quinta-feira, 20 de junho de 2019

TOMÁS RIBAS - ESCRITOR - NASCEU EM 1918

Tomás Ribas

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Tomás Ribas
Nome completoTomás Emílio Leopoldo de Carvalho Cavalcanti de Albuquerque Schiappa Pectra Sousa Ribas
Nascimento20 de Junho de 1918
AlcáçovasViana do Alentejo
Morte21 de Março de 1999 (80 anos)
Lisboa
NacionalidadePortugal Portugal
Alma materConservatório Nacional de Lisboa
OcupaçãoEscritor, professor, jornalista, encenador
CondecoraçõesComenda da Ordem do Mérito
Tomás Emílio Leopoldo de Carvalho Cavalcanti de Albuquerque Schiappa Pectra Sousa Ribas, mais conhecido apenas como Tomás Ribas OM (AlcáçovasViana do Alentejo, 20 de Junho de 1918 - Lisboa, 21 de Março de 1999), foi um escritor, encenador, professor e jornalista português.

Biografia[editar | editar código-fonte]

Nascimento e formação[editar | editar código-fonte]

Nasceu em Alcáçovas, no concelho de Viana do Alentejo, em 20 de Junho de 1918.[1] Frequentou o liceu e depois a Faculdade de Letras de Lisboa, no curso de Histórico-Filosóficas, que não chegou a concluir.[1]Esteve depois no Conservatório Nacional, onde tirou o curso especial de Dança e Coreografia.[1] Viajou pela Europa e pelos Estados Unidos da América como bolseiro do Instituto de Alta Cultura e da Fundação Calouste Gulbenkian, tendo trabalhado na Ópera de Paris e nos arquivos dos teatros líricos italianos, e fequentado vários cursos no Actors Studio de Nova Iorque, onde também participou num seminário da Universidade de Columbia sobre antropologia cultural.[1]

Carreira profissional e literária[editar | editar código-fonte]

Na área do teatro, foi encenador e coreografista.[1] Trabalhou como conservador arquivista no Teatro Nacional de São Carlos durante vários anos.[1]
Trabalhou como docente na Escola Superior de Dança do Instituto Politécnico de Lisboa, onde também fez parte do conselho científico, no Instituto de Novas Profissões, e no Conservatório, onde deu aulas de dança, encenação e estética.[1]
Como jornalista, escreveu para vários jornais diários de Lisboa e revistas, incluindo O Século IlustradoVérticeVida Mundial e Mundo Literário, tendo-se destacado principalmente como crítico de bailado.[1]
Esteve igualmente no Instituto Nacional para o Aproveitamento dos Tempos Livres, como chefe da divisão de Etnografia e Folclore.[1]
Ocupou a posição de delegado da Secretaria de Estado da Cultura, na cidade de Faro, e fez parte do Conselho da Região de Turismo do Algarve entre 1977 e 1986, tendo-se destacado pelo impulso que deu à etnografia e cultura da região.[1]
Deixou uma vasta obra literária, tendo publicado o seu primeiro livro, Monotonia, aos vinte e cinco anos, que foi a sua única obra de poesia.[1] Em prosa, escreveu sobre vários temas, destacando-se as obras Pavlova, sobre a bailarina russa Anna PavlovaO Primeiro Negócio, de ficção, Cláudia e as Vozes do Mar, sobre teatro, e o ensaio Etnografia, Ballet, Danças Populares e Teatro.[1] Escreveu igualmente vários roteiros sobre Portugal, incluindo Guia de Recolha de DançasPortugal TurísticoGuia Turístico de Faro (1987), e Beja à Descoberta de um Passado (1995).[1] Também redigiu o prefácio para a segunda edição do livro Um Algarve Outro - contado de boca em boca.[1] Em 1999, publicou a sua última obra, O Teatro Trindade - Cento e Vinte Anos de Vida, da editora Lello e Irmãos.[1]

Falecimento[editar | editar código-fonte]

Tomás Ribas faleceu em 21 de Março de 1999, na cidade de Lisboa.[1]

Prémios e homenagens[editar | editar código-fonte]

Foi homenageado com o grau de Doutor Honoris Causa pela Universidade de Dança de Paris.[1] Em 9 de Junho de 1993, Tomás Ribas foi honrado com o grau de comendador na Ordem do Mérito.[2] O seu nome também foi colocado na toponímia da Nazaré e Alcáçovas.[1]

Obras publicadas[editar | editar código-fonte]

