quinta-feira, 21 de maio de 2020

ALMEIRIM - FERIADO - 21 DE MAIO DE 2020

Almeirim (Portugal)

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Disambig grey.svg Nota: Para outro significado de Almeirim, veja Almeirim.
Almeirim
Brasão de AlmeirimBandeira de Almeirim
Restaurantes em Almeirim.JPG
Almeirim
Localização de Almeirim
GentílicoAlmeirinense
Área222,12 km²
População23 376 hab. (2011)
Densidade populacional105,2  hab./km²
N.º de freguesias4
Presidente da
câmara municipal
Pedro Ribeiro (PS)
Fundação do município
(ou foral)
1483
Região (NUTS II)Alentejo
Sub-região (NUTS III)Lezíria do Tejo
DistritoSantarém
ProvínciaRibatejo
OragoMártir São Sebastião
Feriado municipalQuinta-feira de Ascensão
Código postal2080
Sítio oficialcm-almeirim.pt
Municípios de Portugal Flag of Portugal.svg

Almeirim é uma cidade portuguesa. Localizada no Ribatejo, pertence ao Distrito de Santarém, tem cerca de 11 700 habitantes.[1]

Desde 2002 que está integrada na região estatística (NUTS II) do Alentejo e na sub-região estatística (NUTS III) da Lezíria do Tejo; continua, no entanto, a fazer parte da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional de Lisboa e Vale do Tejo, que manteve a designação da antiga NUTS II com o mesmo nome. Pertencia ainda à antiga província do Ribatejo, hoje porém sem qualquer significado político-administrativo, mas constante nos discursos de auto e hetero-identificação.

É sede de um município com 222,12 km² de área[2] e 23 376 habitantes (2011),[3][4] subdividido em 4 freguesias (Almeirim, Benfica do Ribatejo, Fazendas de Almeirim e Raposa) [5] O município é limitado a norte pelo município de Alpiarça, a leste e nordeste pela Chamusca, a sul por Coruche e Salvaterra de Magos, a oeste pelo Cartaxo e a noroeste por Santarém.

História[editar | editar código-fonte]

A ocupação humana da atual área do concelho de Almeirim é muito antiga. Terão sido a proximidade do rio Tejo e a riqueza natural os fatores que terão contribuído para a instalação de homens nesta região. Existem vestígios da presença humana desde a pré-história até à época romana, por todo o vale do Tejo. Exemplos da presença humana no concelho são o concheiro epipaleolítico do vale da Fonte da Moça, os marcos miliários recentemente identificados, pertencentes à via romana que ligava Lisboa a Mérida e ainda a villa romana de Azeitada em Benfica do Ribatejo.

Com as suas magníficas coutadas de caça, que se estendiam por uma grande extensão, a vizinhança de Santarém, as proximidades do Tejo e ainda de Lisboa, com fácil acesso, por via fluvial, Almeirim tornou-se, desde logo, no lugar preferido dos reis da II dinastia e a estância de Inverno frequentada por numerosos membros da Corte, de tal maneira que foi considerada a "Sintra de Inverno", no século XVI.

Almeirim era pois, o ponto ideal para repouso.

Em Almeirim as intrigas palacianas e os amores forjados à sombra dos frondosos jardins do Paço Real eram misturados com a resolução dos mais altos negócios do Reino, tanto se dizia que "punha Cupido a sua aula e tinha El-Rei o seu despacho".

D. João I, entre 1411 e 1423, fez construir o Paço acastelado e as primeiras habitações que vieram contribuir para a criação da vila, depois do rei ter mandado proceder a trabalhos de terraplanagem, colmatagens e drenagens em terrenos paludados na zona da construção. Este Paço Real foi aumentado e melhorado com novas instalações por D. Manuel I que esteve em Almeirim por diversas vezes: todo o ano de 1510, parte de 1513, o Natal de 1514 e todo o período que decorreu entre Outubro de 1515 e Maio de 1516, tendo D. João III seguido o seu exemplo, manifestando a sua predilecção por Almeirim, aliás demonstrado este interesse por toda a dinastia de Avis.

Foi o Paço Real em Almeirim palco de uma das mais problemáticas Cortes da nossa história.

