terça-feira, 25 de junho de 2019

BENTO DE JESUS CARAÇA - Matemático - MORREU EM 1948 - 25 DE JUNHO DE 2019

Bento de Jesus Caraça

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Bento de Jesus Caraça
Nascimento18 de abril de 1901
Vila ViçosaPortugal
Morte25 de junho de 1948 (47 anos)
Lisboa, Portugal
NacionalidadePortugal Português
CônjugeMaria Octávia Sena (1926)
Cândida Ribeiro Gaspar Caraça (1943, 1 filho)
OcupaçãoMatemático e professor universitário
Bento de Jesus Caraça GCSE • GOL (Vila Viçosa18 de Abril de 1901 — Lisboa25 de Junho de 1948) foi um matemático português, professor universitário, resistente antifascista e militante do Partido Comunista Português. Tem uma biblioteca com o seu nome na Moita e um conjunto de escolas por todo o país, sendo a sede em Lisboa, e várias delegações, incluindo, Seixal, Barreiro, Beja, Porto, etc...
A 20 de Julho de 2013, a casa onde nasceu foi recuperada, e é nela que estão exemplos de todas as obras e fotografias que Bento de Jesus Caraça realizou (Casa Museu Bento de Jesus Caraça).

Biografia[editar | editar código-fonte]

Licenciou-se, em 1923, no Instituto Superior de Comércio, hoje Instituto Superior de Economia e Gestão da Universidade Técnica de Lisboa. Em 1936 já fundava o Núcleo de Matemática, Física e Química juntamente com outros recém doutorados nas áreas da matemática e física. Em 1938, com os também professores Mira Fernandes e Beirão da Veiga, funda o Centro de Estudos de Matemáticas Aplicadas à Economia, que dirigiu até Outubro de 1946, ano da sua extinção pelo Governo[1].
Em 1940, com os professores António Monteiro, Hugo Ribeiro, José da Silva Paulo e Manuel Zaluar criou a Gazeta de Matemática. Em 1941 cria a "Biblioteca Cosmos", para edição de livros de divulgação científica e cultural, a qual publicou 114 livros, com uma tiragem global de 793 500 exemplares. Colaborou também nas revistas TécnicaGazeta de MatemáticaSeara NovaVértice e Revista de Economia.
Em 1943 e até 1944 torna-se o segundo presidente da Sociedade Portuguesa de Matemática em conjunto com Aureliano de Mira Fernandes.
Em 1946 é preso pela PIDE e, em Outubro desse mesmo ano, demitido do lugar de professor catedrático do Instituto Superior de Ciências Económicas e Financeiras[2].
Faleceu em Lisboa, no dia 25 de Junho de 1948, vítima de doença cardíaca[3].

Homenagens[editar | editar código-fonte]

Bento de Jesus Caraça foi agraciado, a título póstumo, com:
O seu nome foi atribuído:
  • À Biblioteca Municipal da Moita[6];
  • A inúmeras ruas e avenidas em Portugal[7]..
  • Escola Profissional Bento Jesus Caraça[8]: Barreiro, Beja, Lisboa, Pedome, Porto e Seixal.

Família[editar | editar código-fonte]

Bento de Jesus Caraça era filho de João António Caraça e Domingas Espadinha. Casou, em 1926, com Maria Octávia Sena, de quem ficou viúvo nove meses depois. Casou, em 1943, com Cândida Gaspar, com quem teve o seu único filho, João Manuel Gaspar Caraça.

Livros publicados[editar | editar código-fonte]

A Cultura Integral do Indivíduo

Inéditos e dispersos[editar | editar código-fonte]

  • PEDROSO, Alberto (ed. lit.). Bento de Jesus Caraça: Semeador de Cultura e de Cidadania : Inéditos e Dispersos. Porto : Campo de Letras, 2007. ISBN 978-989-625-128-4

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • FUNDAÇÃO CALOUSTE GULBENKIAN (ed. lit.). Biblioteca Cosmos: Um Projeto Cultural do Prof. Bento de Jesus Caraça. Lisboa ; Fundação Calouste Gulbenkian, 2001.ISBN 972-31-0930-1
  • MEDEIROS, Cleide Farias de; MEDEIROS, Alexandre. Pensamento Dialético de Bento de Jesus Caraça e sua Concepção da Educação Matemática
  • Nóvoa, António (2003). Dicionário de Educadores Portugueses. Porto: Edições ASA. ISBN 978-972-41-3611-0
  • Revista Vértice, n.° 301-302-303, outubro-dezembro de 1968 (número de homenagem a Bento de Jesus Caraça).
  • Revista Vértice, n.° 412-413-414, setembro-outubro-novembro de 1978 (número de homenagem a Bento de Jesus Caraça).
  • VILAÇA, Alberto. Bento de Jesus Caraça : Militante integral do Ser Humano. Porto : Campo das Letras, 2000. Reimpressão: Porto : Campo das Letras, 2007 ISBN 9789726102762
  • ZILHÃO, António de Sequeira. O Prof. Bento de Jesus Caraça: Presença Viva do seu Pensamento e da Exemplaridade da Sua Ação Cultural e Cívica. Lisboa : Livraria Ler Editora, 1980.