  • Monotonia (1943)
  • Montanha Russa (1946)
  • O Primeiro Negócio
  • Cláudia e as Vozes do Mar (1956)
  • O Que É o Ballet? (1959)
  • O cais das colunas (1959)
  • A Dança e o Ballet no Passado e no Presente, (1959)
  • Danças do povo português (1961)
  • Pavlova (1962)
  • A Ilha do Príncipe: Breve Memória Descritiva e Histórica (1964)
  • Giovanna: histórias arquivadas (1965)
  • Lisboa: Prosa (1966)
  • A Casa de Isaac (1967)
  • O teatro e a sua história (1970)
  • Etnologia (2 volumes, 1977)
  • Como Fazer Teatro (2 volumes, 1978-1979)
  • O Teatro e a Sua História (1978)
  • A dança e o ballet (2 volumes, 1980)
  • Danças populares portuguesas (1983)
  • Portugal Turístico (1984)
  • Guia de Recolha de Danças Populares (1985)
  • Guia Turístico de Faro (1987)

CORPO DE DEUS - "CORPUS CHRISTI" - DIA SANTO E FERIADO - 20 DE JUNHO DE 2019

Corpus Christi

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Procissão de Corpus Christi em Moosburgo, na Alemanha.
Corpus Christi (expressão latina que significa Corpo de Cristo[1]), generalizada em Portugal como Corpo de Deus, é uma comemoração litúrgica católica que ocorre na quinta-feira seguinte ao domingo da Santíssima Trindade, que, por sua vez, acontece no domingo seguinte ao de Pentecostes. É uma "Festa de Guarda", em que a participação da Santa Missa é obrigatória, na forma estabelecida pela conferência episcopal do país respectivo.
A procissão pelas vias públicas, quando é feita, atende a uma recomendação do Código de Direito Canônico (cânone 944) que determina ao bispo diocesano que a providencie, onde for possível, "para testemunhar publicamente a adoração e a veneração para com a Santíssima Eucaristia, principalmente na solenidade do Corpo e Sangue de Cristo." É recomendado que, nestas datas, a não ser por causa grave e urgente, não se ausente da diocese o bispo (cânone 395).

História[editar | editar código-fonte]

Procissão de Corpus Christi em Vrútky, na Eslováquia.
A origem da Solenidade do Corpo e Sangue de Cristo remonta ao século XIII. O papa Urbano IV, na época o cônego Tiago Pantaleão de Troyes, arcediago do Cabido Diocesano de Liège, na Bélgica, recebeu o segredo da freira agostiniana Juliana de Mont Cornillon, que teve visões de Cristo demonstrando desejo de que o mistério da Eucaristia fosse celebrado com destaque. Por volta de 1264, em uma cidade próxima a Orvieto (onde o já então papa Urbano IV tinha sua corte), chamada Bolsena, ocorreu o Milagre de Bolsena,[2] em que um sacerdote celebrante da Santa Missa, no momento de partir a Sagrada Hóstia, teria visto sair dela sangue, que empapou o corporal (pano onde se apoiam o cálice e a patena durante a Missa). O papa determinou que os objetos milagrosos fossem trazidos para Orvieto em grande procissão em 19 de junho de 1264, sendo recebidos solenemente por Sua Santidade e levados para a Catedral de Santa Prisca. Esta foi a primeira procissão do Corporal Eucarístico de que se tem notícia. A festa de Corpus Christi foi oficialmente instituída por Urbano IV com a publicação da bula Transiturus em 8 de setembro de 1264, para ser celebrada na quinta-feira depois da oitava de Pentecostes.[3]
Para um maior esplendor da solenidade, desejava Urbano IV um Ofício para ser cantado durante a celebração. O Ofício escolhido foi composto por São Tomás de Aquino, cujo título era Lauda Sion (Louva Sião). Este cântico permanece até a atualidade nas celebrações de Corpus Christi.[4]
O decreto de Urbano IV teve pouca repercussão, porque o papa morreu em seguida, menos de um mês depois da publicação da bula Transiturus. Mas se propagou por algumas igrejas, como na diocese de Colônia, na Alemanha, onde Corpus Christi é celebrada desde antes de 1270. A procissão surgiu em Colônia e difundiu-se primeiro na Alemanha, depois na França e na Itália. Em Roma, é encontrada desde 1350.
A Eucaristia é um dos sete sacramentos e foi instituído na Última Ceia, quando Jesus disse: "Este é o Meu corpo... isto é o Meu sangue... fazei isto em memória de mim". Segundo Santo Agostinho, é um memorial de imenso benefício para os fiéis, deixado nas formas visíveis do pão e do vinho. Porque a Eucaristia foi celebrada pela primeira vez na Quinta-Feira SantaCorpus Christi se celebra sempre numa quinta-feira após o vinho sangue de Jesus Cristo, em toda Santa Missa, mesmo que esta transformação da matéria não seja visível.
Corpus Christi é celebrado 60 dias após a Páscoa, podendo cair, assim, entre as datas de 21 de maio e 24 de junho.

