quinta-feira, 11 de abril de 2019

LAGOA - AÇORES - FERIADO - 11 DE ABRIL DE 2019

Lagoa (Açores)

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Disambig grey.svg Nota: Para outros significados de Lagoa, veja Lagoa (desambiguação).
Lagoa
Brasão de LagoaBandeira de Lagoa
BrasãoBandeira
Localização de Lagoa
Gentílicolagoense
Área45,57 km2
População14 416 hab. (2011)
Densidade populacional316,35 hab./km2
N.º de freguesias5
Presidente da
Câmara Municipal
Cristina Calisto (PS)
Fundação do município1522
Região AutónomaRegião Autónoma dos Açores
IlhaIlha de São Miguel
Antigo DistritoPonta Delgada
Feriado municipal11 de abril[1]
Municípios de Portugal Flag of Portugal.svg
Lagoa é uma cidade situada na costa sul da ilha de São MiguelAçores, com cerca de 9 000 habitantes. É sede de um pequeno município com 45,57 km² de área e 14 416 habitantes (2011), subdividido em 5 freguesias. O município é limitado a norte pelo município da Ribeira Grande, a leste por Vila Franca do Campo, a oeste por Ponta Delgada e a sul pelo Oceano Atlântico. Foi elevada a cidade por deliberação do parlamento dos Açores em 22 de Março de 2012.[2]

População[editar | editar código-fonte]

Número de habitantes [3]
186418781890190019111920193019401950196019701981199120012011
9 63410 99711 51011 96310 9839 85910 95412 52213 63813 94413 25012 84912 90014 12614 442
(Obs.: Número de habitantes "residentes", ou seja, que tinham a residência oficial neste concelho à data em que os censos se realizaram.)
Número de habitantes por Grupo Etário [4]
190019111920193019401950196019701981199120012011
0-14 Anos4 4564 1283 5593 9364 5234 3444 7364 975S/ dados4 1043 5643 029
15-24 Anos2 0781 8731 6932 0022 3382 6482 2632 000S/ dados2 4962 6402 230
25-64 Anos4 6604 2733 9294 4054 9825 9396 1425 250S/ dados5 1886 6347 742
= ou > 65 Anos7396916605516417078031 025S/ dados1 1121 2881 441
> Id. desconh1020935
(Obs: De 1900 a 1950 os dados referem-se à população "de facto", ou seja, que estava presente no concelho à data em que os censos se realizaram. Daí que se registem algumas diferenças relativamente à designada população residente)

Freguesias[editar | editar código-fonte]

As freguesias de Lagoa são as seguintes:

Património[editar | editar código-fonte]

Cultura[editar | editar código-fonte]

Espaços culturais educativos[editar | editar código-fonte]

Biblioteca Municipal Tomaz Borba Vieira[editar | editar código-fonte]

Convento dos Franciscanos, Santa Cruz, fachada, Lagoa, ilha de São Miguel, Açores.JPG
A Biblioteca Municipal Tomaz Borba Vieira, inaugurada a 5 de outubro de 2011, está localizada no edílico e singular espaço do Convento dos Franciscanos. Oferecendo ao leitor cerca de 20 mil livros e documentos de valor patrimonial e histórico, este serviço desempenha um importante papel como difusora do conhecimento e impulsionadora de modernidade, reunindo, conservando e divulgando o património documental e acolhendo igualmente diversas iniciativas direcionadas aos diversos públicos.
Esta biblioteca pretendeu ser uma homenagem a um dos mais conceituados nomes do mundo das artes contemporâneas dos Açores: Tomaz Borba Vieira, artista que tem impulsionado a cultura no concelho lagoense e que contribui para o aumento da riqueza do espólio da biblioteca, com a doação de cerca de 3 mil livros que incluem temas diversos como a arte, história, literatura portuguesa e ciência.
O espaço é constituído pela receção, sala do acervo principal, sala da coleção Tomaz Borba Vieira, sala infantojuvenil, sala do conto, sala reservada, arquivo e sala de serviço educativo. Dispõe ainda de serviço wireless gratuito, informática, multimédia e acervo em braille.