Em 1578, D. Sebastião que visitava Almeirim com frequência, foi levado pelo gosto da aventura e com o ímpeto dos seus verdes anos a oferecer os seus préstimos para a reconquista de Arzila, que os portugueses tinham abandonado em 1550. Não resistindo à superioridade das forças marroquinas, o exército chefiado pelo jovem rei foi derrotado, deixando D. Sebastião a sua vida em Alcácer-Quibir provocando uma situação difícil para o reino.Sem sucessor são abertas as Cortes de Almeirim pelo Cardeal D. Henrique em 11 de Janeiro de 1580 para decidir o problema da sucessão.Nestas Cortes Febo Moniz, como procurador do Povo de Lisboa, dirige-se com voz enérgica ao decrépito Cardeal: "Entregue Vossa Alteza o Reino a um príncipe português e todos lhe beijarão a mão".

Sem nada ser resolvido, as Cortes são dissolvidas e o Reino passa a ser governado por Filipe II de Castela, dando-se início à Dinastia Filipina que iria durar Até 1 de Dezembro de 1640.

Durante o tempo em que Almeirim foi procurada como estância de veraneio, muitas pessoas passearam-se pelas ruas do burgo e povoaram o Paço Real: Gil Vicente, o pai do teatro português, representou, nos Paços da Vila, às Cortes de D. João III, algumas das suas farsas, comédias e autos, como por exemplo, o "Auto da Fé" em 1510; a "Barca da Glória" em 1519; a tragicomédia "Dom Dardos" no casamento da Infanta D. Isabel com Carlos V, em 1525 e em 1526 apresenta a farsa "O Juiz da Beira", a tragicomédia "Templo de Apolo", o "Breve Sumário da História de Deus" e o "Diálogo sobre a Ressurreição".

Foi ainda no Paço Real que Garcia de Resende começou a imprimir o seu Cancioneiro Geral.

O Pórtico do Palácio que começava a ameaçar ruína foi mandado demolir por D. João, Regente em nome de D. Maria I em 1792, facto que só se verificou no século XIX, em 1890.

É possível encontrar na parte antiga da povoação entre S. Roque e as Ribeiras alguns Passos do Calvário e edifícios revestidos a azulejos.

Com importância encontram-se os Palácios da Quinta da Alorna que foi residência de D. Leonor de Almeida Portugal Lorena e Lencastre, a escritora Alcipe, 4ª Marquesa da Alorna: Palácio do Casal Branco, famoso por ter sido palco de divertimentos tauromáquicos do Rei D. Migue; Quinta de Santa Marta, na freguesia de Benfica do Ribatejo que foi residência do Conde de Atalaia.

População[editar | editar código-fonte]

Número de habitantes [6]
186418781890190019111920193019401950196019701981199120012011
4 2584 9456 3767 9139 3119 88612 80815 02017 04518 01119 22521 15421 38021 95723 376

(Obs.: Número de habitantes "residentes", ou seja, que tinham a residência oficial neste concelho à data em que os censos se realizaram.)

Pela lei nº 129, de 02/04/1914,foi constituído o concelho de Alpiarça com lugares desanexados do concelho de Almeirim

Número de habitantes por Grupo Etário [7]
190019111920193019401950196019701981199120012011
0-14 Anos4 9445 6573 3454 1914 7124 6184 3894 3754 7813 7093 0603 539
15-24 Anos2 5562 8742 0282 4752 6893 2172 8642 8402 8993 1412 8412 134
25-64 Anos5 7966 3394 1635 4356 6698 0589 40110 19511 00011 18111 79612 566
= ou > 65 Anos5537223846648951 0781 3571 8152 4743 3494 2605 137
> Id. desconh35602924

(Obs: De 1900 a 1950 os dados referem-se à população "de facto", ou seja, que estava presente no concelho à data em que os censos se realizaram. Daí que se registem algumas diferenças relativamente à designada população residente)

Festas e Romarias[editar | editar código-fonte]

  • Festas da Cidade
  • Feira do Melão
  • Festival da Sopa da Pedra

Património arquitectónico[editar | editar código-fonte]

