quarta-feira, 11 de dezembro de 2019

MANUEL DE OLIVEIRA - CINEASTA - NASCEU EM 1908 e MORREU EM 2014 COM 106 ANOS - 11 DE DEZEMBRO DE 2019

Manoel de Oliveira

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Manoel de Oliveira
ComSE • GCSE • GCIH
Manoel de Oliveira em Paris (3 de Julho de 2008)
Nome completoManoel Cândido Pinto de Oliveira
Nascimento11 de dezembro de 1908
CedofeitaPorto,[1]
Reino de Portugal Reino de Portugal
Nacionalidadeportuguês
Morte2 de abril de 2015 (106 anos)[2]
Foz do DouroPorto
Portugal Portugal
OcupaçãoCineasta
Diretor
Roteirista
Ator
Empresário
Atividade1927 – 2015 (88 anos)
CônjugeMaria Isabel Brandão de Meneses de Almeida Carvalhais (1940 - 2015)
Festival de Veneza
Prémio de Honra - Leão de Ouro
1983, 2004
Outros prêmios
Globo de Ouro (1999, 2001, 2002)
Manoel Cândido Pinto de Oliveira ComSE • GCSE • GCIH (PortoCedofeita11 de Dezembro de 1908 – PortoFoz2 de Abril de 2015) foi um cineasta português.
Manoel de Oliveira , 2001

Biografia[editar | editar código-fonte]

Infância[editar | editar código-fonte]

Manoel de Oliveira (pronúncia em português europeu mɐnuˈɛɫ doliˈvɐjɾɐ) nasceu na freguesia de Cedofeita, na cidade do Porto, numa família burguesa do norte do país, com origens na pequena fidalguia rural. Filho de Francisco José de Oliveira (MosteiroVieira do Minho, 29 de Março de 1859 — ?), e de sua mulher, Cândida Ferreira Pinto (Santo IldefonsoPorto, 13 de Abril de 1875 — Porto, 2 de Julho de 1947); os seus pais casaram-se na freguesia de Lordelo do Ouro, na cidade do Porto, a 2 de Março de 1905. Tinha dois irmãos, que nasceram antes do casamento dos pais, e, portanto, considerados ilegítimos: Francisco José Pinto de Oliveira (Santo IldefonsoPorto, 27 de Maio de 1899 — BaltarParedes, 10 de Maio de 1954) e Casimiro Pinto de Oliveira.[3] Eram seus avós paternos Francisco José de Oliveira e Antónia Rosa Rebelo de Oliveira, que tiveram 14 filhos, maternos Claudino Ferreira Pinto e Margarida Rosa Soares de Oliveira Pinto.
Foi registado como Manoel, mas a revisão ortográfica da I República mudou-lhe a grafia do nome para Manuel. Voltou a assinar "Manoel" no final dos anos 70.[3]
O pai era industrial, proprietário de uma fábrica de passamanarias e malhas, situada na Rua 9 de Julho, à Arca d´Água, e um homem empreendedor: foi o primeiro fabricante de lâmpadas eléctricas em Portugal (Lâmpadas Hércules) e, na década de 1930, investiu num empreendimento hidroeléctrico — sobre o qual, aliás, o filho Manoel viria a dedicar um pequeno filme.[4] Francisco de Oliveira deixou aos filhos ilegítimos as empresas mais rentáveis, para os compensar, apesar de os ter legitimado com o subsequente matrimónio com a esposa, em 1905. Ganhou também uma medalha de ouro na Exposição de Bruxelas de 1907. Manoel era mais próximo do seu irmão Casimiro.

