domingo, 10 de maio de 2020

PRIMEIRO LANÇAMENTO DA V-2 PELOS AMERICANOS - (1946) - 10 DE MAIO DE 2020

V-2

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Aggregat-4 / Vergeltungswaffe-2
Fusée V2.jpg
Réplica em tamanho real de uma V2 no museu de PeenemündeAlemanha.
TipoMíssil balístico de único estágio
Local de origemAlemanha Nazista Alemanha Nazi
História operacional
Em serviço1944 a 1959
Utilizadores Alemanha Nazi

Pós-guerra:
 Reino Unido
 Estados Unidos
 União Soviética
GuerrasSegunda Guerra Mundial
Histórico de produção
CriadorMittlewerk GmbH
Data de criação1944
Custo unitário100,000 RM Janeiro de 1944, 50,000 RM Março de 1945[1]
Especificações
Propelente3.810 kg (8.400 £) 75% etanol / 25% de água 4910 kg (£ 10.820) e oxigênio líquido
Altitude de vôo206 km (128 milhas) de altitude máxima se lançado verticalmente.
Velocidademáxima: 5.760 kmh
Sistema de
orientação
Giroscópios do tipo PIGA[2]
Plataforma de
lançamento
Meillerwagen, móvel
foguete V2 (sigla em alemão para Vergeltungswaffe - arma de vingança), ou simplesmente V2 - (cujo nome-código alemão original era A4[3]), foi o primeiro míssil balístico, tendo sido usado pela Alemanha Nazi durante as últimas fases da Segunda Guerra Mundial principalmente contra alvos britânicos e belgas. Recebeu este nome porque era uma arma alemã que se seguiu ao V-1, uma bomba que voava como avião a jato.
engenheiro mecânico alemão Wernher von Braun foi, ao lado de Arthur RudolphKurt H. Debus e outros, um de seus principais desenvolvedores na estação experimental do exército alemão de Peenemünde.[4] O verdadeiro nome do foguete era Aggregat-4 (A-4), mas ele ficou mais conhecido pelo nome Vergeltungswaffe 2 (Arma de Vingança 2, parte das Armas-V), dado pelo então ministro da propaganda Joseph Goebbels, já que as V2 eram lançadas como represália aos bombardeios aliados. Estima-se que cerca de 3.000 foguetes V-2 carregados com uma tonelada de amatol foram lançados sobre os inimigos da Alemanha.
Posteriormente à Segunda Guerra, von Braun fora transferido pelo serviço de inteligência militar americano para os EUA. Tanto o governo norte-americano quanto a URSS utilizaram a tecnologia desenvolvida para o foguete V2 como base para a corrida espacial e armamentista, culminando no desenvolvimento dos foguetes utilizados na primeira missão do programa espacial soviéticoVostok I, e dos foguetes Saturno, que impulsionaram as naves da Missão Apollo até a Lua.

Dificuldades do projeto do foguete[editar | editar código-fonte]

Até 1942 nenhum foguete grande havia deixado o solo, muito embora todo o funcionamento das V2 e dos futuros foguetes tenha sido descrito muito antes por pioneiros como Konstantin Tsiolkovsky (União Soviética) e Hermann Oberth (Alemanha). O norte-americano Robert Hutchings Goddard foi mais longe ao construir pequenos foguetes capazes de atingir grandes altitudes.
No entanto, nada se comparava ao desafio dos projetistas da V2: um foguete pesando 14 toneladas, lançado a 80 km de altitude, desenvolvendo para isto mais de meio milhão de cavalos-vapor, tudo isto reduzido em um motor de pouco mais de 1,65 m de comprimento e pesando 450 kg.
O projeto da V2 era máxima prioridade dos nazistas, já que o destino da Segunda Guerra Mundial pouco a pouco pendia para o lado dos aliados e apenas uma arma nova e excepcional poderia mudar este rumo (ver: Wunderwaffe).

Características técnicas[editar | editar código-fonte]


Os pontos em amarelo indicam os locais de lançamento dos mísseis V-2.
As V2 eram propelidas a álcool combustível (mistura de 75% de álcool etílico com 25% de água) e oxigênio líquido, conhecido abreviadamente por "LOX" da expressão em inglês "Liquid oxygen". Esses dois propelentes eram injetados na câmara de combustão em altíssima pressão por uma turbina, essa por sua vez, alimentada por dois combustíveis auxiliares, sendo: 80% de peróxido de hidrogênio e os outros 20%, uma mistura de 66% de permanganato de sódio com 33% de água. Com esse sistema, o motor gerava 24.947 kgf na ignição e chegava a 72.574 kgf de empuxo quando a velocidade máxima de 1.341 m/s era atingida,[5] com um raio de alcance de 321 a 362 km. O álcool etílico usado nestes foguetes era produzido a partir da batata,[6] que era produzida em abundância principalmente na Prússia Oriental.
Devido às altas temperaturas do motor, os projetistas da V2, inteligentemente, usaram o próprio álcool combustível como refrigerante do motor. Isto era feito injetando o álcool combustível ao redor do bocal, formando uma película protetora.
As manobras de voo eram feitas por meio de aletas que interferiam na direção do jato do foguete, solução simples se comparada com a dificuldade dos foguetes atuais, em que todo o motor gira para mudar a direção do jato. A orientação de voo era feita por meio de giroscópios.