Casa da Cultura Carlos César[editar | editar código-fonte]

Inaugurada em 2010, a Casa da Cultura Carlos César, assim denominada por homenagem da Câmara Municipal de Lagoa a um dos presidentes do Governo Regional dos Açores, tem um grande valor patrimonial arquitetónico, uma vez que se trata de um edifício de traça antiga que foi renovada. Constitui um espaço de excelência para a promoção de atividades culturais, colaborando simultaneamente para a dignificação do trabalho que as entidades, associações e instituições culturais lagoenses têm vindo a desenvolver. Este espaço tem acolhido diversas exposições na área das artes plásticas, fotografia, artesanato e etnografia, bem como iniciativas formativas.

Centro Cultural da Caloura[editar | editar código-fonte]

O Centro Cultural da Caloura está implementado em terrenos compartimentados por muros de pedra solta, outrora protetores de vinhedos. Este centro, criado para descentralizar as funções culturais normalmente sediadas nas zonas urbanas, tem o intuito de mostrar uma coleção particular de arte a fim de as obras que a constituem poderem desempenhar a sua função comunicadora. A coleção pertence ao pintor Tomaz Borba Vieira que durante anos reuniu obras de arte maioritariamente de artistas de referências incontornáveis da história da arte portuguesa do século XX e artistas açorianos. Com uma área coberta de 220m2 e espaços verdes envolventes, é vocacionado para uma utilização polivalente, podendo acolher exposições, palestras, colóquios, "performances" e workshops. Dispõe de material de consulta sobre os autores das obras expostas e outros artistas, bem como informação cultural e artística, secção de venda de livros e discos, um posto de acesso à internet e serviço de chá.

Mercearia Central - Casa Tradicional[editar | editar código-fonte]

A Mercearia Central - Casa Tradicional foi adquirida pela Câmara Municipal de Lagoa em 2009, tendo sido inaugurada a 5 de agosto de 2011. As coleções distribuem-se, no rés-do-chão, pela mercearia e pela taberna e, no primeiro piso, pelos espaços da habitação de Maria Angelina Conceição Reis e José Inácio Vieira Favela (antigos proprietários). Com este núcleo museológico recuperou-se a história do pequeno comércio local de modo a recriar as vivências quotidianas de um povo que se mantiveram até aos finais do século XX.

Núcleo Museológico do Cabouco[editar | editar código-fonte]

O Núcleo Museológico do Cabouco reúne um espólio de peças de grande valor histórico e cultural. O seu propósito é invocar a memória coletiva de outros tempo, revelando o ofício de cabouqueiro, que contribui para a subsistência da comunidade cabouquense. Coloca-se em evidência os costumes de uma época, apelando-se às memórias esquecidas do povo açoriano, dando a conhecer algumas tradições e profissões antigas.

Locais de interesse[editar | editar código-fonte]

Complexo Municipal de Piscinas[editar | editar código-fonte]

Piscinas naturais de Lagoa (Portugal).jpg
O Complexo Municipal de Piscinas é uma zona balnear de referência na ilha de São Miguel. Situado na freguesia do Rosário, este complexo oferece inúmeras hipóteses para quem gosta do mar, com uma preservada linha costeira e excelente qualidade das águas. Possui piscinas naturais, uma piscina artificial semiolímpica, piscinas para crianças e infraestruturas de apoio, como vestiários, sanitários, parque de estacionamento e ainda bar e esplanada.

Trilho "Rota da Água"[editar | editar código-fonte]

Este é o primeiro trilho homologado do concelho de Lagoa. Com início na freguesia de Santa Cruz (Remédios), e com configuração circular, este trilho estende-se por cerca de 7.5 km, passando por levadas de água, tubagens antigas de barro, pontes e aquedutos e toda uma variedade de recursos afetos à atividade dos agueiros que no concelho têm, desde há muito, uma forte implementação. A abundância de água na vertente sul da encosta do Fogo é motivo de desenvolvimento económico da Lagoa, sediando naquele local a captação de águas potáveis que abastecem o concelho lagoense e parte de Ponta Delgada.