Juventude[editar | editar código-fonte]

Depois de frequentar o Colégio Universal, no Porto, Manoel de Oliveira, foi mandado para A Guarda, na Galiza, onde frequentou o colégio de jesuítas Nun'Álvares. Oliveira admitia ter sido sempre um mau estudante.
Foi atleta do Sport Club do Porto, um clube de elite, e, ademais, campeão nacional de salto com vara; piloto de automóveis e um apaixonado a vida boémia. Também aprendeu números de circo, com o irmão Casimiro, que exibia em festas de beneficência.[5]
No dizer de Jorge Leitão Ramos, crítico de cinema do Expresso, Oliveira terá sido, na sua juventude, «um menino rico do Porto, um "dandy" desocupado que se preocupava com as coisas do corpo e algumas do espírito».[6]

Carreira cinematográfica[editar | editar código-fonte]

Ainda jovem Oliveira começa a interessar-se pelo cinema, o que o leva a inscrever-se na escola de atores do cineasta italiano Rino Lupo, quando este se radicou no Porto.[7] Tinha então 20 anos.
Em finais dos anos 1920 vê Berlim: sinfonia de uma cidade, documentário vanguardista de Walther Ruttmann, que o influencia profundamente. Tem então a ideia de rodar uma curta-metragem sobre a faina no Rio Douro, o seu primeiro filme. Douro, Faina Fluvial (1931), estreado em Lisboa, suscita a admiração da crítica estrangeira e o desagrado da nacional. Seria o primeiro documentário de muitos que abordariam, de um ponto de vista etnográfico, o tema da vida marítima da costa de Portugal, tal como Nazaré, Praia de Pescadores (1929) de Leitão de Barros (meio ficção meio documentário), Almadraba Atuneira (1961) de António Campos) ou Avieiros (1976) de Ricardo Costa.
Mantendo o gosto pela representação, participa como actor no segundo filme sonoro português, A Canção de Lisboa (1933), de Cottinelli Telmo. Diria mais tarde não se identificar com aquele estilo de cinema popular. Em 1942 aventura-se na ficção com a adaptação ao cinema do conto Os Meninos Milionários, de João Rodrigues de Freitas e filma Aniki-Bobó (1942), retrato de infância no ambiente cru e pobre da Ribeira do Porto. O filme é um fracasso comercial mas, com o tempo, dará que falar. Oliveira decide, talvez por isso, abandonar outros projetos, envolvendo-se em negócios da família. Só voltará a filmar 14 anos depois, ao rodar O Pintor e a Cidade (1956), em que filma a cores. A fim de adquirir os conhecimentos necessários para tal experiência, faz uma curta formação nos estúdios da Agfa-Gevaert AG na Alemanha de Leste.
Nas tertúlias do Café DianaPóvoa de Varzim, começou a conviver com José RégioAgustina Bessa-LuísLuís Amaro de OliveiraJoão Marques e outros.
Em 1963 faz O Acto da Primavera (segunda docuficção portuguesa), filmando uma peça de teatro popular e iniciando nova fase do seu percurso. Com este filme, praticamente ao mesmo tempo que António Campos, envolve-se na prática da antropologia visual no cinema. Essa prática seria amplamente explorada por cineastas como João César Monteiro, na ficção, como António ReisRicardo Costa e Pedro Costa, no documentário. O Acto da Primavera e A Caça são obras marcantes na carreira de Manoel de Oliveira. O segundo filme, uma curta-metragem de ficção, é interrompido para conseguir fazer bem o primeiro, incursão no documentário, trabalhado com técnicas de encenação. Certo atrevimento vale-lhe a supressão de uma cena por parte da censura. Mais ainda: por causa de alguns diálogos inconvenientes fica dez dias nos calabouços da PIDE,[8] onde conhece Urbano Tavares Rodrigues.
A obra cinematográfica de Manoel de Oliveira, até então interrompida por pausas e por projectos gorados, só a partir da O Passado e o Presente (1971) prosseguirá, sem quebras nem sobressaltos, por uns trinta anos, até para lá do final do século. A teatralidade imanente de O Acto da Primavera, contaminando esta sua segunda longa-metragem de ficção, afirmar-se-ia como estilo pessoal, como forma de expressão que Oliveira achou por bem explorar nos seus filmes seguintes, apoiado por reflexões teóricas de amigos e firmes convicções de conhecidos comentadores. A tetralogia dos amores frustrados seria por excelência o "campus" de toda essa longa experimentação. O palco seria o plateau, o espaço cénico onde o filme falado, em «indizíveis» tiradas, se tornaria a alma do espetáculo: o puro cinema submetido ao teatro, sua referência, sua origem, seu fundamento, tal como Oliveira o vê. Eram assim ditos os amores, ditos eram os seus motivos, e ditos ficaram os argumentos do invicto «Mestre» e de quem nisso viu toda a sua originalidade. Amores ditos e escritos, com muito palavreado, com muito peso: sem nenhuma emoção mas sempre com muito sentimento.
Em 1982 Manoel de Oliveira faz um documentário auto-biográfico de confissões e memórias. O cenário é a casa onde viveu desde 1940. O filme só será exibido depois da sua morte. Insiste em dizer que só faz filmes pelo gozo de os fazer, indiferente às críticas mais negativas. Levou entretanto uma vida retirada, longe das luzes da ribalta.
Os seus actores preferidos, com quem manteve uma colaboração regular, eram Luís Miguel CintraLeonor SilveiraDiogo DóriaIsabel RuthMiguel GuilhermeGlória de Matos e, mais recentemente, o seu neto, Ricardo Trêpa. Não lhe eram de modo algum indiferentes actores estrangeiros como Catherine DeneuveJohn MalkovichMarcello MastroianniMichel PiccoliIrene PapasChiara MastroianniLima Duarte ou Marisa Paredes.
Em 2008 completou 100 anos de vida. Dotado de uma resistência e saúde física e mental notáveis, era frequentemente enaltecido, nas referências que lhe eram feitas, como «o mais velho realizador do mundo em actividade».
Deixou três projectos sem filmar: o longa-metragem A Igreja do Diabo que teria os actores Fernanda Montenegro e Lima Duarte no elenco, A Ronda da Noite, baseado em Agustina Bessa-Luís e um projeto sobre o papel das mulheres nas vindimas, que seria a sua próxima rodagem.

