segunda-feira, 24 de fevereiro de 2020

PICO DELLA MIRANDOLA - FILÓSOFO - NASCEU EM 1463. - 24 DE FEVEREIRO DE 2020

Giovanni Pico della Mirandola

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Giovanni Pico della Mirandola
Nascimento24 de fevereiro de 1463
Mirandola
Morte17 de novembro de 1494 (31 anos)
Florença
SepultamentoMuseu Nacional de São Marcos
CidadaniaDucado de Mirandola
ProgenitoresPai:Gianfrancesco I Pico
Irmão(s)Caterina Pico
Alma materUniversidade de BolonhaUniversidade de FerraraUniversidade de PáduaUniversidade de Paris
Ocupaçãofilósofo
Magnum opusDiscurso sobre a Dignidade do Homem, Heptaplus
Títuloconde
ReligiãoIgreja Católica
Causa da morteveneno
Giovanni Pico della Mirandola (Mirandola24 de fevereiro de 1463 — Florença17 de novembro de 1494) foi um eruditofilósofo neoplatônico e humanista do Renascimento italiano.

Vida[editar | editar código-fonte]

Giovanni, era o filho mais jovem de Gian Francesco I e Giulia Boiardo, condes de Mirandola e de Concordia, estado situado no vale do rio Pó. Desde a infância impressionava por seus dotes intelectuais que incluíam uma extraordinária memória e dons artísticos muito desenvolvidos. Decidiu dedicar a sua vida inteiramente aos estudos e com apenas catorze anos de idade, partiu para a Universidade de Bolonha com o objetivo de estudar Direito Canônico e preparar-se para seguir a carreira eclesiástica. Entretanto, insatisfeito com os estudos puramente jurídicos, decidiu aprofundar os estudos em Filosofia e Teologia, que lhe despertaram a predileção.
Giovanni passou ainda sete anos viajando pela Itália e França, estudando em suas principais faculdades em FerraraPádua e Paris, enquanto se dedicava a aprender os idiomas latinogregohebraicoárabe e sírio.
Gravura medieval representando a Árvore da Vida cabalística.
Após adquirir, em suas viagens pela Europa, cerca de sessenta manuscritos atribuídos ao sacerdote e escriba judeu Esdras, filho do sumo sacerdote Seraías e autor bíblico de um dos livros históricos de mesmo nome do Antigo Testamento (cfe. mencionado em II Reis 25:18-21), Giovanni veio a interessar-se pelo estudo da Cabala e do Talmud, tendo a ideia de combinar esse conhecimento místico-religioso com a filosofia.
O seu objetivo principal era conciliar religião e filosofia. Assim como o seu mestre Marcílio Ficino, Giovanni baseava as suas conceções principalmente em Platão, em oposição à Aristóteles. Todavia Giovanni era em essência um eclético e em muitos aspetos, ele representava uma reação contra os exageros do Humanismo. De acordo com Pico della Mirandola, deveríamos estudar as fontes hebraicas e talmúdicas, enquanto que as melhores conquistas da escolástica deveriam ser preservadas. O seu Heptaplus, uma exposição místico-alegórica da criação do mundo de acordo com os sete sentidos bíblicos, segue essa ideia; ao mesmo período pertence De ente et uno, com explanações de várias passagens dos livros mosaicos, platônicos e aristotélicos.
Já em Roma, no ano de 1486, com apenas 23 anos de idade, publica as suas polêmicas 900 teses intituladas Conclusiones philosophicae, cabalisticae et theologicae, com que acreditava ter desvelado as bases de todo o conhecimento da humanidade, combinando elementos do neoplatonismo, hermetismo e cabalismo, além de versar sobre lógicamatemáticafísica. Oferece-se para pagar as despesas de qualquer um que estivesse disposto a vir até Roma enfrentá-lo em uma discussão pública sobre as teses. Neste ano publica o seu trabalho mais conhecido, De hominis dignitate oratio (Discurso sobre a Dignidade do Homem), que serve como uma introdução às 900 teses.
Torá, também conhecido como o Pentateuco de Moisés.
Entretanto, das 900 teses, treze foram consideradas heréticas pela Igreja Católica e ele é proibido de ir adiante com as discussões públicas. Uma comissão de inquérito da igreja convida Giovanni para retratar-se, o que ele efetivamente faz. Giovanni tenta ainda defender as suas treze teses com o opúsculo Apologia Ioannis Pici Mirandolani, concordiae comitis, mas não obtém sucesso. Contrafeito com a condenação, decide viajar novamente, visitando a França e em seguida retornando a Florença.
Ao final de sua vida, destrói od seus trabalhos poéticos e torna-se um defensor do Cristianismo contra os judeus, muçulmanos e astrólogos. Morre jovem em 1494, aos 31 anos, após sucumbir a uma febre, no dia em que Carlos VIII da França entrou em Florença, após expulsar Piero de Médici. Giovanni é considerado o primeiro erudito cristão a combinar elementos da doutrina cabalística e teologia cristã.
Seu sobrinho, o também filósofo e erudito Giovanni Francesco Pico della Mirandola, escreveu uma detalhada biografia de Giovanni em 1496, chamada Ioannis Pici Mirandulae Vita.

