domingo, 8 de março de 2020

MONTEMOR-O-NOVO - FERIADO - 8 DE MARÇO DE 2020

Montemor-o-Novo

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Montemor-o-Novo
Brasão de Montemor-o-NovoBandeira de Montemor-o-Novo
Localização de Montemor-o-Novo
GentílicoMontemorense
Área1 232,97 km²
População17 437 hab. (2011)
Densidade populacional14,1  hab./km²
N.º de freguesias7
Presidente da
câmara municipal
Hortênsia Menino (CDU)
Fundação do município
(ou foral)
1203
Região (NUTS II)Alentejo
Sub-região (NUTS III)Alentejo Central
DistritoÉvora
ProvínciaAlto Alentejo
OragoSão João de Deus
Feriado municipal8 de março (São João de Deus)
Sítio oficialCM Montemor-o-Novo
Municípios de Portugal Flag of Portugal.svg
Montemor-o-Novo é uma cidade portuguesa, no Distrito de Évora, região Alentejo e sub-região do Alentejo Central, com cerca de 12 000 habitantes.[1] É a segunda maior cidade do distrito, apenas superada pela capital Évora.
É sede de um município com 1 232,97 km² de área[2] (um dos maiores de Portugal) e 17 437 habitantes (2011),[3][4] subdividido em 7 freguesias.[5]
Cidade onde nasceu São João de Deus, padroeiro dos hospitais, doentes e enfermeiros

Geografia[editar | editar código-fonte]

O município é limitado a norte pelo município de Coruche, a leste por Arraiolos e por Évora, a sul por Viana do Alentejo e por Alcácer do Sal e a oeste por Vendas Novas e por um dos territórios do concelho de Montijo.
O concelho de Montemor-o-Novo localiza-se no Alentejo Central sendo contíguo a três outras regiões NUTS III. A norte, a Lezíria do Tejo (concelho de Coruche), a noroeste, a Península de Setúbal (concelho de Montijo) e a sul e sudoeste, o Alentejo Litoral (concelho de Alcácer-do-Sal).
O concelho tem uma altitude média de 291 m acima do nível do mar.
A cidade de Montemor-o-Novo foi edificada entre três montes: (o maior) o do Castelo de Montemor-o-Novo, o da igreja da Nossa Senhora da Visitação e o da igreja da Nossa Senhora da Conceição.

Clima[editar | editar código-fonte]

A região por onde se estende o concelho é caracterizada por um clima marcadamente mediterrânico.
Pertence ao Distrito de Évora, distrito mais quente de Portugal no Verão, sendo os verões na região quentes e secos, por vezes com temperaturas superiores a 40 ºC. Enquanto que no Inverno a temperatura pode descer abaixo dos 0 ºC.
A temperatura média anual é de 15,4 ºC, registando-se a média máxima em Julho - 32 ºC - e a média mínima em Janeiro - 3,1 ºC.

Economia[editar | editar código-fonte]

Na economia a produção de carne é o seu principal factor sendo o concelho do país que mais produz.[carece de fontes]

Património[editar | editar código-fonte]

Equipamentos[editar | editar código-fonte]

Nos últimos anos foram feitos grandes investimentos desportivos, novas piscinas descobertas (com cerca de 50 mil visitantes ano) e cobertas, novo gimno-desportivo, 4 courts de ténis (um coberto), bancada no Estádio 1.º de Maio e construção de um novo estádio municipal (sintético) com pista de atletismo em tartan de 8 corredores.