O teatro e o cinema[editar | editar código-fonte]

A obra de Manoel de Oliveira é marcada por duas tendências opostas presentes em toda a sua filmografia. Em todos os filmes que realizou antes de 1964, curtas e longas-metragens, incluindo Aniki-Bobó (1942) e A Caça (1964) predomina um estilo cinematográfico puro, sem diálogos ou monólogos palavrosos. O Acto da Primavera (1963) é o primeiro filme de Oliveira em que o teatro filmado se torna uma opção e um estilo. O Passado e o Presente (1972) será o segundo. Contradizendo-se na prática, é a propósito deste filme que ele se explica em teoria: enquanto arte cénica, o teatro é bem mais nobre e muitíssimo mais antigo que o cinema e é por isso que este se deve submeter à palavra.
A esta dualidade de Manoel de Oliveira não é estranha a sua educação religiosa. É católico por crença e convicção,[9][10] mas de ortodoxo nada tem. A dúvida quanto ao corpo da , quanto a certos princípios da sua igreja, assola-o com frequência e isso tem reflexos profundos na sua obra. Essa dúvida é reproduzida no frequente filosofar de muitas das personagens dos seus filmes, em particular nos filmes mais falados, com incarnação de figuras do Evangelho e do ideário cristão, com inúmeras referências bíblicas.
Por muitos anos o teatro filmado, salvo raras excepções, será na obra de Manoel de Oliveira opção dominante, que se extrema com O Sapato de Cetim (1985). Na passagem da década de oitenta para noventa essa tendência atenua-se. Monólogos e diálogos são cantados em Os Canibais (1988),[11] o teatro converte-se em ópera, a palavra deixa de ser crua para ser cantada. Pouco depois, o teatro surge em doses equilibradas com o cinema em A Divina Comédia (1991). Gradualmente e a partir de então o estilo cinematográfico volta a predominar na cinematografia de Oliveira com filmes mais leves e de menor duração. É de admitir a hipótese de tal se dever, por força das circunstâncias, à necessidade de fazer filmes num formato que não afaste o público, talvez também pela nostalgia dos primeiros filmes que fez.
O seu nome consta da lista de colaboradores da revista de cinema Movimento [12] (1933-1934) e também se encontra colaboração artística da sua autoria na Mocidade Portuguesa Feminina: boletim mensal[13] (1939-1947).
Manoel de Oliveira faleceu na madrugada do dia 2 de Abril de 2015 às 11:30, vítima de paragem cardíaca. Considerado o realizador mais velho em actividade, foi o único que assistiu à passagem do mudo ao sonoro e do preto e branco à cor. Disse o seguinte numa entrevista ao jornal Diário de Noticias: "Para mim é pior o sofrimento do que a morte. Pois a morte, é o fim da macacada". Conseguiu concretizar o seu último desejo: "continuar a fazer filmes até à morte". Era tratado por muitas pessoas como "O Mestre".

