domingo, 19 de abril de 2020

ERNESTO MANUEL GERALDES DE MELKO E CASTRO - (Engenheiro, poeta, ensaísta, escritor, artista plástico) - NASCEU EM 1932 - 19 DE ABRIL DE 2020

E. M. de Melo e Castro

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Saltar para a navegaçãoSaltar para a pesquisa
E. M. de Melo e Castro
Nome completoErnesto Manuel Geraldes de Melo e Castro
Nascimento1932
CovilhãPortugal
NacionalidadePortugal Português
CônjugeMaria Alberta Menéres
OcupaçãoEngenheiropoetaensaístaescritorartista plástico
PrémiosGrande Prémio de Poesia Inaset – Inapa (1990);
Magnum opusIdeogramas (1962)
E. M. de Melo e Castro, nome literário de Ernesto Manuel Geraldes de Melo e Castro ComIH (Covilhã1932), é um engenheiropoetaensaístaescritor e artista plástico português.
Figura multifacetada, autor de uma obra caracterizada pela construção de experiências com vários materiais e vários média, a ação de E. M. de Melo e Castro foi particularmente marcante na emergência da poesia experimental em Portugal.

Biografia / Obra[editar | editar código-fonte]

Filho de Ernesto de Campos Melo e Castro (Covilhã, 1896 — Covilhã, 1973), neto materno do 1.° Visconde da Coriscada e Comendador da Ordem da Instrução Pública a 1 de Agosto de 1955, e de sua mulher e duas vezes prima Maria Gonzaga de Campos e Melo Geraldes.
Foi casado com a escritora Maria Alberta Menéres e é pai da cantora Eugénia Melo e Castro.
Destaca-se como um dos pioneiros da Poesia Visual (concreta) em Portugal. Ideogramas[2] data de 1962 e reúne 29 poemas concretos, publicados sem qualquer introdução ou nota explicativa; este livro é considerado um marco fundador da Poesia Concreta e do Experimentalismo em Portugal. Participou no primeiro e foi um dos organizadores do segundo número da revista Poesia Experimental, em 1964 e 1966, respetivamente (Ver: Poesia Experimental Portuguesa). Entre as diversas antologias e suplementos em que colaborou, assinale-se a organização de Hidra 2[3] (1969) e Operação 1[4] (1967).[5][6]. Também colaborou revista Arte Opinião [7] (1978-1982).
A prática poética de Melo e Castro "tem sido acompanhada por uma teorização sistemática sobre a linguagem e as tecnologias de comunicação. Na sua extensa obra cruzam-se múltiplas práticas e formas experimentais: a explosão grafémica e gráfica que combina a fragmentação da palavra com a espacialização da escrita alfabética e do desenho geométrico; o poema-objeto tridimensional e a instalação; a recombinação intermédia de escrita, som e imagem em movimento; a performance que inscreve a presença corporal, vocal e gestual do autor nas práticas sociais e técnicas de comunicação; a teorização do poema como dispositivo de crítica do discurso no universo saturado dos média". Figura marcante no contexto artístico português dos anos de 1960 e 1970, nas décadas que se seguiram tem-se dedicado a investigar e a espelhar no seu trabalho as relações entre a arte e o desenvolvimento tecnológico. Foi autor de um conjunto de obras pioneiras na utilização do vídeo e do computador na produção literária, que constituem uma "síntese da consciência autorreflexiva da ciência e da arte contemporânea" (na Universidade Aberta, nomeadamente, desenvolveu entre 1985 e 1989 um projeto de criação de videopoesia denominado Signagens).[6]
A sua prolífica atividade artística foi apresentada em numerosas exposições coletivas, em Portugal e no estrangeiro (entre as quais a histórica Alternativa Zero, 1977); realizou diversas exposições individuais (Galeria 111, Lisboa, 1965; Galeria Buchholz, 1974; Galeria Quadrum, 1978; etc.), espetáculos e happenings (Galeria Divulgação, 1975; Centro de Arte ModernaFundação Calouste Gulbenkian, 1985; etc.). Na sua atividade enquanto poeta e crítico publicou dezenas de livros (entre os quais a Antologia da Novíssima Poesia Portuguesa, 1959, em colaboração com Maria Alberta Menéres).[8]
Em 2006, o Museu de Arte Contemporânea de Serralves apresentou O Caminho do Leve, uma grande exposição retrospetiva da sua obra; da poesia concreta e experimental à infopoesia, passando pela videopoesia, sem esquecer a criação de imagens fractais, a mostra reuniu uma seleção de obras representativas de quase cinco décadas de trabalho. Em Coimbra, na sua exposição Do Leve à Luz (integrada no ciclo Nas Escritas PO.EX, 2012), apresentou 14 novos Videopoemas. [6][9]
A 10 de junho de 2017, foi feito Comendador da Ordem do Infante D. Henrique.[10]