Transportes[editar | editar código-fonte]

Montemor-o-Novo possui ligações a Évora pela A6, da qual dista cerca de 15-20 minutos; e a Vendas Novas pela estrada nacional e pela A6, da última distando menos de 10 minutos por autoestrada. De Lisboa, dista sensivelmente 60 minutos - quer pela A6 (e ligação pela Ponte 25 de Abril), quer utilizando A6 até Vendas Novas e a N4 subsequentemente, via Ponte Vasco da Gama. A portagem da A6 e da A2 custa, no total e em cada sentido, 6.85€.[6]
Possui através da Rede Expressos ligações diárias a todo o pais. como exemplo, as 14 ligações para Lisboa, a primeira ás 6.30, sendo possível estar em Lisboa diariamente ás 7:45 da manhã, com o ultimo horário de regresso ás 22:30, possui também pelo menos 10 ligações diárias a Évora. É juntamente com Évora a cidade do Alentejo com melhores acessos à capital do pais através de Autocarro.
A Rodoviária do Alentejo possui várias ligações diárias para Évora, Setúbal e Vendas Novas, além de ligações semanais para as freguesias do concelho.
Possui também um Terminal Rodoviário localizado no centro da cidade, aberto todos os dias do ano, sendo possível adquirir bilhetes para os autocarros da Rede Expressos.
No que diz respeito a transportes ferroviários, a única gare ferroviária que possui, Casa Branca, situa-se a 10 km da sede de concelho - apesar de ter ligações rodoviárias entre a estação ferroviária e o centro, fornecidas pela Rodoviária do Alentejo, estas não sincronizam com nenhum dos 4 horários diários oferecidos na linha, em cada sentido. Também não existem quaisquer sincronizações com a estação ferroviária de Vendas Novas.

População[editar | editar código-fonte]

Número de habitantes [7]
186418781890190019111920193019401950196019701981199120012011
12 24412 99115 33516 60122 16224 37629 00535 47938 96037 32818 09120 21018 63218 57817 437
(Obs.: Número de habitantes "residentes", ou seja, que tinham a residência oficial neste concelho à data em que os censos se realizaram.)
Número de habitantes por Grupo Etário [8]
190019111920193019401950196019701981199120012011
0-14 Anos5 7478 1978 71710 41112 52211 6269 2263 7604 0013 1552 3342 095
15-24 Anos3 2704 1155 0256 0786 4868 7147 1142 9502 6462 3022 3701 571
25-64 Anos7 1489 2749 50411 57314 37016 36718 3509 78510 4319 4769 1198 768
= ou > 65 Anos6538189991 2211 5652 0862 6381 8703 1323 6994 7555 003
> Id. desconh21441387140
(Obs: De 1900 a 1950 os dados referem-se à população "de facto", ou seja, que estava presente no concelho à data em que os censos se realizaram. Daí que se registem algumas diferenças relativamente à designada população residente)
O decréscimo verificado nos dados de 1970 resulta, em parte, da criação do concelho de Vendas Novas.

Política[editar | editar código-fonte]

Eleições autárquicas[editar | editar código-fonte]

Data%V%V%V%V%V%V
APU/CDUPSPPD/PSDADINDPSD-CDS
197661,80526,8628,01-
197963,89514,261AD20,341
198262,79518,76115,621
198565,46516,27115,701
198961,05519,54115,921
199353,84521,31119,051
199752,63426,34215,061
200150,7749,36-36,163
200553,64428,452PSD-CDS13,991
200955,03428,31213,351
201352,50431,9636,48-
201743,62437,7634,80-

Eleições legislativas[editar | editar código-fonte]

Data%
PCPPSPSDCDSUDPAPU/CDUADFRSPRDPSNB.E.PANPàF
197657,4323,766,984,702,22
1979APU13,64ADAD1,3459,8420,96
1980FRS0,7357,4923,6813,64
198317,9516,412,780,7058,38
198513,4714,852,050,8755,279,43
1987CDU13,9623,381,470,5050,855,35
199121,5427,222,0840,790,691,01
199534,0517,273,560,7040,75
199937,5315,103,8537,930,231,10
200236,2120,432,9934,911,56
200542,8913,053,4032,463,94
200931,9615,404,5333,768,56
201126,2121,157,3333,273,960,66
201530,71PàFPàF33,867,160,6719,97