Família[editar | editar código-fonte]

Manoel de Oliveira casou no Porto em 4 de Dezembro de 1940 com Maria Isabel Brandão de Meneses de Almeida Carvalhais (Porto1 de Setembro de 1918[14] - Porto11 de Setembro de 2019). Dessa relação nasceram quatro filhos: Manuel Casimiro Brandão Carvalhais de Oliveira (PortoSanto Ildefonso, 21 de Novembro de 1941), José Manuel Brandão Carvalhais de Oliveira (PortoSanto Ildefonso4 de Junho de 1944), Isabel Maria Brandão Carvalhais de Oliveira (PortoSanto Ildefonso29 de Junho de 1947), Adelaide Maria Brandão Carvalhais de Oliveira (PortoSanto Ildefonso10 de Outubro de 1948), que casou com Jorge Manuel de Sousa Trêpa (Santo Tirso19 de Março de 1943). Teve também vários netos e bisnetos. Um dos netos é o actor Ricardo Trêpa (filho de Adelaide).

Filmografia[editar | editar código-fonte]

Longas-metragens[editar | editar código-fonte]

Curtas e médias metragens[editar | editar código-fonte]

Outros filmes[editar | editar código-fonte]

  • 1937 - Os Últimos Temporais: Cheias do Tejo (documentário)
  • 1958 - O Coração (documentário, 1958)
  • 1964 - Villa Verdinho: Uma Aldeia Transmontana (documentário)
  • 1987 - Mon Cas (1987)
  • 1987 - A Propósito da Bandeira Nacional (1987)
  • 2002 - Momento (2002)
  • 2005 - Do Visível ao Invisível (2005)
  • 2006 - O Improvável não é Impossível (2006)
  • 2011 - O Conquistador conquistado (2011), curta-metragem inspirado pela escolha de Guimarães como Capital Europeia da Cultura..

Outras atividades[editar | editar código-fonte]

Como actor
Como supervisor
  • 1966 - A Propósito da Inauguração de Uma Estátua - Porto 1100 Anos, de Artur Moura, Albino Baganha e António Lopes Fernandes.
  • 1970 - Sever do Vouga… Uma Experiência, de Paulo Rocha
  • 1997 - Viagem ao princípio do mundo
Como piloto de automóveis

Prémios e galardões[editar | editar código-fonte]

Ordens honoríficas[editar | editar código-fonte]

Outros[editar | editar código-fonte]

Curiosidade[editar | editar código-fonte]

Manoel de Oliveira era, à data da sua morte, o mais velho realizador do mundo em actividade e o mais velho de sempre com a mais longa carreira da história do cinema, com uns notáveis 88 anos ao seu serviço. É autor de trinta e duas longas-metragens.[20]