Transgressão[editar | editar código-fonte]

"[...] para mim, trabalhar o verso, trabalhar a prosa, trabalhar o signo não verbal, quer com meios gráficos convencionais ou com meios tecnológicos avançados, faz parte de um processo total que eu chamo poiésis, isto é, a produção do artefato, a produção do objeto, mas do objeto novo, evidentemente. E é justamente nesta inovação, ou nos aspetos transgressivos em relação às normas estabelecidas para a produção de versos, de poemas em prosa ou até mesmo de poemas visuais, é na transgressão que, para mim, se encontra o ponto crucial dessa produção". E. M. de Melo e Castro, 2001[11]

Algumas obras[6][12][editar | editar código-fonte]

Tontura, 1962 (Ideogramas, pág. 25)

Poesia[editar | editar código-fonte]

  • Entre o Som e o Sul (1960)
  • Queda Livre (1961)
  • Mudo Mudando (1962)
  • Ideogramas (1962)
  • Objeto Poemático de Efeito Progressivo (1962)
  • Poligonia do Soneto (1963)
  • Versus-in-Versus (1968)
  • Álea e Vazio (1971)
  • Visão/Vision (1972)
  • Ciclo de Queda Livre (1973) – antologia
  • Concepto Incerto (1974)
  • Resistência das Palavras (1975)
  • Cara lh amas (1975)
  • Círculos Afins (1977) – antologia
  • As Palavras Só-Lidas (1979)
  • Re-Camões (1980)
  • Corpos Radiantes (1982)
  • Autologia: Poemas Escolhidos 1951-1982 (1983) – antologia
  • Entre o Rigor e o Excesso: um Osso (1994)
  • Finitos mais Finitos (1996)
  • Trans(a)parências – Poesia I, 1950-1990 (1990) – antologia; Grande Prémio de Poesia Inaset – Inapa, 1990
  • Enquanto Jactos e Hiatos (1994)
  • Algorritmos: Infopoemas (1998)

Ensaio[editar | editar código-fonte]

  • A Proposição 2.01 (1965)
  • O Próprio Poético (1973)
  • Dialéctica das Vanguardas (1976)
  • In-novar (1977)
  • As Vanguardas na Poesia Portuguesa do Século XX (1980)
  • PO.Ex: Textos Teóricos e Documentos da Poesia Experimental Portuguesa (1981; com Ana Hatherly)
  • Antologia de Textos Teóricos – Essa Crítica Louca (1982)
  • Literatura Portuguesa de Intervenção (1984)
  • Projeto: poesia (1984)
  • Poética dos Meios e Arte High Tech (1986)
  • Voos de Fénix Crítica (1995) – Prémio Jacinto do Prado Coelho, da Delegação Portuguesa da Associação Internacional dos Críticos Literários.

Videopoemas[editar | editar código-fonte]

  • Roda-Lume (1969, 1986)
  • Signagens (1985-1989)
  • Sonhos de Geometria (1993)
  • Navegações Fractais (2001)
  • Gerador de Universos (2005)

Publicações recentes (Brasil)[editar | editar código-fonte]

  • Antologia Efémera (2001)
  • Livro de Releituras e Poiética Contemporânea (2008)
  • Neo-Poemas-Pagãos (2010)
  • Quatro Cantos do Caos (2009)
  • O Paganismo em Fernando Pessoa (2010)
  • A Agramaticidade das Feridas do Coração (2011)
  • Poemas do É (2012)

Ver também[editar | editar código-fonte]

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

Referências

  1.  «Sobre E.m. de melo e castro». Consultado em 24 de julho de 2016
  2.  «Ideogramas». Arquivo Digital da PO.EX. Consultado em 24 de julho de 2016
  3.  «Hidra 2». Arquivo Digital da PO.EX. Consultado em 24 de julho de 2016
  4.  «Operação 1». Arquivo Digital da PO.EX. Consultado em 24 de julho de 2016[ligação inativa]
  5.  Teixeira, Claudio Alexandre de Barros – "Erotografia poética de E. M. de Melo e Castro". Via Atlântica, São Paulo, N. 27, 301-314, junho 2015
  6. ↑ Ir para:a b c d Manuel Portela. «E. M. de Melo e Castro [Biografia]». Arquivo Digital da PO.EX. Consultado em 22 de julho de 2016
  7.  Rita Correia (16 de maio de 2019). «Ficha histórica:Arte Opinião (1978-1982)» (PDF)Hemeroteca Municipal de Lisboa. Consultado em 22 de Maio de 2019
  8.  A.A.V.V. – III Exposição de Artes Plásticas da Fundação Calouste Gulbenkian. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 1986.
  9.  Marcos Cruz. «Ernesto de Melo e Castro em Serralves». Diário de Notícias. Consultado em 22 de julho de 2016
  10.  «Cidadãos Nacionais Agraciados com Ordens Portuguesas». Resultado da busca de "Ernesto Geraldes de Melo e Castro". Presidência da República Portuguesa. Consultado em 16 de fevereiro de 2018
  11.  Lucilo Antônio Rodrigues. «A Poesia Digital de Melo e Castro». Consultado em 25 de julho de 2016
  12.  «E. M. de Melo e Castro». Instituto Camões. Consultado em 22 de julho de 2016