Referências

  1.  Cf. Morgado, JoséPara a História da Sociedade Portuguesa de Matemática.
  2.  Actual Instituto Superior de Economia e Gestão. Cf. referência no site da Fundação Mário Soares
  3.  Nóvoa 2003, p. 269-272
  4. ↑ Ir para:a b «Cidadãos Nacionais Agraciados com Ordens Portuguesas». Resultado da busca de "Bento de Jesus Caraça". Presidência da República Portuguesa. Consultado em 7 de março de 2015
  5.  Edital n.º 30/2013, da Câmara Municipal de Vila Viçosa.
  6.  Biblioteca Municipal da Moita.
  7.  Por exemplo: Lisboa (pesquisar em Bento de Jesus Caraça), {http://www.mun-setubal.pt/temps/conteudos_categorias/01_08_13_18_roteiro_do_concelho_setubal.pdf Setúbal], Vila Viçosa Código Postal(pesquisar em Évora, Vila Viçosa, Avenida Bento de Jesus Caraça).
  8.  «Institucional - EPBJC»EPBJC. Consultado em 17 de julho de 2017
  9.  Em 1951 foi feita uma edição integrando o primeiro e segundo volumes publicados na Biblioteca Cosmos e uma terceira parte que não chegou a ser editada em vida do autor. A ligação é para esta edição.

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

FREI ANTÓNIO DAS CHAGAS - Poeta - NASCEU EM 1631 - 25 DE JUNHO DE 2019

Frei António das Chagas

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Conta e Tempo[editar | editar código-fonte]

Deus pede estrita conta de meu tempo.
E eu vou do meu tempo, dar-lhe conta.
Mas, como dar, sem tempo, tanta conta
Eu, que gastei, sem conta, tanto tempo?
Para dar minha conta feita a tempo,
O tempo me foi dado, e não fiz conta,
Não quis, sobrando tempo, fazer conta,
Hoje, quero acertar conta, e não há tempo.
Oh, vós, que tendes tempo sem ter conta,
Não gasteis vosso tempo em passatempo.
Cuidai, enquanto é tempo, em vossa conta!
Pois, aqueles que, sem conta, gastam tempo,
Quando o tempo chegar, de prestar conta
Chorarão, como eu, o não ter tempo...
Frei António das Chagas, in 'Antologia Poética'
Frei António das Chagas
Frei António das Chagas, de seu nome António da Fonseca Soares, também conhecido por Padre António da Fonseca, (Vidigueira, 25 de Junho de 1631 – Varatojo - Torres Vedras, 20 de Outubro de 1682) foi um frade franciscano e poeta português, destacando-se na história portuguesa mais pela sua faceta literária que propriamente eclesiástica.

A vida[editar | editar código-fonte]

O homem do mundo[editar | editar código-fonte]

Frei António das Chagas, de seu nome António da Fonseca Soares, também conhecido por Padre António da Fonseca, nasceu na Vidigueira (Portugal) a 25 de Junho de 1631, filho de pai português, fidalgo e juiz de profissão, e mãe irlandesa.
Passou a sua infância e juventude no Alentejo e estudou no Colégio dos Jesuítas em Évora, não tendo concluído os estudos devido à morte do pai, tinha então António 18 anos, forçando-o a regressar à Vidigueira. É então que se alista no exército, em plena Guerra da Restauração, iniciando uma carreira militar promissora.
António da Fonseca Soares participa na Guerra da Restauração, mas a sua fama vem-lhe da veia poética, ficando conhecido pela associação das armas e das letras como o “Capitão das Boninas”.
Despertos os sentidos para as questões amorosas e para a poesia, envolveu-se nas mais diversas aventuras, cometendo todo o tipo de excessos, fruto do seu temperamento impetuoso.
Em 1653, com 22 anos de idade, um desses episódios obrigou-o a fugir para o Brasil, perseguido pela justiça por ter causado a morte de um rival, em duelo. Passou três anos na Baía, sem alterar o seu modo de vida irreverente. Um texto de Frei Luís de Granada sensibilizou-o para a fé e para Deus.
De regresso a Portugal, em 1656, voltou a participar activamente na Guerra da Aclamação ou da Restauração, foi promovido a capitão em Setúbal, como reconhecimento pelo seu valor. Tendo escrito "Moura Restaurado", referindo-se à tomada da vila da Mourão, dedicando-o ao seu comandante Joanne Mendes de Vasconcellos[1].
Em Maio de 1662, com 31 anos de idade, renunciou à vida militar e abraçou os votos monásticos na Ordem de São Francisco em Évora.