Referências

  1.  O assento de batismo (nº 147/1909, Cedofeita, Porto) refere 12 de Dezembro como data de nascimento, mas o próprio Oliveira afirma ter nascido a 11 de Dezembro
  2.  Manoel de Oliveira morre aos 106 anos
  3. ↑ Ir para:a b «100 factos sobre Manoel de Oliveira». Sábado. 2 de abril de 2015
  4.  Expresso
  5.  Expresso
  6.  Expresso
  7.  Manoel de Oliveira, cronologia de uma vida
  8.  «Manoel de Oliveira revê o filme que o levou à prisão»
  9.  Manoel de Oliveira diz que o catolicismo deu «grande expansão às artes» – notícia em Agência Ecclésia
  10.  Manoel de Oliveira sublinha as raízes cristãs portuguesas e europeias – notícia no Jornal de Notícias, 05/12/12
  11.  Os Canibais em CITI
  12.  Jorge Mangorrinha (25 de Fevereiro de 2014). «Ficha histórica: Movimento : cinema, arte, elegâncias (1933-1934)» (PDF)Hemeroteca Municipal de Lisboa. Consultado em 9 de Janeiro de 2015
  13.  Helena Roldão (2 de maio de 2014). «Ficha histórica: Mocidade Portuguesa Feminina : boletim mensal (1939-1947).» (PDF)Hemeroteca Municipal de Lisboa. Consultado em 27 de Maio de 2014
  14.  «Maria Isabel de Oliveira»IMDB
  15. ↑ Ir para:a b c «Cidadãos Nacionais Agraciados com Ordens Portuguesas». Resultado da busca de "Manoel Cândido Pinto de Oliveira". Presidência da República Portuguesa. Consultado em 3 de abril de 2015
  16.  A santificação – Igreja Católica premeia Manoel de Oliveira pelo seu “falar de Deus” – notícia de António Martujo, referida em Doc Log
  17.  «UTAD vai atribuir honoris causa a Manoel de Oliveira». Canal UP. 23 de Março de 2011. Consultado em 24 de Março de 2011
  18.  «Homenagem a Manoel de Oliveira e Luís Miguel Cintra». site Diário de Notícias. 10 de janeiro de 2013. Consultado em 11 de janeiro de 2013. Arquivado do original em 16 de janeiro de 2013
  19.  «Manoel de Oliveira recebeu Legião de Honra francesa por "carreira fora do comum"»Ricardo Castelo/Agência LusaObservador. 9 de dezembro de 2014. Consultado em 21 de dezembro de 2014
  20.  Manoel de Oliveira - Movies - New York Times

Ver também[editar | editar código-fonte]

Wikiquote
Wikiquote possui citações de ou sobre: Manoel de Oliveira

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

Ligações externas

SAUDAÇÃO NATALÍCIA A TODOS OS MEUS AMIGOS - 11 DE DEZEMBRO DE 2019

Nota Prévia:

O texto abaixo inserido não é de minha autoria: recolhi-o duma pagela editada pela Paróquia da Senhora do Porto, em forma de Árvore de Natal, que achei muito interessante e de certo modo muito coincidente com o que eu penso sobre os meus Amigos
Com a devida vénia ao Autor (que desconheço) resolvi transformá-lo em Saudação Natalícia aos meus Amigos. Muito obrigado.

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 Saudação Natalícia a todos os meus Amigos, 
que desde 
 1 de Dezembro 
publicarei diariamente neste blogue até 
dia 6 de Janeiro de 2020



Quisera, Senhor, neste Natal armar uma árvore dentro do meu coração e nela pendurar, em vez de presentes, os nomes de todos os meus amigos. 
Os amigos de longe e de perto. 
Os antigos e os mais recentes. 
Os que vejo a cada dia e os que raramente encontro. 
Os sempre lembrados e os que às vezes ficam esquecidos. 
Os constantes e os intermitentes. 
Os das horas difíceis e os das horas alegres. 
Os que, sem querer me magoaram. 
Aqueles a quem conheço apenas as aparências. 
Os que pouco me devem e aqueles a quem muito devo. 
Meus amigos humildes e meus amigos mais importantes. 
Os nomes de todos os que já passaram pela minha vida. 
Uma árvore de raizes muito profundas para que os seus nomes nunca mais sejam arrancados do meu coração. 
De ramos muito extensos, para que novos ramos vindos de todas as partes venham juntar-se aos existentes. 
De sombras muito agradáveis para que a nossa amizade e amor sejam um aumento de repouso nas lutas da vida.