  • Igreja Matriz de S. João Baptista
  • Fontes de S. Roque e do Largo dos Namorados
  • Pórtico do Paço da Ribeira de Muge
  • Praça de Touros de Almeirim
  • Jardim da República
  • Ermida de Nossa Senhora do Calvário.
  • Fonte dos Namorados
  • Mercado de Almeirim
  • 'Escolas Velhas'

Personalidades ilustres[editar | editar código-fonte]

Cultura[editar | editar código-fonte]

  • Cine-Teatro de Almeirim
  • Museu Municipal
  • Galeria Municipal
  • Centro Cultural de Fazendas de Almeirim

Gastronomia[editar | editar código-fonte]

Artesanato[editar | editar código-fonte]

Cestaria em vime

Louça de barro

Trabalhos em madeira.

Colectividades[editar | editar código-fonte]

As principais colectividades de Almeirim são:

Política[editar | editar código-fonte]

Resultados eleitorais[editar | editar código-fonte]

Eleições autárquicas[editar | editar código-fonte]

Partido%V%V%V%V%V%V%V%V%V%V%V%V
197619791982198519891993199720012005200920132017
PS44,3452,4451,9419,1129,7261,8561,9558,7555,2552,9558,9573,96
FEPU/APU/CDU29,2225,0224,2222,4224,5217,9119,5117,8121,5112,6111,5111,11
PPD/PSD15,0121,7115,6114,9113,9116,8112,319,5-
AD19,7120,11
PRD30,2326,22
IND19,418,0-
5,0-
PSD-CDS11,51
CDS-PP2,3-
PSD-MPT8,4-

Eleições legislativas[editar | editar código-fonte]

Partido%
19761979198019831985198719911995199920022005200920112015
PS43,9834,7738,2345,5818,7125,6536,5556,0057,5946,6956,8138,8531,3940,87
PCP/APU/CDU22,6529,4825,5125,5921,7718,4813,7412,1911,0610,7810,2911,5710,7710,87
PPD/PSD14,5517,6520,8436,8539,0720,8320,1728,4318,2020,0530,16
CDS-PP8,145,903,862,252,386,726,087,924,5711,0312,46
UDP0,890,810,490,520,530,510,64
AD28,3929,80
PRD30,4710,451,27
PSN1,450,360,15
B.E.1,632,445,4012,196,219,95
PAN1,001,13
PàF27,53

Freguesias[editar | editar código-fonte]

Freguesias do concelho de Almeirim.

O concelho de Almeirim está dividido em 4 freguesias:

Referências

  1.  INE (2013). Anuário Estatístico da Região Alentejo 2012. Lisboa: Instituto Nacional de Estatística. p. 33. ISBN 978-989-25-0214-4ISSN 0872-5063. Consultado em 5 de maio de 2014
  2.  Instituto Geográfico Português (2013). «Áreas das freguesias, municípios e distritos/ilhas da CAOP 2013»Carta Administrativa Oficial de Portugal (CAOP), versão 2013. Direção-Geral do Território. Consultado em 28 de novembro de 2013. Arquivado do original (XLS-ZIP) em 9 de dezembro de 2013
  3.  INE (2012). Censos 2011 Resultados Definitivos – Região Alentejo. Lisboa: Instituto Nacional de Estatística. p. 101. ISBN 978-989-25-0182-6ISSN 0872-6493. Consultado em 27 de julho de 2013
  4.  INE (2012). «Quadros de apuramento por freguesia» (XLSX-ZIP)Censos 2011 (resultados definitivos). Tabelas anexas à publicação oficial; informação no separador "Q101_ALENTEJO". Instituto Nacional de Estatística. Consultado em 27 de julho de 2013
  5.  Lei n.º 11-A/2013, de 28 de janeiro: Reorganização administrativa do território das freguesias. Anexo I. Diário da República, 1.ª Série, n.º 19, Suplemento, de 28/01/2013.
  6.  Instituto Nacional de Estatística (Recenseamentos Gerais da População) - https://www.ine.pt/xportal/xmain?xpid=INE&xpgid=ine_publicacoes
  7.  INE - http://censos.ine.pt/xportal/xmain?xpid=CENSOS&xpgid=censos_quadros

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