Telecomunicações
As telecomunicações constituem um ramo da engenharia elétrica que contempla o projeto, a implantação, manutenção e controles de redes de sistemas de comunicações (satélites, redes telefônicas, televisivas, emissoras de rádio, Internet etc.). A principal finalidade das telecomunicações é suprir a necessidade humana de se comunicar à distância. É comum o prefixo tele ser omitido e, com isto, usar-se a palavra comunicações.[nota 1]
A priori, todas as informações recebidas geram uma resposta do destinatário ou pelo menos uma confirmação de recebimento. Por este motivo, a palavra é sempre grafada no plural: telecomunicações.[nota 2]
Índice
Conceituações[editar | editar código-fonte]
Em um sistema de telecomunicações, as informações do emissor são temporariamente convertidas em sinais elétricos(tensões elétricas que variam com o tempo), para que possam trafegar pelo sistema até que cheguem ao destino, onde são novamente convertidas em informações inteligíveis pelo destinatário. Esses sinais elétricos são denominados sinais elétricos da informação. Tais sinais podem ser analógicos ou digitais.[nota 3]
Os sinais analógicos são aqueles gerados por dispositivos transdutores, ou seja, dispositivos elétricos capazes de converter um tipo de energia em outro. Portanto, os transdutores podem ser utilizados para converter informações em sinais analógicos e vice-versa. Exemplo: o microfone é um tipo de dispositivo transdutor. Quando uma pessoa fala ao microfone, esse transdutor converte a voz da pessoa (energia acústica) em sinais analógicos (sinais elétricos oscilantes), que por sua vez trafegam pelo cabeamento elétrico e circuito elétrico do sistema de som até que cheguem aos alto-falantes das caixas de som. Como os alto-falantes também são um tipo de transdutor, eles convertem esses sinais analógicos em ondas de som.[nota 4]
Os sinais digitais são aqueles gerados por dispositivos da eletrônica digital, como é o caso dos circuitos integrados: chips, microprocessadores etc. Dada a sua natureza, os sinais digitais são pulsos elétricos binários, ou seja, bits 0 ou 1, em que "zero" significa "ausência de tensão elétrica" e "um" significa "presença de tensão elétrica".[nota 5]
Classificação dos sistemas[editar | editar código-fonte]
Os sistemas de telecomunicações podem ser classificados segundo diferentes critérios.[nota 6]
Quanto ao fim a que se destina[editar | editar código-fonte]
- Comercial: quando é administrado por empresa, geralmente privada, que cobra pelos serviços prestados. Exemplo: empresa privada que ofereça serviços de telefonia móvel celular e de acesso à Internet.
- Governamental: quando pertence a um órgão governamental e não é utilizado para fins comerciais. Exemplo: sistema de radiocomunicações utilizado pelas polícias.
- Privado: quando pertence a um indivíduo ou grupo de indivíduos e é utilizado para atender aos interesses particulares dessa(s) pessoa(s).
- Amador: quando é utilizado, sem fins lucrativos, para fins de lazer ou de utilidade pública.
- Experimental: sistema montado para fins de testes, podendo ou não vir a ser posteriormente disponibilizado para utilização por terceiros.
- De pesquisa: sistema cuja finalidade precípua é a obtenção de dados que possuam valor científico.
Quanto à abrangência territorial[editar | editar código-fonte]
- Local: quando se restringe a uma área específica, como uma edificação, um bairro ou distrito, ou ainda uma cidadeou município.
- Regional: quando engloba uma porção territorial do país, como por exemplo um estado ou conjunto de estados.
- Nacional: quando engloba todo o território de um país.
- Internacional: quando transcende as fronteiras de um país. É o caso da Internet.
Quanto à utilização[editar | editar código-fonte]
- Militar: quando de uso exclusivamente por militares e instituições militares.
- Civil: quando de uso exclusivamente por civis e instituições civis.
- Dual: quando de uso civil e militar.
Notas
Referências
Ligações externas[editar | editar código-fonte]
- Artigos sobre telecomunicações na versão lusófona do website HowStuffWorks
- Entidades governamentais nacionais e internacionais:
- Autoridade Nacional de Comunicações (ANACOM) Portugal. Página visitada em 30 de março de 2014.
- Agência Nacional de Telecomunicações (ANATEL) Brasil. Página visitada em 30 de março de 2014.
- Instituto Nacional das Comunicações de Moçambique (INCM) Moçambique. Página visitada em 30 de março de 2014.
- Instituto Angolano das Comunicações (INACOM) Angola. Página visitada em 30 de março de 2014.
- International Telecommunication Union (ITU) (em inglês) Agência internacional da ONU, especializada em tecnologia da informação e das comunicações. Página visitada em 30 de março de 2014.