Freguesias[editar | editar código-fonte]

Freguesias do concelho de Montemor-o-Novo.
O concelho de Montemor-o-Novo está dividido em 7 freguesias:

Referências

  1.  INE (2013). Anuário Estatístico da Região Alentejo 2012 (PDF). Lisboa: Instituto Nacional de Estatística. p. 32. ISBN 978-989-25-0214-4ISSN 0872-5063. Consultado em 5 de maio de 2014
  2.  Instituto Geográfico Português (2013). «Áreas das freguesias, municípios e distritos/ilhas da CAOP 2013»Carta Administrativa Oficial de Portugal (CAOP), versão 2013. Direção-Geral do Território. Consultado em 28 de novembro de 2013. Arquivado do original (XLS-ZIP) em 9 de dezembro de 2013
  3.  INE (2012). Censos 2011 Resultados Definitivos – Região Alentejo (PDF). Lisboa: Instituto Nacional de Estatística. p. 98. ISBN 978-989-25-0182-6ISSN 0872-6493. Consultado em 27 de julho de 2013
  4.  INE (2012). «Quadros de apuramento por freguesia» (XLSX-ZIP)Censos 2011 (resultados definitivos). Tabelas anexas à publicação oficial; informação no separador "Q101_ALENTEJO". Instituto Nacional de Estatística. Consultado em 27 de julho de 2013
  5.  Lei n.º 11-A/2013, de 28 de janeiro: Reorganização administrativa do território das freguesias. Anexo I. Diário da República, 1.ª Série, n.º 19, Suplemento, de 28/01/2013.
  6.  «Custo das Portagens» (PDF)
  7.  Instituto Nacional de Estatística (Recenseamentos Gerais da População) - https://www.ine.pt/xportal/xmain?xpid=INE&xpgid=ine_publicacoes
  8.  INE - http://censos.ine.pt/xportal/xmain?xpid=CENSOS&xpgid=censos_q

DIA INTERNACIONAL DA MULHER - 8 DE MARÇO DE 2020

Dia Internacional da Mulher

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Dia Internacional da Mulher
Poster alemão de 1914 em comemoração ao Dia Internacional da Mulher, conclama o direito ao voto feminino.
Outro(s) nome(s)Dia da Mulher
Celebrado porÁfrica do SulAlbânia AngolaArgéliaArgentinaArméniaAzerbaijãoBangladeshBélgicaBielorrússiaButãoBósnia e HerzegovinaBrasilBulgáriaBurkina FasoCambojaCamarõesCabo VerdeChileChinaColômbiaCroáciaCubaChipreEquadorEslováquiaEslovéniaEspanhaEstóniaDinamarcaFinlândiaGeórgiaGréciaHolandaHungriaIlha de FormosaÍndiaItáliaIslândiaIsraelLaosLetóniaLituâniaCazaquistãoKosovoQuirguistãoMacedônia do NorteMaltaMéxicoMoldáviaMongóliaMontenegroNepalNoruegaPolóniaPortugalRoméniaRússiaSérviaSuéciaSíriaTadjiquistãoTurquiaTurquemenistãoUcrâniaUzbequistãoVietnameZâmbia
TipoInternacional
Data8 de Março
TradiçõesRelembra as lutas sociais, políticas e econômicas das mulheres.
Dia Internacional da Mulher é celebrado anualmente, no dia 8 de março.
A ideia de uma celebração anual surgiu depois que o Partido Socialista da América organizou um Dia da Mulher, em 20 de fevereiro de 1909, em Nova York - uma jornada de manifestação pela igualdade de direitos civis e em favor do voto feminino.[1] [2] Durante as Conferências de Mulheres da Internacional Socialista, em Copenhague1910, foi sugerido, por Clara Zetkin, que o Dia da Mulher passasse a ser celebrado todos os anos, sem que, no entanto, fosse definida uma data específica.[3] A partir de 1913, as mulheres russas passaram a celebrar a data com manifestações realizadas no último domingo de fevereiro. Em 8 de março de 1917 (23 de fevereiro, no calendário gregoriano), ainda na Rússia Imperial, organizou-se uma grande passeata de mulheres, em protesto contra a carestia, o desemprego e a deterioração geral das condições de vida no país. Operários metalúrgicos acabaram se juntando à manifestação, que se estendeu por dias e acabou por precipitar a Revolução de 1917.[1] Nos anos seguintes, Dia da Mulher passou a ser comemorado naquela mesma data, pelo movimento socialista, na Rússia e em países do bloco soviético.
Em 1975, o dia 8 de março foi instituído como Dia Internacional da Mulher, pelas Nações Unidas. Atualmente, a data é comemorada em mais de 100 países - como um dia de protesto por direitos ou de edulcorada celebração do feminino, comparável ao Dia das Mães. Em outros países, a data é amplamente ignorada.[4]