SANTO EXPEDITO - INSPIRADOR DO IMPOSSÍVEL - 19 DE ABRIL DE 2020

Expedito de Melitene

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
(Redirecionado de Santo Expedito)
Saltar para a navegaçãoSaltar para a pesquisa
Disambig grey.svg Nota: Para o município brasileiro, veja Santo Expedito (São Paulo).
Santo Expedito
Santo Expedito
"O Santo da Última Hora", Mártir
Morte em MeliteneArmênia
Veneração porIgreja Católica
Religiões Afro-Brasileiras
Festa litúrgica19 de abril
Atribuiçõespalmeira, capacete no chão, corvo esmagado e a palavra hodie (hoje em latim) escrita na cruz.
Padroeirocausas justas e urgentes
Gloriole.svg Portal dos Santos
Santo Expedito foi possivelmente um cristão martirizado no século IV em Melitene, na Armênia. Nada se sabe sobre sua vida nem onde foi sepultado, e muitos pesquisadores questionam se ele de fato existiu. Contudo, formou-se um folclore ao seu redor e ele é objeto de grande devoção popular em muitos países como o santo das causas urgentes,[1][2][3] às vezes em sincretismo com figuras de outros credos.[4]

Nome[editar | editar código-fonte]

O nome Expeditus (Expedito) pode ser uma corruptela de Elpidius, conforme sugerem os beneditinos de Paris.[4] Outra hipótese é de que o nome tenha derivado de spedito, palavra inscrita numa caixa com relíquias de um santo desconhecido retiradas das catacumbas de Roma e enviada a Paris no século XVII. Contudo, spedito em italiano significa "enviado" ou "rápido", e pode significar simplesmente que a caixa havia sido marcada como despachada ou que devia ser enviada com presteza ao seu destino. As freiras interpretaram a inscrição como se fosse o nome do santo e passaram a divulgar sua devoção, latinizando o nome para Expeditus. Esta história, relatada pelo religioso inglês Alban Butler em sua famosa obra hagiográfica The Lives of the Fathers, Martyrs and Other Principal Saints (1756–1759), tampouco tem fonte segura,[2] e circulam várias outras versões mais ou menos parecidas, que mudam datas e locais.[5][6][7] Assinale-se que expeditus também era uma categoria militar do exército romano, correspondente ao soldado da infantaria ligeira, e daí pode ter derivado seu nome.[8]

Lendas[editar | editar código-fonte]

A lenda mais corrente sobre sua vida o mostra como um militar romano, Comandante-em-chefe da 12ª Legião, conhecida como "Fulminata", aquartelada em Melitene, e encarregada de proteger o Império das invasões dos bárbaros orientais com um efetivo de mais de 6.800 soldados. Sendo cristão, como era a maioria de seus subordinados, todos nativos da Armênia, teria sido condenado durante as perseguições de Diocleciano no dia 19 de abril do ano 303, sendo martirizado e por fim decapitado com a espada por recusar-se a adorar os deuses pagãos. Outra lenda diz respeito à sua conversão ao cristianismo. Tentado por um demônio em forma de corvo que gritava cras! cras! (em latim, "amanhã"), que surgiu para adiar sua conversão, teria pisado a criatura dizendo hodie! ("hoje"), significando sua disposição heroica de converter-se de imediato.[9][10][11]

Devoção e iconografia[editar | editar código-fonte]