- Direito das telecomunicações
- Brasil
- Lei federal ordinária nº 9.472, de 16 de julho de 1997 (Lei Geral das Telecomunicações) Dispõe sobre a organização dos serviços de telecomunicações, a criação e funcionamento de um órgão regulador e outros aspectos institucionais, nos termos da Emenda Constitucional nº 8, de 1995. Página visitada em 14 de abril de 2014.
- Decreto federal nº 2.338, de 7 de outubro de 1997 (Regulamento da Lei Geral das Telecomunicações)Aprova o Regulamento da Agência Nacional de Telecomunicações e dá outras providências. Página visitada em 14 de abril de 2014.
Sociedade da informação
Comunicação |
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Categoria |
Ao decorrer da história o homem tem criado os mais diversos meios e ferramentas para se comunicar, e deste modo melhorar os seus padrões atuais de vida. Diante das suas criações, hoje as conclusões a tirar são complexas e pouco exatas. Se por um lado as suas criações lhe conferem um melhor modo de vida (como a criação de carros, telefones, etc.), são precisamente estas criações que o destroem (a poluição, desmatamento, etc.).
Assim, assistimos a um desenvolvimento tecnológico, independente e autónomo, sem necessitar de ser controlado pelo homem (o seu criador). Ou como mais recentemente a ciência nos afirma: “o desenvolvimento tecnológico avança tão rápido que o homem não o consegue alcançar”.
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Sociedade da Informação[editar | editar código-fonte]
Um dos primeiros a desenvolver o conceito de sociedade da informação foi o economista Fritz Machlup. Em 1933, Machlup começou estudando o efeito das patentes na pesquisa. Seu trabalho culminou no importante estudo "The production and distribution of knowledge in the United States" em 1962. Este livro foi amplamente considerado e foi traduzido para o russo e japonês.
O problema da tecnologia e seu papel na sociedade contemporânea tem sido discutido na literatura científica usando uma série de rótulos e conceitos. Ideias de um conhecimento ou informação econômica, sociedade pós-industrial, sociedade pós-moderna, revolução da informação, capitalismo da informação têm sido debatidas nas últimas décadas.
Sociedade da Informação é um termo - também chamado de Sociedade do Conhecimento ou Nova Economia - que surgiu no fim do Século XX, com origem no termo Globalização. Este tipo de sociedade encontra-se em processo de formação e expansão.
A sociedade não é um elemento estático, muito pelo contrário, está em constante mutação e como tal, a sociedade contemporânea está inserida num processo de mudança em que as novas tecnologias são as principais responsáveis. Alguns autores identificam um novo paradigma de sociedade que se baseia num bem precioso, a informação, atribuindo-lhe várias designações, entre elas a Sociedade da Informação.
Este novo modelo de organização das sociedades assenta num modo de desenvolvimento social e econômico onde a informação, como meio de criação de conhecimento, desempenha um papel fundamental na produção de riqueza e na contribuição para o bem-estar e qualidade de vida dos cidadãos. Condição para a Sociedade da Informação avançar é a possibilidade de todos poderem aceder às Tecnologias de Informação e Comunicação, presentes no nosso cotidiano que constituem instrumentos indispensáveis às comunicações pessoais, de trabalho e de lazer.
Adaptação do homem a um novo paradigma de sociedade[editar | editar código-fonte]
Mas por outro lado, esta sociedade poderá ser a culpada por grandes diferenças sociais, tendo em conta o seu grau de exigência. Visto que é uma sociedade que vive do poder da informação, tendo como base as novas tecnologias ela poderá ser muito discriminatória, quer entre países, quer internamente, entre empresas, entre pessoas. Até algum tempo atrás, o saber ler e interpretar textos, bem como efectuar cálculos matemáticos simples, era obrigatório para se viver em harmonia e bem-estar na sociedade, este novo cenário mudou e as necessidades de qualificações profissionais e acadêmicas aumentaram consideravelmente.
O ser humano tem a aptidão de se adaptar e como tal, as pessoas devem ter uma atitude flexível, com conhecimentos generalistas, capazes de se formarem ao longo da vida de acordo com as suas necessidades e que dominem as Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC). A sociedade exige da escola pessoas com uma formação ampla, especializada, com um espírito empreendedor e criativo, com o domínio de uma ou várias línguas estrangeiras, com grandes capacidades para resolução de problemas.
Relação dos jovens com a Sociedade da Informação[editar | editar código-fonte]
Os jovens adquirem vários conhecimentos fora da escola, pois eles estão autointegrados neste novo paradigma de sociedade, preferindo por vezes o aconchegante lar, com todas as tecnologias à disposição, à escola enfadonha e obsoleta. É importante a escola tornar-se mais atrativa e em sintonia com as novidades tecnológicas.