História

Uma origem mundial para a data

A ideia de criar o Dia da Mulher surgiu entre o final do século XIX e o início do século XX nos Estados Unidos e na Europa, no contexto das lutas feministas por melhores condições de vida e trabalho, e pelo direito de voto. Em 26 de agosto de 1910, durante a Segunda Conferência Internacional das Mulheres Socialistas em Copenhaga, a líder socialista alemã Clara Zetkin propôs a instituição de uma celebração anual das lutas pelos direitos das mulheres trabalhadoras,[5][6] sem contudo fixar uma data específica.[3]
As celebrações do Dia Internacional da Mulher ocorreram a partir de 1909 em diferentes dias de fevereiro e março, a depender do país.[1] A primeira celebração deu-se a 28 de fevereiro de 1909 nos Estados Unidos, seguida de manifestações e marchas em outros países europeus nos anos seguintes, usualmente durante a semana de comemorações da Comuna de Paris, no final de março. As manifestações uniam o movimento socialista, que lutava por igualdade de direitos econômicos, sociais e trabalhistas, ao movimento sufragista, que lutava por igualdade de direitos políticos.
No início de 1917, na Rússia, ocorreram manifestações de trabalhadoras por melhores condições de vida e trabalho e contra a entrada da Rússia czarista na Primeira Guerra Mundial. Os protestos foram brutalmente reprimidos, precipitando o início da Revolução de 1917.[7] A data da principal manifestação, 8 de março de 1917 (23 de fevereiro pelo calendário juliano), foi instituída como Dia Internacional da Mulher pelo movimento internacional socialista.
Na década de 1970, o ano de 1975 foi designado pela ONU como o Ano Internacional da Mulher e o dia 8 de março foi adotado como o Dia Internacional da Mulher pelas Nações Unidas, tendo como objetivo lembrar as conquistas sociais, políticas e econômicas das mulheres, independente de divisões nacionais, étnicas, linguísticas, culturais, econômicas ou políticas.
Copenhague, 1910. VIII Congresso da Internacional Socialista: na frente, Alexandra Kollontai e Clara Zetkin.
Sobre a origem de comemoração do Dia Internacional da Mulher não há concordância absoluta diante das múltiplas manifestações de luta de mulheres por todo o mundo. A professora e filósofa socialista estado-unidense Angela Davis cita um evento ocorrido em 1908 em que "as mulheres socialistas do Lower East Side, em Nova York, organizaram uma manifestação de massa em apoio ao sufrágio igualitário, cujo aniversário [do Dia da Mulher seria] comemorado".[8] Mas, o objetivo das manifestações ainda eram lutas dispersas por diversos direitos específicos, e no caso apontado, era o direito das mulheres ao voto nos Estados Unidos.
Após isto uma das primeiras celebrações do dia da mulher foi no dia 28 de fevereiro de 1909 nos Estados Unidos, por iniciativa do Partido Socialista da América, em memória de uma greve, realizada no ano anterior, que mobilizou as operárias na indústria do vestuário de Nova York contra as más condições de trabalho.[9]
Em 1910, ocorreu a primeira conferência internacional de mulheres, em Copenhagen, Dinamarca, dirigida pela Internacional Socialista, quando foi aprovada a proposta, apresentada pela socialista alemã Clara Zetkin, de instituição de um Dia Internacional da Mulher, embora nenhuma data tivesse sido especificada.[9][10][11] No ano seguinte, uma comemoração do Dia Internacional da Mulher foi observada no dia 19 de março na Áustria, Dinamarca, Alemanha e Suíça, onde mais de um milhão de homens e mulheres participaram de manifestações que exigiam os direitos de votar e ser votada, de trabalhar, de receber educação vocacional e, também, o fim da discriminação no trabalho.[9]

