreja do Ocidente e do Oriente. São Paulo: Paulinas, 2003. 787 p.

Referências

  1.  «Batalhões de bois de matraca celebram São Marçal no João Paulo». G1. 30 de junho de 2014. Consultado em 1º de julho de 2014

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