Influência na exploração espacial[editar | editar código-fonte]


A primeira foto tirada no espaço foi feita através de um foguete V-2 em 24 de outubro de 1946.[7]
Em 1944Wernher von Braun foi detido pelos nazistas por supostamente ter declarado que as V2 não haviam sido destinadas ao uso militar, mas sim para as futuras viagens espaciais.[8] Tendo dito ou não, von Braun estava certo, e a V2 deixou sua influência permanente no desenvolvimento dos futuros foguetes que seriam usados na exploração espacial.
Com a derrota da Alemanha na Segunda Guerra Mundial, os Estados Unidos e a URSS capturaram a maioria dos engenheiros que trabalharam no desenvolvimento da V2 (na Operação Paperclip). a União Soviética havia chegado primeiro a Berlim, acredita-se que os principais planos secretos foram capturados e usados para financiar os avanços espaciais soviéticos como a Vostok 1. Particularmente importante para os Estados Unidos foi a captura de Wernher von Braun, um dos principais engenheiros alemães, que participou ativamente do programa de mísseis balísticos dos Estados Unidos e depois, dos primeiros passos do programa espacial estadunidense. Sabe-se que em Peenemünde os alemães faziam esforços para dotar a V2 de múltiplos estágios e capacidade para voos transatlânticos. Diversos testes com foguetes de combustível sólido e múltiplos estágios haviam sido feitos. Quando o regime da Alemanha Nazi colapsou em 1945, toda esta tecnologia, desenvolvida ao longo de uma década ao custo de milhões de marcos, estava pronta para ser usada pelos vencedores da guerra.

V2 remanescentes em exposição[editar | editar código-fonte]

Atualmente existem 20 foguetes V2 em exposição em diversos museus. O exemplar mais completo de todos encontra-se no Deutsches Museum, na Cidade de Munique, Alemanha.[9] Dentre as principais peças em exposição, destacam-se as seguintes[10]:

Alemanha[editar | editar código-fonte]


Lançamento de um V-2 adaptado "Bumper 2" em Cabo Canaveral Estados Unidos em julho de 1950.
  • Um foguete completo (com motor) e um motor adicional no Deutsches Museum, em Munique.
  • Um motor no museu de tecnologia de Berlim.
  • Um motor enferrujado no memorial do campo de concentração de Dora-Mittelbau.
  • Uma réplica do foguete, em tamanho real, no museu de Peenemünde.

Estados Unidos[editar | editar código-fonte]

França[editar | editar código-fonte]

  • Um motor, exposto na cidade de Toulouse.

Reino Unido[editar | editar código-fonte]

Galeria[editar | editar código-fonte]

V-2 exposto no hall central do Deutsches Museum, em Munique, Alemanha. 
Diagrama do foguete V-2. 
Foguete V-2 sendo transportado. 
Motor do foguete V-2. 
Resultado do ataque de um foguete V-2 em 27 de Novembro de 1944 a Antuérpia (Bélgica). 
Foguete V-2 de sondagem montado para lançamento no Campo de Teste de Mísseis de White Sands em 1946. 
O motor do foguete exposto no museu de Peenemünde na Alemanha. 
O bocal do míssil, fotografado durante um dos desfiles de Hitler

Filmografia[editar | editar código-fonte]

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1.  Kennedy, Gregory P. (1983). Vengeance Weapon 2: The V-2 Guided Missile. Washington DC: Smithsonian Institution Press. páginas: 27, 74.
  2.  Neufeld, Michael J (1995). The Rocket and the Reich: Peenemünde and the Coming of the Ballistic Missile Era. New York: The Free Press. páginas: 73, 74, 101, 281.
  3.  (em inglêsAstronautix - A4 (acessado em 24 de Agosto de 2010).
  4.  «Wernher von Braun biography» (em inglês). Biography.com. Consultado em 16 de março de 2014
  5.  (em inglêsA-4/V-2 Makeup - Tech Data & Markings - acessado em 10 de Agosto de 2013.
  6.  A Lucky Survivor from a Lost Land. Autor: Armin W. Becker. Trafford Publishing, 2012, pág. 19, (em inglêsISBN 9781466963740 Adicionado em 22/03/2018.
  7.  «The First Photo From Space» (em inglês). Consultado em 24 de maio de 2013
  8.  (em inglêsAstronautix - V-2 (página com referências bibliográficas acessada em 24 de Agosto de 2010).
  9.  «A-4/V-2 and Engine Display - Deutsches Museum, Munich, Germany»
  10.  «Surviving A-4/V-2 Rockets Around the World»