Controvérsias sobre as origens

Por muitos anos, associou-se o dia 8 de março à ocorrência de grandes incêndios em fábricas, no início do século, quando dezenas de operárias teriam perecido. O mais conhecido desses incidentes é o incêndio na fábrica da Triangle Shirtwaist, que realmente ocorreu, em 25 de março de 1911, às 5 horas da tarde, e matou 146 trabalhadores: 125 mulheres e 21 homens. A fábrica empregava 600 pessoas, em sua maioria mulheres imigrantes judias e italianas, com idade entre 13 e 23 anos. Uma das consequências da tragédia foi o fortalecimento do Sindicato Internacional de Trabalhadores na Confecção de Roupas de Senhoras, conhecido pela sigla inglesa ILGWU. A acadêmica Eva Blay considera "muito provável que o sacrifício das trabalhadoras da Triangle tenha se incorporado ao imaginário coletivo da luta das mulheres", mas ressalta que "o processo de instituição de um Dia Internacional da Mulher já vinha sendo elaborado pelas socialistas americanas e européias desde algum tempo antes e foi ratificado com a proposta de Clara Zetkin."[12]
Na mesma linha, a historiadora espanhola Ana Isabel Álvarez González explica, no livro As origens e a comemoração do Dia Internacional das Mulheres (publicado em 2010 no Brasil pela editora Expressão Popular), que a origem da data passa ao mesmo tempo pelos Estados Unidos e pela Rússia soviética. A autora, que buscou fontes primárias tanto na historiografia americana quanto na espanhola, confirma que o incêndio da Triangle realmente ocorreu em 1911, no dia 25 de março - e não no dia 8, lembrando que 8 de março de 1911 foi um domingo, data improvável para a deflagração de uma greve. Embora incêndios desse tipo não fossem incomuns à época, González ressalta que o incêndio foi muito significativo para o movimento operário norte-americano e para o movimento feminista. Mas, sozinho, o incidente não explica a origem do Dia Internacional da Mulher.[13]
Além do incêndio da fábrica Triangle, que efetivamente aconteceu, há uma outra história bem parecida, que parece ter sido uma simples invenção. Em 1955, Liliane Kandel e Françoise Picq escreveram, num artigo do jornal L'Humanité, sobre o mito de que a data teria como origem a celebração da luta e da greve de trabalhadoras no setor têxtil de Nova York, em 1857 — as quais teriam sido duramente reprimidas pela polícia ou mortas em um incêndio criminoso na fábrica, conforme as diferentes versões do mito. Não há indícios de que isso tenha ocorrido e, segundo as autoras, tais versões parecem ter sido criadas pela Union des Femmes Françaises, que pretendia converter a comemoração do Dia da Mulher em uma espécie de Dia das Mães, totalmente desprovida de qualquer sentido de luta feminina, tal qual se tornara na URSS e nos países do bloco soviético.[14][1][15]