O homem de Deus[editar | editar código-fonte]

Desde então, António da Fonseca Soares passou a ser Frei António das Chagas.
Dedicou o resto da sua vida ao evangelho e a pregar a fé, com o ardor e a paixão que o caracterizavam. Tornou-se pregador vigoroso e algo exagerado. Correu as terras do Alentejo e Algarve em andanças missionárias. Estendeu as suas viagens de pregação ao centro e norte do país, incluindo a Corte.
A personalidade de Frei António das Chagas exerceu sobre os seus contemporâneos um fascínio perturbador, resultante, sem dúvida, do seu estatuto de homem mundano convertido à causa de Deus. O empenho combativo e radical de Frei António das Chagas contrastava grandemente com a ligeireza e o relaxamento de costumes que, com alardeamento público, vivera na juventude. A sua atitude penitente sob o hábito de S. Francisco bastava para atrair multidões aos lugares por onde passasse. A busca de efeitos teatrais, a ênfase e a demagogia do discurso de Frei António das Chagas foram alvo de inúmeras críticas, inclusive, do Padre António Vieira e de D. Francisco Manuel de Melo, seus contemporâneos.
Em 1680, Frei António das Chagas desvincula-se da Província Franciscana dos Algarves, no cumprimento das determinações do Breve Apostólico de Inocêncio XI, de 23 de Novembro de 1679. Passa a viver no Varatojo, convento que doravante e até 1833 passou a Seminário Apostólico das Missões (da Ordem dos Franciscanos), com estudos e disciplina apropriados, cuja iniciativa se deve a Frei António das Chagas, o antigo capitão António da Fonseca Soares.
Na sequência do prestígio apostólico do Varatojo, fundou em 1682 o Convento de Nossa Senhora dos Anjos de Brancanes, em Setúbal, para nele se formarem também missionários.
Faleceu a 20 de Outubro de 1682, no Varatojo. Os seus restos mortais repousam em campa rasa no centro da Sala do Capítulo do Convento.

O poeta e o pregador[editar | editar código-fonte]

António da Fonseca Soares ou Padre António da Fonseca ou Frei António das Chagas foi um homem ousado e de génio arrebatado que deixou lendárias muitas das suas proezas. A vida como a obra de Frei António das Chagas ilustram bem a mentalidade barroca da época, ambas cheias de contrastes e peripécias.
Poeta e prosador, deixou em quase todos os cancioneiros manuscritos da época, nomeadamente nos dois mais importantes, a Fénix Renascida e o Postilhão de Apolo, obras suas.
Escreveu nos mais diversos géneros poéticos: sonetos, madrigais, romances, décimas, glosas e dois poemas heróicos — Mourão Restaurado e Canto Panegírico à Vitória de Elvas. A perfeição das formas e a temática dos seus poemas centra-se sobretudo na efemeridade da vida, nos desenganos a que estamos sujeitos, mas também em assuntos de circunstância, o que denotam o gosto pela imitação de Gôngora. (Veja-se "Alguns Poemas" em "Referências e Fontes").
Bastante apreciado como poeta, atingiu também grande fama como pregador, devido ao modo pouco convencional de pregar. Na pregação, havia quem lhe estranhasse a forma como organizava as procissões de penitência e como se esbofeteava no púlpito, chegando a atirar com o crucifixo para cima do auditório, desde que isso fizesse passar a sua mensagem de uma forma mais clara.
Os seus sermões, sem as agudezas do cultismo e conceptismo, estão reunidos nos Sermões Genuínos, embora as Cartas Espirituais, sejam consideradas a sua obra-prima. Composta por 268 cartas escritas num estilo pitoresco, a obra dá a conhecer melhor o homem que em Lisboa era tratado pelo singelo nome de «o fradinho», e coloca-o entre os grandes cultores da prosa barroca.
  • Bibliografia da fase de religiosoFaíscas de Amor Divino, 1683; Espelho do Espírito, 1683; Obras Espirituais, 1684; Cartas Espirituais, 1.a parte 1684, 2.a parte 1687; Escola de Penitência, 1687; Sermões Genuínos, 1690; Semana Santa Espiritual, Ramalhete Espiritual, 1722.

Referências

Fontes[editar | editar código-fonte]

  • A Vidigueira terra natal [1] visto em 18/04/2009
  • Sobre o Varatojo [2] e a data da morte e a sepultura [3] vistos em 18/04/2009
  • A mulher nos romances do Padre António da Fonseca [4][ligação inativa] visto em 18/04/2009
  • Controvérsia: Fonseca, Chagas ou Ribeiro da Costa? [5] visto em 18/04/2009
  • Alguns Poemas [6] visto em 18/04/2009
  • Fénix Renascida & Postilhão de Apolo [7] visto em 18/04/2009
  • Bibliografia na Biblioteca Nacional de Portugal [8] visto em 18/04/2009
  • Biobibliografia na Direcção-Geral do Livro e das Bibliotecas [9]

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