Filosofia[editar | editar código-fonte]

Na Oratio, Giovanni justifica a importância da busca humana pelo conhecimento numa perspectiva neoplatônica. Ele afirma que Deus, tendo criado todas as criaturas, foi tomado pelo desejo de gerar uma outra criatura, um ser consciente que pudesse apreciar a criação, mas não havia nenhum lugar disponível na cadeia dos seres, desde os vermes até os anjos. Então Deus criou o homem, que ao contrário dos outros seres, não tinha um lugar específico nessa cadeia. Em lugar disso, o homem era capaz de aprender sobre si mesmo e sobre a natureza, além de poder emular qualquer outra criatura existente. Desta forma, segundo Giovanni, quando o homem filosofa, ele ascende a uma condição angélica e comunga com a Divindade, entretanto, quando ele falha em utilizar o seu intelecto, pode descer à categoria dos vegetais mais primitivos. Giovanni, deste modo, afirma que os filósofos estão entre as criaturas mais dignificadas da criação.
A ideia que o homem pode ascender na cadeia dos seres pelo exercício de suas capacidades intelectuais foi uma profunda garantia de dignidade da existência humana na vida terrestre. A raiz da dignidade reside na sua afirmação que somente os seres humanos podem mudar a si mesmos pelo seu livre-arbítrio. Ele observou na história humana que filosofias e instituições estão sempre evoluindo, fazendo da capacidade de auto-transformação do homem a única constante.
Em conjunto com sua crença que toda a criação constitui um reflexo simbólico da Divindade, a filosofia de Giovanni teve uma profunda influência de Raimundo Lúlio.[1] Nas artes, ajudou a elevar o status de escritorespoetaspintores e escultores, como Leonardo da Vinci e Michelangelo, de um papel de meros artesãos medievais a um ideal renascentista de artistas considerados gênios que persiste até os dias atuais.

Obras[editar | editar código-fonte]

Opera omnia, 1601
Suas principais obras são:
  • Heptaplus, (Florença1480)
  • De ente et uno, (1480)
  • De hominis dignitate oratio, (1480)
  • Conclusiones philosophicae, cabalisticae et theologicae, (Roma1486)
  • Apologia Ioannis Pici Mirandolani, concordiae comitis, (1489)
  • Disputationes adversus astrologiam divinatricem, (Bolonha1495)
  • Aureae ad familiares epistolae, (Paris1499)

Referências

Ver Também[editar | editar código-fonte]

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

Em português
Em inglês, italiano e latim
Projeto que torna acessível estudos completos para o entendimento da De hominis dignitate oratio, elaborado pela Universidade de Bolonha e Brown University.

domingo, 23 de fevereiro de 2020

BIBLIA DE GUTENBERG - 1ª EDIÇÃO EM 1455 - 23 DE FEVEREIRO DE 2020

Bíblia de Gutenberg

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Exemplar da Bíblia de Gutenberg
Bíblia de Gutenberg (também conhecida como Bíblia de Mazari ou Bíblia de 42 linhas) é o incunábulo impresso da tradução em latim da Bíblia, por Johann Gutenberg, em Mogúncia (atual Mainz[1]), Alemanha. A produção da Bíblia começou em 1450, tendo Gutenberg usado uma prensa de tipos móveis. Calcula-se que tenha terminado em 1455. Essa Bíblia é considerada o incunábulo mais importante, pois marca o início da produção em massa de livros no Ocidente.[2][3]
Uma cópia completa desta Bíblia possui 1282 páginas, com texto em duas colunas; a maioria era encadernada em dois volumes.
Em março de 1455, o futuro Papa Pio II escreveu que viu páginas da Bíblia expostas em Frankfurt. Não se sabe quantas cópias foram produzidas, com a carta de 1455 citando fontes que mencionam 158 ou 180 cópias, 45 em pergaminho e 135 em papel. Elas foram impressas, rubricadas e iluminadas à mão em um período de três anos.

Localizações conhecidas das Bíblias de Gutenberg[editar | editar código-fonte]

Áustria (1)
Bélgica (1)
Dinamarca (1)
França (3)
Alemanha (12)
A capa da Bíblia de Gutenberg exposta na Universidade do Texas, em Austin
Japão (1)
Polônia (1)
Portugal (2)
Rússia (2)
Espanha (2)
Suíça (1)

Referências

  1.  Mainz: cidade de Gutenberg e rainha do vinho na Alemanha.
  2.  Davies, Martin (1996). The Gutenberg Bible. [S.l.]: British Library. ISBN 0-7123-0492-4
  3.  Universidade do Texas

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

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