QUE O NATAL ESTEJA VIVO EM CADA DIA DO ANO QUE SE INICIA. 
TODOS AQUI NASCEMOS.


ANTÓNIO FONSECA

terça-feira, 10 de dezembro de 2019

OBSERVADOR - 10 DE DEZEMBRO DE 2019

360º

Por Pedro Jorge Castro, Diretor Adjunto
Bom dia!
Enquanto dormia...
... o Governo já começou a apresentar a todos os partidos da oposição a proposta de Orçamento do Estado para 2020 em reuniões de meia hora. Desde as 9 da manhã que Mário Centeno e Duarte Cordeiro estão no Parlamento, tendo começado pelo PSD. Apenas o Livre fica de fora destes encontros, por Joacine Katar Moreira estar na Conferência das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas em Madrid. Pode acompanhar as notícias que saírem destas reuniões clicando aqui.

Hoje o antigo ministro das Finanças Eduardo Catroga e membro do Conselho Geral da EDP considerou que a oposição tem razão em defender a descida do IVA na eletricidade e que foi o discurso do Governo sobre o fim da austeridade que abriu caminho a esta exigência.

Também já arrancou no auditório do Observador uma conferência sobre Justiça e Democracia, de onde podem sair declarações relevantes, um dia depois de terem sido desvendadas as propostas da ministra da Justiça para combater a corrupção e de o Presidente ter pedido medidas concretas. É esse o tema do primeiro painel. Entre outros, participam na conferência a procuradora-geral adjunta Maria José Morgado, o juiz desembargador Ricardo Cardoso, o jornalista angolano Rafael Marques, e o ex-diretor do El Mundo David Jimenez. Pode ver em direto aqui.

Um avião chileno desapareceu com 38 pessoas a bordo a caminho da Antártida. Este Hércules C-130 perdeu o contacto por rádio a meio do trajeto. A bordo seguiam 17 tripulantes e 21 passageiros (18 dos quais militares), que iam reparar o oleoduto que abastece a base do Chile na Antártida.
Na República Checa, um tiroteio no Hospital Universitário de Ostrava fez seis mortosO atacante conseguiu escapar.

Mais informação importante

Nos EUA, os democratas planeiam apresentar esta terça-feira os dois artigos para motivar o impeachment do presidente: Trump será acusado de ter violado o juramento ao colocar as suas preocupações políticas acima do interesse nacional e de ter tentado impedir as tentativas do Congresso de investigar. “Tudo isso revela um padrão de comportamento que representa um perigo real para a integridade das próximas eleições”, disse o presidente do Comité Judiciário, Jerrold Nadler.

Ontem os advogados escolhidos por cada um dos partidos defenderam a sua posição no Congresso. O advogado do Partido Democrata acusou Donald Trump de ter um “esquema” para obter “lucros políticos e pessoais” através dos seus contactos com o Presidente da Ucrânia. Já o advogado do Partido Republicano referiu que este processo é o resultado da “obsessão” dos democratas em tirar Donald Trump da Casa Branca.

Entretanto, a Amazon apresentou em tribunal uma queixa contra os "insistentes ataques públicos e de bastidores" de Trump contra Jeff Bezos e diz que aquela "pressão" levou à perda de um contrato público com o Departamento de Defesa.
O primeiro-ministro britânico recusou várias vezes durante uma entrevista ver uma fotografia que mostra um rapaz de quatro anos com uma pneumonia deitado no chão de um hospital público britânico. O jornalista tentava que Boris Johnson olhasse para a imagem mostrando-lhe o telemóvel, mas o governante tirou-lhe o aparelho e meteu-o no bolso. Ficou tudo filmado. E o primeiro-ministro acabou a pedir desculpa.
Na Nova Zelândia, 24 horas depois de o vulcão Whakaari ter entrado em erupção, as autoridades continuavam sem conseguir chegar à ilha e temia-se que o número de vítimas mortais aumentasse para 13. A Marta Leite Ferreira contou ontem a história deste "vulcão dramático" com 150 mil anos que há 100 já tinha matado os mineiros que exploravam enxofre na ilha. As imagens da erupção estão neste vídeo.
Os líderes da Ucrânia e da Rússia chegaram a um acordo de cessar-fogo, que deverá ter efeito até ao fim deste ano. Reunidos em Paris com a mediação de Emmanuel Macron e de Angela Merkel, declararam ainda que pretendem trocar todos os prisioneiros de guerra.