Ver também[editar | editar código-fonte]

Imagens[editar | editar código-fonte]

Piscinas naturais de Caloura.

Geminações[editar | editar código-fonte]

O concelho de Lagoa é geminado com as seguintes cidades:[5]

PDE BENTO DE GÓIS - EXPLORADOR - MORREU EM 1607 - 11 DE ABRIL DE 2019

Bento de Góis

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Bento de Góis
Nascimento1562
Vila Franca do Campo
Morte11 de abril de 1607 (45 anos)
CidadaniaPortugal
Ocupaçãoexplorador
ReligiãoIgreja Católica
Bento de Góis (Vila Franca do Campo, fins de julho de 1562 — Suzhou11 de abril de 1607) foi um jesuíta e explorador que se notabilizou pela sua viagem por terra entre Goa (Índia) e Suzhou (China).[1] Foi o primeiro europeu a percorrer o caminho terrestre da Índia para a China, através da Ásia Central. A sua viagem, uma das maiores explorações da história da humanidade, demonstrou que o reino de Cataio e o da China eram afinal o mesmo, o que alterou significativamente a concepção do mundo à época, uma vez que as relações comerciais entre a Ásia e a Europa eram muito intensas durante esse período.[2][3]

Biografia[editar | editar código-fonte]

Bento de Góis foi batizado em Vila Franca do Campo a 9 de Agosto de 1562, com o nome de Luís Gonçalves. Tornou-se soldado por volta dos vinte anos de idade, tendo sido destacado, em 1583, para a Índia.[1]
De acordo com a lenda, nesse período levava uma vida boémia até que após ter tido uma visão, numa igreja da aldeia de Colachel (província de Travancor) decidiu ingressar na Companhia de Jesus, o que fez, em Fevereiro de 1584, no Colégio dos Jesuítas em Goa. Dois anos mais tarde, abandonou temporariamente o Colégio e viajou pela PérsiaArábiaBaluchistãoSri Lanka, e muitos outros reinos da Ásia. Em 1588 regressou a Goa, ao Colégio dos Jesuítas, e mudou o seu nome para Bento de Goes.
Em 1594 integrou a 3º expedição dos Jesuítas, guiada desta vez pelo padre Jerónimo Xavier (sobrinho-neto de São Francisco Xavier), à corte do Grão-Mogol Akbar, o Grande, em Lahore, passando a granjear deste uma marcada amizade. Tanto que induziu Akbar, o Grande, a estabelecer tréguas com os portugueses. Para tal, Akbar incumbiu Bento de organizar a faustosa embaixada (1600-1601) aos portugueses de Goa.

A grande odisseia[editar | editar código-fonte]

Em Setembro de 1602 Bento partiu de Goa com um grupo restrito, em busca do lendário Grão-Cataio, reino onde se afirmava existirem comunidades cristãs nestorianas. A viagem era muito extensa (mais de 6 mil quilómetros) e de longa duração (mais de quatro anos), e onde grandes obstáculos se deparam ao longo do percurso, sobretudo em virtude dos muitos conflitos na região, da profusão de reinos e estados, e da existência de grandes montanhas e desertos. Para além disso, a maior parte do seu percurso foi realizado em territórios de domínio muçulmano que nutriam especial animosidade pelos cristãos.
Em inícios de 1606 Bento de Góis chegou a Suzhou, uma cidade da província de Jiangsu, junto da Muralha da China. Góis provou assim que o reino de Cataio e o reino da China eram afinal o mesmo, tal como a cidade de Khambalaik, de Marco Polo, era efectivamente a cidade de Pequim. Doente (possivelmente por ter sido atacado/assaltado e ferido) e com poucos meios de subsistência comunicou-o em carta ao padre Matteo Ricci, residente em Pequim, que lhe enviou o padre João Fernandes, um jesuíta de origem chinesa, para o conduzir até Pequim. Contudo, quando este alcançou Bento de Góis este já estava à beira da morte, o que ocorreu em 11 de Abril de 1607.