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • Tracy Dungan: V-2: A Combat History of the First Ballistic Missile. Westholme Publishing [1] 2005, ISBN 1-59416-012-0

Links externos[editar | editar código-fonte]

QUEIMA DE LIVROS NA ALEMANHA - (1933) - 10 DE MAIO DE 2020

Queima de livros na Alemanha Nazista

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Bücherverbrennung é um termo alemão que significa queima de livros. É, muitas vezes, associado à ação propagandística dos nazistas, organizada entre 10 de maio e 21 de junho de 1933, poucos meses depois da chegada ao poder de Adolf Hitler. Em várias cidades alemãs, foram organizadas, nesta data, queimas de livros em praças públicas, com a presença da políciabombeiros e outras autoridades.
Tudo o que fosse crítico ou desviasse dos padrões impostos pelo regime nazista foi destruído. Centenas de milhares de livros foram queimados no auge de uma campanha iniciada pelas fraternidades estudantis. Os estudantes, em particular os membros das fraternidades, do Destacamento Tempestade (SA) e da Tropa de Proteção (SS), participaram nestas queimas. A organização deste evento coube às associações de estudantes alemãs Liga dos Estudantes Alemães Nacional-Socialistas (NSDStB) e Comitê Geral dos Estudantes (AStA), que, com grande zelo, competiram entre si, tentando, cada uma, provar que era melhor do que a outra. Foram queimados cerca de 20 000 livros, a maioria dos quais pertencentes às bibliotecas públicas, de autores oficialmente tidos como "não alemães" (undeutsch).
O poeta nazista Hanns Johst foi um dos que justificaram a queima, logo depois da ascensão do nazismo ao poder, com a "necessidade de purificação radical da literatura alemã de elementos estranhos que possam alienar a cultura alemã".

Lista de Autores banidos[editar | editar código-fonte]

Queima de livros na praça da Ópera, em Berlim
Entre os livros queimados pelos Nazistas, contavam-se obras quer de autores falecidos, como também contemporâneos, perseguidos pelo regime, muitos deles tendo emigrado. Na lista, encontramos, entre outros:

"Queimem os meus livros!"[editar | editar código-fonte]

Oskar Maria Graf não foi incluído na lista. Para seu espanto, os seus livros não foram banidos como até foram recomendados pelos nazis. Em resposta, ele publicou um artigo intitulado Verbrennt mich! ("Queimem-meǃ") no jornal de Viena Arbeiter-Zeitung (Jornal dos Trabalhadores) (texto em alemão aqui). Em 1934, o seu desejo foi tornado realidade e os seus livros foram, também, banidos pelos nazistas.

Repercussão[editar | editar código-fonte]

opinião pública e a intelectualidade alemãs ofereceram pouca resistência à queima. Editoras e distribuidoras reagiram com oportunismo, enquanto a burguesia tomou distância, passando a responsabilidade aos universitários. Também os outros países acompanharam a destruição de forma distanciada, chegando a minimizar a queima como resultado do "fanatismo estudantil".
Entre os poucos escritores que reconheceram o perigo e tomaram uma posição, estava Thomas Mann, que havia recebido o Nobel de Literatura em 1929. Em 1933, ele emigrou para a Suíça e, em 1939, para os Estados Unidos. Quando a Faculdade de Filosofia da Universidade de Bonn lhe cassou o título de doutor honoris causa, ele escreveu, ao reitor:
Também Ricarda Huch retirou-se da Academia Prussiana de Artes. Na carta ao seu presidente, em 9 de abril de 1933, a escritora criticou os ditames culturais do regime nazista: "A centralização, a opressão, os métodos brutais, a difamação dos que pensam diferente, os autoelogios, tudo isso não combina com meu modo de pensar", justificou. Em 1934, a "lista negra" incluía mais de três mil obras proibidas pelos nazistas.
Como disse o poeta Heinrich Heine: "Onde se queimam livros, acaba-se queimando pessoas."

Praças da cerimónia[editar | editar código-fonte]

Memorial para a queima de livros de 1933, no chão da praça Römerberg, em frente à prefeitura de Frankfurt, em Hesse, na Alemanha.

Ver também[editar | editar código-fonte]

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