Não há qualquer registro de haver se formado uma tradição sobre ele na Antiguidade,[3] mas no século VIII ele já recebia culto na Germânia e na Sicília.[11] Seu culto só iniciou uma difusão mais larga por volta do século XVII, talvez a partir da França,[2] ou da Alemanha, onde era representado como um advogado pisando um corvo que grita cras! cras!, significando as intermináveis delongas nos processos judiciais, contra as quais ele era invocado.[4] Em 1781 foi designado padroeiro de Acireale, na Sicília, e desde então sua devoção se espalhou rapidamente por muitos países.[3]
É possível que sua ligação com as causas urgentes derive unicamente do significado do seu nome.[1] Tradicionalmente também é o patrono dos mercadores, navegantes,[12] estudantes e dos que vão prestar exames,[11] mas em anos recentes ele tem sido invocado por hackersgeeks e procastinadores habituais da slacker generation como seu protetor.[5] É o patrono oficial da República da Molóssiamicronação não reconhecida internacionalmente.[6] No Brasil sua veneração ganhou corpo nos anos 80 e hoje ele tem multidões de devotos, e sua imagem circula em chaveiros, cartazes, panfletos e santinhos distribuídos aos milhares.[13][10] Deu seu nome ao município de Santo Expedito, em São Paulo, e Santo Expedito do Sul, no Rio Grande do Sul.
Sua posição oficial na Igreja Católica é incerta. No Martyrologium Hieronymianum ele aparecia ao lado de outros mártires comemorados entre os dias 18 e 19 de abril.[3] A Igreja reconhece a devoção popular e existem igrejas e capelas a ele dedicadas em muitas partes do mundo, mas não foi incluído na edição de 2001 do Martyrologium Romanum.[14][15]
Sua representação mais comum é a de um soldado romano, com traje de legionário, vestido de armadura, túnica curta e manto jogado atrás das espáduas, com postura marcial. Em uma mão sustenta a palma do martírio e na outra uma cruz que ostenta a palavra hodie, em referência ao episódio do espírito do mal, o corvo que lança seu grito habitual cras! e que é representado debaixo de seu pé.[11]
Nas religiões afro-brasileiras, Santo Expedito é conhecido como Logunedé, o orixá da caçapesca, dificuldades financeiras e profissionais.[16] 

Igrejas do mundo[editar | editar código-fonte]

Há igrejas de Santo Expedito em todo o mundo:
  • Alemanha
  • Argentina[17]
  • Áustria
  • Brasil
  • Portugal
  • Bolívia
  • Chile
  • Colômbia
  • Equador
  • Espanha
  • Estados Unidos
  • Filipinas
  • França
  • Ilha Reunión
  • México
  • Nicarágua
  • Peru
  • Rússia
  • Turquia
  • Uruguai[18]
  • Venezuela

Referências

  1. ↑ Ir para:a b Mornin, Edward & Mornin, Lorna. Saints: a visual guide. Frances Lincoln Ltd., 2006, p. 115
  2. ↑ Ir para:a b c Margavio, Anthony V. & Salomone, Jerome J. Bread and respect: the Italians of Louisiana. Pelican Publishing, 2002, pp. 254-255
  3. ↑ Ir para:a b c d St. Expeditus. Catholic Online
  4. ↑ Ir para:a b c Gnarra, Irene. "Expeditus". In: Jestice, Phyllis G. Holy people of the world: a cross-cultural encyclopedia. Volume 1. ABC-CLIO, 2004, p. 265
  5. ↑ Ir para:a b Delio, Michelle. "Patron Saint of the Nerds". In: Wired, 11.10.2004.
  6. ↑ Ir para:a b Saint Expeditus. Patron Saint of the Republic of Molossia
  7.  Zibart, Eve "Saints Alive! The Eternal Nawlins". In: The Washington Post, 12/09/2005
  8.  Marie-Expédit, Fr. Santo Expedito. Edições Loyola, 2004, p. 8
  9.  Marie-Expédit, Fr. p. 14
  10. ↑ Ir para:a b Junqueira, Eduardo e Cardoso, Rodrigo. "O santo da vez". In: Revista Veja, 17/03/1999
  11. ↑ Ir para:a b c d Megale, Nilza Botelho. O Livro de Ouro dos Santos. Ediouro, 2003, pp. 102-104
  12.  Saint Expeditus of Melitene. Saints.SQPN.com. 11 September 2010
  13.  Augras, Monique. "Secours d'urgence: le show de Saint Expédit". In: Sociétés 2/2001 (n.º 72), p. 125-137
  14.  Martirologio romano. Vaticano: Typográfica Vaticana, primera edición, 2001. En español (apud typis...): Coeditores Litúrgicos, reedición 2007.
  15.  Martirologio. Istituto San Clemente I Papa e Martire
  16.  «Orixá Logunedé das causas urgentes como Santo Expedito». Raízes Espirituais. 14 de abril de 2016. Consultado em 24 de agosto de 2017
  17.  Uma das igrejas de São Expedito está na rua Bahía Blanca, entre Avda. Avellaneda y Bogotá, na cidade de Buenos Aires.Fuente: «Iglesias de San Expedito en el mundo»
  18.  La igreja de São Expedito está na rua Acevedo Díaz entre Nicaragua y Miguelete, na cidade de Montevideo.

Etiquetas

Seguidores

Pesquisar neste blogue