A Festa no Brasil[editar | editar código-fonte]

Tapetes de Corpus Christi em Vera Cruz, São Paulo.
Confecção dos tapetes de Corpus Christi da Paróquia São Sebastião de Coronel Fabriciano, Minas Gerais.
No Brasil é um feriado facultativo comemorado pela religião Católica.[5]
Em muitas cidades portuguesas e brasileiras, é costume ornamentar as ruas por onde passa a procissão com tapetes de colorido vivo e desenhos de inspiração religiosa. Esta festividade de longa data se constitui uma tradição no Brasil, principalmente nas "cidades históricas", que se revestem de práticas antigas e tradicionais e que são embelezadas com decorações de acordo com costumes locais.
Em PirenópolisGoiás tal celebração ocorre desde o século XVIII, quando foi criada a Venerável Irmandade do Santíssimo Sacramentoda Matriz, que até hoje realiza as festividades, criando junto a comunidade a tradição dos tapetes de serragem colorida e flores do cerrado, cobrindo as ruas por onde passa a procissão de Corpus Christi realizada sempre ao amanhecer. Também enfeitam-se altares para a adoração do Santíssimo Sacramento, onde na ocasião é entoado o cântico latino Tantum Ergo Sacramentum composto no início do século XX por Eugênio Leal da Costa Campos para ser executado pela Orquestra e Coral Nossa Senhora do Rosário. É também neste dia que o Imperador do Divino recebe a coroa para a realização da Festa do Divino de Pirenópolis, do ano seguinte.
Em Castelo, no estado do Espírito Santo, no Brasil, as ruas são decoradas com enormes tapetes coloridos formados por flores, serragem colorida, grãos, mármore e granito, além de material reutilizado. Seus temas refletem pensamentos atuais, como a preservação do meio ambiente ou o abuso da mulher, muitas vezes com perguntas retóricas que levam o expectador a pensar e se questionar. No dia da festa a cidade chega a receber mais de 100 mil habitantes, movimentando sua economia e demonstrando o grande ato de fé cristã.
O município de Matão, em São Paulo, no Brasil, é famoso por seus tapetes coloridos feitos de vidro moído, dolomitas, serragem e flores que formam uma cruz que se estende por 12 quarteirões no centro da cidade onde passa a procissão da eucaristia, um espetáculo que reúne fé, tradição, arte e beleza. No ano de 2011, Matão realizou a 63ª edição do Corpus Christi, onde mais de 70 toneladas de materiais foram usados para compor os desenhos. A expectativa dos organizadores é que o evento atrairia um público total de 80 mil pessoas. A praça de alimentação do evento fica por conta das entidades filantrópicas da cidade.
A cidade de Mariana, em Minas Gerais, no Brasil, comemora a festa de Corpus Christi enfeitando as ruas com tapetes de serragem e pinturas. No município de Coronel Fabriciano, os fiéis realizam a montagem dos tapetes de serragem que marcam o percurso da procissão nas ruas da região central da cidade, saindo da co-catedral de São Sebastião. Tal manifestação mantém rituais originados na década de 1940 pela Paróquia São Sebastião e foi tombada como patrimônio cultural da cidade.[6]
Procissão de Corpus Christi em Pirenópolis, passando pelo tapete de flores do cerrado.
As cidades paulistas de JaguariúnaMonte MorSanto AndréSantana de ParnaíbaSão Joaquim da Barra, além da baianaJacobina, também seguem o mesmo estilo, as ruas ao redor da matriz são enfeitadas com serragem, raspa de couro, areias coloridas - tudo o que a criatividade proporciona para este dia santo.
Em Caieiras, a juventude da cidade promove, com sua criatividade, tapetes que se estendem no trajeto da procissão deste solene dia, desde a Igreja Matriz de Santo Antônio até a Igreja de São Francisco de Assis, num trabalho que dura doze horas e que é coroado com a procissão luminosa em torno ao Santíssimo Sacramento.
Em Porto Ferreira, a festa tem como finalidade a partilha, em comunhão com as três paróquias da cidade. Arrecadam-se alimentos que integram os enfeites nas ruas por onde o Santíssimo Sacramento passa e, após a solenidade, são doados a famílias que são assistidas por pastorais, como a Pastoral da Criança e Pastoral da Saúde. Esta iniciativa é realizada desde 2008.
Em Borborema, em São Paulo, no Brasil, as ruas são decoradas com enxovais, bordados e artesanatos, produzidos pelas mais de 50 lojas e fábricas da cidade. Após a procissão, tudo é vendido e a renda revertida ao Lar de Idosos São Sebastião.
Em Ibitinga (SP), fiéis da cidade, conhecida como a 'Capital Nacional do Bordado', preparam tapetes feitos de tecidos bordados. Eles são colocados no espaço de 10 quarteirões na região da Igreja Matriz, por onde passa a procissão. O evento é realizado há mais de 35 anos na cidade e em média 50 mil pessoas prestigiam a festa a cada ano. Todos os anos a população doa produtos, como roupas de cama, mesa e banho, que são bordados pelas bordadeiras da cidade. Além disso, muitos voluntários ajudam na montagem dos tapetes.[7]
Em Vera Cruz (São Paulo), é tradição os tapetes de terra e serragem colorida. Desde 1937 a paróquia Sagrado Coração de Jesus organiza a decoração que cobre as ruas do centro da cidade, sendo um dos maiores tapetes do gênero no país, com mais de 700 metros de percurso e chegando a 30 metros de largura em alguns trechos.[8][9]
Em Cabo Frio (Rio de Janeiro), a principal avenida da cidade é decorada com tapetes feitos de sal, colorido com tintas especiais. Esse processo é acompanhado de perto pela igreja matriz Nossa Senhora de Assunção e, além de ser uma grande festividade religiosa, atrai os olhares de moradores e turistas de toda a região.