Registos da sua viagem[editar | editar código-fonte]

Bento de Góis, que possuía um marcado conhecimento da cultura e costumes de múltiplos reinos da Ásia, e falava diversos idiomas como o Persa e o Turco, registou a sua viagem num diário. Contudo, pelo facto de no mesmo documento também registar as dívidas que terceiros lhe deviam o seu diário foi rasgado em inúmeros pedaços pouco antes da sua morte. O padre João Fernandes e o arménio Isaac, que acompanhou o missionário na longa viagem desde Goa, reuniram fragmentos do que sobrou desse diário e outros documentos, que entregaram posteriormente ao padre Matteo Ricci. Este padre, um grande erudito, através desses escassos documentos, do relato do arménio Isaac que o acompanhou sempre ao longo da Grande Odisseia, do que Goes contou ainda em vida ao padre João Fernandes, e de algumas cartas que Bento de Góis lhe tinha enviado anteriormente bem como aos Jesuítas em Goa; escreveu, entre 1608 e 1610, uma narrativa dessa viagem, que depois foi publicada. Esta relativa escassez de registos teve influência na projecção que a sua viagem assumiu doravante.

Notoriedade posterior[editar | editar código-fonte]

Bento de Góis tornou-se o primeiro europeu a atravessar a Ásia Central, transpondo grandes cadeias montanhosas como os Pamires e o Caracórum, ou o grande deserto de Gobi, numa odisseia considerada por muitos historiadores não inferior à empreendida por Marco Polo séculos antes.[4] Polo atravessou um território mais pacífico, menos retalhado em reinos e estados, e com menor domínio muçulmano, do que Bento de Góis encontrou à data. Aliás, Bento de Góis foi a primeira pessoa após Marco Polo a empreender esta extensa viagem pela Ásia Central, o que realizou cerca de três séculos depois de Polo. E só cerca de dois séculos depois, e com mais e melhores meios de orientação e de sobrevivência, é que se conseguiu realizar uma viagem semelhante à de Bento de Góis.
Em Portugal, Bento de Góis tem sido entre os exploradores portugueses da época dos Descobrimentos dos mais subvalorizados. Tal pode ser atestado pelo facto de, no 4º centenário da sua morte não se terem realizado quaisquer comemorações em Portugal continental, apenas se verificando tais celebrações na sua terra natal, Vila Franca do Campo, apesar de se tratar de um dos maiores exploradores terrestres portugueses.
A Câmara Municipal de Vila Franca do Campo homenageou-o em 1907, atribuindo o seu nome ao maior largo da vila, onde também se encontra uma estátua sua em bronze, da autoria de Numídico Bessone, inaugurada em 1962.

Notas

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • IV Centenário de Bento de Goes (1607-1907), Homenagem da Sociedade de Geographia de Lisboa. Tipografia Universal, 1907.
  • BERNARD[-MAITRE], Henri. Le Frère Bento de Goez chez les Musulmans de la Haute Asie. Tientsin, 1934.
  • BISHOP, G. In Search of Cathay, Anand, 1998.
  • BRAZÃO, Eduardo. A viagem de Bento de Goes à China. Lisboa, 1954.
  • BRAZÃO, Eduardo. Em demanda do Cataio: a viagem de Bento de Goes à China (1603-1607). Lisboa: Agência-Geral do Ultramar, 1969. 110p. mapas.
  • CÂNDIDO, Armando. Exaltação de Bento de Gois. Lisboa: Imprensa Nacional, 1962.
  • GOODRICH, L. Carrington; FANG, Chao-Ying (red.). Dictionary of Ming Biography (2nd. ed.). New York/London: Columbia University Press, 1976.
  • MACLAGAN, E.. The Jesuits and the Great Mogul. London, 1932.
  • PIRES, Benjamim Videira. Portugal no Tecto do Mundo. Macau : Instituto Cultural, 1988.
  • WESSELS, Cornelius. Early Travellers in Central Asia. Haag, 1924.
  • WESSELS, Cornelius. The Grave of Bento de Goes . AHSI IV, 1935, p. 337-339.
  • WESSELS, Cornelius. Early Jesuit Travellers in Central Asia: 1603-1721 ISBN 8120607414
  • YULE, Henry. Cathay and the Road Tither. London, 1916.

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