Outras notícias relevantes

Hoje Bruno Fernandes vai depor por vídeo-conferência no dia 11 do julgamento do caso de Alcochete. Ontem, o guarda-redes Luís Maximiano, Wendel e Mathieu descreveram as ameaças, estaladas (ou "tapas") e outras cenas de terror no balneário. Falaram ainda dos diferentes estados de Bruno de Carvalho nas reuniões com os jogadores. O Bruno Roseiro e a Sónia Simões relatam os diálogos dos interrogatórios da juíza e dos advogados aos jogadores. O julgamento foi um dos temas do Nem Tudo o que Vai à Rede é Bola desta semana, que pode ouvir aqui.
Um homem, imigrante em Portugal até 2003, foi condenado por traficar droga em Lisboa em 2009 — apesar de só ter voltado ao país em 2017, diz o Jornal de Notícias. Nessa altura confirmou-se: foi vítima de roubo de identidade.

O juiz Carlos Alexandre quer ouvir António Costa em tribunal durante o processo de instrução do desaparecimento das armas de Tancos, recusando assim a possibilidade de ouvir o primeiro-ministro apenas por escrito, segundo a Sábado. É ao Conselho de Estado que compete autorizar ou não o testemunho do primeiro-ministro neste processo. Costa vai falar com Carlos Alexandre ou prefere o conforto das respostas escritas?, perguntou Paulo Ferreira no Ainda Bem Que Faz Essa Pergunta.

O movimento Convergência, do Bloco de Esquerda, defende num manifesto divulgado esta terça-feira que o partido deve retomar a ação nas ruas, e não se acomodar aos “labirintos de São Bento”, nem esquecer o socialismo enquanto objetivo estratégico. Catarina Martins desvalorizou ontem esta contestação interna, assegurando que “o Bloco de Esquerda é o partido mais plural da sociedade portuguesa".

A ministra da Saúde afirmou que as falhas no acesso a medicamentos não são "um exclusivo nacional". "As dificuldades também se sentem em outros países", declarou, dizendo que está em discussão entre os Estados-membros da UE uma "estratégia global para o acesso ao medicamento".

Os enfermeiros fazem greve na quinta-feira e vão concentrar-se junto à sede da Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo. Exigem o descongelamento das progressões da carreira.

Os trabalhadores da TSF decidiram não avançar para uma greve para já, mas não excluem fazê-lo no futuro. Num documento redigido no final do plenário, revelam que o Grupo Global Media pediu confidencialidade à Entidade Reguladora para a Comunicação Social sobre os dados financeiros reportados, em 2018, à Plataforma de Transparência. Contactado pelo Observador, Proença de Carvalho, presidente do Conselho de Administração da Global Media, salientou o seu “desconhecimento” em relação a esse pedido.

Os trabalhadores da TSF anunciaram que vão ainda pedir audiências ao Presidente da República e ao secretário de Estado dos Media, Nuno Artur Silva, que ontem anunciou o lançamento de uma campanha de sensibilização que visa incentivar a leitura e a consciencialização da população para a distinção entre "jornalismo profissional" e o "que não é informação".

A Rússia foi banida de participar durante quatro anos em eventos desportivos globais — incluindo o Euro 2020, os Jogos Olímpicos de 2020 e o Campeonato Mundial de Futebol FIFA de 2022, pela Agência Mundial Antidoping. O Bruno Roseiro já tinha contado aqui a história de Grigory Rodchenkov, o químico que virou "Garganta Funda" e tramou o desporto russo: tentou suicidar-se, esteve num hospital psiquiátrico e fugiu para os EUA.
Jorge Jesus venceu o prémio “Bola de Prata” da ESPN Brasil para melhor treinador. Foi o primeiro estrangeiro a vencer a categoria.