Em Portugal[editar | editar código-fonte]

A Procissão do Corpo de Cristo em Lisboa, em 1909. Na imagem o Rei D.Manuel II.
Em Portugal tradicionalmente é dia feriado. Em 2013, 2014 e 2015, o feriado foi retirado, mas regressou em 2016.[10]
Neste dia, em todas as 20 dioceses de Portugal fazem-se solenes procissões a partir da igreja catedral, tal como em muitas outras localidades, que são muito concorridas. Estas procissões atingem o seu esplendor máximo em BragaPorto e Lisboa.
Ordenada por dom Dinis, a festa do Corpus Christi começou a ser celebrada em 1282, embora haja referências à sua comemoração desde os tempos de dom Afonso III.[11] Em Portugal, a festa era antigamente celebrada com danças, folias e procissões em que o sagrado e o profano se misturavam. Representantes de várias profissões, carros alegóricos, diabos, a serpe, a coca, gigantones, ao som de gaitas de foles e outros instrumentos, desfilavam pelas ruas.[12] Das danças dos ofícios, em Penafiel, ainda se celebram o baile dos ferreiros, o baile dos pedreiros e o baile das floreiras.[13][14]Esta celebração tem uma conotação muito forte no Minho, particularmente em Monção e em Ponte de Lima. Em Ponte de Lima, a tradição d´O Corpo de Deus perdura já há vários séculos.
O Corpo de Deus é celebrado no 60º dia após a Páscoa, ou mais correctamente na Quinta-feira que se segue ao Domingo da Santíssima Trindade (que, por sua vez, é o primeiro Domingo a seguir ao Pentecostes) seguindo a norma canônica. A diferença prende-se no fato de, no dia posterior ao feriado nacional, realizar-se uma celebração, própria e exclusiva da vila, tendo sido decretado desde 1977 feriado para todos os Limianos.
As celebrações do Corpo de Deus realizam-se durante todo o dia, sendo os Limianos presenteados com uma procissão da parte da manhã e outra da parte da tarde em volta da vila e uma missa para todos os habitantes do Concelho no próprio dia, sempre ao meio-dia, na Igreja Matriz. Em Braga, é também tradição, desde 1923, a presença maciça de Escuteiros do Corpo Nacional de Escutas - Escutismo Católico Português, pois foi nessa procissão que os mesmos se apresentaram em público naquele ano.

Tapetes[editar | editar código-fonte]

Ver artigo principal: Tapetes de Corpus Christi
Tapetes de Corpus Christi na cidade do Rio de Janeiro em 2013.
Os tapetes de rua são uma tradição e manifestação artística popular realizada por fiéis da Igreja Católica, confeccionados para a passagem da procissão de Corpus Christi.
A tradição da confecção do tapete surgiu em Portugal e veio para o Brasil com os colonizadores.[15] Os desenhos utilizados são variados, mas enfocam principalmente o tema Eucaristia.
Para confeccionar os tapetes são utilizados diversos tipos de materiais, tais como serragem colorida, borra de café, farinha, areia, flores e outros acessórios.

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