Face a esta situação, já tem vindo a surgir alguns projectos, como por exemplo, One Laptop Per Child, projecto da autoria de Nicholas Negroponte, cientista Americano, formado em arquitectura, é um dos fundadores e professor do Media Lab, o laboratório de multimédia do Massachusetts Institute of Technology (MIT), onde é financiado por mais de 105 empresas, incluindo as maiores corporações dos Estados Unidos da América e as grandes empresas da indústria do entretenimento.
Com grande reconhecimento no mundo da informática, fundou a OLPC, uma organização sem fins lucrativos que pretende assegurar a possibilidade de todos os estudantes terem o seu próprio portátil com vista a melhorar o seu nível de educação e a propiciar a sua entrada na nova era do conhecimento.
A ideia de Nicholas Negroponte é produzir um portátil de baixo custo que tenha distribuição maciça, chegando às crianças de todo o Mundo, incluindo aos lugares mais remotos de países como a Nigéria, o Brasil, a China, a Tailândia, o Egipto ou a África do Sul.
Capaz de se ligar à Internet sem utilizar cabos, o computador poderá funcionar através de corrente eléctrica, com pilhas e também através de um pedal gerador de energia. Este pedal, que inicialmente era uma manivela lateral, deverá liga-se ao transformador de energia, permitindo que as crianças de localidades mais remotas, como pequenos acampamentos sem electricidade, possam também utilizar o computador.
Os portáteis deverão começar a ser distribuídos durante o primeiro trimestre de 2007, por um preço inicial de 135 dólares, que descerá para 100 dólares em 2008 e apenas 50 dólares a partir de 2010. Estes computadores não vão estar disponíveis para a venda ao público, sendo apenas distribuídos nas escolas, através de iniciativas governamentais.
A sociedade tenderá a ser cada vez mais competitiva, criando mais riqueza e consequentemente qualidade de vida, tornando-se numa sociedade mais livre evitando a exclusão do cidadão convidando-o a participar. Mas para que isto seja possível e não se criem maiores dissimetrias sociais, as políticas educativas desempenham um papel primordial. Assim, a escola assume um papel fundamental na Sociedade da Informação, dotar o homem de capacidades para competir com o avanço tecnológico, condicionando-o, de maneira a que este avanço não seja autónomo, e possa ser controlado, de modo, a que sejam as nossas necessidades a corresponder ao desenvolvimento tecnológico e não o desenvolvimento tecnológico a moldar as nossas necessidades.
Consequências[editar | editar código-fonte]
Os aspectos positivos são visíveis, tal como a melhoria da nossa qualidade de vida. Com a introdução de máquinas e robôs nas indústrias tem-se aumentado a taxa de desemprego, mas a transição por vezes tem estas consequências. Com o nascimento de um novo sector, denominado de quaternário, cujo bem mais importante é a informação, assistimos a mudanças profundas na sociedade. A taxa de desemprego continua a aumentar com o desaparecimento de algumas profissões, entre outros factores. A perda de postos de trabalho, a extinção de algumas profissões, e a reconversão de outras até serem substituídas por novas, decorre um longo período de adaptação, que se poderá estar a viver neste momento, sendo difícil analisar as transformações quando estão a acontecer sem o tempo necessário para verificar as consequências.
- Economia
A competitividade exige performance de desempenho profissional, flexibilidade apostando-se na qualidade do produto ou serviço final em detrimento do processo. A caneta e o papel estão claramente a ser substituídos pelas capacidades oferecidas pela informática, quer em termos de hardware como de software. As facilidades que as tecnologias trazem têm vindo a aumentar o nível de complexidade da informação e o seu respectivo tratamento. Com a Internet existe a troca de fluxo vivo de informação. A economia também é influenciada por este processo.
Bibliografia[editar | editar código-fonte]
- POLIZELLI, Demerval e OZAKI, Adalton (organizadores). "Sociedade da Informação". Editora Saraiva, 2007.
- “Sociedade da Informação”, Fundação Portugal Telecom LTDA(http://fundacao.telecom.pt).
- M. Margarida Marques, Joana Lopes Martins, “Jovens, Migrantes e a Sociedade da Informação e do Conhecimento”, Alto-comissariado para a imigração e minorias étnicas (http://www.oi.acime.gov.pt/).
Ver também[editar | editar código-fonte]
- Sociedade
- Cúpula Mundial da Sociedade da Informação
- Gestão do Conhecimento
- Associação para a Promoção e Desenvolvimento da Sociedade da Informação
Ligações externas[editar | editar código-fonte]
- VIEIRA, Elianete. O INÍCIO DA DESCOBERTA, Ed.1. São Paulo: Scortecci, 2013.
- CRIS- Communications Rights in the Information Society (campanha internacional pelos Direitos à Comunicação na Sociedade da Informação)
- Internews- ONG de capacitação e treinamento para democratizar o acesso à informação
- IFEX- Intercâmbio Internacional de Liberdade de Expressão
- CMD- Centro para Mídia e Democracia (EUA)
- [1] - Actividades da UE