Os nossos Especiais

Na Escócia, a divisão política também chega ao futebol. O derby entre Celtic e Rangers é uma das maiores rivalidades do futebol, mas traduz também uma profunda divisão política. Em Glasgow, as eleições de quinta-feira não são só Brexit. São, sobretudo, independência, como conta a nossa enviada especial Cátia Bruno.

A Rádio Observador

Já passou na Rádio e pode ouvir outra vez:

No Contra-Corrente, o José Manuel Fernandes pergunta:  É assim tão difícil um acordo contra a corrupção?

Coitados dos alunos: é “muita coisa para a cabeça". A Provedora de Justiça, Nuno Artur Silva e os alunos da escola Rodrigues de Freitas são o Bom, o Mau e o Vilão hoje escolhidos pelo Miguel Pinheiro.

No Vamos à Bola, Pedro Sousa comentou o golo do FC Porto mal anulado no jogo contra o Belenenses.

O ladrão de fraldas enganado com um “presente" é uma das histórias do Jet-Lag, da Filomena Martins.

John Lennon, o marxista que morava num palácio, foi o tema da rubrica Ideias Feitas, de Alberto Gonçalves.

Os telemóveis não são babysitters, alerta Eduardo Sá, no Porque Sim Não É Resposta. E na App da Vizinha, a Ana Pimentel aconselhou estas apps para limitar a utilização, obter relatórios diários ou ver onde estão os filhos.

Como se fazem campeões europeus é o título do Café Europa desta semana.

E no Convidado Extra o João Paulo Sacadura entrevistou Gonçalo Leandro, que contou como foi surpreendido pela rainha Isabel II quando estava a trabalhar no Palácio de Buckingham.

A nossa Opinião

Rui Ramos escreve "O outro perigo das alterações climáticas": "As alterações climáticas não são apenas uma ameaça à vida no planeta. São também, pelo tipo de campanha que inspiram e pelas causas nefastas a que dão abrigo, uma ameaça aos regimes democráticos."

José Diogo Quintela escreve "E o rabinho de palha lavado com Ivo Rosa?": "São tantos os responsos que Ivo Rosa leva da Relação que, mais do que juiz instrutor, é um juiz instruendo, sempre a ser corrigido pelos professores. Devia andar sempre com uma errata."

Laurinda Alves escreve "Mortes ao volante, sem volante": "Bastava um instante para tudo mudar naquele filme e a cena ser de terror: se o autocarro tivesse desviado como todos os carros se desviaram, teria esmagado o rapaz."

Manuel Villaverde Cabral escreve "O efeito Greta": "A probabilidade de os países que mais pesam na economia mundial e na desordem política – EUA, China, Índia e Rússia – agirem de acordo com uma política de forte redução dos riscos ambientais é mínima."

Notícias surpreendentes

Terminou o The Crown e não sabe o que há-de ver a seguir? Ontem saiu a lista dos nomeados para os Globos de Ouro. Muitos dos candidatos estão disponíveis na HBO e na Netflix. É o caso de "Marriage Story", que conta a história da separação de um casal de artistasEurico de Barros dá-lhe cinco estrelas. 

Uma foto agora divulgada mostra Harvey Weinstein e Jeffrey Epstein na festa dos 18 anos de Beatrice, a filha do príncipe André.

Morreu Pete Frates, o jogador de basebol que sofria de esclerose lateral amiotrófica e inspirou o desafio global do "ice bucket challenge".

Depois de Greta Thunberg, conhece-se agora a história da irmã, Beata. É a autora de um hino sueco contra o bullying, sofre de um transtorno obsessivo-compulsivo e, aos 13 anos, está a seguir os passos da mãe.
O embaixador do México na Argentina foi apanhado a roubar um livro na livraria mais famosa de Buenos Aires. O livro custava nove euros. Veja aqui o vídeo.

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