Relação com a Revolução Russa

"A 23 de fevereiro estavam planejadas ações revolucionárias. Pela manhã, a despeito das diretivas, as operárias têxteis deixaram o trabalho de várias fábricas e enviaram delegadas para solicitarem sustentação da greve. Todas saíram às ruas e a greve foi de massas. Mas não imaginávamos que este ‘dia das mulheres’ viria a inaugurar a revolução."[15]
Em 26 de agosto de 1910, durante a Segunda Conferência Internacional das Mulheres Socialistas, realizada na Casa do Povo (Folket Hus), em Copenhagen, Dinamarca, Clara Zetkin propôs a criação de uma jornada anual de protestos em prol dos direitos das mulheres, mas sem fixar uma data específica. A primeira comemoração oficial deu-se em 19 de março de 1911. Em 1915, a ativista Alexandra Kollontai organizou uma reunião em Cristiânia, perto de Oslo, contra a guerra. Em 23 de fevereiro de 1917 (8 de março no calendário gregoriano), houve uma greve de trabalhadoras russas do setor de tecelagem. Considerada por Trotski como espontânea e não organizada, a greve teria sido o primeiro momento da Revolução de 1917.[12]

Após 1945

Berlim OrientalUnter den Linden, (1951). Retratos de líderes da Internationalen Demokratischen Frauen-Föderation (IDFF), na 41ª edição do Dia Internacional da Mulher.
Após 1945, nos países do chamado bloco soviético, a data continuou a ser um feriado comemorado. Na antiga URSS, durante a era Stalin, o Dia Internacional da Mulher tornou-se elemento de propaganda do PCUS. Também era amplamente celebrado nos países do bloco, na Europa Ocidental.
Na Tchecoslováquia, por exemplo, a celebração era apoiada pelo Partido Comunista local. O MDŽ (Mezinárodní den žen, "Dia Internacional da Mulher" em checo) era também usado como instrumento de propaganda, visando convencer as mulheres de que o partido realmente levava em consideração as necessidades femininas ao formular políticas sociais. Gradativamente, a celebração ritualística do Dia Internacional da Mulher tornou-se estereotipada. A cada dia 8 de março, as mulheres recebiam uma flor ou um pequeno presente do chefe. A data foi ganhando um caráter de paródia e acabou sendo ridicularizada até mesmo no cinema e na televisão, de modo que o propósito original da celebração se perdeu completamente. Após o colapso da União Soviética, o MDŽ foi rapidamente abandonado como mais um símbolo do antigo regime. Mas o dia permanece como feriado oficial, na RússiaBielorrússiaMacedônia do NorteMoldávia e Ucrânia.
No resto do Ocidente, o Dia Internacional da Mulher foi comemorado durante as décadas de 1910 e 1920. Posteriormente, a data caiu no esquecimento e só foi recuperada pelo movimento feminista, já na década de 1960.

Resgate da data

Protesto do grupo feminista FEMEN contra a exploração sexual das mulheres ucranianas, em 8 de março de 2010.
Já na década de 1970, o ano de 1975 foi designado pela ONU como o Ano Internacional da Mulher, e o dia 8 de março foi adotado como o Dia Internacional da Mulher pelas Nações Unidas, com a finalidade de lembrar as conquistas sociais, políticas e econômicas das mulheres, independentemente de divisões nacionais, étnicas, linguísticas, culturais, econômicas ou políticas.[9]
Em 2008, a ONU lançou a campanha “As Mulheres Fazem a Notícia”, destinada a estimular a igualdade de gênero na comunicação social mundial.[16] Na atualidade, porém, considera-se que a celebração do Dia Internacional da Mulher tenha tido o seu sentido original parcialmente diluído, adquirindo frequentemente um caráter festivo e comercial, como o hábito de empregadores distribuirem rosas vermelhas ou pequenos mimos entre as suas empregadas - ação que em nada evoca o espírito das manifestantes russas do 8 de março de 1917.[15]

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